The Undercover escrita por Mares on Mars


Capítulo 10
Chapter 9


Notas iniciais do capítulo

Meus amores, me desculpem por demorar. Espero que esse capítulo compense a demora.



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— Então vocês estão juntos há 30 anos? – Richard perguntou ainda incrédulo.

— É, exatamente isso – Phil respondeu bebericando de um copo com whisky. Conversava sozinho com Richard enquanto as mulheres estavam na cozinha, terminando o jantar. Era de se espantar que alguém – possivelmente Hydra – pudesse ser tão agradável logo no início da amizade. Não, não é uma amizade, Coulson disse mentalmente.

— Vocês eram muito jovens – Nathan exclamou empolgado.

— Eu tinha 18, e ela tinha acabado de fazer 17 – o agente explicou dando de ombros, e Richard sorriu.

— Isso é lindo, eu espero um dia poder contar pras pessoas que estou com Laura há 30 anos – disse com um sorriso apaixonado e Coulson viu o momento perfeito para interrogá-lo.

— Há quantos tempos vocês estão juntos? – perguntou antes de inclinar-se em direção a mesa de centro para pegar um aperitivo.

— Há 19 anos – respondeu automaticamente e o mais velho fez um som para que ele continuasse – Nós nos conhecemos na Bélgica em 1995 durante um trabalho. Na verdade, eu estavam trabalhando, ela morava por lá e foi minha guia. Eu iria passar duas semanas lá, mas ela se tornou a razão da minha vida, e eu acabei ficando 3 anos.

— Isso é lindo de se ouvir – Phil disse um pouco comovido pela história. Ele podia ver a verdade através das palavras,e embora soubesse que haviam omissões no caminho.



— Nós nos conhecemos em Harvard. Eu tinha ido conhecer o campus, fazer minha mudança, quer dizer, eu tinha pego todos os livros que eu precisava e tinha levado só um pijama limpo, porque iria passar só uma noite antes de ir pra casa da minha mãe de novo e pegar tudo o mais que restava e ainda faltavam duas semanas para o início das aulas – Melinda contava para uma Laura curiosa e uma Skye que fingia muito bem estar entediada com a história, como se já a tivesse escutado inúmeras vezes – Eu caminhava por um caminho de pedrinhas até o dormitório, carregando minha mala de um lado e um mapa do campus do outro quando de repente eu bati de frente com alguém ....



Academia, 1982

— Mas que droga foi essa? – a chinesa gritou ao sentir o café quente entrar em contato com sua camiseta, fazendo-a grudar em sua pele. Estava sentindo dor, isso não podia negar, mas tudo o que queria fazer era gritar com o idiota que havia feito isso. Essa ideia foi para o ralo quando ela focalizou o grandessíssimo idiota que a havia acertado, e ele era lindo. Alto, forte, os cabelos escuros bem penteados, os olhos azuis brilhando encantadoramente e um esboço de um sorriso nos lábios bem feitos. Usava calças jeans, um tênis comum e jaqueta de couro, mas o que chamou a atenção foi a camiseta do Capitão América que se encontrava por baixo da jaqueta.

— Ah por favor, me perdoa, eu não fiz por mal, mas você surgiu do nada – ele respondeu um pouco sem jeito e ela percebeu que aquele sorriso era um sorriso de desculpas.

— Não, tá... Tá tudo bem – disse um pouco sem fôlego e repreendeu-se por perder o ar diante de um rosto bonito – Foi um acidente afinal das contas.

— Sua pele ... – apontou para a camiseta que marcava o tronco feminino e corou violentamente ao olhar para a transparência.

— Não foi nada – ela insistiu, e sorriu.

— Me deixe levar sua mala e te mostrar o caminho até o dormitório, é um jeito de me desculpa – pediu já estendendo a mão para pegar a mochila que ela carregava. Melinda sentiu-se tentada a declinar do pedido, mas ele era tão lindo e tinha uma voz tão linda que ela queria passar um tempo andando ao lado dele.

— Está bem – respondeu entregando-lhe a mochila e ele perguntou o número do dormitório – B116.

