Destined Souls escrita por nathyfaith, HHenry, day637


Capítulo 9
Runaway


Notas iniciais do capítulo

Meus amores! Voltei!
Desculpe pela demora em postar mas quem me conhece sabe o motivo. Perdi minha maninha faz alguns meses, e ela era muito importante. Estava difícil escrever algo dramático e de qualidade.
Agradeço aos meus leitores e amigos (a) do Nyah que foram gentis e companheiros, me mandando mensagens gentis e calorosas!
Sem mais delongas galeria do meu core, segue o cap.
Espero que gostem e deixem reviews!!
Bjo grande! *-*
Nathy



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POV Kaleb

Flashback On

– Pai? – Chamei no momento em que cheguei em casa. Desde que minha mãe falecerá, éramos só nós dois, eu e Daniel, uma das razões pela qual escolhi a minha profissão, sempre admirei o trabalho de meu pai, sendo neurocirurgião ele fazia o que podia para salvar vidas.

– Kabe filho, como foi o trabalho hoje? E a sua mãe Renée? Sei que anda passando um bocado de tempo com ela e sua irmã, como é mesmo o nome da menina, Alibell?

Tive que rir, somente meu pai querido para juntar o nome das duas meninas e achar que era uma só. Ele olhou-me intrigado e respondi:

– Bella, Alice é o nome da irmã adotiva dela.

– Isso mesmo, a adorável Bella. – Ele sorriu, eu andava falando tanto de Bella e Alice para ele, que ultimamente ele vinha me perguntando quando poderia conhecê-las, era como se de uma forma inconsciente as tivesse adotado também, e por isso eu o amava, o cara tinha um coração de ouro.

– Elas estão bem, quero dizer, Renée anda um tanto pior e sei que você já lidou com casos parecidos, será que poderia me dar uma idéia certa de quanto tempo ela ainda tem?

Meu pai caminhou em minha direção e passou os braços sobre meus ombros me levando para a cozinha, onde ele preparava um chá; ele era descente de britânicos, e honestamente eu nunca vi uma pessoa apreciar tanto o chá como ele, era remédio para tudo, fosse insônia, dor de cotovelo ou uma simples conversa.

– Sente-se Kaleb, preciso conversar com você, filho. – E o tom de sua voz me disse que a conversa não seria tão agradável assim.

– A condição de Renée é bastante delicada, mesmo se continuássemos o tratamento ela não teria muito mais do que alguns meses. Na verdade, não consigo estimar o tempo que ela teria filho. Certamente, seria melhor se vocês a levassem para casa, um ambiente estável e familiar a deixaria muito mais confortável, sem contar que desta forma ela também pode usufruir o tempo que lhe resta na companhia de vocês.

Senti uma lágrima sorrateira descer por meu rosto. Meu pai me abraçou carinhosamente, sabendo que pela segunda vez eu estava perdendo uma mãe, ou pior a minha mãe.

– Filho, você nunca perde uma pessoa realmente, ela sempre irá fazer parte de você, da sua alma, estará em seu pensamento.

POV Reneé

Era uma alegria tê-los ali, saber que olhavam um pelo outro me confortava, mas agora precisava dizer a Bella que o doutor havia me deixado ir para casa, seria melhor eu passar meus últimos dias lá, e deixar o ambiente hospitalar. Pensei em contar a verdade a eles, sobre o risco de morte que eu tinha, mas me faltava coragem. Como mostrar o quanto os amo e admiro a força e união que têm, se eu os sobrecarregar com cuidados?


Eu sinto que já não tenho muito tempo, e quero que tenham a última lembrança de uma mãe amorosa e afetiva cuidando deles, e não o contrário; não quero meus anjinhos com o coração na mão, observando cada passo que dou. Isso é tarefa minha, eu deveria fazer isso, queria ter a oportunidade de ver minha Bells se tornar a mulher forte e determinada que sei que será, nossa eterna fadinha Alice seguir seus sonhos e se apaixonar, de Kaleb encontrar sua alma gêmea e me presentear com um netinho, mas tudo o que posso fazer é deixá-los despreocupados e esconder essa terrível realidade.


– Mãe? – Ouvi Bella chamar. – Está tudo bem?


– Está tudo ótimo, minha lindinha. O médico me liberou, vou poder ficar em casa. – Bella abriu um sorriso largo e me abraçou carinhosamente.


– Ah mãe isso é ótimo! O Kabe já preparou tudo! O seu quarto está à prova de ácaros, mofos e fungos, e se precisarmos o Daniel, o pai do Kabe vem ao nosso auxilio, vai ser bom mãe, prometo. Você vai ficar bem. – Falou Bella, mesmo eu sabendo que grande parte de sua esperança era em vão.


