Thief of Hearts escrita por Khaleesi


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Olá lindas pessoinhas que chegaram até aqui!
Eu tive essa ideia de one enquanto olhava algumas fanarts... e como sou uma pessoa de mente bem criativa quando quer, resolvi por no papel (documento) o que tinha pensado.
Espero que gostem!



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Thief of Hearts



A persistência realiza o impossível.”

Levy McGarden conhecia bem esse provérbio, já havia o comprovado várias vezes mesmo diante das desfavoráveis circunstâncias. E iria testá-lo mais uma vez essa semana. Como? Roubando corações, o seu egocêntrico hobby.

Após ter sofrido muito com decepções amorosas, a jovem havia decidido não se deixar mais abater ou se apaixonar, e foi a partir daí que começou a praticar o seu hobby; fazer as pessoas se apaixonarem por ela e depois sumir. Depois de algum tempo, isso se tornou uma espécie de jogo para ela, então começou a formular regras. A primeira era o tempo, tinha uma semana para fisgar a vítima. A segunda era a vítima, os principais alvos eram os mais improváveis. A terceira e última, também a mais importante, era não retribuir o sentimento. Não devia entregar seu coração novamente.

E era exatamente nessas regras que Levy pensava enquanto se dirigia ao Phantom Club, uma boate famosa da sua atual cidade, Magnólia. Esta noite seria uma caçada, portanto vestiu-se de acordo com a ocasião. O corpo magro e pequeno, porém delgado, fora coberto por um curto vestido de cor amarela. Uma sandália de tiras pretas envolvia os pés. Os cabelos azuis – exatamente o que leu, azuis – foram presos por uma fina tiara negra. A McGarden estava sentindo-se confiante no visual escolhido.

Assim que passou pelas portas da boate, os olhos acastanhados já começaram a escanear os rapazes, a procura de algum que lhe interessasse. Após alguma voltas pela pista, sem achar nada de atraente, decidiu ir para o bar. Sentou-se em uma das cadeiras altas e pediu um drink qualquer, depois voltou a observar as pessoas.

Um Blue Margarita? – uma voz masculina de timbre grave soou perto de onde Levy estava sentada. – Meio forte para uma moça como você, não acha? – o dono da voz apareceu ao lado dela, indicando a bebida que ela havia pedido com um sorriso sarcástico e malicioso. – Te aconselharia pedir um Blue Hawaiian, faria menos estrago e ainda combinaria com seus cabelos.

Touché! Foi a primeira coisa que Levy pensou ao ver o rapaz ao seu lado. Olhando para suas características – cabelos negros e longos, roupas em tons neutros e bem ajeitadas em seu corpo alto e estruturado – a moça teve a certeza de ter achado sua próxima vítima.

Está enganado, essa bebida não faz mais do que cócegas em mim, – respondeu, rindo. – e ela também combina com os meus cabelos – concluiu, apontando para a bebida azul no balcão a sua frente.

Essa eu quero pagar para ver, – ele comentou, sentando-se na cadeira próxima. Com um aceno de mãos chamou o barman. – coloque em minha ficha todos os Blue Margarita que essa moça conseguir ingerir – instruiu o homem e logo em seguida deu uma piscadela marota para Levy.

Abrindo um sorriso travesso, ela virou-se um pouco em direção ao rapaz e deu um bom gole do seu drink.

Prepare sua carteira – brincou, dando mais um gole – senhor misterioso que paga bebidas para mulheres.

Ah, claro! Já tinha me esquecido, sou Gajeel RedFox – o moreno apresentou-se e logo após depositou um beijo nas costas da mão dela.



(…)



Primeiro dia



A cada passo que dava, Levy sentia sua cabeça ser atingida por uma onda de choque. Após muito custo e algumas horas de enrolação, ela levantou (arrastou-se) da cama a procura de algum analgésico que lhe ajuda-se a passar a ressaca.

Apesar de ter tido consciência de que isso ocorreria de manhã, continuou com a aposta de Gajeel. Consumindo seis taças de Blue Margarita, a azulada assegurou sua vitória. E também uma dor de cabeça tremenda. Quando finalmente chegou a sua cozinha, escorou-se na bancada e olhou os armários, tentando lembrar onde havia guardado a caixa com remédios.

