Em Cada Ponta Do Infinito escrita por Laaísz


Capítulo 38
Quase pelada no carro de alguém.


Notas iniciais do capítulo

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Entrei no carro com o moço e ele me puxou pro banco de trás.

– Peraí... Mas aqui?? – Perguntei, com minha fala toda enrolada. Dei uma gargalhada e continuei – Adooorooo!

Ele riu também e me deu um beijo... Ao longo do beijo ele me puxou pro seu colo e eu me sentei sobre ele. Ele estava louco e me beijava cada vez mais forte. Em certo momento ele desceu da minha boca e me beijou várias vezes no pescoço.

Dei um sorriso e o senti pressionar sua boca nas minhas olheiras e nuca. Ele enfio sua mão dentro da minha “quase camiseta” e foi em direção ao meu sutiã.

Eu ia deixar... Juro que ia... Mas não deu certo.

Alguem bateu na janela do carro e tudo que consegui ouvir foi alguém gritando. Desci do colo dele imediatamente e encarei a pessoa lá fora.

– Ei! Pode sair desse carro agora, ou eu chamo a policia! – Duca gritou, e logo vi o Gui se aproximar.

– Anda Tayse! – Gui gritou, tremendo de raiva – Desce desse carro agora!

Sua voz saiu tão autoritária que comecei imediatamente a me erguer e sair do carro. O carinha, que também estava bêbado, me segurou pelo braço e perguntou se eu conhecia eles. Respondi com a cabeça que sim e saí de dentro.

Duca veio correndo e me abraçou.

– Como você pode fazer uma coisa dessas Tayse? – Duca sussurrou em meu ouvido.

– Toma – Gui falou, e jogou um casaco pra mim. Em seguida, se direcionou pro cara do carro e falou – Será que você não se tocou que ela tá bêbada?

– Ei cara! – O homem respondeu – Antes mesmo de estar bêbada, ela já estava bem afim. A culpa não é minha se ela aparece com uma roupas dessas em uma balada cheio de homens prontos pra fazer...

– Chega! – Gui gritou, o interrompendo. Olhou pra mim e viu minha roupa. Lançou-me um olhar com desdém e nos chamou, eu e Duca, pra irmos embora.

Duca caminhou abraçado comigo e Gui andava na frente, com raiva.

– O que te deu em Tayse? – Gui perguntou, depois de um tempo.

– Como vocês me encontraram? – Perguntei, ignorando a pergunta do Gui.

– Pri nos ligou assim que voce saiu de casa – Duca respondeu – Aliás, é melhor irmos pra casa dela. Ela tá louca de preocupação.

– Que horas são? E meu pai?

– Duas horas da manhã Tayse – Duca disse – Pri falou com Lívia que você ia dormir na casa dela. Ele nem imagina que você tava dentro de um carro quase tran...

– Eu sei – Falei – Desculpa. Desculpa mesmo sério – Continuei. Nessa hora, percebi por mim mesma que não estava tão bêbada, e que tudo que eu tinha quase feito, era culpa minha, e não da bebida.

– - -

Acordei já era quase duas horas da tarde e percebi que estava na casa da Pri.

Droga, não me lembro de nada. E sei o nome disso. Se chama ressaca.

Tudo que me lembro é de ter ido pra um bar ou sei lá oque, quase sem roupa nenhuma. Depois me lembro de ter bebido uns copinhos e ter começado a conversar com um cara. E só.

Alguem abriu a porta e apesar da dor da claridade da janela, percebi que era a Pri.

– Antes que você pergunte – Ela disse – Eu sei que você está com ressaca e vou te respondeu tudo. Juro. Mas antes você tem que comer alguma coisa.

Ela pegou uma bandeja que estava em cima da cômoda e me entregou. Comi o mais rápido que pude.

– Ontem você foi pra um bar quase pelada. Depois liguei pro Gui e pro Duca desesperada pra irem te procurar. Sabe onde eles te encontraram? Quase pelada em um carro com um cara mais velho. E ainda por cima bêbada. O que te deu em Tayse?

Olhei pra ela sem acreditar e nem respondi sua pergunta.

– Eu Não fiz isso! – Falei, mesmo sabendo que havia feito.

Ela não respondeu nada e ficamos em silencio.

– Eu só espero que você não tenha dado seu numero pra aquele vagabundo de vinte anos que queria ir pra cama com uma de dezesseis.

– Não dei – Falei, mesmo não tendo certeza.

– O Gui está com raiva de você – Falou – Tipo, ciúmes de amigo. Cara, vocês, ou melhor, nós, nos conhecemos há anos. Era de se esperar que ele ficasse com raiva.

Assenti com a cabeça.

– Que dia é hoje? – Perguntei.

– Domingo – Respondeu, e um silencio mortal reinou sobre nós. Minutos depois ela saiu do quarto e me deixou sozinha.

Droga. Por que eu sempre faço tudo errado?

Senti meus olhos se encherem de lágrimas e fiquei em silencio, sozinha no quarto. Lembrei-me do Lucas, e pensei nele acordando ao lado da Rayane.

Comecei a chorar de verdade e me deitei na cama. Pensei na minha vida e realmente decidi que acabou. Nunca dá pra confiar e alguém.

Porque essas pessoas sempre nos traem.

– - -

No dia seguinte, fui à escola normalmente. Lucas e Rayane chegaram juntos na escola e nem olharam na minha cara. Aquela rejeição fazia algo bem forte doer no meu peito, e cada vez que eu o via dar um sorriso pra ela, meus olhos se enchiam de lágrimas.

Vários boatos de que eu havia dado uma surra na Rayane correram pela escola, mas eu nem ligue. Continuei dando sorrisos nada verdadeiros e foquei na minha popularidade.