Eles me levaram ao carro; lá estava Emmett ao volante e sua namorada Rosalie no banco de carona, quando souberam vieram de Forks para ajudar. Bella entrou primeiro no carro, tendo cuidado comigo. Alice me ajudou a entrar, mas ia fazer a viagem no outro carro, com Kaleb. Emmett tomou cuidado com a velocidade, e como o trânsito estava calmo naquele fim de tarde, foi algo rápido. Tinha até esquecido como era a sensação de sentir o vento em meus cabelos, aquela brisa e as gotas fracas de chuva. Quer dizer, é algo cotidiano, porém eu nunca havia pensado em sentir esses pequenos detalhes como se fosse senti-los pela última vez.


– Pronto mãe, chegamos. – disse Bella. Emmett parou o carro e abriu as portas, enquanto Rosalie vinha para me ajudar. Tudo parecia ter passado tão rápido que me dava medo; mas eu não poderia me dar o luxo de sentir medo, porque tinha coisas mais importantes, as quais me preocupavam. Precisava me preocupar com Bella e Kaleb, acima de tudo.

POV Bella

– Vamos mamãe, sua velha casa te espera. – Disse, segurando sua mão. Estava tudo dando mais certo do que eu imaginava. O câncer visivelmente tinha tirado a saúde dela e lhe dado fragilidade, porém não iria tirar a felicidade dela. Eu não vou deixar que isso aconteça. Ela se apoiou em mim, levantando-se e caminhando.


– Claro, filha. – Respondeu ela. Arriscou uns passos sozinha sem apoio. Achava tão lindo o esforço e a força de vontade dela.


Peguei a chave e abri a porta de casa. Aconteceu tudo muito rápido; ouvi um barulho lá dentro e de repente, apareceram dois homens de preto.


– Pega tudo que der! – ouvi um gritando. – e de repente, apareceram eles, empurrando-nos, e tentando sair. Um deles empurrou Renée.


Empurrei-o, e ele me empurrou de volta. Emmett empurrou um deles contra uma estante com uns quadros e fotos em cima e umas velas. As velas caíram e queimaram o que havia sobre a estante. Enquanto Rosalie apagava o fogo, Alice e Emmett perseguiam os ladrões, que tinham levado objetos de cozinha e eletrônicos.


Eu estava abraçada à minha mãe no chão; senti-a tremer do início ao fim daquela experiência sem poder fazer nada. Ela sussurrava algo, mas eu não conseguia entender. Ela engatinhava até a estante, não conseguia andar de tão trêmula que estava, só pegava as fotos e recordações queimadas, e chorava. E eu chorava por vê-la assim.


– M-minha vida... minhas re-recordações – Dizia ela, gaguejando, entre lágrimas.


– Rose, vai buscar um copo de água! – Disse, e ela foi apressada. Emmett e Alice retornaram; a ronda policial achou os ladrões e alguns pertences roubados foram devolvidos intactos.


Rose trouxe o copo de água; entreguei com cuidado para minha mãe, porém o copo estourou na mão dela. Desesperei-me quando vi o sangue saindo da mão dela.


– Alguém traz um kit de primeiros socorros, eu preciso socorrer ela! – Abracei-a; não suportava pensar que podia ser a última vez, eu não queria pensar aquilo, eu... eu estava desabando, meu coração estava doendo de modo tão insuportável que eu me sentia numa queda.


– Acho que isso vai funcionar por um tempo – disse Alice, desinfetando a mão de Renée e prendendo a gaze ali. – Acho melhor chamar a ambulância, ela tá mal, ela pode ter um at... – Ela conteve suas palavras na minha frente. Eu só conseguia chorar; e com minhas lágrimas, iam à raiva, a tristeza, até mesmo a esperança. O que restara era meu amor por minha mãe, a pessoa que me deu a vida e que daria a sua própria por mim.


– Já chamei a ambulância, é só... esperar agora – disse Emmett, respirando fundo.


Eu não sabia se minha mãe estava consciente; tinha os olhos fechados e a respiração fraca; não sabia se ela iria viver, ou ia morrer. Eu só sei que precisava viver esse momento com ela. Era agora ou nunca. Kaleb carregou-a até a cama. Fechei a porta; era pra ser um momento pessoal, de mãe para filhos.


– Mãe... – disse eu.


– Filha... filho... eu quero que vocês saibam que eu amo muito vocês, e peço que me desculpem por estar deixando vocês desse jeito.