Em meio a procura, seu olhar passou pela geladeira e avistou o bilhete. Um sorriso formou-se nos lábios dela quando recordou de quem era o papel, e o que tinha escrito nele. O telefone de Gajeel. Fazendo uma nota mental de ligar para ele depois, continuou a procura do bendito analgésico.

Assim que ingeriu o remédio – que estava em cima da pia, onde ela havia se precavido e colocado antes de sair – dirigiu-se ao banheiro com intuito de jogar um pouco de água fria em si. Se havia alguma coisa que ajudava Levy a se recuperar era um banho gelado. Ali, embaixo da água gélida, sentiu todas as dores e preocupações escorrerem pelo ralo junto da sujeira e suor. Ficou mais tempo que o necessário, pois começou a planejar os próximos passos de seu joguinho.

Primeiro passo era ter o telefone. Ela já havia conseguido.

Segundo passo era se aproximar do cara e fazê-lo ficar interessado. Já ia providenciar isso, chamando-o para um passeio.

Quando sentiu que já sabia o rumo que tomar, saiu do banho e correu para o telefone, nem se importando que estava só de toalha em sua sala. Conforme discava, passou a conversa em sua mente, tinha uma noção de como conduzir o assunto até que ele chegasse no ponto que lhe interessava.

Alô? – a voz dele soou bem acordada no telefone, fazendo com que Levy desse uma espiada no relógio. Nove horas.

Liguei para verificar se não havia me dado o número errado, em uma tentativa de fugir de sua derrota – ela disse enquanto se sentava no sofá.

Gajeel deu uma risada baixa do outro lado da linha, um arrepio subiu pelas pernas nuas da moça ao ouvi-la.

Então conseguiu sobreviver a ressaca? Estou admirado. Não é todo dia que se encontra uma garota com um fígado como o seu.

Garota? – retrucou ela, um pouco indignada com a observação – posso ter um corpo pequeno, mas te garanto que de garota não tenho nada.

Só acredito vendo. Acho que você já pode perceber ontem a noite – ele comentou em tom de zombaria.

Então tenho que provar a você, mais uma vez? – dando corda para o assunto, Levy tentou levá-lo ao que queria. Apesar de as coisas terem saído um pouco fora da conversa planejada mentalmente.

Sim. Que tal um almoço hoje? – Sugeriu ele.

Fechado. Estarei lhe esperando no Blue Pegasus. Sabe onde fica?

Estou começando a achar que você tem uma queda por coisas azuis. Ah, respondendo a sua pergunta, eu sei onde é.

Nos vemos lá, Sr Incrédulo.



(…)



Pontualidade era algo sério para Gajeel, pois assim que passou pelas portas do restaurante, Levy o avistou sentado mais ao fundo, esperando-a. E ainda faltavam uns vinte minutos para o horário marcado.

Aproximando-se dele, ela tentou formular um plano de conversa, mas todos que havia feito em casa tinham se mostrado inúteis com ele, a conversa por telefone havia feito ela perceber que ele não era comandado por completo, de algum jeito conseguia manter-se fora dos jogos dela. Coisa que nunca havia acontecido antes.

O almoço foi algo inesperado para Levy, pois passou rapidamente em sua opinião. Fazia tempo que não se divertia em uma conversa, ou que não percebesse os ponteiros do relógio se movendo. Algo no diálogo com Gajeel a fez querer vê-lo mais vezes, coisa que foi correspondida por ele. O moreno havia se interessado na moça de cabelos exóticos.

Assim que estava em casa, sozinha com seus pensamentos, a McGarden permitiu que o alerta que estava buzinando em sua mente lhe tomasse conta. Sua parte sádica e vingativa lhe dizia para tomar cuidado com aquele rapaz, para que não se apaixonasse e depois sofresse quando ele a deixasse. Lembrando-se de tudo o que já havia ocorrido no passado, focou-se novamente em seu jogo. Silenciando a pequena parte sua que ainda acreditava no amor.



