Living escrita por Absolutas


Capítulo 24
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Demorei, eu sei; mas aqui estou eu com um capítulo novinho em folha! Espero que me perdoem. Boa Leitura!



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CAPÍTULO 19

– Lorena! – alguém gritou, chamando a atenção do meu tio e demovendo Elliot de responder a qualquer pergunta.

Por um breve instante, senti-me aliviada; essa conversa, certamente devia ficar para mais tarde. Porém, minha sensação de alívio durou apenas poucos segundos, pois assim que vi Lorena passar pela porta do porão, correndo com uma determinação e desespero imensos, meu coração gelou. Ela não estaria assim se não fosse algo grave. Não que Lorena fosse covarde, mas ela preferia estar em segurança em circunstâncias como esta, exceto...

Taylor parou ao meu lado, os olhos arregalados. Sim, com toda a certeza havia acontecido algo.

– O que houve? – perguntei.

– Há alguma coisa acontecendo lá fora. – ela mordeu o lábio inferior, o pensamento distante.

– Mas o bombardeio havia parado...

– Sim, mas há outra coisa. Não sei o que, mas Katherine diz ter ouvido alguns estouros lá fora. Não consigo ouvir coisa alguma, aqui é bem afastado.

– E por que Lorena saiu correndo assim? Se ainda estão atacando? – eu arqueei uma sobrancelha. Isso não fazia sentido para mim.

– Ninguém viu Nathan em lugar algum... – Taylor não precisou terminar, eu já não queria ouvir mais. Ele estava lá fora. Estava em perigo. Não prestei atenção no restante da frase, antes que ela pudesse me impedir, segui o exemplo de Lorena e corri em direção a saída.

– Sarah! – ouvi meu tio chamar. Virei-me e vi que ele me olhava com uma preocupação inconfundível no olhar, e Elliot, que se encontrava ao seu lado, não estava diferente. – Não pode sair agora, estamos sendo atacados!

– Eu tenho que ir, ele... eles estão em perigo. Posso proteger-me, protege-los. – respondi, virando-me novamente.

– Não quero que se machuque. – ele gritou, chamando minha atenção novamente. Eu suspirei. Todos nos fitavam a essa altura. Ótimo! Odeio chamar a atenção desta forma.

– Os ferimentos físicos não me incomodam, - justifiquei. – mas meus sentimentos ficaram devastados se eu não fizer nada. - a expressão do meu tio mudou de preocupada para derrotada. Ele me deixaria ir. Sorri. – Eu sei me cuidar, tio. – reforcei, antes de me virar e começar a subir as escadas. Mal havia subido o segundo degrau, quando Elliot se dirigiu a mim.

– Eu vou com você. – ele disse e sem esperar por uma resposta, começou a andar até mim.

– Não! – eu quase gritei, fazendo-o parar e me lançar um olhar confuso. – Eu não quero que você se machuque. Prefiro que fique. –pedi.

– Isso não é uma opção, Sarah. – ele voltou a andar, desta vez mais rápido e se não fizesse nada, não conseguiria fazê-lo ficar. Odiei-me por fazer o que faria, mas eu não tinha escolhas.

Antes que ele alcançasse o primeiro degrau da escada, ele parou como se tivesse atingido algo. Seus olhos verdes se voltaram para os meus com uma chama de fúria nada sutil. Ele também me odiaria por isso.

– Sarah, por favor. Deixe-me passar.

– Sinto muito Elliot. – murmurei e sem tirar meus escudo do lugar, corri o restante do caminho, levantando a porta do alçapão e passando por ela. Não antes de pegar a chave que estava do lado de fora e trancá-los lá dentro. Soltei o ar aliviada e temerosa. Pronto, eles estavam em segurança!

E enquanto colocava a chave no bolso da minha calça jeans, o olhar furioso e traído de Elliot voltou a minha mente, como um fantasma. Mas eu sabia que ele estava seguro e era isso o que importava.

***

O exterior da casa estava parecido com um campo de batalha. De uma batalha terminada. Muitos corpos jaziam sobre a grama chamuscada e destroços eram visíveis em todas as partes. Doía saber que eu não havia conseguido impedir a chacina. Sacudi a cabeça para me livrar dos pensamentos deprimentes e ergui o olhar afim de achar Nathan ou Lorena. Não os vi em parte alguma. Mordi o lábio inferior. Estava prestes a procura-los em algum lugar ao leste quando senti uma presença atrás de mim. Instantaneamente meu escudo se ergueu, protegendo-me. Era mais instinto que qualquer outra coisa. Era de certo um momento inoportuno, mas não pude deixar de lembrar do que meu tio disse a Josh na primeira vez ele que o sentiu. “É como se ela juntasse as partículas dispersas do ar. Como se as congelasse a sua volta e fizesse isso inconscientemente, instintivamente”.

