Entre Chamas e Falhanços escrita por Shiori


Capítulo 1
OneShot


Notas iniciais do capítulo

Saudações!
Antes de lerem, que tal saberem os nomes usados para os personagens sem nome oficial? :3
Austrália- Jett Robinson
Nova Zelândia- Rawiri Munu
Wy- Wendy Robinson
Hutt River- Jack Robinson
NikoNiko- Honda Saito -sentido oriental-.

Boa leitura!



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Era dia? Era noite? Ele não sabia. No céu, nem Sol, nem Lua, nem estrelas havia. A fonte de luz era, unicamente, as intensas chamas que consumiam o mato. Ele corria entre as chamas, como se estivesse a procurar alguém. Estava desesperado.

- Jett!

Ele ouviu o seu nome. Olhou em volta, à procura do dono da voz. Viu, por fim, a pessoa que procurava a ser consumida pelas chamas que aparentavam ter vida.

- P-Pai?- perguntou, assustado.- Pai!

Ele gritou e correu em direcção do seu pai, mas o caminho aumentava e ele não se aproximava do seu pai o suficiente para o ajudar.

- Mano!- Desta vez, foi a voz de uma menina que ouviu.

- Wendy?

- Irmão!- Fora um rapaz que chamara desta vez.

- Jack?

- Acorda!- pediram ambas as vozes.

Ele abriu os olhos, a habituar-se com a claridade.

- Finalmente acordaste!- a sua irmã mais nova, Wendy, disse irritada, apesar de estar preocupada com seu irmão.

- Desculpa, voltei a adormecer?

- Sim.- O irmão do meio, Jack, respondeu.- Fiz o pequeno-almoço, então, vai comer.

Jett balançou a cabeça, positivamente. Assim que os seus irmãos mais novos saíram do quarto, ele foi tomar banho rapidamente e depois vestir-se.

Jett Robinson era um homem de 22 anos, sendo o mais velho de três irmãos. Tinha cabelos castanhos, com dois ahoges, olhos verdes-claros cintilantes e cheios de vida, as sobrancelhas eram um pouco grossas e, por fim, tinha uma cicatriz no nariz, escondida por um penso rápido.

Recentemente, perdera o seu pai em serviço. Jett e o pai dele eram bombeiros e estavam a combater um incêndio que ocorrera no verão australiano. O pai não escapara de uma frente de fogo e morrera a caminho do hospital. Jett esteve presente e vira seu pai a morrer.

Após se vestir, ele foi para a cozinha, onde Wendy e Jack comiam o pequeno-almoço.

- Come logo, que ainda tens que nos levar à escola!- Wendy reclamou.

- Certo!- Jett respondeu com o seu entusiamo.

Ele sentou-se e começou a comer, com certa pressa até engasgar, fazendo os mais novos rirem da cara dele que fizera.

Wendy tinha 13 anos, era baixa, possuía cabelos castanhos ondulados, geralmente presos num rabo-de-cavalo e olhos castanhos. Assim como seu irmão, tinha sobrancelhas grossas, mas as dela eram pequenas.

Jack, por sua vez, tinha 16 anos. Era alto, os seus cabelos eram castanhos-claros ondulados, com um ahoge, tinha olhos cor de âmbar e, também, sobrancelhas grossas.

Assim que Jett terminou de comer, olhou para o relógio. Suspirou de alívio ao ver que ainda os seus irmãos não estavam atrasados para as aulas. Levantou-se e colocou a loiça na pia.

- Estão prontos?

Os mais novos murmuraram um “huhum” e levantaram-se da mesa, pondo também a loiça deles na pia. Após de terem buscado as mochilas deles e entrado no carro, Jett os levou para a escola. Primeiro, a Wendy na sua secundária e, depois de alguns quilómetros, o Jack no seu ensino superior.

Após de despedir do Jack, continuou o seu caminho, até ao quartel de bombeiros. Saiu do carro e foi para os vestuários, onde estava um colega dele, Cooper Thompson, de cabelos pretos, olhos cor de avelã e pele bronzeada. Eles se conheceram na formação e desde então eram bons amigos. Afinal, é preciso ter confiança nos outros bombeiros para realizar um bom serviço à comunidade.

- Hey, mate! Tudo bem?- Jett perguntou, com o seu sorriso encantador.

- Sim e contigo?- Cooper respondeu, terminando-se de vestir.

- O costume.

- De novo os pesadelos?

- Sim.

Alguém bate à porta.

- Cooper, ainda demoras? Vou entrar!

Uma rapariga de cabelos loiros ondulados, olhos cor de mel e com algumas sardas entrou. Ela estava trajada com o equipamento de bombeiro. O seu nome era Emma Anderson e era namorada do Cooper.

- Opa, o Jett também estava aqui? Não te vi a entrar.

- Não te preocupes. Mas vais ter que sair, para eu me vestir.

- Certo!- Ela agarrou no braço do namorado.- Agora me lembrei. Continuas a ter pesadelos, Jett?

- Sim, por quê?