— Somos vizinhos. Eu estou no B114 – ele disse animado, dando início a caminhada – Eu me chamo Coulson. Philip Coulson – apresentou-se no estilo 007 e ela de uma risadinha.

— May. Melinda May – disse em resposta e ele fez um bico engraçado.

— Seu nome fica muito melhor desse jeito do o meu – reclamou, mas riu em seguida.

— Isso porque ele tem duas letras iguais – explicou como se fosse óbvio e o olhou novamente. Ele era, sem dúvidas, a pessoa mais bonita que já havia conhecido – Então, você é novo na Academia ou ... – ela começou a perguntar, mas ele interrompeu-a, respondendo de imediato.

— Nivel dois, cheguei há três anos – ele parecia orgulhoso, e ela, confusa.

— Há três anos? Afinal, quantos anos você tem? – perguntou caminhando ao seu lado.

— Dezoito – respondeu dando de ombros.

— Você chegou aqui com quinze anos? – agora ela estava definitivamente confusa e curiosa.

— Bons agentes começam cedo – disse e sorriu novamente antes de abrir a porta de entrada de um prédio – Bem vinda ao prédio B, Operações.



— E desde desse dia não nos soltamos mais – May disse ao encerrar sua história, que havia sido alterada em alguns pontos, como os níveis e tudo relacionado à S.H.I.E.L.D.

— Isso é lindo – Laura suspirou e em seguida, ouviu-se um choro forte de bebê – Benjamin acordou – constatou e pediu licença. Assim que saiu da cozinha, Melinda e Skye trocaram um olhar antes de tomarem um longo gole de seus copos com vinho. Laura voltou minutos depois, carregando no colo um bebê de cabelos castanhos cacheados e grande olhos azuis, que fez Skye suspirar encantada.

— Ele é tão lindo – a garota comentou e a mãe orgulhosa sorriu.

— Ele é mesmo – Laura disse com um sorriso enorme – Quer segurar? – perguntou à hacker que assentiu empolgada. A Sra. Nathan se aproximou da jovem e perguntou ao bebê se ele queria ir pro colo dela. Benjamin assentiu risonho e estendeu os bracinhos roliços. Skye também estendeu os braços e segurou-o da melhor forma que pôde.

— Não, Skye, não é desse jeito – May advertiu e Laura de uma risadinha – Você tem que segurar pelo tronco e não pelos braços – explicou e recebeu um olhar interrogativo de sua filha – Ah pelo amor de Deus – disse revirando os olhos antes de estender os braços para o bebê, que esticou-se em sua direção. Segundos depois ele estava confortavelmente em seu colo, e para o deleite das mulheres presentes no cômodo, ele encostou a cabeça no pescoço da chinesa, que suspirou.

— Ele é perfeito – disse com um sorriso e aninhou o bebê.

— E então, o jantar está pronto ou nós vamos ter que pedir uma pizza? – Richard perguntou risonho ao entrar na cozinha seguido por Coulson – Parece que ele gosta de você – comentou apontando para May.

— Ela tem esse efeito nos bebês – Coulson respondeu após encará-la. Ela estava linda daquele jeito, encostada na bancada da cozinha, com os cabelos presos em um coque mal feito, segurando tão naturalmente um bebê. Melinda deu um sorriso nervoso e Skye alternou seu olhar entre os seus pais de mentirinha, percebendo ali a tensão que se formava entre os dois. Essa tensão passou despercebida ao outro casal na cozinha, que sorriram e trocaram um beijo rápido antes de Laura declarar que já iria tirar o jantar do forno.



— Então o que trouxe vocês a Omaha? – Laura perguntou com um sorriso adorável durante o jantar.

— Nossa família morou aqui por muito tempo há uns 20 anos atrás, e recentemente, vovó faleceu e todos nós decidimos voltar pra cá, ficar por um tempo – Skye disse com dramaticidade.

— Todos nós? – Richard replicou confuso.

— Nós somos só uma parte, o resto da família chega no final de semana – May explicou e os Nathan assentiram.

— E é uma família grande? – Laura parecia animada e curiosa.

— Tem a família da minha irmã, Isabelle. Ela é casada com o Lance, e tem dois filhos, Jemma e Leopold – Phil respondeu com um sorriso.

