Soluço, o líder de Berk: A guerra pela paz escrita por Temperana


Capítulo 9
O treinamento começa


Notas iniciais do capítulo

Oiiii!!!
Eu estava doida para postar esse capítulo. Ele apresenta coisas do livro que eu estava louca para postar. Esse capítulo é um dos que eu mais gosto, mesmo tendo pouca fofura (mas tem gente!!) Então vamos lá? Até as notas finais....



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Acordei no dia seguinte bem disposto. O que uma boa noite de sono (ou pelo menos algumas boas horas de sono) não fazem?

Levantei-me e coloquei a minha armadura, ainda meio sonolento. Olhei para o Banguela e ele ainda estava dormindo. Então eu não o acordei, porque ele não gosta de ser acordado, ele fica meio arisco.

Então eu desci e fui tomar café (e fazê-lo também). Eu vi que tinha um pouco de café em uma jarra e pensei que fosse o que eu havia feito no dia anterior. Então feliz da vida, eu coloquei-o num copo.

Quando eu coloquei o café na boca, percebi que não era o meu café. Definitivamente não era o meu café. Com certeza absoluta não era o meu café. Era o da minha mãe. Eu não sei por que ela tentava fazer café (tá bom, eu sei que não deveria ser tão mal com ela já que ela é tão boa comigo, mas é que ela não cozinhava muito bem né...). Então como você pode imaginar, estava horrível. Disputava feio com a cidra de iaque da Astrid (Eu sei que a Astrid agora sabe cozinhar, mas a cidra de iaque dela continua sendo horrível).

Voltando ao meu dilema. Eu não podia cuspir tudo no chão da cozinha obviamente. Então fui com caneca e tudo para o banheiro. No banheiro tem uma janelinha que dá para os fundos da minha casa. Eu abri-a e cuspi tudo para o lado de fora e derramei também o conteúdo da caneca do lado de fora.

Voltei para a cozinha e perdi toda a minha vontade de tomar café. Então bebi água para tentar tirar o gosto ruim da minha boca (você deve estar me achando muito mal por estar falando assim do café da minha própria mãe. Mas se você provasse o café dela, não iria me questionar...).

Então o Banguela desceu as escadas e foi até mim.

–Ah, Bom Dia dorminhoco, como vai?

Ele deu um longo bocejo e se aproximou mais de mim, em busca de carinho. Eu acariciei-o.

–Tenho certeza que você quer peixe, não é verdade? Teremos mais um longo dia pela frente.

Imagina se ele não concordou... Ainda tinha alguns peixes na cesta e dei a ele (na verdade havia umas cinco cestas aqui em casa para os peixes do Banguela, ele era um dragão comilão).

–Tenho que pescar mais peixes para você, Banguela. Pode me ajudar mais tarde?

Ele lambeu os beiços (se é que eu posso dizer que dragões possuem beiços, mas como considerava o Banguela uma pessoa, acho que não tem problema eu dizer que ele tem beiços, não acha?).

–Considero isso um sim. Ok, vamos logo então. Eu aposto que quer voar um pouco antes de ir para Academia – eu cruzei os braços e lancei lhe um olhar significativo.

Ele então subiu as escadas e foi atrás de sua sela, que estava no nosso quarto. Ele trouxe-a para baixo.

–Garoto esperto – eu ri para ele – muito bem, vamos lá amigão.

Eu coloquei a sela nele e saímos. Treinamos diversas manobras (como a de resgate, porque na guerra nunca se sabe certo?) e fomos para a Academia.

Chegando lá, só a Astrid estava treinando pontaria com machados. Confesso que ela é muito boa nisso (até demais, ousaria dizer). Quando eu desci do Banguela, ela percebeu minha presença e parou com os ataques aos alvos. Então ela me olhou e sorriu.

–Bom Dia... Líder – ela pronunciou essa última palavra de um jeito engraçado e eu não pude deixar de rir.

– Bom dia senhorita. Chegou cedo. Por sorte não estava na mira do seu machado. Não posso dizer a mesma coisa dos seus alvos. Sinto até pena dos barris.

Ela me olhou de forma desafiadora – Mas pode estar – ela me disse.

Eu olhei pra ela e aceitei o desafio. Pelo menos eu estava com a espada certa desta vez. Então a saquei e ficamos em posição de ataque.

–Não se eu não permitir – eu falei.

Houve um choque de metal com metal. Um treino sempre é bom (mesmo às vezes eu tendo duvida se para Astrid é só um treino ou ela vai realmente tentar me matar. É brincadeira, ok?).