- Bom, eu tenho um amigo que é psicólogo. Como ele me deve um favor, acho que consigo pedir-lhe que te consulte, gratuitamente!~

- Eu não preciso de psicólogo!

- Moço,- começou ela, num tom sério.- a não ser que querias ter um pesadelo, no qual seja difícil acordar e prejudicar os teus irmãos, ok. Mas como sei que queres cuidar dos teus irmãos, visto que agora nem pai nem mãe eles têm, eu aconselho que vás ver o meu tal amigo e tratar de ti.

O Jett calou-se e acabou por aceitar.

•ᴥ•

Ok. Aquele devia ser o trabalho mais idiota do mundo na opinião do Jett… Salvar uma ovelha que está no topo de uma árvore? As ovelhas conseguiam trepar em árvores desde quando?

- Como…?- Cooper iria perguntar o óbvio.

- Não perguntes… Não há resposta para isto.- Jett respondeu antes dele terminar a pergunta.

- Certo. És tu quem vai buscá-la.

- Por quê?!

- Se a ovelha conseguiu ir lá para cima, quem não garante que ela estará armada, também?

- Não tens lógica.

- Pois não. Agora, vai!

Jett e Cooper riram. Depois, ambos colocaram a escada encostada na árvore. Jett começou a subir, até chegar ao pequeno animal.

- Olá pequena. Como chegaste aí?

Jett prontamente agarrou no animal e desceu.

- Vês? Ela não está armada.

- Ok, tu tinhas razão. Agora, a quem pertence?

- Ovelhaaaaaa!

Ambos olharam para o dono da voz. Era um rapaz loiro, cujo cabelo aparentava ter chifres de cordeiro, o que dava uma certa fofura, olhos verdes brilhantes e umas sobrancelhas grossas.

- Er, esta ovelha é tua?- Jett perguntou.

- Sim! Fiquei assustado ao ver que ela tinha desaparecido de casa. Obrigado por encontrarem-na!

O desconhecido sorriu. Ah, o sorriso dele fez o coração de Jett bater com mais força.

- Não tem de quê. É o nosso dever.- Cooper informou, e, ao ver que Jett estava paralisado, aproximou do ouvido dele e murmurou.- Entrega a ovelha.

- Oh, certo.- ele acordou do transe e entregou a ovelha.

O dono da ovelha abraçou-a, contente. Voltou a agradecer e despediu-se.

- Huhuhu! Estás apaixonado?~

- C-Claro que não!

Cooper riu ao ver o seu amigo a corar e a gaguejar. Jett ficou um tanto envergonhado com a situação, algo raro de acontecer.

•ᴥ•

O australiano olhava para a grande placa que enunciava o nome do hospital. Ainda estou a tempo de desistir, pensou ele. Não, eu não desisto de nada!

Ele começou a andar em direcção da entrada do hospital, quando viu ele a sair do mesmo. Ele olhou para Jett, assim como Jett olhou para ele. O coração do australiano começou a palpitar, ao ver o sorriso dele.

- Oh, és o bombeiro que salvou a minha Ovelha!- o loiro aproximou-se do moreno.- Sério, eu agradeço novamente!

- N-Não te preocupes. É o meu dever.- Jett disse sem jeito.- Aliás, o que fazes aqui?

- Eu? Eu trabalho aqui, como psicólogo. E tu?

- Eu vim procurar um psicólogo que minha amiga me sugeriu.

- Amiga? Espera, és o Jett?

- Sim! Como sabes?

Jett era idiota, mas não tanto. Seria esse loiro o seu psicólogo? Se fosse, ele seria o homem mais feliz do mundo. Mas, para que as suas esperanças não fossem arrasadas e esmagadas pelo impiedoso destino, ele optou por não acreditar muito nessa teoria.

- O meu nome é Rawiri Munu e serei o teu psicólogo.- Ele riu calmamente.- Que coincidência, não?

- Realmente.- ele sorriu, mas mentalmente estava a gritar de alegria, algo que raramente fazia, pois em condições normais, ele já estaria a gritar até que as pessoas ao redor ficassem com dores de ouvidos.

Rawiri Munu? Que nome mais… Exótico!, pensou o australiano.

- Como salvaste a minha ovelha e como devia um favor à Emma, irei tratar de ti durante o meu tempo livre e…

- Ah! Se eu te ocupar o teu tempo livre, eu não importo-me de não ter as tais consultas!

- Não! Tu precisas delas e, também, eu não tenho nada para fazer nos tempos livres, mesmo.

Jett sorriu. Não serei nenhum estorvo!, pensou ele, bem animado.

- Como estava a dizer, a partir da próxima quarta-feira, começaremos com as sessões.

- Certo. Mas… Onde serão?

Aquele pequeno pormenor tinha-se escapado ao loiro. Eu não posso usar o meu consultório, porque as senhoras da limpeza estariam lá. Só existe uma solução…, Rawiri concluiu os seus pensamentos.

- Serão em minha casa.

Eh? Ele disse o quê? Ele… Disse mesmo aquilo?!, Jett perguntou-se a si mesmo. Rawiri rabiscou o endereço da sua casa num pedaço de papel e entregou ao australiano.