(…)



Quarto Dia



Eles eram uns babacas.

Levy riu com gosto com a resposta de Gajeel. Faziam uns bons vinte minutos que estavam se falando por telefone, mas isso não parecia importante para os dois no momento. Principalmente para ela, que queria esquecer um acontecido daquele dia. Levy havia sido demitida.

O jeito vai ser eu mexer minha bunda do sofá e procurar um novo emprego – comentou a azulada, tentando fazer piada – tem alguma sugestão para o meu futuro trabalho? – questionou-a, divertindo-se com a conversa.

Provadora de drinks, já sei que você aguenta uma boa quantia – respondeu-lhe, lembrando da noite na Phantom Club. Pareciam anos desde o primeiro contato com o moreno.

É uma boa ideia! Mas prefiro algo que me deixe sóbria e sem ressacas no dia seguinte.

Acho que posso te ajudar, – a voz de Gajeel soou séria, fazendo com que a moça prestasse mais atenção ao que ele diria – jogarei um verde com meu chefe, indicando você para a vaga de minha assistente.

Agradeceria muito se fizesse isso, Gajeel – desabafou, surpreendida com o gesto.

Depois você me recompensa – outra risada, mais suave dessa vez – tenho que desligar. Vou te retornar se tudo der certo no meu trabalho, okay?

Certo. Até mais.

Levy ficou encarando o aparelho em suas mãos por um bom tempo após o término da ligação. Um conflito de pensamentos havia se instaurado nela. Gajeel estava se saindo muito melhor que o esperado, seu pequeno joguinho de roubar corações a cada dia ficava mais distante. De uma coisa ela tinha certeza, se acabasse trabalhando junto do moreno, ela não poderia mais seguir adiante com seus planos, pois não conseguiria fugir dele, nem mesmo se tentasse.

Por mais que não quisesse admitir, uma parte dela havia se afeiçoado a ele. Sempre que seu telefone tocava, ela torcia que fosse Gajeel no outro lado da linha. Oras, o feitiço se virou contra o feiticeiro. Levy estava se apaixonando pela sua vítima. Talvez ele nunca tenha sido sua vítima de fato, pois sua convicção em seguir adiante com o jogo falhava toda vez que se encontravam.

A ladra de corações estava tendo o coração roubado.

E o pior, ela não queria que isso parasse.



(…)



Quinto Dia



Seu primeiro dia no novo emprego passou tranquilamente. Levy estava arrumando sua bolsa para ir embora, seu corpo pedia um belo descanso. Ser a assistente de Gajeel em um escritório de advocacia não era algo fácil, mesmo que parecesse a princípio. Seus pés acostumados com sapatilhas e sandálias de salto baixo pediam uma massagem urgentemente, as cinco horas consecutivas usando um scarpin estavam cobrando seu preço.

Pronta? – um arrepio desceu pela espinha dela ao ouvir a voz de seu chefe.

Sim.

Foram juntos para o saguão do prédio, arrancando certos olhares questionadores pelas pessoas que encontravam. Deviam parecer um casal pouco provável, mas ele não parecia se importar com a atenção dada aos dois. Por ser um rapaz cortês e com algumas intenções para com Levy, o RedFox deu carona a ela.

Então é aqui que você se esconde – ele comentou, estacionando o carro em frente ao prédio dela. Não era um dos mais sofisticados da cidade, porém não estava caindo aos pedaços como alguns da periferia.

Acertou – ela concordou, rindo – é melhor eu subir, não quero te atrasar – concluiu, apontando para o presente que tinha no banco traseiro.

Sem esperar uma resposta, Levy começou a abrir a porta para sair. Entretanto não conseguiu levantar do banco, pois uma mão forte lhe agarrou o braço esquerdo. Ela virou-se pronta para dar uma bronca, mas parou quando viu a proximidade de Gajeel.

Ele foi trazendo seu rosto para mais perto, hipnotizando-a com seu olhar. Num movimento rápido, ele fechou a porta e enlaçou a cintura fina dela, fazendo com que seus torsos colassem. Houve último olhar questionador, pedindo por permissão para fazer o que queria. Levy entendeu os gestos e assentiu com a cabeça.