— E tem os outros irmãos do Phil – May complementou e seu “marido” terminou de explicar:

— Mamãe os adotou quando eles eram crianças. Grant, Antoine, James e Idaho.

— É uma família bem grande mesmo – Richard comentou animado.

— Eles vão ficar na vizinhança? – Laura perguntou e os três agentes responderam que sim ao mesmo tempo – Prevejo uma grande festa de boas vindas então – comemorou e logo mudaram de assunto.

— Então, Skye, já está na faculdade? – o Sr.Nathan dirigiu-lhe a palavra segundos depois.

— Na verdade, ainda não. Eu não tenho certeza do que eu quero – disse dando de ombros.

— Estamos pensando em mandá-la pra Europa ano que vem – Phil complementou e recebeu um sorriso de aprovação dos Nathan.

— Ótimo, a Europa tem as melhores universidades – Richard empolgou-se – Eu gostaria de propor um brinde – disse levantando a taça – Aos nossos adoráveis novos vizinhos e toda a família que ainda está chegando – e todos levantaram suas taças em seguida. Brindaram com sorrisos e Laura anunciou que era hora da sobremesa.



— É uma torta francesa, receita da minha avó – Coulson proferiu no minuto em que Laura começou a servir a sobremesa e Melinda deu uma pisada em seu pé por baixo da mesa – Ela ensinou para Mel quando nos casamos – complementou um segundo depois disfarçando uma cara de dor.

— Está absolutamente deliciosa – Richard elogiou ao mordeu um pedaço.

— Cerejas são minhas favoritas – Laura sorriu e Phil suspirou aliviado. Clafoutis não era sua especialidade, e sim a de Melinda, mesmo que ela se recusasse a cozinhar.



Quarenta minutos depois, estavam parados na porta da casa dos Nathan, despedindo-se alegremente.

— Foi uma noite maravilhosa, muito obrigada por nos convidar – May agradeceu Laura, abraçando-a novamente.

— Eu que agradeço, foi realmente muito agradável – a mulher respondeu com um sorriso, enquanto os homens despediam-se.

— Vamos marcar um churrasco, na minha casa, assim que o resto da família chegar – Coulson sugeriu e Richard deu-lhe um tapinha nas costas.

— Estaremos lá Phil – confirmou e Skye sorriu ao lado de seu falso pai, e despediu-se em seguida.

Logo, os três caminhavam pela calçada de volta à residência alugada. Coulson e May estavam de mãos dadas, e Skye tinha seu braço enroscado ao de sua mãe falsa.

— Eu to tão cansada – resmungou quase arrastando-se.

— Em casa, banho e cama – May respondeu e recebeu sorrisos em resposta.

— Você manda general – Phil brincou ao chegarem em seu gramado. Tirou a chave do bolso e destrancou a porta. Ao entrarem em casa, os três subiram as escadas, e Skye desejou-lhes boa noite antes de entrar em seu quarto.

— Ai meu Deus, que alivio – Melinda gemeu ao entrar no quarto do casal e chutar para fora os enormes saltos, apoiando-se na parede. Precisou de mais de 1 minuto imóvel para se adaptar novamente aos pés no chão.

— Eu to cozinhando dentro dessa camisa – Phil reclamou retirando a peça e jogou-se na cama. May acompanhou seu movimento, jogando-se ao seu lado.

— Eu to exausta – disse após um longo bocejo – Boa noite Phil – desejou, aninhando-se em seu peito.

— Boa noite Mel – respondeu acolhendo-a, ignorando o fato de ambos estarem com a roupa usada na noite, e ela, com cabelo e maquiagem feitos.



Te vejo amanhã, saudades”, era o que se lia na tela do celular de Skye quando ela o ligou após deitar em sua cama. Estava com um sorriso de orelha a orelha, e não conseguia parar de pensar em como responder para Ward. Por fim, copiou o texto da mensagem e enviou-a de volta, segundos antes de se embolar nos edredons, e adormecer, rezando para que o dia seguinte chegasse logo.


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Notas finais do capítulo

O que acham amores?



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