- Vemo-nos na próxima quarta!

O loiro se despediu, deixando um Jett atónito.

•ᴥ•

Rawiri Munu era um psicólogo de 21 anos. Provinha de uma família abastecida, de descendência maori, que era um tanto que rígida na educação dele. Seus pais queriam que ele não falhasse na vida. Era proibido falhar na família dele. E quando ele falhava, seus pais olhavam de lado, desiludidos. Rawiri ficara com medo de falhar, de fracassar. Cacorrafiofobia. Apesar de ser psicólogo, ele tinha a tal fobia. Não considerava o tal medo como uma falha, pois sabia que sentir medo de algo era normal. Mas… Sinto que estou a falhar ao sentir tal medo., pensou ele, enquanto observava a sua lista de compras. Bom, tenho quase tudo. Acho que só falta os gelados..., informou-se a si mesmo e empurrou o carrinho de compras para frente, indo em direcção da secção dos gelados. Enquanto passava pelas outras secções, ele viu um rapaz com traços asiáticos a tentar alcançar um determinado pacote de batatas fritas que ficara na prateleira de cima. Rawiri aproximou-se do rapaz e pegou por ele o tal pacote.

- Aqui está.- Rawiri entregou o pacote, sorrindo.

- O-Obrigado.- o menor agradeceu, timidamente, e arregalou os olhos castanho chocolate ao ver que estava a ser ajudado.

- De nada.

O mais novo, que aparentava ter somente 15 anos, pegou no pacote.

- Saito!- um rapaz moreno chamou.

- Já vou, Jack! Er, com licença, senhor!

O asiático foi até ao Jack – sim, o irmão de Jett –, e este acaricia-lhe na cabeça do outro. Serão namorados? Hm, como será namorar alguém?, Rawiri se interrogou, até se lembrar do Jett. Por que lembrei-me dele?, voltou a perguntar-se a si mesmo, e olhou para o relógio.

- Ah! Ele deve estar a chegar à minha casa!- exclamou, em voz alta.

•ᴥ•

Jett olhava, nervoso, para a porta da casa de Rawiri. Bate à porta, Jett!, ele se incentivava a si mesmo, mas a coragem dele tinha desaparecido. Onde estava a coragem que tinha enquanto combatia fogos?

- Oh, Jett, já chegaste?

Jett virou para trás, onde estava Rawiri com vários sacos nas mãos. Automaticamente, o moreno foi ajudar o neozelandês. Por fim, entraram na casa e foram em direcção da cozinha.

- Não era preciso ajudar-me a carregar os sacos.

- É o mínimo que podia fazer.

- Já lanchaste? Eu fiz bolo ontem.

- Eu não quero incomodar!

- Vá lá. Eu insisto.

Quando Jett iria protestar, um bale foi ouvido. Ele olhou para a fofa ovelha que observava o australiano com certa alegria.

- Ora, ora, quem está aqui?- ele pegou na pequena ovelha e começou a dar festinhas na cabeça.- Qual é o nome dela?

- Ovelha!

- Eh? Acho que ela devia ter outro nome.

- Eu não sabia o que chamar. De qualquer forma, acho que ela gosta de chamada de Ovelha.

Não, a ovelha não gostava do nome Ovelha! Jett entendeu isso pelo facto da Ovelha ter abanado a cabeça negativamente àquela afirmação do neozelandês. O Jett sorriu e murmurou para o animal “Não te preocupes, irei-o fazer mudar de ideias!”. A Ovelha berrega em contentamento. Quando ele pousou o animal no chão, olhou para a mesa e viu que as compras haviam sido quase todas arrumadas e um pedaço de bolo de chocolate estava lá, à sua espera.

- Queres ajuda a arrumar as compras?

- Não. Obrigado na mesma.- agradeceu, depois apontou para a fatia de bolo.- Come o bolo e diz-me a tua opinião!

Jett balançou a cabeça e sentou-se à mesa. Começou a comer o bolo, maravilhado com o doce sabor. O loiro olhava de realce, sorrindo para si mesmo. Com o lanche tomado e as compras arrumadas, ambos foram para a sala. Sentaram-se no sofá grande e olharam entre si. O neozelandês pegou num bloco de notas e numa caneta, e com um sorriso, começou a falar.

- Bom, vais-te apresentar! Como foi a Emma quem falou de ti a mim, eu sei pouco.

- Er… O que ela disse sobre meu respeito?

- Que eras um pouco idiota, mas gentil e corajoso.- ele riu um pouco.

- Bom…- ele não sabia o que falar, estava um pouco atrapalhado.- O meu nome é Jett Robinson!

- Como sabes, sou o Rawiri Munu.- o neozelandês voltou a se apresentar.

- Tenho 22 anos e faço anos no dia 1 de Janeiro.

- Fazes anos no Ano Novo? E és mais velho que eu alguns meses.

- É, eu sei. Que idade tens?

- Tenho 21 anos, sendo que a minha data de aniversário é 26 de Setembro.