Eu desviei de todos os seus ataques e dei vários golpes no ar para afasta-la. Ela particularmente odeia quando eu faço isso, porque ela não pode avançar. Então ela abriu sua guarda por um minuto. E nesse pequeno instante eu lhe dei um empurrão, no seu lado direito, num giro perfeito (eu sou canhoto e tenho que me adaptar a certas coisas). Agarrei-a por trás e consegui tirar o machado da sua mão.

Não pense que foi fácil segurar a Astrid. Ela é forte. Muito forte. Pontapés na barriga realmente doem. Mas eu consegui imobiliza-la e colocar a espada em seu pescoço.

Eu a soltei.

–E então milady, gostou das minhas habilidades – eu disse massageando a barriga. Ela pegou pesado comigo.

–Nem um pouco. Onde aprendeu a lutar assim – eu não sabia se ela estava com raiva ou não pelo o seu tom de voz.

–Parte perdendo para você – ela revirou os olhos – e parte com o meu pai.

O que não era a verdade e ela sabe disso. Então balançou a cabeça negativamente. Ela sempre insiste para que eu me lembre de como...

Está bem, vou lhe contar essa história.

Sinceramente, até os quatorze, treze anos, eu pensava que era destro. Sem brincadeira. Então eu utilizava a mão direita para tudo (ora, eu era destro, ou era o que eu pensava, então é meio óbvio que utilizasse a mão direita, mas esquece), inclusive para lutar. E digamos que eu era horrível.

Imagine que você passasse quatorze anos de sua vida andando com as mãos? Você tentaria progredir e equilibrar-se, mas sempre caía em cima de tudo. Tentando por exemplo ganhar uma corrida, mas sempre chegando em último.

Porém, você descobre finalmente a habilidade de andar utilizando os pés. E a partir disso, consegue conquistar grandes coisas.

Sim, eu era o pior espadachim que a Tribo Hooligan conheceu em sua existência. Era uma vergonha para os meus antepassados herdeiros da liderança de Berk. Mas eu utilizava a mão direita. Eu estava utilizando as mãos para andar.

Entretanto, num treinamento de luta entre espadachins com Olavo (cujo nome significa herança dos antepassados, que era o nosso antigo ancião, extremamente sábio) ele cortou o meu braço direito. O que eu usava para lutar. Consequentemente eu senti uma dor insuportável. E ele fizera aquilo de propósito. Por uma boa causa. Porque ele sabia que eu era um viking teimoso e não desistiria de ganha-lo. Pelo menos tentaria...

Então passei a lutar com a mão esquerda. E Olavo sabia que eu era canhoto, mas queria que eu descobrisse sozinho. E lutei como nunca havia lutado até ali. Eu descobri que podia utilizar as pernas para andar. Eu apliquei golpes que nunca me atreveria a aplicar. E derrotei o Olavo. Fui o primeiro a derrota-lo.

Mas eu escondi isso por alguns anos. O motivo eu não sei. Só quis esconder. Olavo levou meu segredo para Valhala. Ele morreu em um dos ataques dos dragões. Ele era um grande amigo para mim.

Porém, uma vez a cada cinco anos, há uma competição entre as tribos “amigas”. Uma competição que era para ser “amigável”. Porém não era amigável. As lutas entre espadachins eram, digamos bem violentas. Então quando eu completei quinze anos, houve a tal competição. E eu tive que participar.

Fomos até a Ilha dos Histéricos, uma tribo louca que fica ao norte de Berk. E advinha a minha grande sorte: o meu adversário era o herdeiro dos Histéricos. Era um cara bem grande para ter quinze anos como eu tinha. É nessas horas que se quer ter um dragão para sair voando com ele. Acontece que infelizmente eu ainda não havia conhecido o Banguela.

Eu não queria causar vergonha novamente a minha Tribo. Eu sempre causava. Então eu me esforcei muito nessa luta. Eu então revelei que era canhoto. Eu já estava cansado de esconder (eu já até escrevia com a mão esquerda, o que tornou a minha letra humanamente legível). Não havia motivos para eu esconder mais isso.

Eu fui devastador, modesta parte. Afinal, canhotos são quase um Beserk (guerreiros que utilizam uma técnica de luta que faz os inimigos serem obrigados a não se aproximarem, ou acabam sendo mortos. São os melhores guerreiros do mundo. Agora você entende porque os beserkers se chamam assim).

Por fim eu ganhei a luta. Embora não tenha ganhado tanto respeito (eu ainda era aquele garotinho que só fazia besteiras) as pessoas já não se aproximavam muito de mim se eu estivesse como uma espada para implicar comigo.

