Em Cada Ponta Do Infinito escrita por Laaísz


Capítulo 27
The End.


Notas iniciais do capítulo

Um Cap triste pra vocês...



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– Seu cabelo é perfeito – Disse o cabelereiro – O que você passa nele?

Dei um sorriso enorme pelo elogio. Estávamos em um salão de beleza no shopping.

– Amend – Falei. Lívia também deu um sorriso.

– Vamos fazer o que Tayse? – Lívia perguntou.

– Hum... – Pensei, sem ter ideia do que responder.

– Acho que uma hidratação é ótima pra você – Disse o cabelereiro – Se passar algum tipo de química, pode estragar. Posso fazer umas ondas na ponta também.

Dei outro sorriso.

– Acho ótimo – Continuei.

– E eu – Disse Lívia, toda sorridente – Quero fazer algo na pele.

Ele se sentou em uma poltrona e o cabelereiro me chamou.

Enquanto ele massageava, fiquei vagando nos meus pensamentos. Lívia resolveu deixar de sair com meu pai em pleno sábado, pra vir comigo ao shopping. Ainda era de tarde, e daqui a pouco o sol estaria se pondo, por isso conclui que eles sairiam de noite. Agradeci mentalmente por ela estar sendo tão minha amiga. De uns dias pra cá, meu pai voltou a falar comigo, mas mesmo assim não tocamos em nenhum assunto do passado. Acho que ele ficou tanto tempo ausente, que ainda deve pensar que eu namoro o Marcelo.

O cabelereiro terminou minha hidratação e começou a passar um creme na pele da Lívia. Folheei umas revistas e li algumas reportagens do One Direction. Eles são lindos, mas o Lucas é mais.

Dei um sorriso sozinha ao pensar nele. Droga, tudo o que acontece sempre cai nele.

– - -

– Tayse! – Lívia disse, assim que saímos do salão – Seu cabelo ficou lindo...

Dei um sorriso enorme e a elogiei também. O carinha do salão tinha feito umas ondas nas pontas, e meu cabelo tinha ficado super macio.

Pegamos um taxi, mas resolvi não ir pra casa. Falei pra Lívia que queria sair um pouco, e acabei descendo no parque principal da cidade. Havia um gramado enorme e um lago no centro. Sentei na beirada do lago e olhei pro horizonte, esperando o sol se por.

– É lindo – Lucas disse, se sentando ao meu lado.

Comecei a me levantar, mas fui impedida. Porém ele não disse nada, só fitou o horizonte. Senti o aroma do seu perfume e não respondi nada.

– Também acho Lindo – Respondi, quebrando o gelo.

– Não me refiro ao Por do sol – Respondeu e passou a mão no meu cabelo. Tirei as mãos dele do meu cabelo rapidamente.

– Você tem namorada Lucas – Falei e comecei a me levantar. Fui impedida novamente.

– Eu gosto da Ray, Tayse – Disse.

– Então o que está fazendo aqui? – Falei com raiva – Vai logo atrás da sua namoradinha. Aproveita e esquece que eu existo.

– E ela gosta de mim – Continuou, como se não tivesse me ouvido – Mas gosto dela como amiga. Por isso não quero magoar ela, Tayse.

– Ótimo – Respondi – Acabou?

Comecei a me levantar, mas ele me segurou pelo braço, me deixando tonta.

– Qual é Lucas? – Falei – Não me importo mais com você. Pra mim que você se foda. Que você e Rayane se casem e morem debaixo da ponte. Quer saber? Não quero que vocês nem se casem. Quero que ela engravide cedo e você tenha que arcar com as consequências – Ele me olhou surpreso – Você não deve satisfações a mim. Me esquece de uma vez tá?

Levantei-me e não fui impedida. Ele continuou sentado e caminhei em direção à saída do parque. Em algum momento da minha caminhada de volta pra casa, comecei a chorar sem saber o motivo.