Ficaram a falar sobre diversas coisas. Rawiri apontava tudo que o Jett dizia no bloco de notas. Em suas notas, chamava o Jett de extrovertido e interessante. Parou de escrever. Interessante?, Rawiri interrogou-se a si mesmo, sem saber de onde vinha essa ideia. Jett ao ver que o outro tinha parado de escrever, olhou-o preocupado.

- O que se passa, mate?

- N-Nada!- respondeu, ligeiramente corado.- Er… A Emma contou-me que andavas a ter pesadelos… Podes-me dizer o que sonhas, exactamente? Não precisas de responder, claro.

Jett ficou pensativo. Ponderou até não contar, mas tinha que o fazer.

- Durante o verão, eu perdi o meu pai num incêndio. Eu, ele e muitos outros companheiros nossos estávamos a tentar controlar aquele fogo, mas o vento estava forte. Uma frente de fogo apanhou-o desprevenido e ele morreu a caminho do hospital.- ele contou o que se tinha passado.- Desde então, tenho estado a ter pesadelos onde via o meu pai a ser devorado pelas chamas, uma e outra vez.

- Lamento…

- Não te preocupes.

Sem eles esperarem, a música Down Under de Men At Work começa a tocar. O australiano pegou em seu telemóvel e viu uma mensagem da Wendy. Onde estás, idiota?! É hora de vires buscar-me!, leu Jett mentalmente. Olhou para as horas e, realmente, estava bem atrasado!

- Desculpa, mas tenho que ir buscar os meus irmãos às escolas deles!

- Certo. Na próxima quarta continuaremos, ok?

- Sim.

Rawiri fez a questão de levar o australiano à porta.

- Até à semana!

- Até! Ah, Rawiri, o teu bolo estava muitíssimo bom!- Jett disse, com o seu maior sorriso.

Ele saiu. Rawiri não conteve e sorriu de forma idiota. É, não falhei., pensou ele.

•ᴥ•

Wendy entrou no carro, chateada com o atraso do irmão.

- Por que chegaste tarde?!

- Desculpa, mas tive consulta. Aliás, todas as quartas-feiras futuras, estarei ocupado. O Jack tratará de te ir buscar.- ele começou a conduzir o carro.

- Por falar nele, ele não virá a casa?

- Não. Ele acabou de enviar uma mensagem a dizer que ia ficar em casa do Saito.

- Hm!~ O que irá acontecer?!~

- D-De certo nada! Eles ainda não estão prontos!

- Eles estão a namorar à um ano! Já deve ter ocorrido essas cosias!

- De onde ouviste tais coisas?

- Nas aulas, oras!

Jett bufou. Como a sua querida irmãzinha ficara assim, com tais pensamentos? Ela só tinha 13 anos! Era a idade de querer um canguru como animal de estimação, de brincar às casinhas e às bonecas…, não, Jett, ela não está nessa idade! Aliás, até ultrapassou. Isto… É puberdade feminina?!, ele se interrogou, aterrorizado com a ideia.

Assim que chegaram a casa, Wendy foi directamente para o seu quarto.

•ᴥ•

Era a quarta-feira da outra semana. Os pesadelos persistiam, e, desta vez, começavam com diversos sonhos. Num deles, por exemplo, era a Wendy a apresentar o seu namorado ao Jett e segundos depois, tudo começava a arder. Bom, ele também não se importava se o futuro namorado dela ardesse, mesmo. Quanta protecção.

Suspirou frustrado ao ver que a sua irmãzinha estava a crescer depressa demais.

- O que se passa, Jett?- Rawiri perguntou, sentando-se no seu sofá.

- Acho que a minha irmãzinha está a crescer.

- A… Wendy?- Rawiri perguntou, tentando-se lembrar do nome da pequena que Jett mencionara antes.

- Sim, ela. E ainda tem o Jack. Ele entrou na vida sexual!

Esse comentário fez Rawiri corar um pouco. Apesar de ser despreocupado com a maior parte das coisas, ele se envergonhava com aqueles comentários sobre sexo.

- Bom, Jett, vamos começar?- Rawiri questionou, para mudar de assunto.

- Sim.

O loiro pegou no seu bloco de notas e na caneta, que tinha um boneco em forma de ovelha no topo. Jett achou fofo.

- Os pesadelos persistem?

- Sim, mas desta vez não é só o meu pai que arde. Também a Wendy, o suposto namorado dela…

- Ela tem namorado?

- Não! Eu nem quero pensar nisso…

O neozelandês riu um pouco ao ver que Jett era um irmão protector.

- E o Jack? Ele namora, certo?

- Sim. Com um rapaz japonês.

- Oh, ele é homossexual? Como reagiste a isso?

- Reagi normalmente, claro. Ele apresentou o namorado para nós e o Saito, o nome dele, era muito educado. A Wendy é que teve quase um ataque.

- “Ataque”? Como assim?- Rawiri não entendeu e o nome “Saito” lhe lembrara de algo, mas do quê?

- Sim. Foi para o seu quarto e começou a gritar que nem uma fã grita e ouvi uns “que lindo yaoi!” e “estás a testar-me como fujoshi, Deus?”. Depois voltou, como nada tinha ocorrido.