– Mãe... – Ela colocou o dedo em meus lábios.


– Bella... Kaleb... eu só tenho a agradecer a vocês pela vida feliz que vocês me deram, cheia de momentos felizes, alegres... eu vou sentir saudades de estar todo o tempo com vocês... – Kaleb e eu segurávamos suas mãos. – E eu não vou esquecer-me de vocês, nunca, e peço que não fiquem chorando por mim. Porque eu estou feliz por ter uma última chance de aproveitar um último momento com vocês. – Ela levantou-se, com esforço, e abraçou-nos.


– Ah mãe, eu te amo tanto, por favor, não vai... – Disse eu.


– Não se preocupa Bella, eu sei que ela vai estar conosco aonde quer que estejamos, não é mesmo, mãe? – Disse ele, disfarçando sua expressão.


Quando nos demos conta, não havia mais pulsação; ela havia morrido tranquilamente, descansando em nossos braços. O abraço que eu nunca esqueceria.


Abri a porta para receber uma Alice que chorava copiosamente, deixei que ela me abraçasse, eu estava completamente sem chão, meu corpo anestesiado pelo choque, meu irmão conversava com os paramédicos, eles levariam seu corpo para fazer autópsia, e em uma semana liberariam, eles queriam descobrir se havia sido pelo tumor, parada respiratória, ou alguma reação aos medicamentos. Quem se importa? Porque querem violar o corpo inerte dela para descobrir algo que deve ser óbvio?


Assisti minha mãe ser levada pela ambulância, minha irmã abraçar Kabe, ouvi a concentração de vizinhos enxeridos e mexeriqueiros no meio da rua assistindo a ambulância partir e zunzunando seus pensamentos, o pai de Kaleb tocou meu ombro tentando me confortar. Lágrimas desceram por meu rosto, meu coração parecia estar se desfazendo em mil pedacinhos.


Respirei uma, duas, três vezes, senti a mão de Daniel deixar meu ombro e ouvi seus passos para entrar em casa. Eu não conseguia pensar. Deus eu tinha tanto a fazer, tinha que ligar para meu pai. Tia Esme. Oh Deus, Edward. Meu coração se afligiu ainda mais. A simples idéia de ligar para minha tia era algo impossível de pensar, ou imaginar.


Entrei em casa, respirando profundamente, Daniel me olhou com lágrimas nos olhos, ele estava juntamente com Kaleb recolhendo a bagunça que os paramédicos e os assaltantes haviam feito.


Rosalie e Emmett estavam abraçados em um canto da sala, Alice abraçava seus joelhos e chorava baixinho, Emmett olhava para ela e para Rosalie em seus braços sem saber muito que fazer, então abriu um de seus braços sinalizando para Alice que rapidamente foi envolvida por ele e por Rosalie em um abraço reconfortante. Senti minha garganta travar.


Andei pela casa como uma completa zumbi, tudo me lembrava ela. Sentei em frente ao telefone e comecei a parte difícil, avisar os entes queridos, liguei para meu pai que atendeu depois de três chamadas de forma ofegante, eu não queria acreditar que ele estava traindo a mamãe em uma hora dessas, meu estômago embrulhou, e senti uma leve vertigem, passei a mão por meus cabelos prendendo alguns fios por entre os dedos.


– Pai? – Perguntei quase infantilmente, minha voz um misto de desespero, dor e raiva. – É a mamãe. – Eu disse.


– Deixe-me Sasha, é sobre minha esposa. – O ouvi sussurrar em um tom severo – Bella querida é você? – Eu apertei a ponta de meu nariz, fechando os olhos por alguns segundos antes de responder.


– Olha pai, é sobre a mamãe, a casa foi assaltada e no meio da confusão – Falei minha voz trêmula e embargada pelo choro. – Ela.. ela.. se foi. – Ouvi um comício, barulho de chaves e perguntas jogadas no ar por ele, uma reclamação de chuva idiota e a porta do carro se fechando abruptamente.


– Pai? – Quase gritei. – Por favor, não faça nada impensado.


– Isabella, o que houve com sua mãe? – Sua voz era assustada, ouvi o barulho da chuva forte bater na lataria do carro – ISABELLA! - meu pai praticamente gritou – Diga-me, o que há de errado? Ela está bem?


– Ela está morta, pai! Morta! E você sabe lá onde!? Se escondendo, perdeu os melhores dias da vida dela! Ela te amava e você a deixou sozinha! Que espécie de homem é você? – Perguntei a raiva tomando conta de meus sentimentos.