Então, a Astrid já sabia dessa história, mas ela gosta de me por para cima às vezes. E a lembrança do meu pai (que realmente me ensinou golpes incríveis) me causou um pequeno aperto no coração que resolvi ignorar naquele momento.

–Embora eu conheça sua verdadeira história, sei que o fato de ter tido seu pai ao seu lado é um grande motivo para que seja tão bom – Astrid disse-me sorrindo. Eu sorri de volta.

–Obrigada milady.

Então os outros pilotos entraram na Arena.

–Ah, Bom Dia treinadores de dragões. Prontos?

–Com certeza!

–Isso!

–Vamos lá!

Foi o que eu ouvi deles.

–Com licença Soluço – Eret falou – eu não sou um treinador de dragões. Eu só cuido do Quebra Miolos.

–Você entendeu o que é confiar num dragão e lhe passar confiança. O resto, o que fazemos, é fácil quando temos isso – eu sorri para ele que acenou a cabeça em concordância. Eu me virei para o resto da turma e peguei o plano de treinamento. – Bom primeiramente vamos juntar os dragões dos estábulos: pesadelos, naders, gronckles e zíper arrepiantes. Eret e eu não faremos parte desse grupo de dragões. Eu irei à frente sozinho e o Eret atrás. Atacaremos sozinhos. Entenderam? – eles concordaram com um aceno – Hoje apenas treinaremos o voo em conjunto.

Montamos nos dragões e fomos para o estábulo. Treinamos um a um todos os grupos de dragões. Todos os dragões obedeceram e os voos saíram perfeitos. Deu apenas alguns probleminhas com os pesadelos monstruosos (para variar, o Dente de Anzol não obedeceu ao Melequento e eu tive que dar uma ajudinha com o Banguela). Passamos várias horas treinando e decidi terminar.

–Muito bem, por hoje é só. Amanhã treinaremos pra valer a manobra de ataque pessoal. Até amanhã.

Eu escutei exclamações de alivio e suspirei revirando os olhos. São uns preguiçosos...

–Vai ser um longo treinamento – eu falei.

–Concordo – virei-me e vi a Astrid.

–Ah, olá. Gostou da minha ideia?

–Sei o que pretende fazer e acho que se seguir assim conseguiremos um bom resultado. Podemos até montar uma Liga de Dragões na Academia. A gente já criou tanta coisa na Academia... – eu ri. Nem sempre essas coisas deram certo.

–Também estava pensando em algo do tipo.

Banguela veio até mim, mostrando que estava com sono.

–Eu preciso ir Soluço, meus pais chegaram hoje da viagem à Ilha das Ladras do Pântano.

–Ah, ótimo mande um beijo para eles. O Banguela quer ir dormir também, então já vamos indo. Sabia que estou te devendo um encontro romântico? – eu falei abraçando-a.

–É mesmo?

–É. Precisamos resolver isso.

–Noutro dia Strondus.

–Que decepcionante. – ela riu e me deu um beijo – Já me consolei – eu falei. Ela riu e montou na Tempestade indo embora.

–Não rolou os meus argumentos amigão, vamos embora – não estava decepcionado se é o que está pensando. Eu também estava quase dormindo e não acho que seria um encontro romântico se eu dormisse no meio dele...

Eu subi em Banguela e fomos para casa. Quando cheguei minha mãe estava tomando algo na sala.

–Boa Noite – eu falei – Tomando café?

–Olá. Sim, o Bocão fez pra mim – me senti aliviado pela minha mãe não estar bebendo o próprio café (Desculpa mãe, mas era horrível...) – Filho, vocês parecem cansados.

–Obrigado por notar. Se não nos deitarmos agora, dormiremos no chão da sala mesmo.

Ela riu. – Muito bem então, Boa Noite aos dois – ela disse.

Eu subi e deitei com armadura e tudo na cama. Em segundos adormeci diferente da noite anterior. Finalmente as coisas estavam dando certo, então acho que isso me aliviou.

Eu nem pesquei com o Banguela quando chegamos. Eu dormi pensando em fazer isso bem cedo no dia seguinte.


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Notas finais do capítulo

Fui má com a Valka??? rsrsrsrs, não gente, eu achei que isso se encaixaria na fic... Eu simplesmente amo quando o Soluço chama a Astrid de milady!!! Gostaram amores? Obrigada pelos comentários, sempre me fazem bem. Eu já vou respondê-los, desculpa, é que eu fui me apresentar. O Coral do meu Colégio foi fazer trabalho voluntário do Hospital da Criança. Eu amei a experiência, foi emocionante. Mas ninguém quer saber disso Temperana... rsrsrs.
Obrigada novamente pelos reviews. Até o próximo capítulo.
Beijos, Temp