Going To Hell escrita por Ginger Bones


Capítulo 2
Capitulo 1




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Aquela era uma manhã chuvosa, e tudo que ele queria era continuar dormindo. Só que o despertador tocou mais uma vez as 6:20h. Embora quisesse, não podia faltar ao trabalho, não tendo o cargo que tinha. Sempre pensou que teria mais liberdade para folgas quando se tornasse mais importante na Delegacia. Aparentemente, até nisso errou. Desde que foi promovido, raramente tinha um descanso, ninguém o avisou que quando aceitasse a proposta de ser Agente de Campo teria, além de todas as novas responsabilidades, sua vida social praticamente acabada. Seus amigos já estavam começando a pensar que ele os tinha abandonado. Duas semanas, cara. Duas semanas, lhe diziam. Mal sabiam eles que agora ele quase não tinha tempo para dormir, quanto mais sair para beber e ir em festas com os eles.
Gostaria de saber porque seu pai tinha dito que aquele era o melhor emprego que poderia pensar em ter. Mas os tempos em que seu pai mandava nele finalmente acabaram, ele havia escolhido até sua faculdade sem nem pergunta-lo sobre, agora acabou. Talvez, seu próprio trabalho fosse nada mais que um de seus truques interesseiros para as campanha políticas do pai. "Meu filho é um grande agente do FBI, ele vai proteger vocês! Votem em mim." . "Votem em mim!", ah, se alguém soubesse o canalha que era, ninguém se atreveria a isso. Mas ninguém sabe da missa toda. Um dos motivos pelos quais ele odiava o Governo era seu pai. Às vezes pensava que ele só tinha o tido porque precisava de um herdeiro, tamanha era a consideração que tinha por ele.
Talvez ele fizesse a mesma diferença na vida do pai quanto a pedrinha na calçada que se chuta enquanto caminha.
Deixou que a névoa inebriante do sono se dissipasse totalmente e foi se arrumar para o trabalho. Já estava atrasado, de qualquer forma. Tomou seu café da manhã o mais rápido que pôde, sem se preocupar com a louça, resolveria isso mais tarde. Pegando as chaves do carro, deixou seu apartamento, optando pelas escadas. Nunca gostou de verdade de elevadores. O apartamento na cobertura era ótimo, e era orgulhoso demais para se mudar de lá e ter que, involuntariamente, admitir que tinha problemas com um empecilho como elevadores. Mas o motivo era algo que não queria lembrar. A claustrofobia o envergonhava na maior parte das vezes.
A garagem estava silenciosa tão cedo de manhã. Entrou no seu BMW preto e acenou para o porteiro que trocava de turno com seu colega quando passou por ele.
—Senhor!-cumprimentou o homem.-Tenha um bom-dia!
—Igualmente. -não é porque o chamam de anti-social que precisava ser mal-educado.
O caminho até a delegacia não era tão longo, mas tinha saído mais tarde do que o normal e o transito já estava complicado. Olhou as horas. 7:45h! Seu chefe iria matá-lo!
Chegou ao trabalho apressado e nem retribuiu o "oi" de sua secretária. Percebeu que ela continuaria a falar, mas nem esperou para entrar na sua sala e fechar a porta com força. Pode ter sido grosseiro da sua parte, mas não estava no humor para conversas. Ouviu três batidas na sua porta, provavelmente a secretária.
—Entre!-murmurou enquanto arrumava a papelada do dia anterior em sua mesa. Ouviu o barulho dos saltos da mulher antes mesmo de nota-la entrar.
–Desculpe a interrupção, senhor. Mas o chefe pediu sua presença na sua sala assim que chegasse. Pelo que entendi, é assunto muito importante! -falou a secretária com sua voz fanha. Ela já estava velha demais...–Não é algo que possa esperar? -perguntou.
—Não, senhor.-ela respondeu em seguida.-Eu suponho.
—Certo. Avise-o que já vou.
–Sim, senhor! -e saiu apressada de sua sala.
Levantou-se de sua cadeira e foi para a sala do chefe. Na porta estava pendurada uma placa onde se lia "Detetive Prior" . A secretária havia dito que ele já o esperava, portando nem precisou bater na porta antes de entrar.
—Detetive.-pigarreou. Ele parecia extremamente concentrado praticamente em cima de uma pilha de papéis de casos ainda abertos.
O Detetive pareceu levar um susto com a presença, no entanto, porque derrubou várias das folhas no chão ao fazer um movimento brusco para olha-lo.
—Ah, senhor Eaton! Finalmente apareceu!-ele fez uma careta ao ouvir o sobrenome, simplesmente detestava tudo que o lembrava.- Sente-se, por favor. Temos que ter uma conversa.
—É sobre o meu atraso de hoje, pois juro que não vai acontecer de novo e...
—Não, não, não! Você entendeu errado. Não é esse assunto. Depois falaremos sobre isso.- olhou-o serio ao falar a ultima frase, mas estava confuso. Se não era sobre o atraso, sobre o que seria?- Na verdade, tenho uma nova proposta para você. Uma oportunidade única! Tenho certeza de que será vantajoso para nós dois.
Entregou-o uma pasta bege com um carimbo "IMPORTANTE! Secreto.", vermelho bem no centro. Abriu a pasta para ver umas poucas folhas com os arquivos do que ele chamava de uma "garota-problema" que se lembrava vagamente de estar presa. Ainda não entendia.
—Não entendo, senhor. Ela não está presa?-perguntou levantando a foto da menina.
–Não. Não mais. Cumpriu a pena há dois meses e até onde sabemos, arrumou um novo emprego. Um justo, até agora.-respondeu baixando os olhos.
—A...Até agora? -o que ele queria dizer com isso?
—Sim. Infelizmente, recebemos a informação de que ela voltou a vida do crime. -detetive voltou a olha-lo.-Eric, o auto-denominado chefe da máfia Canniss Hell's, deu um jeito de entrar em nosso sistema para mandar um recado sobre seus novos planos. O desgraçado sempre gostou de se gabar. Ele quer roubar o Banco Central, e a escolheu para fazer seu trabalho sujo.
—Ainda não entendi porque está me contando tudo isso. Isso é assunto confidencial e eu sou só um agente de campo. O que tenho com isso?
—Queremos que você a impeça, prenda-os antes que terminem o trabalho como da última vez.
—Eu?
—Sim. O que me diz? Aceita?-estendeu a mão, esperando uma reação sua.
—Aceito.-disse enquanto apertava a mão de seu chefe. -Quando começo?
O Prior sorriu e começou a conversar com ele sobre o que teria que fazer. Não podia acreditar! Ele, justo ele, um simples agente de campo teve a confiança para um trabalho desse tipo. Não conteve o sorriso.


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Notas finais do capítulo

tentarei postar o próximo ainda hj, ok? gostaram?