– Bella, eu amava a sua mãe, sempre amei, eu só, estava perdido querida. – O ouvia chorar. – Amo você, sua irmã, e sim me senti traído ao descobrir sobre Kaleb, porque ela nunca me contou sobre ele? – Chorava ao falar.


– Isso não diminui o fato de que você foi um insensível, mau caráter e completamente incompreensível com tudo, com a doença dela, com Kabe! Eu não consigo acreditar que depois de tudo você ainda queira se redimir. Não o culpo por ser tão ignorante, mas o culpo por perder a chance de amar e curtir essa vida conosco. – Ouvi o freio do carro.


– Pai? – Chamei alarmada.


– Você está certa, fui um tolo durante tanto tempo. – Resmungou. – Mas nunca deixei de amar vocês. – Buzinas soavam atrás dele, e eu podia claramente o imaginar correndo suas mãos pelo cabelo de forma frustrada.


– Você me perdoa né? – Ele perguntou. – Bells, não posso perder você também, filha.


– Claro pai, por mais errado que você esteja; você ainda é o meu pai, e eu te amo.


– Também te amo minha menina, muito.


Ele havia acabado de falar quanto ouço uma brecada, e um barulho alto, como se fosse lataria e vidros se chocando. Não, diga que não é verdade. Isso já é demais. PAI?! Gritei em meu pensamento. Continuei segurando o celular em um estado catatônico, não sabia se entrava em pânico, se chorava, caminhei de um lado para o outro muda, incapaz de desligar o celular, mesmo até de falar.


Pareciam horas, mas aparentemente estavam todos ocupados demais com suas dores para notarem o tempo em que eu estava ao telefone, era como se ele houvesse se tornado a minha linha de vida. Ouvi ruídos ao longe de ambulância, meu peito doeu à voz de meu pai gritando meu nome ainda ecoava em meus ouvidos.


– Alo.. alo? Alguém na linha?


– O... oie.


– Você por acaso é Bella? – A voz de um homem me indagou.


– Sim senhor. – Resmunguei, Emmett me olhou.


– Olha, ocorreu um acidente, acho que, o Senhor que estava ao telefone...


– Meu pai. – Falei receosa.


– Sinto muito informar-lhe, mas senhorita o seu pai acabou de falecer.


Entrei em estado de choque e deixei o celular cair de minhas mãos, meu irmão viu a minha movimentação e correu para meu lado. Não sentia meu corpo, meu coração parecia ter parado e estava praticamente impossível respirar.


O resto do dia virou um borrão, entrei em uma espécie de transe onde eu agia e praticamente falava como um robô.


Por uma estranha razão eu era a única com ajuda de Daniel e Kabe a organizar os funerais e as recepções. Particularmente não sei de onde tirei forças.


Alice adormecera após horas de choro, Kaleb me vigiava, tendo absoluta certeza de que eu estava pelo menos comendo alguma coisa.


Eu não tinha certeza de quantas pessoas eu já havia ligado - agora por causa de papai -, e quantas condolências,sinto muito, ou você sempre foi uma ótima filha eu havia ouvido até então. Mas algo me dizia que no momento em que eu ligasse para tia Esme, tudo realmente seria real. Suspirei e disquei o número que sabia de cór.


Tocou uma, duas, três e por fim a voz de tio Carlisle atendeu sua voz ecoou em um “alo” preocupado e sonolento.


– Edward filho, é você? – Perguntou.


Engoli o choro e bufei, tentei falar, mas as lágrimas foram mais fortes que eu, resmunguei, e ouvi Carlisle acordar Esme.


– Esme querida? – Chamou, a ouvi murmurar e perguntar – O que houve Carlisle?


– Acho que... – O telefone foi abruptamente pego por minha tia.


– Alo?Alo? – Sua voz beirava pânico.


– Tia Esme? – Chamei. – É a Bells. – Suspirei. – Estou ligando para avisar sobre...


– Bella? Querida? Oh, Deus, não... não... – Ela falou antes que eu pronunciasse alguma coisa.


– Ah, tia... eu nem sei o que te dizer. – Falei em meio ao choro preso em minha garganta. Custava ter que repetir tudo outra vez, mais eles precisavam saber, para me guiarem em um momento desses. Suspirei novamente e narrei tudo outra vez, cada mínimo detalhe que me lembrava. Todos nós choramos; inclusive eu que julgava não ter mais lágrimas pra derramar...


Eu não agüentava mais nem um segundo dentro de casa, troquei de roupa e entrei no carro, eu não sabia aonde ia, mas esperava que meu coração me guiasse.