- “Yaoi”? “Fujoshi”? O que é isso?

- Não faço ideia. Eu ia pesquisar, mas acabei por esquecer.

Um silêncio reinou na sala. Rawiri se levantou e foi buscar o seu portátil.

- Vamos pesquisar!- Rawiri anunciou.

- ‘Bora!- Jett concordou, empolgado.

Começaram por pesquisar o que era “yaoi” e, assim que viram o que era, o neozelandês fechou o portátil com força e ambos olharam para o nada, com um rosto sem emoção.

- A tua irmã precisa de ajuda.

- Pois precisa…

Rawiri colocou no portátil na pequena mesa que havia no centro.

- De qualquer jeito… Como os teus irmãos reagiram à morte do vosso pai?

- Bom, a Wendy, no início, chorava no quarto ou quando estava sozinha. Ela tentava ser madura. Já o Jack teve o suporte emocional do Saito e passou a maior parte do tempo com ele, então não posso ter a certeza.

- E tu? Como reagiste?

O australiano calou-se. Como ele tinha reagido à morte de seu pai? Ele estava ao lado dele, não estava? Aquilo tudo se tinha passado tão rápido. Num momento, seu pai estava empenhado a combater o incêndio, no outro, lutava para que os seus sentidos não apagassem antes de chegar ao hospital. Jett lembrava-se que estava aterrorizado no momento.

Rawiri, ao ver a hesitação do outro, decidiu dar por terminado aquela sessão.

- Acho que já chega por hoje.

- Oh, certo. Desculpa por não ter respondido a essa pergunta.

- Deixa estar. Oh, é mesmo! A minha vizinha fez Pavlova com frutos silvestres e entregou-me um pouco. Queres provar?

- Tu gostas mesmo de doces, não?

Rawiri riu à provocação do outro. Se Jett não estivesse ali por causa dos pesadelos, o neozelandês poderia dizer que não havia nada de errado com o outro. Ambos foram para a cozinha e o dono da casa serviu o outro de Pavlova. Este doce, que provocou confusões entre australianos e neozelandeses sobre de que origem era, pareceu, até, juntar aqueles dois, o que seria irónico.

- Oh meu Deus, a tua vizinha cozinha tão bem!

- Pois é. Ela é uma senhora adorável.

- Quem costuma cozinhar lá em casa sou eu ou o Jack.

- Oh, tu cozinhas?- perguntou o loiro, espantado.

- Sim, pode não aparecer, mas eu sei cozinhar!

- Hm, acredito!- disse ironicamente, na brincadeira.

- Vou-te provar! Neste sábado, vens a minha casa jantar! Pode ser?

•ᴥ•

Rawiri olhava para a sala de visitas do Jett, com certo nervosismo. Era a primeira vez que vinha a casa de um dito cliente. Mas, ao pensar nisso, Jett não era exactamente um cliente… Ele estava a exercer a sua profissão, sim, mas Jett não era uma obrigação. Fazia aquilo por um favor e por um salvamento da sua adorável Ovelha, né? Agora sim, Rawiri não tinha certeza.

Ouviu a porta da sala a abrir-se e viu uma menina. A Wendy, com certeza., concluiu em seus pensamentos.

- Olá. És a Wendy, certo?

A Wendy olhou para ele, analisando-o. Ele até que é um bom partido para Jett., Wendy pensou. Acho que… Shippo!, ela sorriu de forma maliciosa.

- Sou sim!

Ela tem mesmo problemas!, Rawiri pensou ao ver o sorriso da outra. A porta da entrada abriu-se, tendo um australiano anunciando a sua chegada. Jett cumprimentou o recém-chegado, aliás, os recém-chegados, e avisou sobre a visita. Os tais recém-chegados foram para sala.

- Oh, olá! Deves ser o Jack, não?- Rawiri perguntou.

- Sou... E este é o Saito.- Jack apresentou-se a ambos.

- Prazer... E obrigado por aquilo do outro dia.- Saito agradecera de novo.

- “Pelo outro dia”? Já nos encontramos?

- Sim. No outro dia, no supermercado, o senhor ajudou-me.

- Oh, sabia que tinha ouvido o teu nome. E não é preciso tratares-me por “senhor”! O meu nome é Rawiri.

- Certo, Rawiri...-san.- completou-se, lhe seria desconfortável chamar-lhe pelo nome, não só porque o acabara de conhecer, mas sim pelo o outro ser mais velho.

Rawiri, por sua vez, não entendeu esse “-san”, mas deixou para lá. Assim que Jett terminara de preparar o jantar, chamou os outros. Para a surpresa do neozelandês, a comida estava mesmo boa. Afinal, não era um blefe, pensou sincero. Durante o jantar, ocorreu uma conversa calma, sobre coisas que tinham ocorrido naquele dia. Mas, como tudo acaba, Wendy teve que falar de um rapaz da sua turma.

- Quem é esse sujeito?- Jett perguntou, visivelmente ciumento.

- É somente um colega, oras. Desde quando viraste um irmão ciumento?

