Violet Of Night escrita por violetofnight


Capítulo 3
3- Reencontro


Notas iniciais do capítulo

Gente esse dai diz muito sobre essa vampira meio esquisitinha, principalmente sobre a personalidade dela tenho certeza que todos vocês vão se senti um pouco vingados. Queram saber porque? É só lê e mandar um recado se você gostar.



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   Tudo parecia extremamente igual, algo na decoração era diferente, – quase um século de avanço faz isso – mas era tão ínfimo que nem parecia realmente uma mudança.


    Eu conhecia cada pedra daqueles corredores e à medida que nos aproximamos da grande sala um nó apertava minha garganta.


   Finalmente eu entrei na sala – com minha postura mais arrogante – e olhei cada rosto presente, absorvendo seus poderes e suas reações.


   Como era eu quem estava chegando, resolvi cumprimenta a todos com um alegre “Boa noite”.


   Quando o som da minha voz tocou Marcus, ele ficou rígido e depois se contorceu numa mascara de dor, mas ele não olhou pra mim, ao invés disso ficou mirando algo no chão.


   Caius bufou com a expressão do ‘irmão’, mas acenou – desinteressado – em minha direção.


   A guarda inteira acenou com a cabeça – eles mais pareciam cães treinados e isso me tirava do sério. Como eles podiam ser tão cegos?


   Resolvi pegar leve, até porque era eu que precisava deles.


   Todos no castelo evitavam falar de mim e de Marcus. Todos falam que quando um vampiro encontra sua companheira é definitivo, nós claramente éramos uma exceção a essa regra, na verdade eu era exceção a muitas regras.


   Não era segredo que Marcus gostava de mim e também não era segredo que eu não correspondia, mas tirando os Volturi dava pra contar nos dedos de uma mão os vampiros que sabiam disso – e sobrava – e é claro que Aro e companhia não iam querer ver seu ilustre membro ridicularizado.


   Aro interrompeu meus pensamentos – intencionalmente – com um pigarro. Aro sempre foi o mais gentil de todos eles, mas seus gestos nobres encobriam um ganancioso general, que só se interessava em recrutamento, para ele quanto mais talentos melhor e com certeza ele não media esforços para isso.


“Então minha cara Alex? O que te traz aqui?” – suas palavras eram tão casuais e amistosas que eu custei para acreditar.


“Soube de uma grande família vegetariana na América do Norte e vim saber se é uma boa idéia tentar me juntar a eles”. – falei depressa sem muita emoção.


   Caius apertou os olhos, incrédulo.


“Ah! Não sei. Já faz quase um ano desde a ultima vez que estivemos lá”. – Aro respondeu hesitante – desde quando ele contava o tempo.


Aro falou, falou e eu entendi assim: Ah Sim! Mas você não pode se juntar a nenhum clã que não seja o nosso...blá-blá-blá-blá e toda aquela ladainha que eu já estava acostumada.


“Por que você não deixa eu dar uma olhada?” – eu perguntei já esticando a mão.


 “Por que você não descansa um pouco da viagem e come alguma coisa?” – ele falou parecendo extremamente humano.


   Eu ri descrente. “Vamos Aro! Sabe que eu tenho outras formas de saber”. – meus olhos instantaneamente encontraram a figura de Marcus.


   Aro pareceu um pouco desconcertado, talvez um pouco encabulado, mas esticou sua mão hesitante pra mim, e eu a toquei.


“Tente se concentrar nos fatos. Todos os outros pensamentos não me interessam”. – eu atirei as palavras.


   Ele inspirou fechando os olhos e deixando as imagens fluírem por sua mente.


   Era tudo fantástico, os personagens, os enredos e os cenários. Tudo parecia um filme e a inveja tomou conta da minha mente.


   Eles tinham tudo que eu queria. Uma família, companheiros, amigos leais e de quebra ainda tinham resistido melhor que eu aos Volturi.


   Era lá que eu queria estar, – quase corri para América – mas eu não podia, havia muitas coisas a esclarecer e era perigoso ir pra lá sem está preparada.


   Eu não me preocupava com os vampiros, até porque eu usaria a força deles para derreta-los, – é claro que eu não faria isso – mas os transmorfos me intrigavam. Eu não sabia o que esperar e achava que a idéia de explodir num lobo era improvável.


   Soltei sua mão já explodindo em gargalhadas.


   Só o som dos rosnados de Caius e Jane me fizeram para de rir, mas eu não estava muito preocupada com eles, tudo era tão perfeito – inclusive os pensamentos de Aro – que eu mal pude me conter para formular as milhares de perguntas em minha mente.


   Resolvi que ia pedir detalhes de todos os poderes e dos lobos primeiro, depois eu ia resolve qual seria a melhor estratégia.


   Antes que eu falasse qualquer coisa a voz de anjo – só a voz – da pequena Jane me questionou.


“Por que você não volta pro buraco de onde veio?”.


   Ela era sempre agressiva comigo, mas eu gostava de irritá-la. Perdi as contas de quantas vezes Aro a livrou de umas boas palmadas.


  Virando-me lentamente em sua direção eu falei irônica.


“Por que você não vai brincar querida? Os adultos querem conversar”. – eu peguei em seu ponto fraco, ela odiava ser chamada de criança.


“Sua vadia, eu vou te mostrar quem é a criança”. – ela falou já vindo em minha direção, mas Alec a conteve.


“Deixa ela Alec. Ta na hora de alguém lhe ensinar boas maneiras”. – eu gritei de volta.