Cheguei em casa e subi diretamente pro meu quarto. Pensei em ligar pra Pri e pra Elisa, mas acabei desistindo. Por alguma força maior, liguei pra Lu.

Ela chegou pouco tempo depois e se sentou comigo na cama. Viu minha expressão, mas ficou em silencio, esperando que eu dissesse algo. Como não falei nada, ela disse:

– Acho que o motivo de você e o Lucas estarem com a mesma cara é coincidência não? – Falou.

Não respondi nada, mas a abracei. De uns temos pra cá, percebi que Lú tem reparado muito no jeito que eu e Lucas nos olhamos.

– Eu gosto do seu irmão Lú – Falei, e mesmo não olhando no rosto dela, percebi seu sorriso – Gostava, pra falar a verdade. Ele tá namorando a Rayane...

– Isso não impede nada – Lú disse, e eu me levantei na hora.

– Tá pedindo pra eu e o Lucas... – Comecei.

– Não – Ela me interrompeu – Nada disso! O que quero dizer é que isso não impede que você lute por ele.

– Não tem o que lutar – Falei – Tenho que esquecer. Entende Lú: Não quero que se repita.

– Quem disse que vai se repetir?

– Vai. Rayane sempre acha um jeito.

Ficamos em silencio.

– Acho que ele gosta de você Tayse.

– Não gosta – Falei com certeza – Ele está com a Rayane.

– Então por que ele se preocupa tanto em te dar uma explicação? – Insistiu.

Fiquei sem resposta e preferi mudar de assunto.

– Quer saber? Nem me importo – Dei de ombros – Estou feliz. Estou recuperando minha popularidade, minhas roupas, meus amigos. Minha vida está se reerguendo de novo. Também voltei a falar com meu pai. Não preciso de mais nada.

– Tem certeza?

– Tenho – Menti.

– - -

Como eu havia imaginado, meu pai e Lívia haviam saído. Fiquei em casa assistindo filmes ou mexendo no computador. Depois do quarto filme, decidi sair na rua um pouco. Já eram mais de onze horas, por isso a rua estava deserta.

Virei várias e várias ruas sem destino. Quando me dei conta, estava na Rua do Lucas, e ele estava sentado na calçada.

Ele me viu, e começou a vir atrás de mim. Virei e comecei a andar pelo lado oposto.

– É meio perigoso uma donzela ficar andando na rua há essa hora – Falou, quando me alcançou.

– Lucas, já falei pra me esquecer, não falei?

– Não tem como – Ele disse com um sorriso.

Revirei os olhos e voltei a caminhar, porém, ele não desistiu.

– Tenta se colocar no meu lugar Tayse – Disse – Imagine se o Duca estivesse gostando de você, mas você não quisesse magoa-lo.

– O Duca não gosta de mim, e sim da Elisa – Respondi – E de qual quer modo, é diferente.

– Não tem diferença Tayse – Disse.

– Tem sim. A diferença é que essa nojenta é uma vagabunda. Será que você não percebe que ela tá te usando Lucas?

Não obtive resposta. Acho que acabei o magoando.

– Ela me disse coisas sobre você Tayse – Falou – Falou que você humilhava as pessoas.

Abaixei os olhos e parei de andar. Eu precisava esquecê-lo. Mas antes de tudo, também precisava fazer ELE me esquecer. Meus olhos se encheram de lágrimas e com a voz fraca, falei:

– Ela não está mentindo. Não sou tão boa quanto pareço. Usei você. Usei você, por que queria competir com a Rayane – Depois, com muito esforço e com a garganta doendo, continuei – E aquelas crianças fedem.

Voltei a andar, e dessa vez ele não me seguiu. Acabou. Acho que não sinto uma dor como essa faz tempo.

Continuei chorando e fui pra casa.

Acabou.

The End.


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Notas finais do capítulo

Então Gente, vejo vcs depois -*-*-