Avatar - O Ciclo da Terra escrita por O Filho de Júpiter


Capítulo 3
Capítulo 3: A Terra Protegida Pelo Sol


Notas iniciais do capítulo

Obrigado aos meus leitores (dois) fiéis. Se eu não desisti da estória foi por vocês. ♥



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Semanas haviam se passado enquanto eu estava a bordo do navio que me levaria à Nação do Fogo. Era um navio de porte médio que servia como transporte de mercadorias e de passageiros, mas com exceção de mim haviam apenas mais quatro passageiros a bordo e os funcionários da embarcação. Não havia luxo tão pouco coisas para se fazer, então eu passava a maior parte do dia olhando para o mar na esperança de ver surgir no horizonte a próspera Nação do Fogo.

Eu estava sentada no deck do navio observando o pôr-do-sol tingir o horizonte de laranja e vermelho. Eu não me lembrava de ter visto um crepúsculo tão colorido em Omashu. Era como se o céu azul fosse tomado por chamas aquareladas que espalhavam nuances que transmutavam-se do vermelho rubro ao amarelo cintilante passando pelo alaranjado forte.

—É lindo não é? -Dizia um dos trabalhadores do navio encarregado de manter a área externa organizada. —Esse é o pôr-do-sol que só pode ser visto neste lugar do mundo. Esse é o convite de entrada da Nação do Fogo. Dizem que o Sol rege e protege a Nação do Fogo, dando-lhes força durante o dia. Entretanto a ausência do Sol durante a noite poderia desencorajar os dobradores de fogo os deixando desamparados, então o Sol espalha toda sua exuberância instantes antes de deixar o céu, como uma promessa de que no dia seguinte ele voltará para cuidar do seu povo.

Enquanto ouvia o que o homem falava me sentia envolta em cada palavra como se eu pudesse me sentir segura apenas estando próxima àquelas luzes. Foi então que eu percebi que as luzes começavam a se esconder através que um pico de terra, então era ali.
—A Nação do Fogo!? Chegamos?
O homem sorria e confirmava o fato com um aceno de cabeça. Parecia inimaginável! Não era comum pessoas visitarem outras nações, e a exuberância desta nação era reconhecida por todos em Omashu. Todo os detalhes e requintes, toda a fortuna de uma terra fértil que prosperava em um ritmo acelerado.

Depois de algumas horas o navio já estava ancorado ao porto e eu deixava minha cabine para desembarcar. Não havia trazido muitos pertences, então não havia o que carregar. Andei pelos corredores tentando manter a calma, mas eu estava agitada. "Calma, não se afobe" eu dizia a mim mesma, mas parecia inutil naquele momento. Desci pela rampa de desembarque querendo pisar no chão desta nação (fazia muito tempo que meus pés não sentiam o toque da terra), foi então que um guarda do porto me puxou pelo braço gritando:

—Ei você, retire essa máscara ou não poderá adentrar neste nação.

Eu não tive tempo de sequer reagir e com um único movimento o guarda arrancou a minha máscara com rispidez e me arremessando para outro guarda. Involuntariamente eu busquei pela máscara estendendo meu braço, mas não pude alcançá-la. E enquanto meus cabelos cobriam minha visão ouvi a voz que parecia pertencer a um senhor de idade:

—Soltem-a! Soltem ela seus idiotas. Não sabem quem ela é.

Eu vi o brilho de chamas percorrerem o caminho que se formava de trás de mim até o guarda que havia retirado a minha máscara. Foi tudo muito rápido, mas as palavras "Não sabem quem ela é." ganharam uma atenção melhor. Não poderia acontecer isso, eu não queria que soubessem quem eu era desta forma. Me virei rapidamente para o dono da voz que havia intervindo a meu favor, na esperança de o impedir de dizer "Ela é o Avatar!", mas fui supreendida.

—Ela é a Alta Sacerdotisa do Reino da Terra. Ela é uma convidada pessoal minha! -O homem já de idade com pintura na face e roupas adornadas de ouro e plumas havia sido cauteloso em manter minha identidade sob segredo, não apenas o fato de eu ser o Avatar mas também devolvendo-me a máscara de prata que havia sido arrancada anteriormente. —Você está bem Yala?

—Estou. Muito obrigada...Senhor Zahau? -Perguntei meio na dúvida, mas o fato de ele ter dito que eu era uma convidada pessoal dele me fez imaginar que ele era o líder dos Guerreiros do Sol e o meu futuro mestre de dobra de fogo.

—Sim, sou eu mesmo. E é um prazer indescritível finalmente conhecê-la. E me desculpe por este inconveniente.-Os guardas já não estavam lá, então pude recolocar a máscara enquanto via Zahau colocou sua mão direita sobre o punho de sua mão esquerda fazendo uma reverência respeitosa que imediatamente imitei.

—Teremos tempo para as devidas apresentações e conversas que se formaram através de inúmeras perguntas de ambas as partes, mas agora temos que pegar um outro navio que nos levará diretamente para a Cidade do Sol. É lá que iniciaremos o seu treinamento jovem Avatar.

Zahau era tão calmo e acolhedor quanto o crepúsculo da Nação do Fogo. A energia que ele emanava preenchia o ambiente como os primeiros raios de Sol depois de uma noite de verão. Era como a promessa de um dia bom e proveitoso. Me percebi envolta em suas palavras que exalavam sabedoria e por um instante esqueci como se pronunciaria as palavras que eu gostaria de proferir, mas um aceno de cabeça mostrou a minha concordância em segui-lo. Eu estava sorrindo feito uma boba, e agradeci pela máscara não revelar isso pois não queria demonstrar minha empolgação.

Este barco era visivelmente menor e possuía apenas duas cabines: uma que deveria ser do capitão do navio e outra para quem mais estivesse a bordo. Zahau e eu conversamos por horas sobre coisas sobre nossas nações e fundamentos que as envolviam. Se Omashu e o Reino da Terra se baseavam na perseverança e resistência, a Nação do Fogo e a Cidade do Sol se fundamentavam na renovação e busca de melhoria. O meu futuro mestre do fogo estava me iniciando na arte da dobra de fogo e nem precisou declarar isso, eu já estava compreendendo que o fogo era algo finito, ao contrário da terra, mas também era algo que poderia tornar-se grandioso em instantes, era o elemento vivo. Não haviam semelhanças entre esses dois elementos, então eu já começava a desconfiar do meu futuro aprendizado.

Depois de horas de conversas meu mestre me mandou repousar. Navegaríamos durante a noite e chegaríamos à Cidade do Sol instantes antes do nascer do Sol. Me recolhi para uma das cabines, enquanto Zahau se recolheu na cabine do capitão. Ele queria me dar privacdiade, supus.

Retirei a máscara de prata para poder dormir, mas a minha inquietação não me permitia relaxar. Eu estava ansiosa, eu desejava aprender mais uma dobra e algumas horas me separavam do meu início na arte da dobra de fogo.


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Notas finais do capítulo

Vamos ver o pôr-do-Sol me dê a mão ♫
Este capítulo foi feito as pressas, mas prometo que o próximo será o melhor que eu já escrevi relacionado a Avatar até agora.
Não me abandonem...



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