Mal o pensamento se desfez em minha mente e senti uma pancada nas tais partículas ajuntadas que formavam meu escudo. Ouvi alguém xingar. Virei-me e avistei uma garota de cabelos pretos na altura do queixo. Ela era mais ou menos do meu tamanho e tinha uma faca de lâmina longa e afiada em mãos. Estava em uma distância razoável de mm; mais ou menos uns onze metros. Tiro ao alvo. Bom, eu também sabia brincar.

Rapidamente, peguei a faca que sempre deixava em minha bota. Ela tinha a lâmina negra, tal como seu cabo; sua ponta era ligeiramente curvada para baixo – sem dúvida, não era uma faca de arremessos , mas dava para o gasto. Aliviei meu escudo por um momento breve e lancei a faca, inclinando a de lado para que pudesse acertar meu alvo. E foi o que aconteceu. A faca acertou em cheio o braço da garota, pouco abaixo do ombro e ela gritou. Sorri. Não que eu fosse uma psicopata, mas era sempre bom acertar o alvo.

Isso com certeza teria sido o suficiente se eu tivesse lidando com humanos comuns, mas eu sabia que não estava. Então não dei a ela tempo de se recuperar, corri até ela, alcançando sua faca que havia caído no chão quando ela foi atingida; e com os dentes trincados, finquei a lâmina em sua barriga, tomando cuidado para não perfurar nenhum órgão vital – afinal, não queria mata-la, apenas imobilizá-la. O sangue escorria de ambos os ferimentos da garota, mas eu não tinha tempo para me sentir culpada pelo ocorrido.

Voltei então a minha busca, os olhos varrendo o local. Além de encontrar Lorena e Nathan, queria descobrir de onde havia saído aquela garota. Os aviões haviam desaparecido, mas agora, estando eu exposta, no olho do furacão, pude ouvir o que Kathie havia mencionado à Taylor. Havia mesmo alguns sons de estouros. Tiros, supus. Minha reocupação dobrou imediatamente escolhi uma direção e corri. Precisava encontra-los, Lorena não poderia protegê-lo. Se estivesse ferido...

Estava indo para o sul, notei, pois pude ver os restos do majestoso portão de entrada. Parei novamente. Havia um grupo alguns passos à frente das grades retorcidas; eram quatro pessoas – três homens e uma garota, todos portando armas enormes de dar inveja. Reconheci, mesmo a distancia, que a garota portava uma sniper e os outros três tinham cada qual uma AK 47. A garota com certeza era boa de mira, mas eu não estava suscetível a ser atingida.

Dei o primeiro passo em direção à eles – mesmo desarmada eu poderia ganhar, as armas de nada adiantariam se não pudessem me acertar. Contudo, notei algo pela visão periférica. Algo brilhante e alaranjado. Seriam chamas? Voltei ao meu esconderijo atrás de uma pilha de escombros e chequei o local, identificando a origem da luz a minha esquerda, ligeiramente para o norte. E sim, eram chamas. Mas não eram chamas qualquer, eles vinham das mãos determinadas de Lorena Williams, a qual havia formado uma linha de fogo entre si e seu oponente. Ótima tática, pensei orgulhosa; afinal, fora eu quem a ensinara a lógica de batalha. Mas mesmo que ela estivesse se saindo bem, ela claramente precisava de ajuda; principalmente porque havia alguém no chão atrás de si. Reconheci imediatamente os cabelos negros e brilhantes de Nathan. Eu arfei e me movimentei na direção deles, porém, mantendo-me escondida. Mesmo estando imune aos ataques, o fator surpresa era sempre a melhor tática.

Analisei melhor a cena. O cara tinha uma besta em mãos e uma pistola no cinto. Ele usava seu último dardo, mas não sua última arma. Eu precisava pegar pistola... A telescinésia extinta de Elliot seria extremamente útil agora. Mas ele não estava aqui e mesmo que estivesse, não poderia contar com seu dom. Eu precisava pensar.

Tudo seria mais fácil se Lorena simplesmente direcionasse as chamas para o inimigo, mas sabia que ela não o faria se ele não tentasse atacar primeiro; ela já tinha muitas mortes em suas costas. Surpreendentemente o oponente sorriu e apontou o dardo de sua besta para baixo, para Nathan.

Então uma lembrança me veio à mente: eu tinha certeza que Dorothea queria Taylor e Lorena vivas para sua vingançinha particular, mas e quanto ao resto? Eu sabia a resposta. Ordem de morte.


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Notas finais do capítulo

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