Soluço, o líder de Berk: A guerra pela paz escrita por Temperana


Capítulo 20
Conversa e alianças


Notas iniciais do capítulo

Oii!!
É isso aí, eu estou postando outro capítulo hoje!! O motivo... nenhum, só que como eu havia terminado de digitar, por que não postá-lo, né?
Então, muito obrigada pelos reviews... Eu amo cada um deles...
Até as notas finais...



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Ao finalmente chegarmos em casa, eu sentei-me com a minha mãe na mesa, pensando na melhor maneira de começar aquela conversa, que eu querendo ou não levaria ao símbolo.

–Agora fale tudo Soluço – Valka e seu olhar doce me encararam. Como mentir para ela? Não dava. Restava-me desviar do assunto principal.

–Muito bem – decidi concentrar-me nas estruturas da ilha, nos guerreiros, nas armas. Foi para isso que fomos certo? Fomos para descobrir se eles estavam lá e como estavam se preparando. Eu senti-me um inútil pensando nisso, já que não era verdadeiramente sobre isso que eu queria falar. – Eles realmente estão lá, o que era de se esperar. E são realmente muitos guerreiros e armas e barcos naquela ilha. Uma estrutura impecável – eu falei ironizando a última palavra, já que a Ilha dos Exilados não era o melhor lugar para se passar as férias. Não tem uma das melhores vistas do Arquipélago. - E é claro, a Besta Implacável estava lá também. Entretanto já sabíamos da quantidade de guerreiros e barcos que eles tinham. Isso não é novidade, já que Dagur nunca saía de sua ilha sem uma armada ao seu lado.

–Do que a Astrid estava falando Soluço? Não tente desviar, eu te conheço muito bem – suspirei. A minha mãe era esperta demais e não adiantou eu desviar do assunto.

–Ah, sim claro. Então, é que... Bom – isso é o que acontece quando você se enrola para falar algo. Você enrola também as palavras – o símbolo da Tribo Beserker era o Skrill – olhei para ela e vi que continuava com sua atenção em mim. – E o símbolo dos Exilados não sei nem como descrevê-lo. É como a cabeça de um viking e também como o símbolo de Berk, porém mais... elaborado, sei lá... Enfim, agora que eles viraram os Incontroláveis eles também mudaram o seu símbolo – eu fechei meus olhos e absorvi as palavras que pronunciaria. – Acontece que o símbolo deles agora é o Fúria da Noite – eu falei aquilo muito chateado. Dava-me nojo (e ainda dá) pensar que o símbolo dos nossos inimigos era o Banguela que era o único Fúria da Noite que existia.

–Ah, Soluço – ela disse tristemente e acariciou as minhas mãos. – Sei que esse é o seu símbolo e do Banguela. Não é certo o que eles fizeram. Não é justo.

–Infelizmente eles não são justos – eu falei seriamente e minha mãe baixou os olhos.

–Pois é eles não são nem um pouco justos – ela disse olhando para mim. – E a carta do Drago?

–Nem me lembre disso – eu soltei sua mão e levantei-me da mesa. – Não suporto lembrar-me das acusações sujas que ele fez em relação ao Banguela.

–Eu fiquei chocada com a carta... Eu não acredito que ele conseguiu fazer com que essa carta chegasse até aqui. Eu tenho a sensação que ele está aqui em Berk, nos vigiando.

–Como você recebeu a carta? – eu perguntei.

–Ela estava na porta da nossa casa hoje de manhã.

–Não importa. Drago não pode estar em Berk ele não seria burro a esse ponto. Não esqueça que nós não podemos saber da guerra, então por que ele estaria em Berk? Não vamos desanimar, vai ficar tudo bem.

–Certo.

–Você parece preocupada com algo. É alguma coisa relativa ao Drago?

–Não, é que o Pula Nuvem ainda não voltou do Santuário, só isso.

–Se você quiser, eu vou com o Banguela lá no Santuário para ver se está tudo bem com ele.

–Vou esperar mais um dia. Tenho certeza que está tudo bem Soluço.

–Você tem certeza?

–Tenho sim.

–Bom você quem sabe, mas se ele não voltar amanhã, eu irei até a Ilha do Santuário.

–Está bem. Mas Soluço, sobre o que o Drago disse sobre o seu pai... Como você se sentiu?