Os lábios dele subjugaram os dela, mostrando quem estava no comando. A moça se extasiava com a intensidade que o moreno lhe beijava, nunca antes alguém tinha lhe proporcionado tais sensações. As pequenas mãos subiram aos cabelos negros dele e deram um leve puxão, trazendo-o para mais perto.

As mãos poderosas dele apertavam a cintura e o quadril, transmitindo ondas de choque pelo pequeno corpo dela. Estimulada, Levy arranhou levemente os ombros revestidos pela camisa social branca. Um pequeno gemido escapou dele, aumentando o frenesi dela.

Separaram-se num rompante, sem fôlego. Os peitos subiam e desciam num ritmo errôneo e rápido, demonstrando como estavam com os hormônios descontrolados. A melhor coisa a se fazer no momento para Levy, era sair daquele carro antes que ela o atacasse.

Após algumas palavras de despedida, a azulada disparou para dentro do prédio. Quando finalmente chegou em seu apartamento, permitiu-se pensar no beijo. Suas mãos foram aos lábios, tocando-os levemente ao lembrar-se do momento. Oh, ela queria beijá-lo novamente.

Um bip de seu celular a despertou para a realidade. Levy procurava o aparelho em sua bolsa, enquanto descalçava os sapatos apertados. Se alguém olhasse para ela no momento, pensaria que Levy estava com uma tremenda vontade de ir ao banheiro, de tanto que pulava e torcia as pernas na tentativa de fazer as duas coisas.

Depois de alguns tropeços, finalmente conseguiu tirar o celular da bolsa e ficar descalça. Largando-se no sofá, olhou para tela a fim de ver de quem era a mensagem. Quando reconheceu o número, um calafrio subiu por suas mãos. Era Gajeel.

Apenas queria avisar que esqueceu seu blazer no meu carro. Ah, e o presente é para minha mãe. Até amanhã!

Foi impossível não sorrir.



(…)



Algum Tempo Depois



Você não pode por mais sal aí, você estragará o arroz! – as mãos de Levy conseguiram parar a colher a tempo, não deixando que o sal se derramasse em cima da comida que estava sendo preparada. Gajeel bufou, mas recolheu a colher e a colocou na pia.

Aprender a cozinhar não era algo fácil, na visão do moreno. Mas, Levy era uma pessoa teimosa e estava insistindo nisso enquanto preparavam o almoço de domingo no apartamento dela. Ele a observava se locomover na cozinha, consertando os estragos que ele havia feito na comida.

Enquanto ela mexia na panela de feijão, seu anel prateado reluziu com a luz do sol que entrava pela janela. Um anel de compromisso. Ela e Gajeel haviam se acertado após um tempo trabalhando juntos, então resolveram formalizar o relacionamento deles. Estavam namorando a quase três meses.

Me diz que esse almoço vai ficar pronto logo, – reclamou ele, pondo as mãos em cima do estômago. – minha barriga já está roncando – e para confirmar a fala, um som alto se fez presente, arrancando uma risada da baixinha.

Está quase – Levy respondeu, sorrindo – aproveite e vá arrumando a mesa.

Certo.

Após abaixar o fogo para não queimar nada, ela se encostou na pia e ficou observando o moreno. Quem diria que ela se permitiria apaixonar novamente? Olhando para seu namorado, ela se deu conta do quão idiota era o joguinho dela. A sua vida como ladra foi definitivamente encerrada assim que botou os olhos em Gajeel.

Levy era acostumada a roubar os corações que queria. Sempre. Mas o destino quis que o dela fosse roubado, e ela não conseguia ficar com raiva disso. Deixaria que Gajeel lhe roubasse todos os dias se for preciso.


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Notas finais do capítulo

Tenho apenas uma observação a fazer: eu amei escrever essa one, principalmente o beijo!
Então, meus queridos/queridas, o que acharam? Estou louca para saber as opiniões de vocês.
Um beijo enorme e até a próxima.