   Ela apertou os olhos e me atacou com todo o seu poder.


   Não era doloroso só um ouço incomodo, como um membro dormente, mas ela sabia que ataques me tiravam do serio.


   Não pensei duas vezes voei pela sala e rugi. “Sua pirralha mimada. Agora você vai ter o que merece”.


   Puxei meu braço o máximo que pude, depois o lancei com toda força contar seu lindo rosto. A parte externa da minha mão atingiu seu rosto em cheio e ela voou belos metros antes de atingir a parede.


   Toda guarda reagiu se colocando em posição de ataque e eu instintivamente os acompanhei.


   O doce som do tapa ainda ecoava pelos corredores, se assemelhava a duas montanhas se chocando.


   Jane se recompunha já em posição de defesa, mas antes que a sala virasse uma praça de guerra, Aro interveio.


“Por favor, garotas se comportem. Alec leve sua irmã para dentro”. – ele pediu calmo apesar da cena.


   Eu me forcei a entrar num estado mais calmo, enquanto Alec arrastava Jane pra o interior do castelo.


   Limpando a garganta eu perguntei: “Então, de onde nós paramos?”.


“Você ia me fazer um milhão de perguntas”. – ele respondeu revirando os olhos.


   Ele se dirigiu para o seu lugar e se acomodou no seu majestoso trono.


   Quando eu ia começar as perguntas ele me interrompeu.


“Espero que não se importe se eu fizer um lanchinho”.


   Bufei de raiva, ele sabia que eu me importava, mas decidi não discuti.


“Assim que o Sol nascer eu volto”. – foi tudo que saiu antes que eu sumisse no corredor.


   Segui em direção ao meu antigo quarto, por algum motivo eu sabia que ele continuava lá. Abri a porta incrédula, um século se passou e nada tinha mudado. Aparentemente eles limpavam e trocavam os lençóis constantemente, mas isso só fazia a cena ficar mais bizarra.


   Fui me arrastando até a grande cama me atirei de bruços fechando os olhos, tinha esperança que minha técnica do sono funcionasse aqui, mas isso era quase impossível diante das imagens – da minha quase família – em minha cabeça.


   As batidas na porta interromperam as imagens e me fizeram levantar irritadamente para atender.


   Deus deve ser a Jane, a pirralha não desiste. Vou mostrar a ela o que ganha por me incomodar.


   Abri a porta quase esmagando a maçaneta e antes de olhar pra cima soltei.


“Se veio aqui pra arrumar...” – minha frase foi abruptamente interrompida quando eu encontrei os olhos nublados de Marcus.


   Meu corpo congelou e eu parei de respirar, de todas as pessoas do castelo, eu achei que ele seria o ultimo a me visitar.


   Ele sorriu sem graça.


“Não vai me deixar entrar?”


   Me forçando a raciocinar eu questionei. “Marcus não acho uma boa idéia. Caius pode não gostar”. – nem eu acreditei na minha desculpa. Desde quando eu me importava com o que Caius pensa ou deixa de pensar.


   Pelo visto, nem ele.


   Eu arfei um pouco, essa batalha também estava perdida.


   Dei passagem pra ele, um pouco desconcertada, mas estava decidida a não deixar aquela conversa tomar rumos românticos.


“Então? Ao que devo a honra?” – as palavras saíram acidas demais.


“A honra é sempre minha, mas dessa vez vim falar de assuntos do seu interesse”. – ele falou confiante.


   Obviou que ele não ia perder a chance de falar algo impróprio.


“Como o quê?” – eu quase rosnei.


“Os Cullens, é claro!” – ele agora parecia um pavão de tão confiante.


 “Então Aro te mandou aqui, já que ele está ocupado?” – eu mais afirmei do que perguntei.


“Ninguém me mandou. Só achei que você morreria de curiosidade se tivesse que esperar até de manhã”. – ele me olhou confiante sabendo que era verdade.


   Fui me sentar na cama – ele me acompanhou – pra começar a bateria de perguntas. Com certeza a noite seria longa.


“Conte-me tudo, não me esconda nada!” – eu disse tentando fazer piada.


   Ele começou bem do começo, falando de como cada um foi criado.


   Eu me acostumei com seus nomes e histórias e aquela altura eu já me sentia da família, mas foi a jovem Bella que me chamou atenção. A garota sabia mesmo entrar em encrencas.


   A noite foi passando e as histórias se desenrolavam como fitas, e então os relatos esbarraram nos transmorfos, esse sim era um ponto que eu queria explorar.


“E como meu talento se adapta a eles?” – minha curiosidade vazou.


 “Não sei ao certo meu. Eles são quase tão fascinantes quanto você”. – ele rapidamente desviou o olhar sabendo que eu não ia gostar da observação.


   Quando ele se deu conta já era tarde e eu dei a conversa por encerrada.


   Ele suspirou e foi pra porta, mas parou lá e ficou me olhando, quando eu ia falar ele tirou algo do manto preto, um envelope, e o entregou a mim.


“Espero que seja feliz com sua nova família e se não der certo, lembre-se que eu continuo esperando”. – ele se virou pra sair, mas parou e falou. “Não se atrase”.


   Dentro do envelope havia uma passagem para Washington, marcada para as sete, o que só me dava tempo de chegar ao aeroporto.


   Eu olhei – pelo que eu esperava ser a ultima vez – para o castelo e desejei não ter que voltar lá.


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Notas finais do capítulo

Gente espero realmente que tenham gostado. Se gostarm (ou não) mandem um recado.