–Eu fiquei com raiva, mãe. Fiquei chateado. Raiva do fato dele colocar a culpa na última criatura do mundo que tem alguma culpa disso – o Banguela se aproximou e grunhiu preocupado. - Está tudo bem amigo – eu disse calmamente. – Sinceramente o Drago não tem noção do que se passa na minha cabeça.

–Concordo. Ah Soluço... Eu acabei esquecendo! O Bocão quer que você o ajude lá na ferraria. Parece que está tudo uma bagunça. Desculpa, devia ter te avisado antes.

–Claro. Não tem problema, então eu já vou. Hey amigo vem cá – eu chamei o Banguela e ativei sua cauda. –Pode ir amigo, ou ficar. Você quem sabe.

Ele me lançou um olhar carinhoso e saiu pela porta voando.

–Acho que ele precisava livrar-se de certas lembranças – minha mãe disse. Essas lembranças tinham um nome. A mente controlada pelo Drago. A morte do meu pai. Eu não suportava vê-lo assim sofrendo por algo que não tinha consciência que havia feito.

–Concordo – eu falei e suspirei. - Eu vou indo. Hoje irei jantar com os pilotos na Grande Sala – outro nome para o Grande Salão para quem tem preguiça de pronunciar mais uma letra. – Quer vir jantar conosco?

–Claro, eu encontro com vocês lá então.

–Está bem, tchau.

Eu saí e fui caminhando por Berk até a oficina, recebendo cumprimentos dos outros vikings que retribui com sorrisos. Quando cheguei, entrei e vi uma sombra se mexendo no meio de uma enorme bagunça e Resmungo dormindo perto do forno.

–Bocão? – eu chamei meio em dúvida a figura.

–Graças a Thor! – era mesmo o Bocão, identifiquei seu grito. – Você demorou a vim Soluço!

–Desculpe, mas minha mãe só me disse agora que você precisava de ajuda para arrumar a oficina. Cá entre nós, isso aqui está precisando mesmo. O que você fez aqui? – tentei chegar até ele, mas a bagunça não permitiu que eu avançasse muito, já que havia todos os tipos de armas e selas espalhadas pelo chão.

–Ah, isso era só um pretexto.

–Como assim um pretexto? – arqueei uma das sobrancelhas em dúvida.

–Eu queria te dar uma coisa. Na verdade é um presente. Que na realidade é para você e para a Astrid.

–Obrigado, mas a Astrid não deveria estar aqui também?

–Não! – ele exclamou. – Você vai entender.

Ele procurou por um tempo algo no meio da bagunça. E quando finalmente encontrou, comemorou.

–ACHEI! – ele estava com um caixinha de prata nas mãos. – Aqui está Soluço – ele me passou a caixinha. Eu peguei-a e quando eu abri vi um lindo par de alianças douradas.

–Nossa Bocão são lindas – e realmente eram lindas e de um ouro delicado.

–É para você e para a Astrid. O meu presente de casamento. Sei que Stoico ficaria feliz que eu fizesse isso para vocês e sei que estivesse aqui pediria para que eu as fizesse. E não recuse porque deu um trabalhão para fazê-las!

–Muito Obrigado – eu ri e observei atentamente as alianças. – A Astrid vai adorar tenho certeza. Eu vou mostrar para ela hoje e...

–NÃO! – ele deu um grito e eu quase caí para trás.

–O que foi? – coloquei a mão, a que não estava segurando a caixinha, no coração e tentei controlar a respiração.

–É uma surpresa. Para ela pelo menos será. Eu tive que dar para você antes para que você não fizesse as alianças, se não seria uma surpresa para você também. E, ora essa Soluço, seja um pouco romântico uma vez na vida – ele não sabia dos pedidos que fiz para Astrid nas nuvens para dizer que eu não sou romântico, não é mesmo?

–Está certo. Não vou mostrar nada a ela então – passei a analisar a delicada caixinha de prata em forma de coração (a qual o formato só havia percebido no momento que comecei a analisa-la) – Que caixinha linda Bocão. Você também a fez?

–Fiz sim, mas há muito tempo, para o seu pai.

–Meu pai? – eu perguntei confuso.