- És uma adolescente, eu tenho que me preocupar com os tarados que há aí!

- Ele é mais novo que eu.

Jett calou-se de imediato. Os outros três riram baixinho. Assim que terminaram, Rawiri ajudou a recolher os pratos, assim como Jett.

- Tenho que admitir. O comer estava realmente bom!

- Hahahaha! Eu sei.

- Mas acho que cozinho melhor.- esse comentário fora provocativo.

- Será? Terei que provar a tua comida, então!

- Fica combinado!

•ᴥ•

Já se passara três semanas e no bloco de notas de Rawiri havia diversos comentários sobre a personalidade do Jett: barulhento, corajoso, idiota, gentil, gosta de ajudar, competidor, irresponsável, interessante... Mas de onde vem esse interessante?!, era a pergunta que Rawiri queria a resposta. De qualquer forma, o australiano não revelava sintomas de stress nem nada que explique os pesadelos. Ou seja, Jett não estava a melhorar e o Rawiri começara a ficar preocupado. Preocupado não só com o moreno, mas também pelo facto que se o Jett não melhorasse, o loiro estaria a falhar. O receio começava a apoderar-se de Rawiri e pensamentos negativos começaram a perturbá-lo. Se ele não recuperar, o culpado serei eu, certo? E se ele me odiar por isso? Deixaríamos de ser amigos...?, ele parou aquele raciocínio. Nós somos amigos, certo? Rawiri não sabia se eles eram ou não. No início, era somente um favor, mas depois tornou-se algo mais para ele... Gostava de estar com o australiano, sem querer admitir isso. Sentia saudades do outro quando estava no trabalho, a tratar de outros pacientes...

- No que estou a pensar?- perguntou ele, esticando-se em cima da mesa do seu consultório.

Ele encarou uns papéis onde estavam descritas informações sobre pacientes. Na sua maioria, de crianças. As terapias eram diferentes para cada problema. No entanto, nas terapias infantis, as crianças desenhavam.

Rawiri decidiu ver alguns desenhos e avalia-los, psicologicamente. Eram simples desenhos, que contavam muito. Porém, um lhe chamou a atenção. Era uma árvore. Mal desenhada e irreal. Mas ela tinha raízes. Normalmente, as crianças não desenhavam as raízes. Afinal, para quê desenhar algo que não se vê? Mas, naquele desenho, havia raízes grandes e profundas. De facto, a criança que desenhara tal desenho tinha uma perspectiva diferente do mundo. Uma perspectiva profunda e sensível.

Ao mover o braço, ele empurrou uma pasta castanha e, consequentemente, deixou-a cair no chão. Eu tenho que arrumar a minha mesa…, pensou sem ânimo, esticando o seu braço para alcançar a pasta. Assim que logrou apanhar o objecto, olhou curioso para ele. Era o seu mais recente caso resolvido.

O caso era sobre uma mulher com depressão pós-parto. Tivera gémeos prematuros, que não aguentaram por muito tempo. Devido a isso e ao stress, a mulher começara a desprezar-se e a ter tentativas de suicido. Com a personalidade teimosa dela, este caso passou pelas mãos de muitos, mas somente Rawiri é que conseguira cura-la. Demorara mais de um ano, mas ele nunca desistiu. É, eu vou conseguiu curar o Jett, nem que seja a última coisa que faça!, pensou ele, mais animado.

Um cheiro a queimado tomou conta do lugar.

- Que cheiro é esse?

Ele levantou-se e foi procurar a origem do cheiro.

•ᴥ•

Jett estava no quartel de bombeiros à espera de uma emergência. Estava com tanto sono! Tivera outra vez um pesadelo, desta vez sobre Rawiri. Sonhara – ou talvez o termo “pesadelara” seria melhor – que Rawiri estava no seu trabalho e que tudo começara a arder. Jett tentara salvá-lo no pesadelo, mas não conseguira. Fora a primeira vez que ele acordava no meio da noite, por conta do pesadelo. Como não conseguira adormecer de novo, decidira ver as gravações que tinha da Eurovisão, pois, como bom australiano, tinha-se apaixonado pelo concurso desde muito pequeno e começara a gravar todos os anos. Enquanto cantarolava a música vencedora deste ano, o alarme de incêndio toca. Ele, automaticamente, foi buscar o casaco amarelo e pesado e o capacete. Jett ouvira o local onde ocorria o incêndio e ficara pálido. O local era, então, o hospital onde Rawiri trabalhava. Ele começara a ficar nervoso. As mãos deles começaram a ficar suadas e tremiam levemente. As pernas bambas andavam, quase que mecanicamente, para o camião dos bombeiros. Ele também reparou que Emma estava inquieta, o que piorou os seus nervos.

Chegaram ao local. O diretor do hospital veio ao encontro do chefe e informara que todos os pacientes tinham sido evacuados. Isso acalmou o coração de Jett, mas havia um “porém”.

- Um dos nossos psicólogos ainda não deu as caras. Isso está-nos a preocupar.- o diretor dissera.

