Talvez...

[...]

Sentiu o coração disparar, a garganta ficar seca, parecia que o seu redor apenas nos tinha e mais ninguém. As pessoas passavam por ele, mas não me importara com ninguém, para mim apenas ele fazia sentindo, seus olhos cinzentos pareciam exuberantes ao meu olhar. Seus passos graciosos pareciam mais leves que o ar, nada que ele falava fazia coerência para mim, mas seus lábios levemente vermelhos me encantavam e como uma melodia e meu coração foram à batida, mas a dança mal tinha acabado e como se nada fosse impossível ele sorriu. Mesmo sendo um sorriso falso ainda tinha a beleza no qual eu apreciava e o brilho que me encantara, queria aquele sorriso para mim, mas eu sempre soube que não o teria perto ao meu lado.

Sonhar com aqueles olhos que me trazia ao estado de delírio, um céu cinza e uma lua branca para completar a festa e por causa daqueles olhos frios e gélidos que nunca demonstravam sentimentos eu me apaixonei. Eu não me importei com ninguém, apenas parei a minha vida para amar alguém, experimentei o amor mais doloroso:

Um amor não correspondido, mas não importo. Se eu o tiver pelo para observá-lo seria o suficiente para mim, por que não preciso de um amor correspondido apenas, um talvez para encher o meu vazio.

- Oi?

Então meu coração parou... A festa cantou mais alta e senti meu coração encher-se de esperança e que teria um talvez com ele, o mesmo soltou um sorriso pequeno como sempre costumou a fazer, seus olhos cinzentos brilharam para mim. Apenas para mim e eu percebi que admirar a sua beleza de perto era mais impressionante. Meu coração chorou de felicidade, mesmo que eu não conseguisse ficar ao seu lado eu queria aproveitar este momento junto a ele.

- Juvia, certo?

Sua voz calma e rouca fez com que eu congelasse, um frio em minha barriga apoderou-se de mim e novas sensações que me ocorriam de apenas escutar a sua voz falar meu nome. Respirei fundo para tentar formular algo que talvez fizesse sentindo para ele, por que eu estava entrando no estado de que poderia apenas desmaiar ali por ter ele em minha frente.

- Sim e o seu é Gray. Estou certa?

Uma nova música tocou dentro de mim, fogos de artifícios pareciam estourar a cada batida que meu coração dava e minha vontade era de dançar junto a ele, enquanto ganhávamos a nossa música, queria ver qual seria a sensação de provar seus lábios levemente vermelhos. Será que seriam gelados como gelo, ou seria quente ao contrário de sua magia? Será que nossos lábios se juntariam e ele conseguiria sentir como eu me sinto ao ficar perto dele? Tantas perguntas que talvez nunca tivesse respostas nas quais me agradariam, mas o que eu poderia fazer a não ser ver o que o destino vai me dar. Ele olhou firme, nunca fiquei cansada de olhar para ele, seus passos leves e graciosos, como mudava de posição, sua voz roca e suave que me causava arrepios.

- Sim! – Ele riu.

Meu coração palpitou mais forte ao ver aquele sorriso perfeito e que agora era verdadeiro e para mim, senti-me a pessoa mais feliz do mundo com aquele sorriso, poderia existir algo mais perfeito do que um sorriso acompanhado de uma risada gostosa?! Existia sim, o amor, mas para mim é algo não alcançável.

Com o som da risada que me agradava eu sorri.

- Você tem um sorriso bonito! – ele disse e eu respondi apenas com um corar de minha face, minhas bochechas pálidas tomaram um tom rosado no qual nunca tinham tomado, ele sorriu com o feito que suas palavras tinham sobre mim.

- Você também! – respondi, mal conseguia ver o que tinha falado e o mesmo corou e virou a cara de lado, eu sorri afinal eu estava provocando reações nas quais nunca tinha visto, sorri com o meu feito e ficamos a nos encarar.

Não tínhamos nada para falar e o silêncio reinou, o vento tomou conta do meu ouvido enquanto eu ignorava os sons ao redor, estava presente ali para mim era ele e o vento mais nada, mas como um vento ele veio e se foi... Logo seus amigos o chamaram e de eu iria se distanciar mais uma vez, ele correu até seus amigos acenando suas mãos em minha direção como um tchau.

Mas não queria esse tchau, ela nunca iria querer, se ele soubesse que apenas com esse gesto ele tinha conseguido ferir meu coração e me deixado desolada ali com falta de uma mão. Seu sorriso veio até minhas memórias, sua voz rouca e suava abrangeu meu coração, eu não tinha mais ele ali, mas eu tinha minhas memórias que tentava me acolher, mas apenas piorava a minha situação. Era impressionante, mal tinha se passado segundos desde que ele partira e eu já sentia a sua falta. Passei a mão em seus cabelos azulados longos, usava um chapéu de flor simples na cabeça e tinha um vestido feito à mão por eu mesma.

Desde criança antes de ser abandonada por minha família aprendera os básicos de uma costura e quando completou os quatorzes já sabia fazer um vestido lindo, poderia aprender viver só da costura e ignorar a magia. Mas foi impossível era como se a magia fosse parte dela, a água que fluía para o seu corpo era incrível então quando percebeu era infeliz por que não sabia controlar a sua magia. Por que ninguém pode controlar a água, apenas o amor pode acalmar as grandes correntezas e foi isso que ela aprendeu quando o encontrou.

Viu o mesmo parar de conversar com seus amigos e olhar para trás arregalando os belos olhos como se tivesse esquecido falar algo, mas voltou olhar para seus amigos e com um sorriso falso falou alguma coisa que fez com que todos rissem e então ele veio até a mim correndo.

- Por que continuas a sorrir falsamente para seus amigos? – indaguei, sempre fui curiosa para saber por que não mostrar para seus amigos que sorriso fabuloso o mesmo tinha, um sorriso que poderia parar guerras e curar feridas.

- Não sorrio falsamente para eles – falou ele culpado – Eu apenas não descobri qual é a minha felicidade.

-...

Deixei que meu silêncio fosse à resposta, eu queria saber mais sobre ele, saber sobre tudo, onde morava, quem eram seus pais, se já namorou alguém ou gostou de alguém, eram tantas perguntas que me deixava louca.

- Todos ali têm um motivo para sorrir... – ele ficou quieto e apontou para seus amigos. – Natsu tem Lucy, Jellal tem a Erza, e eu? Não tenho ninguém... Nem mesmo uma família!

Senti-me extremamente preocupada com sua última frase, pisquei e abaixei a cabeças, mas ele a levantou e me deu mais uns de seus sorrisos verdadeiros, um sorriso que iluminou minha mente e fazia que meu coração entrasse em estado de delírios.

- Juvia...

- Sim?

- Eu tenho uma chance para lhe roubar teu coração? – ele perguntou mesmo não soubesse que eu o amava, sorri de felicidade, um sorriso meigo no qual não demonstrava muito e respondi:

- Talvez...

Deixei minha frase incompleta, apenas deixando o resto em meu coração:

“Talvez você já tivesse roubado meu coração e não sabia ainda, meu amor por ti é eterno e espero que o seu por mim um dia seja eterno!”