–Sim, as alianças dos seus pais estavam aí nessa caixinha. Eu também fiz as alianças deles. Ele deu a sua mãe no dia do casamento deles, como espero que você faça no seu. E como as alianças deles, tem o nome de vocês gravado nelas, na parte de dentro.

Eu peguei cuidadosamente uma das alianças e vi que realmente dentro dela estava escrito Soluço e Astrid, assim como na outra. Fiquei olhando maravilhado enquanto Bocão voltara a falar.

–Eu ainda não entendo o que a Astrid viu em você – eu voltei a olhar para ele, sem entender o porquê daquilo, pois ele começou a contar nos dedos os meus “feitos”. – Uma espinha de peixe falante, o pior viking que já existiu. Que só treinou um Fúria da Noite, derrotou o Morte Rubra, treinou pilotos, mudou Berk, defendeu Berk, derrotou Drago, e só. Nada de extraordinário. O que ela viu... Nisso? – ele apontou para mim.

–Sei lá. Não me acha atraente? – perguntei.

–Nem um pouquinho.

–Obrigado, sua sinceridade é comovente – e então nós rimos.

–Você sabe o que penso de você.

–Sei e agradeço. Aliás, muito obrigado de novo pelas alianças, Bocão. Nem sei como agradecê-lo.

–Seja feliz e me ajude a arrumar essa bagunça, já que está aqui.

Eu ri e comecei a ajuda-lo a limpar sua oficina. No final, ficou tudo arrumado.

–Que tal vir trabalhar amanhã preguiçoso? – ele perguntou-me e eu ri.

–Só poderei vir à tarde. Amanhã tem treino na Academia e... Por falar em treino... Você sabe onde está o meu escudo? Aquele com o símbolo do Banguela.

–Na verdade é o seu símbolo.

–É e parece que os Incontroláveis o roubaram.

–Como assim?

–Ah, o símbolos dos Incontroláveis é o Fúria da Noite agora.

–Que idiotas – eu assenti. Ele era bem sucinto em suas opiniões. – Quanto ao seu escudo... Não está naquela sala ali atrás que você usava antigamente?

–Ela não está bagunçada? – falei me encaminhado para a sala.

–Não, está do jeito que você deixou, não mexi em nada - eu entrei na sala e achei o escudo imediatamente.

–Ótimo, achei – falei mostrando o escudo para o Bocão.

–Para que você o quer afinal?

–Amanhã vamos treinar combate direto entre os pilotos. Faz um tempo que não fazemos isso e já que a guerra está batendo na nossa porta pedindo para entrar...

–Ok, então venha à tarde mesmo, desde que venha.

–Eu venho sim. Agora preciso ir. Eu vou jantar com os outros pilotos hoje.

–Então até amanhã. E dê um abraço em Valka.

–Até amanhã e pode deixar que eu dou um abraço nela.

Eu saí da oficina e comecei a caminhar para casa com as alianças no bolso. Enquanto caminhava senti que algo havia pousado atrás de mim. Eu virei para trás rapidamente e vi que era apenas o Banguela.

–Oi amigo. Você me assustou – ele começou a me rodear procurando caminho. Eu afaguei sua cabeça. – Você vem comigo? Vou tomar um banho e depois vou pra o Grande Salão jantar com o pessoal.

Ele grunhiu em concordância. Eu entrei em casa, dei peixe para o Banguela e tomei um bom banho (fui esperto e dei os peixes antes para o banguela, então não fui interrompido no meu banho. Parabéns Soluço foi uma vez inteligente em sua vida...). Antes guardei as alianças num lugar seguro no meu quarto (ok, em uma das gavetas da minha mesa, fazer o que, era o lugar mais seguro que eu tinha, e não havia ladrões em vilas vikings).

Eu vesti uma roupa confortável (confortável em relação ao clima de Berk que já não estava lá muito quente) e então eu e o Banguela fomos voando para o Grande Salão. Literalmente.


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Notas finais do capítulo

E então gostaram? Particularmente eu chorei ao digitar esse capítulo devido aos acontecimentos futuros da fanfic. Eu tenho muito carinho pelo gesto do Bocão de fazer as alianças. E então vocês descobrirão porque eu sofri mais a frente... É vou deixá-los curiosos...
Obrigada novamente pelos reviews... Um beijo enorme,
Temp