POV Tanya


Edward era o típico garoto de cidade pequena, lindo, gostoso, com uma voz sensual e um olhar arrasador... todas as garotas do colégio falavam nele, praticamente se atiravam em seu colo, mais pelo que vi ele não gostava do tipo popular e oferecida. Então o jeito seria bancar a ingênua, loira e apaixonadinha, isso era o que eu precisava para decolar nessa cidade, um tempo com ele e eu teria meu destaque, sem contar que mostraria a todas aquelas patricinhas eloqüentes quem mandava. Faria ele se apaixonar por mim.


Durante algumas semanas banquei a santinha, ele me buscava em casa, e me fazia companhia no intervalo, segurava a minha mãe e me beijava de uma forma doce e gentil, e eu me preocupava se esse meu pequeno feitiço não virasse contra a feiticeira.


Mas hoje eu ia por meu plano em ação, eu precisava levar aquele homem para cama, eu quero dizer, já não agüentava mais os beijos e amassos inocentes. Eu sabia que ele iria pegar fogo, eu só precisava abusar de meu charme.


Minha mãe não estava em casa, então a barra estava limpa subimos para meu quarto, conversamos um pouco eu deitei em minha cama, enquanto Edward, o sempre cavalheiro olhava as fotografias e mexia nos livros.


– Edward? Porque não se junta a mim? – Disse em uma voz sedutora, chamando-o com o dedo.


– Tanya, eu acho que estamos indo muito rápido, sabe? – Eu não conseguia acreditar no que ele estava me dizendo. Ele mexeu nos cabelos antes de atender o celular, era tarde então só poderia ser os pais ou o irmão Emmett.


– Alo? – Ele disse. Depois ouvi uma série de “hum, okay” e por último “Estou indo para casa agora”.


– Eddie o que houve? – Mas sem sequer me olhar desceu as escadas rapidamente, entrou em seu Volvo e saiu em disparada. Fiquei atônita, olhando para a porta fechada de meu quarto.


POV Edward


Eu não conseguia acreditar no que tinha ouvido, minha mãe tentara calmamente me explicar, mas a morte de Renée e Charlie era algo incabível. Balancei a cabeça e passei meus dedos pelo cabelo tentando apaziguar de alguma forma os pensamentos. Bufei.


Estacionei o carro, e em um estado de torpor. Abri a porta, tranquei o carro e entrei em casa; subi as escadas de casa sentindo o peso da notícia da morte de meus tios cair sobre minha cabeça, não havia visto meus pais, tampouco Emmett, a casa estava silenciosa e honestamente eu precisava de um descanso, precisava de minha Bella tanto quanto ela provavelmente precisava de mim.


Abri a porta de meu quarto e joguei o jaleco sobre minha poltrona quando ouvi um ruído, olhei para minha cama e nela havia uma garota, longos cabelos castanho avermelhados, olhos cerrados e lágrimas rolando por sua face em forma de coração, uma imagem angelical abraçada a meu travesseiro.


Sentei-me ao seu lado e afastei uma mecha de seus cachos que caíam sobre seus olhos, ela arfou abrindo delicadamente seus olhos.


– Edward? – Perguntou-me e rapidamente reconheci aquela voz, melodiosa e sexy que assombrava meus sonhos. Curioso, perguntei:


– Bella?


– Ah Edward! – Disse se levantando e me abraçando fortemente. Automaticamente apertei-a contra meu corpo sentindo seu característico cheiro de morangos misturado à baunilha e lágrimas.


– Não acredito que esteja aqui. – Sussurrei em seu ouvido. – Eu precisava tanto de você Bells. Todos esses anos... Deus.. como senti sua falta. – Eu falava agora, meus sentimentos de rancor haviam desaparecido no momento em que a vi. Ela acariciava meus cabelos, em um gesto de reconhecimento me abraçando perto de seu corpo, como se a menor distância entre nós fosse um vazio imenso, um grande buraco negro.


Tinha meu rosto enfiado entre o vão de seu pescoço, respirei profundamente querendo guardar aquele momento em minha mente. Tanya não existia nessa minha “bolha emocional” onde Bella foi e sempre será minha única amante. Eu queria que aquilo se tornasse real e eu precisava, mas do que nunca desse contato, sem pensar beijei delicadamente seu pescoço o que fez Bella gemer involuntariamente.


– Bella?


– Humm?


– Me desculpe, eu não devia, estou apressando as coisas, eu sinto muito. – Suspirei em seu pescoço.