À tarde, quando fui trabalhar, nem vi Lucas. Maria me tratava normalmente e Luizinha também, por isso imaginei que não sabiam de nada.

Resolvi visitar as crianças, e por sorte, não o encontrei lá.

– Ei! – Fran disse, quando eu estava na cozinha, preparando um pão pra “pequena” – Você gosta do Lucas, não é mesmo?

Passei minha mão em seu cabelo ruivo e soltei um suspiro.

– Já nem sei mais... – Falei – Sabe Fran, eu realmente gostava muito dele. Muito mesmo. Normalmente, ao ler livros, você vê que quando está apaixonada, morre de ciúmes e não para de pensar na pessoa em nenhum minuto. E eu estava assim. Lucas não saia da minha cabeça em nenhum minuto. E sabe o pior? Ele continua aqui – Falei, e apontei pra minha cabeça – Sempre está vagando aqui.

– Então você gosta mesmo? – Perguntou - Tayse, se tem alguém nessa casa que sabe de todas as coisas, essa sou eu. Lucas sempre me conta tudo da vida dele. Desde que te conheceu até hoje. Sei sobre o Marcelo e varias outras coisas. Mas se você gostava ou gosta sei lá, por que correu pra ajudar o Marcelo e não o Lucas?

– Na hora em que eu vi o Marcelo, sei lá, pareceu que tudo tinha mudado. Pareceu que nós nunca havíamos brigado e que ainda tínhamos 13 anos. Pereceu que ele gostava de mim de verdade, e ele gosta... E aquele momento tomou conta da minha cabeça. E sabe o pior? No mesmo momento em que eu agachei ao lado do Marcelo pra ajuda-lo, me arrependi. De verdade. O pior mesmo, foi só descobrir que eu o amava de verdade no ultimo segundo – Respondi - Fran, eu já fiz muitas coisas ruins pra ele. E ele fez pra mim também. Depois de tudo que aconteceu, não tem mais volta. Quero esquece-lo.

– Mas Tayse... Como você descobriu que gostava dele?

– Um dia você vai entender Fran – Falei – Há uma grande diferença em você beijar a pessoa que te ama de verdade e a que não te ama. O Marcelo ficou três dias ao meu lado, e eu ainda não o havia beijado nenhuma vez. Só beijei no ultimo minuto, que foi quando eu tive a certeza de que realmente gostava do Lucas. Sabe por que eu não beijei o Marcelo? Por que eu não queria que aquela magia do beijo do Lucas saísse da minha boca.

– Mas você ainda gosta dele?

– Claro que gosto. Amo de verdade. Mas... Já chega... Já me arrependi muito e não quero me arrepender de novo. O jeito mesmo é seguir em frente.

Ela assentiu, e antes que saísse da cozinha, se virou pra mim e disse:

– Você ainda gosta dele. Eu sei disso.

– - -

Fui pra casa ainda com a fala da Fran na minha cabeça. Que eu ainda gosto dele, não há dúvidas.

Sim, eu simplesmente amo ele. Disso não há dúvidas mesmo.

Joguei-me na cama e encarei o teto. Lívia viria aqui em casa hoje, e Laura deixou a casa um brinco. Olhei pro meu quarto e o vi todo bagunçado.

Não, a Laura não limpa o meu quarto. Nunca. Não gosto que limpem ele por que ele limpo não é meu.

Mas já tá na hora de mudar, não é mesmo?

Desci a escada de dois em dois graus e peguei um saco de lixo. Subi novamente e catei todo lixo que havia na minha frente: pedaço de pizza de duas semanas atrás, papel por todo lado, livros velhos, cadernos, canetas que não pegavam mais, um quadro do Marcelo, uma roupa de quando eu era bebe, carregar do meu antigo celular, um cachecol velho, um sapato sem par e que não servia mais, uma bolsa velha... Tudo...

Depois arrumei todos os sapatos espalhados pelo chão e os coloquei na sapateira. Arrumei meu guarda-roupa e tirei até poeira. Até os livros da minha estante ficaram em ordem alfabética.

Mal acreditei quando ficou tudo mais ou menos arrumado. Parecia que o quarto tinha se triplicado e ficado maior.

Peguei uma caixa e coloquei nela todas as roupas que não seriam mais uteis. Uns shorts curtíssimos, topes que mostram a barriga e outras coisas que decidi que não usaria mais. O máximo que ficou no meu guarda roupa foram algumas blusas que uso pra ir à escola, calças jeans, saias e uns cinco shorts. E só.

Tenho certeza que Fran ia amar essas roupas e que usaria sem sombra de dúvida. Decidi mudar meu estilo, mas sem deixar de ser quem eu sempre fui.

Quando meu quarto já estava limpo o suficiente, olhei no relógio e vi que daqui a pouco Lívia e meu pai chegariam. Coloquei uma calça jeans e desci pra sala. Mais ou menos meia hora depois de puro tédio, eles chegaram.

– O que você acha Tayse? – Perguntou – Pizza, lasanha, sorvete ou hambúrguer?

Dei de ombro e respondi um “qual quer coisa”. Quando vi a reação deles, resolvi responder que queria lasanha.

Eles ligaram pra uma empresa e logo depois eles entregaram.

Aquela noite foi tão divertida que eu nem pensei no Lucas.

Até o momento de me jogar na cama pra dormir.


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Notas finais do capítulo

Fic em reta final Gente -*-*- Quero agradecer muito a todas essa meninas fofas que sempre comentam na minha fic... Amo voces demais e fico feliz quando recebo o comentário de voces. Se estiverem gostando, favoritem ou recomendem, por que isso é importante pra mim. Não posso dizer aqui o nome de voces, mas vcs sabem, não sabem?



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