Classic Constant escrita por Bruno Lima


Capítulo 4
O Alarme não é falso


Notas iniciais do capítulo

Quero agradecer a todos que comentaram, favoritaram, recomendaram e que estão acompanhando! Esse capítulo é um especial e o meu favorito porque esse sim traz o reino a um nível muito maior de complicações! Muito obrigado pela inspiração e boa leitura.



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O ALARME NÃO É FALSO

Vladimir desceu do cavalo, colocou a mão sob os olhos para diminuir a luz do sol atrapalhando a sua visão, mas ainda assim não conseguiu avistar o sino. Estava muito, muito longe. Só conseguia ver o movimento do reino de Classic Constant, muita gente gritando e correndo para lá e para cá.

Era uma tragédia, mas não podia voltar atrás agora, então ele montou em seu cavalo novamente e seguiu em frente cavalgando o mais rápido possível atrás da princesa desaparecida.

No castelo as coisas eram diferentes, Henri havia sumido do campo de vista, Lisa estava tentando acalmar toda a população fora do castelo e Billy, bem, Billy estava inconformado, não foi ele quem acionou o sino, portanto não conseguia acreditar. Recusava-se a aceitar que o rei tinha partido depois de tantos anos. Billy sempre foi um braço direito de François, talvez a dor dele fosse tão grande quanto a da filha, até porque o mordomo está com François há muito mais tempo que Claire, e por falar nisso, onde ela estava?

Claire estava no topo de uma montanha com outro cara, simplesmente namorando. Mesmo tendo lances com outra pessoa, como o “senhor mistério”, ela era uma mulher solteira e deixava isso claro para todos com quem se relacionava. “Dou oi, namoro e tchau”, conforme sempre dizia. Ela nunca foi compromissada com nada como supostamente deveria ser, porém, os encontros eram tão estáveis – e secretos – com as mesmas pessoas que era quase um namoro real, até porque ela nunca mente quando diz que ama alguém, difícil é dizer que sente isso. Garota linda, jovem, loura, pele branca, cabelo liso, atraente, lábios chamativos, rosto escultural, quer dizer, corpo todo escultural; mas com um enorme bloqueio sentimental, mesmo sendo arrogante e sincera. O reino se questionava muito sobre a diferença entre François e a filha, ele foi capaz de trocar a monarquia por amor, mas a ambição e o egoísmo dela nunca a capacitariam a fazer isso. Bem, não vem ao caso no momento, mais uma vez todos estavam preocupados com a ausência da princesa – e por “todos” eu me refiro a Lisa, Billy, Henri e Vladimir, já que Henri manteve segredo, quando na verdade não passava de mais uma noite às escuras – eu deveria dizer “dia às escuras” já que era a todo tempo – mantida em segredo até mesmo do seu grande amigo Henri.

O problema é que desta vez foi diferente, desta vez o universo planejou uma lição - ela era bem supersticiosa também -, desta vez o que era para ser apenas uma noite de romance, tornou-se um inimaginável pesadelo.

– Você é tão... Oh, você é tão boa. – Afirmava uma voz masculina.

– Eu sou acostumada com isso. Oh... – Claire falava pausadamente.

– Diz que me ama, princesa. Diz!

– Não, eu não te amo!

Então os dois pararam de se beijar, ele a olhou nos olhos e começou a se recompor com as vestimentas, assim como ela.

– Fiz algo de errado? – A princesa pergunta inocentemente.

– Sim, você fez. Estou cansado de nos encontrarmos aqui semanalmente e você continuar nessa mesma tecla. Não dá mais para mim.

– Que tecla? Eu estou apenas sendo honesta. Lide com isso. Aliás, você sabe muito bem quem eu sou, por que está falando assim, idiota? Como ousa?! – Claire repreende de forma nervosa.

– Qual é! Princesa? Você realmente se considera isso? Honre com os seus compromissos, acorde para a vida! Eu não preciso de você, você quem precisa de mim. Eu posso abrir a boca e todos do seu reino descobrirão o tipo de pessoa que você é.

– Ah, Marcos o quê? Qual o seu sobrenome mesmo? Deve ser muito, muito influente, não é? Abre a boca e quando eu virar rainha, não será eu que sofrerei pelo desacato. Acha mesmo que a população acreditaria num mero camponês contra a palavra de uma princesa?

– Marcos Light, e isso não vem ao caso! Virar rainha? Com essa atitude acha mesmo que você vai ser coroada um dia? É, você está certa, a população não acreditaria em um mero camponês, mas e quanto ao parlamento? Fiquei sabendo que eles estão assumindo por mais tempo, e acho que é do interesse deles assumirem permanentemente, creio.

– Quanto quer?

– Oi?

– Quanto quer em dinheiro para manter o segredo?

– Não quero dinheiro, apenas uma hora de amor.

Ela tira a roupa sensual e suavemente e com um dedo o chama, até que ele faz o mesmo e corresponde.

Henri entra em um cômodo bastante movimentado, tinha aquelas mesas enormes de refeitórios e todos conversando assustados por causa do sino. Henri chega a uma conclusão sobre Claire: resolve revelar todo o segredo dela para que assim tenha ajuda dos guardas para salvá-la. Contudo, ninguém deu ouvidos. Então ele subiu em uma das mesas, gritou bem alto e começou a cantar e dançar sem parar. Ao fim do desempenho pelo qual todos riram esquecendo um pouco o possível acontecimento, ele se pronunciou.

– Preciso contar algo a vocês, mas pode ser tarde demais.