Quando Jett ia se intrometer e perguntar o nome do tal psicólogo, Emma perguntara antes.

- O Rawiri Munu está bem?!

O rosto do diretor ficou com uma expressão de surpresa. Respondeu logo de seguida.

- É esse o psicólogo que ainda não apareceu.

A preocupação tomou conta do australiano. Eu não posso perder outra pessoa que amo!, pensou ele, ao pegar num machado.

- Chefe, irei entrar e procurar pelo desaparecido!

O chefe deixou-o ir, apesar de estar receoso pela capacidade mental do outro que perdera seu pai num dos combates de incêndios. Mas, ao ver os olhos verdes claros cheios de coragem do outro, aceitou. Confiou nele a vida do outro.

Assim que entrara no edifício em chamas, Jett começara a ficar cada vez mais preocupado. Onde estará ele?, era a pergunta que ele mais queria a resposta. Começara a entrar em salas aleatórias. Caso as portas estivessem fechadas, ele usaria o machado para as derrubar. Os seus companheiros vinham atrás, mas estes estavam concentrados a apagar as chamas interiores.

O calor estava insuportável, apesar de já estar habituado. No entanto, o calor estava diferente. Nesse calor, estava misturado a ansiedade, o medo, a preocupação e a adrenalina. O coração batia por mil.

Respirar começava a ficar complicado, mas só de pensar nisso, Jett ficara ainda mais preocupado pelo outro, pois se já era complicado para ele respirar, imagina o Rawiri, que estaria mais tempo lá dentro?

Com esse pensamento em mente, o seu corpo movia-se com mais rapidez.

Queria salvar a sua “ovelha”, o seu neozelandês, o seu Kiwi, o seu Rawiri. Sim, o seu.

Queria ouvir a voz do outro.

Queria ver o sorriso quase felino do outro.

Queria abraçar o outro e dizer que o amava.

Ah, pois queria.

Queria que o outro estivesse são e salvo.

Com esse molho de desejos, Jett continuava, confiante em suas capacidades.

•ᴥ•

Rawiri caminhava entre as chamas, à procura de uma saída. A maior parte dos corredores que ele tentara, foram consumidos pelas chamas. Como entendera que ia ficar por algum tempo preso, decidiu molhar-se, para não se queimar. Não encontrara nenhum extintor pois eles estavam depois das chamas. Que sorte., comentou em sua mente, irónico. Estava assustado e o ar começava a faltar.

- Rawiri!- ouviu alguém a chamar.

- Jett?

Olhou em volta, na busca dele. Assim que viu uma silhueta a vir a correr em sua direção, ficou aliviado. No entanto, uma coluna que sustentava o teto caíra entre eles.

- Maldição!- Jett exclamou.

Rawiri ia falar algo, mas começou a tossir com força: ele tinha inalado o dióxido de carbono.

- Hey, estás bem?!

- Estou...- respondeu, enquanto tossia.

- Eu arranjo maneira de te tirar daqui!- Jett estava visivelmente atrapalhado.

Rawiri se acalmou e parou de tossir. Apontou logo de seguida para a porta que estava ao lado de Jett.

- Essa porta irá dar a uma sala. A mesma sala que esta porta...- ele aponta para a porta que estava ao seu lado, visivelmente sem forças para falar mais.- dá.

Como uma flecha, Jett abre a porta do seu lado com certa força. Ele foi até à outra porta e abriu-a. Assim que olhou para o rosto de Rawiri, ficou aliviado. Aproximou-se dele e o abraçou.

- Estava tão assustado!

Rawiri correspondeu o abraço, apesar estar com certa falta de ar puro.

- Se te perdesse, não saberia o que fazer. Não queria perder outra pessoa que amasse, Kiwi.

O neozelandês corou com a declaração.

- K-Kiwi?- o loiro questionou.

- Eh, é uma alcunha. Não gostas?

- Se vais-me dar uma alcunha, terei que te dar uma também, não?- voltou a tossir- Mas primeiro, sairemos daqui que isto ainda está a arder!

Jett entendeu que o outro estava com dificuldades a respirar, então o puxou para perto da janela e abriu-a. Começou a chamar os outros bombeiros. Ao vê-los, o chefe mandou que fossem buscar o pano, que iria ser usado para apanharem aqueles dois.

- Hey, Kiwi!- chamou o outro.

- Sim?

- Vais saltar, ok?

- Eh?!

Rawiri olhou para baixo e viu bombeiros a esticarem um pano amarelo. Ficou apavorado com a ideia de saltar. Não tinha medo de alturas, claro. Tinha medo de errar na hora de saltar. E se saltasse com força demais? E se o vento atrapalhasse? E se...? E se...? Jett viu a hesitação do outro e logo viu que estava assustado. Pegou no outro ao colo, como fosse uma noiva, e sorriu.

- Agarra com força!

Rawiri olhou para ele como se estivesse louco. No entanto, Jett continuou e saltou mesmo. O neozelandês agarrou com força no outro e fechou os olhos. Assim que abriu, já não estava a cair.

- Hahaha! Conseguimos, mate!

- Eu ainda te mato...