– Edward está tudo bem – Ela virou seu rosto em minha direção, nossa respiração se misturando - eu só quero que essa dor pare, por favor, me beija. – Disse me olhando profundamente, e eu, que nunca fui realmente capaz de negar algo a ela, fiz o que deveria ter feito há anos atrás, afastei-me um pouco dela, segurei seu rosto gentilmente em minhas mãos e suavemente beijei seus lábios vermelhos extremamente convidativos. Seus lábios eram doces, e eu queria provar mais dela, chupei seu lábio inferior, arrancando um pequeno gemido dela fazendo com que entreabrisse sua boca convidando-me para aprofundar o beijo. Nossas línguas duelavam por dominância, e rapidamente me vi sobre ela beijando-a com sofreguidão, ela me puxava de encontro ao seu corpo, estávamos ambos buscando por ar quando finalmente nossos lábios se afastaram, mas eu não queria e não pararia de beijá-la agora. Era loucura eu sabia disso, mais ela sempre foi minha perdição e bem agora eu pretendia me perder nessa doce volúpia.


POV Bella


Quando cheguei a Forks eu não sabia exatamente onde e o que queria fazer, mas mesmo assim o destino ou talvez meu próprio inconsciente tenha me levado exatamente onde eu deveria estar.


Minha tia abriu a porta surpresa a me ver. Ela me abraçou e me consolou durante um tempo, eu disse que estava cansada e ela sempre muito atenciosa mandou-me para o quarto de Edward. Eu não havia realmente pensado nas conseqüências de me encontrar sozinha no quarto dele, mas certamente não esperava a minha súbita crise de choro, havia chorado o caminho todo, afinal depois de tudo que havia feito nos últimos dias e de tudo que havia sofrido pensei que já não houvesse mais lágrimas para chorar.


Olhava para o teto nesse momento por incrível que pareça até hoje Edward tinha as estrelinhas que havíamos colados juntos ali.


Lembro de estar sobre seus ombros enquanto colávamos as estrelas cadentes e a lua, eu ria contente e ele não parecia diferente.


Fechei meus olhos me lembrando agora de quando pedi a ele que me beijasse e a forma a qual ele me acolheu em seus braços beijando meus cabelos. Mantive meus olhos fechados e deixei que o cansaço me tomasse, em algum momento devo ter adormecido, pois senti alguém de leve retirar uma mecha de meus cabelos que haviam caído sobre meu rosto. Ainda confusa, perguntei esperançosa:


– Edward?


– Bella? – Perguntou curiosamente. E reconheci a voz, a suave melodia que me assombrava todas as noites, o destino realmente prega peças e essa foi uma delas, quem diria que todo esse tempo “Tony” era meu melhor amigo, o amor de minha vida, o meu Edward. Joguei-me em seus braços chorando copiosamente. Ele me abraçou fortemente e fui tomada por seu cheiro característico de sabonete, um perfume fresco que me lembrava madeira e floresta e algo só dele, um cheiro quente e meio apimentado. Ele sussurrava em meu ouvido enquanto eu deixava que sua mera presença me acalmasse, podia sentir a força de seus sentimentos em cada palavra pronunciada, e sem encontrar palavras que definissem meus sentimentos naquele momento acariciei seus cabelos gentilmente reconhecendo sua fisionomia tão diferente e tão similar ao mesmo tempo.


Em algum momento ele afundou seu rosto em meu pescoço respirando meu perfume parecia querer memorizar esse momento específico, de repente senti seu hálito em minha nuca e em seguida um beijo cálido, mas que foi capaz de acender todo o amor e desejo que sentia por ele, gemi involuntariamente. Preocupado como sempre, chamou meu nome sua voz rouca e nominada por sua libido me deixando excitada. Meu corpo clamava pelo seu sem medo ou pudor. Respondi minimamente:


– Humm?


– Me desculpe, eu não devia – começou afastando-se – Estou apressando as coisas, sinto muito.


Virei meu rosto sentindo nossas respirações se combinarem, olhei dentro de seus olhos e vi o meu reflexo e me surpreendi com minha própria imagem, tinha lágrimas recém caídas em meu rosto e formavam um caminho até o colo de meus seios, meus cabelos estavam bagunçados e minha fase com certeza deveria estar rosada, mais não fora isso o que mais me surpreendera e sim o sorriso tímido que meus lábios formavam. Meus olhos então vagaram por seu rosto, registrando aquele momento, selando meu destino, seus olhos brilhavam em uma intensidade a qual eu não poderia descrever com palavras e eu me perdia no profundo mar de seus olhos, ficaria ali pela eternidade se possível. Eu o desejava e desejava ainda mais que a dor e angústia em meu peito desaparecessem. Então lhe pedi o que até então, ele e destino haviam me negado:


– Edward está tudo bem, eu só quero que essa dor pare, por favor, me beija. – E ele o fez, afastando-se um pouco mais de mim, pegou meu rosto gentilmente em suas mãos as quais pareciam queimar e marcar em minha pele o amor que sentia. Docemente tocou meus lábios, em seguida chupou meu lábio inferior arrancado um gemido sufocado de mim, fazendo com que eu entreabrisse meus lábios e ele aprofundasse o beijo ainda mais, logo nossas línguas brigavam por dominância e senti-o empurrar-me gentilmente ainda em seus braços sobre a cama, nos beijávamos como se dependêssemos disso para viver. Ele parou então quando oxigênio se tornou um problema, afinal ambos precisávamos respirar, mas isso não o impedia de continuar sua exploração por meu corpo, eu não sabia qual era realmente a extensão da loucura que estava prestes a cometer, mas de uma coisa eu tinha completa certeza, eu era incondicionalmente e irrevogavelmente apaixonada por Edward e não há nada que faça com que esse sentimento desapareça, deixei-me então ser guiada e dominada por seus beijos e carícias.


Edward estava tão perdido quanto eu, á pequena garota se transformando em mulher a sua frente, olhava-me fascinado. Então delicadamente como se fosse eu feita da mais fina porcelana desceu beijando meu corpo sobre a roupa. Distraidamente acariciava seus cabelos puxando-o cada vez mais perto de meu corpo. Buscávamos por ar quando finalmente paramos de nos beijar, mas Edward não parou em meus lábios e suavemente beijou meu queixo, descendo para minha nuca, beijando minha clavícula, descendo lentamente a alça de minha camiseta, arfei, ele arqueou o rosto me olhando, eram tantos sentimentos misturados em seu olhar que me excitava, meu corpo estava cada vez mais quente, ele me puxou, fazendo com que estivéssemos sentados frente a frente. Mordi meus lábios ansiosamente, o que pareceu excitá-lo, pois beijou meus lábios com volúpia novamente, suas mãos passeando por meus cabelos, costas, braços, sem nos separar ele foi arqueando minha blusa, passeando seus dedos por minha coluna me arrancando um arrepio.


– Bella você tem certeza disso? – Sussurrou em meu ouvido.


– Tenho. Me faça sua Edward, eu sempre fui sua. – Murmurei mordendo o lóbulo de sua orelha.

POV Edward


Se havia um modo de perder meus sentidos era com aquela diabinha sob meu corpo, ela acabara de me pedir para torná-la minha, meu amor, minha vida, minha alma, unidos em um só. O desejo de amá-la era tamanho que meus pensamentos se misturavam, era dor, medo, paixão, amor. Minha isso só significa uma coisa, eu seria o primeiro homem a amá-la, poderia ser egoísta da minha parte, mas havia até um sentimento de orgulho nisso tudo. Sorri aproximando-me ainda mais dela.


– Para todo o sempre Bella, você e eu.


Beijei-a com sofreguidão. Quando ambos já estávamos lutando pelo fôlego, desci depositando beijos em seu queixo, na curva de seu pescoço, seu ombro, levantei meu rosto sorrindo amavelmente para ela.


Bella usava uma blusa branca com botões uma calça jeans e sapatilhas, que estavam há muito tempo no chão. Vagarosamente desabotoei sua blusa, deixando o sutiã de renda rosa Pink com minúsculas flores á mostra, contemplei-a antes de beijar seu colo e descer por toda a extensão de seu torso e barriga a ouvia arfar, buscando minhas mãos, querendo que estivesse o mais próximo dela possível.


Ela se sentou me puxando, e como se tivéssemos todo o tempo do mundo a nosso dispor Bella tirou minha camiseta e beijo meu peito até a minha barriga deitando-se sobre mim. Era como se brincássemos de descobrir um ao outro. Eu sabia o quanto poderia me sentir culpado depois, mas agora, eu só queria amá-la com todo o meu ser.


Minutos depois estávamos ambos somente de lingerie, e eu a beijava, mantinha seu corpo colado ao meu, respirava sua essência. Retirei seu sutiã, tocando seus seios com carinho, enquanto ela gemia meu nome baixinho, quase um sussurro, uma lamúria. Deitei sobre ela beijando e chupando seus seios, ela brincava com meu cabelo e arranhava minhas costas, é eu a estava torturando, prazerosamente, mas estava. Não queria o meu prazer e sim o dela, não que a situação estivesse fácil para mim, mas por Bella eu poderia me controlar.


