Em Cada Ponta Do Infinito escrita por Laaísz


Capítulo 33
Revelando minha história.


Notas iniciais do capítulo

Heeeey gente, Desculpa pela minima demora hahaha. Esse capitulo, como todos os outros, ficou curto.Alguns não devem gostar de capitulos muito curtos, mais eu realmente acho, que capitulos longos demais cansam. Por isso, me perdoem se voces gostam de capitulos longos ok? Essa fic já está quase no final, e já pensei em outra. Porém, essa fic só vai sair depois que eu revisar essa aqui todinha. Aproveitem o capitulo, e esperem o prox ansiosamente, por que o proximo, vai ser tenso. Boa leitura!



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Desci no parque municipal e me sentei à beira do lago. Dei sorte por ser noite e não haver quase ninguém lá e por ninguém ter me notado.

Enterrei-me nos meus joelhos e comecei a relembrar todo meu passado. Que droga foi essa? Por que meu Deus? Por quê? Por que ele tinha que voltar agora?

Tudo estava tão perfeito. Tudo tão bem. Eu finalmente estava voltando a viver e esse idiota apareceu. E sabe o pior? Tudo voltou também. O amor que eu imaginei ter sumido em dois anos, voltou com tudo. E isso em apenas míseros segundos. Aqueles olhos cheios de brilho também transmitiam amor do mesmo modo que o meu. Mas meu orgulho parece ser maior que isso, e eu o mandei embora novamente.

Não sei o que fazer. Não sei o que sentir. Que droga é essa?

– Existem pessoas loucas atrás de você sabia? – Perguntou, enquanto se sentava do meu lado e passava as mãos no meu ombro, acolhendo-me em um abraço.

Olhei pro Lucas ao meu lado e me aconcheguei um pouco. Ele estava com o moletom enorme, o que me deixava mais segura. Expirei um pouco seu perfume e me deliciei com aquilo.

– O que aconteceu Tayse? – Perguntou.

Fiquei em silencio e continuei a chorar baixinho. Depois de um tempo, resolvi continuar.

– Vou te contar uma história Lucas. Minha história – Comecei – Nasci aqui mesmo, e fui apaixonada pelo mesmo menino durante minha vida toda. Na época dos meus treze anos, ele me notou. Lucas, ele estava apaixonado por mim do mesmo jeito que eu. Então nós começamos a namorar. Eu era só mais uma menina tímida, e ele me transformou. Fiz vários amigos e amigas, e ganhei a tal popularidade. Também levei a Pri e o Gui nesse trenzinho. Eu realmente estava feliz de verdade, e eu o amava mais que tudo. Vivíamos juntos pela escola. Nessa época também ganhei uma melhorsissima amiga. O nome dela? Rayane.

Dei uma pausa breve e continuei, tentando acalmar um pouco o choro.

