A Cela escrita por John


Capítulo 1
Primeira parte - I . A cela e primeiras noções




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A cela só tinha um metro de altura, e dois de largura. Para se alojar nela, era preciso ficar deitado sem se mover demais. Essa pequena cela em algum andar de um gigantesco prédio ficava em um escuro corredor em que a escuridão reinava inquestionavelmente, e justo nessa cela que estava deitado (e desacordado) o nosso “personagem primário”, se é que podemos chamá-lo assim. Na pequena cela, junto ao nosso personagem primário, havia outro jovem praticamente com a mesma idade e que já havia acordado e tentava se ajeitar nocubículo. Nessa tentativa deconforto, acabou acordando Victor, apertado ao seu lado.

Hm... - disse Victor, que como eu disse antes, era nosso personagem primário nesse conto. Seus olhos começaram a abrir, mas não notou isso, pois entre o escuro dos olhos e o escuro da cela não havia diferença alguma, e começou a se perguntar – onde estou? . Na maioria das vezes, as perguntas mais simples são as mais difíceis de responder em um primeiro momento, e “onde estou?” acaba se tornando algodifícil. Entre tantas celas e infernos no subsolo daestimada prisão em algum lugar e em alguma terra, era quaseimpossíveldizer com exatidão onde ele estava. Nomomento em que olhava a cela, sentiu uma forte dor de cabeça na parte lateral da cabeça, talvez tivesse levado uma pancada, mas ainda não se lembrava do porque ou de como. Depois de um determinado momento, notou que não estava só, e por um leve momento se assustou com a massa escura bem ao seu lado, que aparentemente o olhava. Quem é você? Fale antes que eu lhe dê um soco – disse nervosamente Victor ao se afastar para um extremo da cela.

Olá...Victor, este é seu nome não é? Dormiu bastante? – disse ironicamente Alexei, que por um bom tempo, talvez por preocupação ou talvez por falta do que fazer, o viu dormindo por um bom tempo enquanto mexia com alguma coisa que parecia ser um amuleto. Victor o olhou com desconfiança por um tempo, mas por mais estranho que fosse, de algum lugar Victor o reconhecia, como um rosto embaçado. Ao tentar se lembrar de detalhes, sua cabeça começou a doer, e lembranças se perderam novamente. –Como sabe meu nome? , disse Victor, que agora estava mais calmo ao ver a atitude calma de seu companheiro de cela.

Primeiramente, me chamo Alexei, prazer em conhecê-lo, e respondendo a primeira pergunta, que seria “Onde eu estou?”, não se preocupe, eu também não faço ideia, pensando bem isso não é reconfortante... – Por um momento Alexei entrou em um pensamento isolado falando palavras confusas que eram voltadas somente para a ânsia de sua mente, mas se tocou de que estava explicando algo, e quealguémesperava resposta, e novamente retomou as palavras,- onde eu estava? Ah sim, como eu sei o seu nome? Eu vi na porta.

Victor concordou, mas logo pensou: Na teoria, celas foram feitas para serem fechadas. Como ele viu uma coisa tão fútil como o nome em uma porta? E logo falou isso a Alexei.

Bem, as celas nesse patamar não são fechadas, você pode sair à hora que bem entender, se você retornar quando o sinal for tocado no grande corredor claro. – disse amigavelmente Alexei.

Você sabe muita coisa daqui, há quanto tempo esta nesse local? – disse Victor olhando pra Alexei ainda no canto da cela. Não havia muito espaço de qualquer forma.

Eu não tenhoideiade quanto tempo estou aqui, faz tempo,mas eu não tenho ideia, até fiz essa pedrapontiagudaparacontar os dias na parede, mas eu não sei quantos dias eu to aqui, então por enquanto não tem marquinha alguma. Não ha noção de tempo aqui... é como se fosse um sentimento de eternidade, a mesma comida em determinado momento, as mesmas pessoas nos corredores, e pra completar, o mesmo alarme, que regula a entrada e a saída dos passantes. Eu não gosto daqui.

Victor ouvia atento ao que o jovem Alexei dizia. Ele parecia ser um pouco bobo, mas ao mesmo tempo realista no que dizia. Depois do que Alexei disse, ouve alguns minutos de silêncio, até que Victor o quebrou falando – Bom, segundo você, podemos sair à hora que quisermos certo? Então acho que vou fazer uns alongamentos nesse corredor. Enquanto dizia isso, Victor se ajeitava para tentar ficar de joelhos e conseguirmanuseara pequena porta de madeira docubículo.Ao abrir, uma onda fria entrou na abafada cela, e Victorcomeçou a se rastejar para fora dela...


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