For Now escrita por KindestHuntress


Capítulo 1
Prologue/Rescuing The Doc


Notas iniciais do capítulo

A aguardada continuação de The 70's, vlw, flw.



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X.x.x.x.x 1 - Prologue/Rescuing The Doc

Ligeiramente tonto, o senhor de cabelos cinzas andava em direção à luz. Vozes fracas irrompiam pelo corredor comprido e escuro, com palavras soltas que não faziam sentido algum. Ele não entendia o que diziam, apenas as ouvia de longe sem prestar a devida atenção. Seus pés estavam doloridos e sua boca, notou ele, tinha gosto de sangue. Algo úmido em seu rosto e, mesmo com a luz fraca bem longe, ele tocou e a reconheceu como sangue misturado com suor. O senhor agora obrigava seus pés a irem em direção à luz, tendo a sensação que lá suas dores e problemas desapareceriam. A claridade ficou mais forte, mais próxima e ele se viu sorrindo debilmente enquanto, aos poucos, seu corpo se curvava e suas mãos encostavam no chão gelado, denunciando seu cansaço.

As vozes vinham mais altas, mais exaltadas e estranhamente mais conhecidas. Um homem e uma mulher, de vozes agudas e cheias de ironias. Os dois se chamavam carinhosamente enquanto conversavam sobre alguém desacordado, falando alegremente nas possibilidades de algum plano mirabolante. Ele ouviu alguns nomes, mas não estava relacionando ninguém. Sua memória falhava desde que ficou preso no fluxo de tempo. Não lembrava do passado, não sabia o que era presente e não tinha a mínima ideia do que seria futuro.

Faltando pouco para chegar à luz, ele suspirou bem fundo antes de cair no chão, sem força alguma. Andou muito, perdeu a sanidade por causa do tempo, que ironicamente ele sempre invejou e quis. O tempo o maltratou, deixando-o fraco, machucado.

As vozes agora estavam tão próximas que ele, tão fraco e quase inconsciente, se admirou ao perceber que mãos suaves o puxavam para cima e o carregavam em direção à luz. Ficaram em silêncio antes de passarem pela abertura temporal, cujo calor e claridade sentidos após atravessarem, fizeram o velho homem sorrir, se apertando fracamente nas duas pessoas que o carregavam.

- Veja, não é fantástico? - A voz feminina disse, impressionada com algo que o velho não pode ver, pois continuava com os olhos fechados e batimentos descompassados.

Ele sentiu ser colocado em alguma espécie de maca, macia e confortável. Travesseiros com cheiro de lavanda suave, e ele se sentiu em casa, embora não soubesse ao certo o que significava.

- Oh, sim, minha querida, vejo que nossa principal ferramenta está em boas condições. Ou quase. - O homem que falou causou certo desconforto no velho, ao encostar em sua testa que ardeu e ele percebeu estar machucada com algum tipo de corte.

Os dois falavam agora bem próximos do velho homem, sussurrando alguns adjetivos negativos para o estado do homem que o deixaram mais confuso. Ele inspirou profundamente, buscando de repente um ar que não chegou em seus pulmões, e o casal se afastou, providenciando equipamentos para ajudar o homem a voltar para seu estado saudável.

Colocaram uma máscara de oxigênio em seu rosto, e o gás entrou de bom grado até os pulmões enfraquecidos, fazendo-o se sentir menos tonto. Sentiu uma picada em seu braço depois de passarem algo molhado e com cheiro forte. Um cobertor foi colocado em cima do corpo débil, o aquecendo ainda mais. Talvez estivesse mais gelado do que pensara, por isso todos os recursos para o manter aquecido.

Sua respiração normalizou e ele pensou que poderia falar novamente, mas um pouco temeroso de não produzir frases com sentido. Passou tempo demais sem falar com alguém, se limitando a apenas conversar consigo mesmo. Abriu a boca, mas a fechou novamente, escolhendo melhor suas palavras. Decidiu ver seus salvadores e tirar ele mesmo suas próprias conclusões sobre eles.

Um teto claro apareceu nas vistas do homem, e ele percebeu que não estava em um hospital. Tentou olhar em volta, levantar-se, mas mãos ligeiras o pararam suavemente. Ainda um pouco cego, ele pode distinguir os cabelos claros, quase brancos.

- Fique quietinho, Doutor. Ainda não está forte o suficiente. - A mulher de antes falou, alisando com carinho o braço dele. Ele notou os lábios finos e os olhos marcados. Para uma mulher, seus cabelos eram curtos demais, ele pensou.

Olhou em volta, percebendo outros dois rapazes encostados na parede. Ambos tinham o mesmo tom de loiro da mulher, mas vestiam roupas esquisitas, marrons e douradas, com cortes estranhos nas pernas das calças e nas blusas. Moda, ele bufou mentalmente, voltando a encarar a mulher. Ela sorria, maliciosa, e ele não entendeu o que estava fazendo ali.

- Meu querido Doutor... Creio que o senhor tem algo que queremos... - Declarou ela, ficando mais perto dele, passando os longos dedos finos nos cabelos prateados.

Os outros dois homens se aproximaram da maca, interessados no que ela começou a falar. Eram muito parecidos, e o velho imaginou que fossem trigêmeos loiros e, percebeu tardamente olhando ao redor, ricos.

- E o que eu tenho, senhorita? - Falou, sua voz falhando pela falta de uso. Ela ergueu uma sobrancelha clara, surpresa que ele pudesse falar.

- Você saberá em breve, só peço que agora você descanse. Retomaremos seu antigo plano, sua antiga ambição e dessa vez...

- Teremos o sucesso que você não conseguiu anteriormente. - Completou o rapaz que já havia falado antes.

O terceiro irmão estava com os braços cruzados rente ao peito, sua expressão não era de expectativa como as dos outros, era mais dura, raivosa. O velho não entendeu nada, não se lembrava do que havia feito antes de cair no fluxo de tempo, muito menos de como havia chegado lá. Só estava contente de ter saído da escuridão e agora estava numa cama quente e macia, embora estivesse rodeado de três irmãos de cabelos claros dizendo que o ajudariam a conseguir um objetivo que ele não conseguiu da última vez e que não tinha a mínima ideia.

- Agora descanse, Tan. - O terceiro irmão falou, e sua voz era bem conhecida, mais que as dos outros dois. O velho ficou surpreso, tanto que voltou seu olhar para ele, alheio ao fato que a mulher estava com uma seringa espetada na bolsa de soro e sorria maliciosa como antes.

De repente Tan ficou sonolento e fechou os olhos, sentindo o sono atacar-lhe a mente, percorrendo seus sentidos até que ele caísse na mais profunda inconsciência. Os irmãos sorriram, indo silenciosos até a porta do quarto, tocando com carinho no capacete azul escuro que era parte de um velho plano, de uma velha história, mas com novas personagens e novos efeitos nas entrelinhas.


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Notas finais do capítulo

*sussurra* Deixem reviews para a Ally aqui!



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