– Eu só não imaginava que isso ia me destruir tanto. Os amigos e a popularidade me subiram tanto na cabeça, que eu passei a ser uma pessoa horrível Lucas. Fazia pegadinhas com as meninas gordinhas, zuava os NERDS, já mexi com um cadeirante e até chamei de macho uma menina que tinha perdido os cabelos por causa do câncer. Eu também falava mal das minhas amigas pelas costas, e ninguém podia ser melhor do que eu. Eu era horrível. Marcelo me fez tão mal, que meu pai me proibiu de sair com ele. Mas eu não podia suportar isso. Às vezes eu fugia de casa e minha mãe me acobertava. Quando completamos mais ou menos três meses de namoro, aconteceu uma coisa horrível. Minha mãe estava gravida do meu irmãozinho. Ele ia se chamar Lucas. Eu queria sair pra encontrar-me com Marcelo, mas meu pai não deixou. Fiquei revoltada e fugi. Demorei muito tempo pra voltar e meu pai começou a estranhar. Foi nessa hora, que minha mãe resolveu pegar o carro e ir atrás de mim – Comecei a chorar mais ao relembrar o que aconteceu naquele dia – Um caminhão bateu na traseira dela, e o carro deslizou e capotou. Aquilo foi horrível Lucas. O pior foi quando cheguei em casa, e vi vários carros da policia. Entrei em desespero. Meu pai chorava muito e me olhava com escarnio. Foi nessa hora que tudo desabou. Ela e meu irmãozinho morreram. Por minha culpa. Minha culpa e minha rebeldia. Se você visse a felicidade dela e do meu pai quando descobriam a gravidez. Era o primeiro filho dela, por que eu era adotada. E eu os matei. Droga Lucas! Eu matei minha mãe – Chorei mais um pouco e Lucas me ouviu com atenção – Passaram meses, e no dia do meu aniversario de quatorze anos, Math deu uma festa. Marcelo e eu estávamos comemorando um ano de namoro, e realmente estávamos felizes. Apesar de só termos quatorze anos, dizíamos que íamos ficar juntos pra sempre. Mas não foi bem assim. Eu sorria muito enquanto dançava, pois aquela era primeira vez que eu estava feliz depois da morte da minha mãe. Apesar de sofrer muito com meu pai em casa, eu estava feliz. Mas essa alegria durou muito pouco. Comecei a estranhar a sumiço do Marcelo e comecei a procura-lo. Até eu o encontrar praticamente nu com a Rayane. Lucas, nós só tínhamos quatorze anos e ele estava praticamente nu com ela na biblioteca da casa do Math. Eles se agarravam de verdade, e ele nem se quer fazia esforço pra se soltar. Aquilo foi o auge da minha tristeza. Sai correndo e brigamos. O mandei embora e foi exatamente o que ele fez. Fiquei uma semana sem ir pra escola, e quando voltei, ele já tinha se mudado. E sabe o pior? Demorei muito tempo pra me recuperar Lucas. Passei a usar roupas largas, abandonei meu grupinho de popularidade, comecei a me focar nos livros e passei a ser zuada por um tempo. Chamavam-me de chifruda. Meus amigos olhavam pra mim e riam e os únicos que permaneceram foram a Pri e o Gui. Meu pai me odiava. Minha vida me odiava. Um dia eu estava sozinha em casa, mais ou menos uma semana depois, e tomei umas pílulas. Mas não deu certo. Pri apareceu e me levou pro hospital, o que me deixou ainda pior, por que meu pai nem se quer apareceu. Depois de tudo isso, fiquei isolada. E agora eu estava recuperando-me. Ele voltou Lucas. Eu estava voltando da casa da minha vó e o encontrei sentado na frente da minha casa. Então eu vim pra cá. Não quero mais voltar. Quero me mandar daqui e sumir pra sempre. Não quero vê-lo mais.

Terminei e ele ficou em silencio. Depois do que pareceram horas, ele falou:

– Olha Tayse, a culpa não foi sua. Foi do caminhão. Você não tem que se lembrar dela com esse sentimento de culpa, e sim com a certeza de que ela te amava tanto, que se preocupou com você até o ultimo minuto de sua vida. Mesmo não a conhecendo, eu sei que ela te amava por que te defendia e te ajudava. Não tente se lembrar dela com esse sentimento de culpa. Só te faz mal.

Refleti nessas palavras. Eram simples, mas de algum modo me fizeram sentir-me mais calma. Voltei a me lembrar dos últimos acontecimentos. Não os ruins, e sim os bons em que passei do lado dele. Do Lucas. Que me fez feliz e me rir mesmo em situações inusitadas. Que me mostrou que minha vida não é tão ruim. Que me ensinou a voltar a viver. Que de algum modo incompreensível, me fez sorrir pra vida e olha-la de modo diferente. Que me ensinou a ser melhor comigo mesma e com os outros. Que me ensinou que posso me apaixonar novamente, e que posso ser feliz. E que ainda por cima, sempre me olhou com brilho nos olhos.

Levantei a cabeça e olhei nos seus olhos. Ele também me olhou, como se nada mais existisse no mundo. Vi o brilho no seu olhar. E depois disso, senti que nada mais no mundo existia. Senti que éramos nós.

Eu & Ele.


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