Genoma escrita por Ariane Munhoz


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Então, quando terminei de ler a saga fiquei cheia de ideias de fics pra fazer a respeito, logo, essa é a primeira com meu personagem favorito, o Quatro, e tinha que ser sua né, flor, que me incentivou a ler a Saga. Espero que gostem!



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Geneticamente danificado.

Essas palavras pairam na minha mente como uma nebulosa enquanto as escuto saindo da boca de Matthew. Geneticamente danificado. Tirando de mim a única coisa que me diferia dos demais, a única coisa boa que Marcus havia me dado.

Não sei como encarar isso quando vejo as costas de Tris deixando o local. Não sei como encarar isso quando Nita pede para falar comigo. Não sei.

(Não sou geneticamente danificado)

Cerro os punhos com força até que os nós dos meus dedos fiquem brancos, só para que eu sinta que sou real. Como pode uma sequência genética, um monte de números desconexos, determinar se sou ou não divergente? Se sou puro ou danificado? Como posso simplesmente aceitar isso? Que me tirem a única coisa que me fazia sentir

(superior?)

bem comigo mesmo?

Não posso. Não aceito. Por isso a raiva borbulha dentro de mim com tanta força. Por isso não posso aceitar passivamente quando Tris diz que não importa. Pode ser fácil para ela, uma parte da nobreza. Pura. Geneticamente superior. Como posso ser inferior? Como posso ser uma anomalia capaz de controlar as simulações e ainda assim não-divergente?

(Uma mutação dentre tantas)

Não posso ser. Sou Divergente, eles não podem tirar isso de mim. A coisa que me fez aproximar tanto de Tris, porque ela era como eu. Porque foi isso que nos tornou mais íntimos, foi esse o primeiro passo que nos uniu tanto.

(E isso importa de verdade? O que os aproximou influencia no tamanho do seu amor por ela?)

Mais do que isso, não posso acreditar que todos os meus sentimentos são limitados a genes. Não posso acreditar – e tenho medo de que esse pensamento tome minha mente – que todo o amor que senti por ela, todo o ódio que senti por meu pai, a mágoa que senti por minha mãe, que tudo isso foi programado pela minha genética. E que estou propenso a falhas porque sou um defeito.

(Um erro)

Não.

Eu devo lutar contra isso, devo seguir em frente. Por isso aceito a oferta de Nita para que possamos ir atrás dos soros da memória. Não deixarei que o Departamento manipule mais a mente dos outros, que acreditem ser superiores. Eles não são.

(Não sou geneticamente danificado)

Deixo-me cegar por suas palavras mesmo quando Tris afirma tão absolutamente que ela está mentindo. Por que ela tenta fazer isso? Por que sempre quer acreditar que está certa? Será que ela está se deixando levar e acreditar que é superior? Ou será que estou ficando louco que começo a desconfiar que minha própria namorada não confia em mim? Mas não posso, não posso ficar sem fazer nada. Preciso fazer algo que prove que não sou um erro, uma falha no mapeamento genético. Preciso provar que não existe diferença

(ou será que existe)

nenhuma entre GDs e GPs. É isso e a minha sanidade que estão em jogo. E preciso disso. Como preciso de ar para respirar.

X

Uriah está inconsciente. Tris cospe as palavras em mim com tristeza, mágoa, raiva, eu não consigo discernir. Eu vejo a tristeza em seus olhos, vejo suas mãos trêmulas, a raiva em sua voz.

Talvez ele nunca mais acorde.

Enquanto tento digerir essa informação, só consigo pensar no quanto eles estavam certos a respeito.

(Sou geneticamente danificado?)

Não há uma explicação lógica. Uriah pode estar morto. O irmão do meu melhor amigo a quem prometi proteger, pode estar morto e eu contribui para isso, mesmo que indiretamente.

O que eu fiz? Por que eu fiz? Quão desesperado eu estava para provar que estavam errados?

Não estavam. Sou um erro, uma criança assustada em busca de respostas. Um dano na genética, uma anomalia que deveria ser corrigida de alguma forma.

E agora não tenho mais nada. Não tenho Zeke, meu melhor amigo que ficou na cidade e não sei como encará-lo depois do que aconteceu. Não tenho meus pais porque nunca os tive de qualquer forma. Não tenho Tris, porque... depois disso, ela disse que nunca mais vai me encarar da mesma forma.

O que posso fazer? O que posso fazer?

Fecho os olhos enquanto me encaminham para o interrogatório e a imagem da explosão que não vi repassam em minha mente. De Uriah sendo lançado como um boneco de pano no chão e balanço negativamente a cabeça.

Não há nada que eu possa fazer.

(Sou geneticamente danificado)


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Notas finais do capítulo

Resolvi usar o ponto de vista do Quatro, porque eu acho muito perturbador tudo o que ele sofreu. A Divergência era a única coisa que ele se orgulhava e isso foi tirado dele bruscamente, então eu acho que era um detalhe que merecia atenção.Fic pequena, mas escrita com muito amor. Espero que goste, Pel ♥ Comentem, compartilhem, façam uma autora feliz



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