Living escrita por Absolutas


Capítulo 30
Bônus 6


Notas iniciais do capítulo

Não demorei tanto assim, fui até que bem rapidinho! kkk
Espero que gostem... Boa Leitura!



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BÔNUS 6

Nathan

Dorothea então fechou a porta atrás de si, deixando apenas o silêncio por alguns segundos no quarto de Sarah. Minha cabeça fervilhava, enquanto eu tentava processar tudo o que eu descobrira. Primeiro, Dorothea era mãe de Sarah. Segundo, Josh tinha um irmão que era um recruta de Dorothea por livre e espontânea vontade. Terceiro, Kiara, a pequena Kiara se fora – isso Lorena me contara no caminho até aqui. E quarta, Sarah viera com um garoto, o qual eu não fazia ideia de quem poderia ser; porém Dorothea parecia conhece-lo. Isso me preocupava, pois após tudo o que fora dito, não era difícil desconfiar de qualquer estranho que aparecesse, certo?

Estava distraído o suficiente para me sobressaltar com o toque das mãos de Lorena em meu rosto, seu olhar era de extrema dor e eu estremeci ao constatar que não podia livrá-la dos acontecimentos que estavam por vir, afinal, eu estava ferido – um ferimento que parecia piorar a cada segundo – e estava com uma ameaça de morte sobre minha cabeça.

Uma lágrima escorreu furtivamente pelo canto do olho esquerdo de Lorena enquanto ela fitava meus olhos intensamente. Meu peito se contraiu em resposta.

– Não chore, amor. – sussurrei para que os outros ao redor não escutassem. Limpei a lágrima solitária com meu polegar e retribui seu olhar com a mesma intensidade, com o mesmo amor contido, com o mesmo desejo de ter uma vida inteira pela frente. Ainda era um pouco estranho para mim sentir algo tão forte quanto o que eu sinto por Lorena, jamais sentira algo parecido antes dela. Qualquer um, tal como ela fez, teria medo e insegurança diante de algo deste porte e tentaria fugir de todas as formas; mas eu não. Na verdade, não pensava muito sobre isso; apenas dava ao meu coração o que ele queria, o que ele precisava. O que no caso, era ela. – Você vai ficar bem. – murmurei a mentira em seu ouvido. Era o que eu mais queria acreditar no momento; eu morreria feliz se tivesse a certeza de que ela estaria bem.

– Não, não vou. – Lorena abriu um sorriso tristinho e encostou os lábios delicadamente nos meus. Nenhuma ameaça de morte poderia me impedir de sentir a onda arrebatadora de sentimentos que me atingia quando ela me beijava. Não pude deixar de sorrir entre o beijo. – Eu nunca – enfatizou, apartando-se de minimamente de mim. – irei ficar bem, se você não estiver comigo.

– Lorena... – hesitei. O que poderia dizer a ela nesse momento? Como poderia consolá-la? Eu certamente me sentiria da mesma forma se a situação se invertesse. – Eu te amo. – optei por dizer minha única certeza enfim. Não adiantariam mentiras numa hora como essa. Não queria morrer sabendo que a enganei com esperanças vãs. – Eu te amo mais do que eu um dia achara ser possível, mas acho que você já sabe disso. – sussurrei contra seu ouvido.

– Eu gosto de ouvir. – sussurrou de volta, passando os braços por minha cintura e apertando-me contra ela. – Quantas vezes você quiser me dizer.

– Também gosto de ouvir. – declarei e ela fungou.

– Nathan Walker. – Lorena citou meu nome devagar, saboreando o som dele em seus lábios. – Eu amo você. Não queria admitir, ou mesmo acreditar na época, mas eu me encantei por você desde a nossa primeira conversa no reformatório.

Não consegui reprimir o sorriso triunfante ao vê-la admitir o que eu sabia desde o início.

– Que bom que resolveu me falar isso. – provoquei.

Ela ignorou o tom de provocação em minha voz e deslizou o nariz pelo meu pescoço, causando-me uma onda de arrepios.

– Você merece saber. – declarou.

Nesse momento fomos despertados da nossa conversa particular por um alvoroço a nossa volta. A voz de Kathie tornou-se dominante. Mas ignorei. Na verdade não me importei muito com o que estavam falando, só queria passar meus últimos segundos de vida com Lorena. Passei meus braços por sua cintura, ignorando a dor lancinante em minha clavícula.

– Nate, escute. – pediu Lorena. – Eles querem... lutar? – um olhar esperançoso perpassou por seu rosto e me obriguei a prestar a atenção a tempo de ouvir Katherine dizer:

Nós podemos.

– Ela tem razão. – Taylor falou, surpreendendo a todos, afinal, ela nunca tomava a frente. – Eu não quero voltar para aquele reformatório, prefiro morrer.

– Nós também concordamos em lutar. – anunciei incapaz de me conter, e uma olhada rápida no rosto de Lorena, fez me saber que ela queria o mesmo. – Sei como é aquele inferno, estive lá por algumas semanas. – acrescentei. Jamais permitirei que ela volte para lá enquanto viver, foi o que não verbalizei, pois pareceria meloso e forçado em uma conversa comum; mas era o meu sentimento real.

– Sim, Sarah. Eu não vou. – Lorena falou ao meu lado. – Se ela quer matar Nathan, que me mate também. – sua voz falhou e acariciei seu braço afim de consolá-la.

Sarah suspirou e fechou os olhos, apreensiva. Todos a observávamos com expectativa, afinal, a mulher acabara de se declarar mãe dela, não podíamos avançar para mata-la sem aviso prévio, certo?

– O que me diz, Josh? – indagou ela. Josh estava calado até então, talvez fosse o choque por reencontrar seu irmão em um momento tão inoportuno.

– Não preciso nem dizer que estou dentro, não é? – ele arqueou uma sobrancelha como se sua resposta fosse a mais óbvia do mundo. – Não quero morrer.

– Certo. – Sarah assentiu parecendo satisfeita.– Elliot? – indagou olhando para o cara que viera com ela. Então era esse o nome dele, pensei.

– O que você quiser. – falou pegando a mão esquerda de Sarah, fazendo-me arquear uma sobrancelha. O que eu havia perdido? – Independente da sua decisão, estarei contigo.

– Era tudo o que eu precisava ouvir. – ela sorriu para ele e caminhou até a cama novamente, pousando sua mão no rosto enrugado de Jerry. – Tio Jerry, você precisa aguentar firme. –ela o instruiu com a expressão mais séria e desesperada que já vira em seu rosto. Sarah era muito boa em esconder emoções, mas agora ela as estava deixando passear livres por suas feições e tinha de admitir que isso a deixava mais humana. – Você vai sair dessa, nós vamos lutar. – garantiu a ele.

– Eu acredito em vocês. – notei um brilho diferente nos olhos de Jerry ao dizer isso. Sarah então se virou e encarou cada um de nós, lentamente, como se absorvesse nossas feições.

– Ótimo. – suspirou. – Alguém tem um plano?

E é claro que vários sorrisos se espalharam pelos rostos ali presentes. Tínhamos uma esperança afinal.


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Notas finais do capítulo

E aí o que acharam? Mereço comentários...?



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