O silêncio predominou, embora sorridente como sempre, ele parecia estar falando sério, e todos deram ouvidos.

– O que houve, bobo idiota? – Uma voz se aclamou.

– A princesa, sei que notaram a ausência dela, mas a verdade é que ela está desaparecidíssima, sumida, virou pó.

– Como? – Perguntaram.

– Ela estava tendo encontros escondidos em um povoado qualquer, e não pôde retornar ao castelo a tempo de conhecer Vladimir, ela nem imagina a situação de François. Ela foi sequestrada!

Todos olham pasmos, entrelaçam olhares e riem sem parar.

– Volte ao seu lugar, bobo idiota, a princesa nunca faria isso – Alguém caçoa.

Ele dá de ombros com a consciência limpa de que tentou ajudar, solta uma gargalhada junto com a multidão e logo encontra Billy.

– O sino tocou, mas os curandeiros ainda não saíram do quarto. Não sei o que esperar.

– Bem, sobre isso... – O Bobo da corte fala sorrindo.

– O que foi, Henri?

– Eu toquei o sino, François ainda está na mesma situação, eu toquei o sino para que os guardas prestassem atenção no rebuliço populacional e eu pudesse sair do castelo atrás da princesa.

– Você é louco? Todos estão preocupados! Você quase me mata, meu deus! Preciso avisar a Lisa que foi um alarme falso urgentemente, você não sai do castelo, já volto e quero saber tudo o que você sabe que eu não sei sobre a princesa.

Billy sai correndo e Henri deita no chão, levanta as pernas e ri demais.

Vladimir chega ao topo da montanha, ele encontra Claire desmaiada, sozinha e desnuda. Ele salta do cavalo e corre até ela, tira a sua camisa e a cobre. Toca no rosto dela e balança o seu corpo tentando acordá-la, confere a pulsação e vê que está viva. Corre até o cavalo, pega água e dá a ela, depois molha o seu rosto, então ela acorda.

– O que... O que está acontecendo? – Pergunta com dificuldade, a princesa.

– Calma, respire, você está bem. O que houve com você?

– Quem é você? – Claire pergunta ainda enxergando turvamente.

– Não sou ameaça agora, sou Vladimir, você vai me conhecer logo, logo. Agora bebe isso e respira, está bem para me contar o que houve?

– Estou, acho que estou. Eu... Eu estava com alguém, nós brigamos, ele fez algo comigo, lembro que me irritei e derrubei tudo, lembro que chorei muito e que ele me enforcou e me contou algo enquanto eu estava no chão... Sangue? Por que tem sangue em mim?

– Calma, você se machucou, você não estava composta e dei a minha camisa, mas a ferida está estancada. Quem foi esse covarde, você se lembra do rosto?

– Minha cabeça dói, acho que ele me atingiu. Não, não lembro. Leve-me para casa, por favor! Quero ver o meu pai.

– Sobre o seu pai...

– O que tem ele?

Ela pergunta gemendo de dor, ele percebe que não é boa hora. Então a pega no colo, sobe no cavalo e pede para ela segurar nele. Ela monta de lado, abraçando-o com um braço e com o outro segurando a camisa que escondia suas partes íntimas. Cavalgando mais uma vez, retornam ao castelo.

– Está muito rápido, princesa?

– Chame-me de Claire. E não se preocupe. Eu só não posso aparecer nesse estado, ajude-me a entrar discretamente.

– Seu pedido é uma ordem, princesa. Opa, Claire. – Ele corrige sorrindo.

No percurso de retorno, ela avista o diadema dela no cavalo e fica muito pensativa. Desconfia de Vladimir e logo lembra algo...

– Marcos Light... – Pensa alto.

– Falou algo, Claire?

– Ai meu deus! Marcos Light! Ele se chamava Marcos Light e quando me atacou, ele disse que ia acabar com a vida do meu pai, temos que voltar o mais rápido possível para o castelo!

Vladimir apressa o cavalo, pede para que ela se segure melhor e ajeita a sua espada, então ela passa uma perna para o outro lado e monta normal no cavalo, pede para ele não olhar para trás e em vez de se enrolar, ela realmente veste a camisa dele, que a cobre até pouco acima do joelho, enquanto ele continua descamisado, então ela amarra o cabelo, agarra-o com os dois braços e implora para que acelere ainda mais pelo pai dela. Quando Vladimir vai ajeitar a faca, o cavaleiro nota algo.

– Espera, onde está a minha faca?

– Não se preocupe – Claire fala com tom ameaçador e sério - Não a usarei contra você. Ninguém mexe com a minha família.

Billy estava na porta do quarto, quando mais um curandeiro chegou.

– Quem é você? Você não pode entrar aqui! – O mordomo sinaliza que é para parar com a palma da mão.

– Pediram mais um curandeiro, ele está necessitado! Deixe-me ajudar.

– Não, não posso.

O “curandeiro” pega um castiçal e bate na cabeça de Billy que desmaia, ele o leva para o quarto mais próximo e o coloca na cama como se estivesse dormindo, retorna, avisa aos guardas que Billy permitiu, entra na sala e lá está uma equipe completa medicinal cuidando de François ainda desacordado.

– Quem é você? – Pergunta um membro da equipe medicinal.

– Chamo-me Marcos Light, e sei exatamente como posso ajudá-los. – Ri ironicamente.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Deixem um comentário pontuando o que acharam. Obrigado mais uma vez por terem lido até o fim, até a próxima!



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