O coração dele batia com força, por causa da adrenalina e o nervosismo. No entanto, a sua visão ficou turva e acabou por desmaiar.

- Rawiri!

•ᴥ•

O neozelandês acordou numa cama de hospital. Sentiu que a sua mão estava a ser agarrada por alguém e olhou para esse alguém. As bochechas dele ganharam cor ao ver que Jett agarrava a mão dele, enquanto dormia. Com certa dificuldade, ele se sentou na cama, e começou a dar festas na cabeça do outro. Ao sentir a caricia, Jett sorriu e acordou lentamente.

Desde o incêndio, que fora provocado por um descuido de um cozinheiro que deixara o fogão ligado, Jett não tivera mais pesadelos. Não sabia o porquê de terem parado

- Estás bem?

- Sim, claro! Os pesadelos pararam?

- Sim. Tudo graças a ti! Ainda quero saber como pararam.- Jett sentou-se na borda da cama.

- Bom... Acho que tenho a breve ideia.

- Sério?

- Sim. Tu falhaste ao salvar o teu pai, mas não falhaste ao salvares-me... Isso deve ter aumentado a tua confiança e o teu subconsciente parou com os pesadelos.

- Uou! És mesmo inteligente, Kiwi!

As bochechas ficaram ainda mais vermelhas.

- O-Obrigado, Oz.

- Oz? É essa a alcunha que me destes, hein?

- Sim, algum problema?- ele sorriu de forma provocadora.

- Não... Hm, eu tenho uma pergunta.

- Podes perguntar.

- O que vai ser de nós a partir de agora?

- Hm... Nós somos amigos... Não somos?

- Sim...

O clima estava tenso. Foi aí que Rawiri se lembrara daquilo que Jett dissera... “Não queria perder outra pessoa que amasse”, voltou a passar pela cabeça de ambos, e Jett se juntou ao Rawiri à dupla de super corados.

- S-Sobre aquilo de sobre não quereres perder mais uma pessoa que amavas...

- Tu podes esquecer isso!- exclamou o australiano, atrapalhado.

- E se eu não quiser?

Rawiri se aproximou do outro, com a intuição de o beijar. Jett sorrira e fora ele quem quebrou a distancia, beijando-o o outro.

•ᴥ•

Quanto tempo passou mesmo? Dias? Semanas? Meses? Não, dois anos! Agora, eles viviam juntos – não casados, pois não era legal na Austrália, a não ser que um deles fosse mudar de sexo depois do casamento – e estavam bem felizes. As suas únicas discussões eram sempre por causa de competições que eles faziam entre si. Rawiri perdera o medo de falhar e os sonhos reinavam naquela casa. Wendy descobriu o amor da sua vida – apesar de que ele já lá estivesse – e não parava de falar nele, logo Jett morria de ciúmes e, se não fosse pelo Rawiri, ele já teria capturado uma aranha venenosa e colocado na casa do sujeito que a irmã gostava. Jack atingira a maioridade e trabalhava num part-time para ajudar em casa e na faculdade, apesar de ter bolsa, assim como Saito. Aliás, ambos ainda estavam juntos e já pensavam em viajar pelo mundo. O sonho da Ovelha se realizou e agora tinha outro nome, Kowhai, que significava “árvore” em maori.

Naquele dia, em especial, estava com um sol forte. Um dia perfeito para sonhar, para sorrir e para divertir.

O cheiro de carne do churrasco pairava pelo ar, o que deixava água na boca a quem cheirasse.

- Hey Jett!~- Wendy chamou-o outro.

- Sim?

- O meu amigo chegou...

- Oh.

O sorriso de Jett tornou-se ameaçador. Então, o rapaz que Wendy gostava estava lá, em sua casa?

- Jett, sê simpático!- Rawiri alertou o outro.

- Claro!

Wendy foi chamar o tal amigo. Este, de cabelo loiro, olhos azuis e sobrancelhas grossas, sorriu e apresentou-se.

- O meu nome é Peter, desu yo!

- Hey, Peter!~ Sou o Jett.

Começaram a falar calmamente, com breves apresentações. Saito também chegara e fora recebido pelo namorado com alegria. Entre brincadeiras e conversas, aquele almoço fora divertido e Peter fora bem recebido pela família, até mesmo pelo Jett. Quem sabe se um cúpido fizesse o seu trabalho e realizasse o desejo da Wendy.


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Notas finais do capítulo

Inicialmente era para usar acrobatas, mas depois de ver uma notícia sobre os incêndios que ocorreram no ano passado cá em Portugal, que inclusive levou vidas de bombeiros experientes, tive a ideia de usar a profissão de bombeiro, como se fosse uma homenagem. Afinal, os bombeiros são pessoas treinadas principalmente para apagar incêndios, resgatar pessoas de acidentes de trânsito, desmoronamentos de edifícios, desastres naturais e outras situações semelhantes, pondo em risco as suas vidas e merecem os seus méritos. Já os psicólogos clínicos são profissionais de psicologia que trabalham na área da saúde mental, com a intuição de nos ajudar a ultrapassar os problemas.



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