Meu corpo parecia arder em chamas com seu contato, beijei seus lábios doces novamente, tocando suas coxas levemente, Bella respondeu o beijo e relaxou ao meu toque.


– Bells? - Sussurrei em seu ouvido, ela beijou meu pescoço resmungando – Humm?


– Eu te amo. – Disse em retorno. – Olhei em seus olhos como se pedisse permissão para continuar o que ela prontamente atendeu, apesar de corar perante meu olhar esfomeado, retirei sua calcinha lentamente escorregando-a com minhas mãos, sem deixar de tocá-la por um segundo.


– Faça amor comigo Eddie. – Ela pediu.


– Com todo o prazer. – Respondi, me colocando entre suas pernas beijando suas coxas, e estava prestes a beijava em seu centro, quando Bella riu. Arquei minha cabeça tentando entender o porquê aquela confusão em pessoa estava rindo de mim. Notei o quão rubra estava e entendi, ela não estava acreditando que eu pretendia beijá-la ali.


– Você não vai realmente fazer isso, né? – E mordeu os lábios, aquilo fora minha resposta, eu ia sim fazer aquilo. Subi dando um selinho em sua boca e toquei-a, ela olhava-me surpresa, como se não acreditasse que ia me submeter a isso, eu iria fazê-la minha de todas as formas, vê-la gozar em minhas mãos seria uma delas, jamais esqueceria o prazer estampado em seu rosto. Penetrei-a com um de meus dedos, ouvindo-a gemer baixinho e se movimentar embaixo de mim, segurei-a com meu corpo e a minha voz já rouca devido ao prazer que estava sentindo ao fazer isso murmurei:


– Quietinha amor.. você é minha, sou seu, temos a noite toda. – Ela mordeu novamente o lábio como se reprimisse um grito de prazer, busquei seus lábios quando a penetrei novamente com dois dedos, ela mordeu meu lábio inferior em resposta, podia sentir seu orgasmo chegando perto, então olhei em seus olhos e beijei seus lábios, tirando meus dedos de dentro dela e chupando, doce, tão deliciosamente agradável e sexy. Pensei em lambê-la até que gozasse, mas suas pequenas mãos tocaram minha cueca boxe, puxando para baixo, segurei sua mão e pedi que alcançasse a camisinha e ia colocar sozinho quando ela se sentou e abriu o pacotinho, esperando que eu a deixasse prosseguir com aquilo, tê-la nua em minha cama, seus cabelos bagunçados pelas minhas mãos, e suas mãos delicadas inserindo a camisinha em meu membro deveria ser pecado, pura blasfêmia. Gemi com o toque e antes que ela resolvesse me torturar, deite-a novamente beijando seus lábios e me pousando entre seu corpo, Bella abriu-se para mim, e gentilmente a penetrei, sabia que doeria um pouco então quando estava prestes a romper seu hímen beijei seus lábios sentindo um pequeno grito sair deles, esperei que ela se acostumasse com meu peso sobre ela, com meu membro dentro dela.


– Bella? – Falei, arqueando meu corpo com meus braços em suas laterais, buscando seu olhar, vi que havia lágrimas.


– Amor, eu machuquei você? – Perguntei alarmado, prestes a sair de dentro dela, mas senti sua mão me segurar, e um sorriso aparecer em seu rosto, e com sua voz embargada disse:


– Eu estou bem, é que eu nunca me senti tão completa. – Beijei seus lábios e comecei a me movimentar dentro dela. Criamos um ritmo perfeito, entre beijos, sussurros apaixonados e gemidos abafados. Gozamos juntos e adormecemos abraçados. Durante a noite a senti sair de perto de mim e fui procurá-la, ela estava no banheiro e novamente sem ser capaz de controlar meu desejo pela mulher a minha frente, beijei seu pescoço, brincando com seu cabelo enquanto ela se olhava no espelho, Bella virou-se para mim e como se fosse algo natural, como se sempre tivéssemos sido unidos nos entregamos à paixão novamente, e acabamos no chuveiro, ela sendo encostada a parede por meu corpo enquanto me moldava a ela, molhados caímos na cama, desta vez eu mesmo coloquei a camisinha antes de penetrá-la. Passei um tempo tentando-a, brincando com seu prazer, e antes que ela me implorasse toquei seu clitóris com o polegar beijando sua boca e a penetrei novamente, até que estávamos em um entra e sai luxuriante. Era paixão, loucura e amor, tudo em uma só sintonia.


Ainda era madrugada quando acordei assustado, havia sonhado que Bella desaparecera de minha vida e sentia que não podia respirar, ela acordou com o meu movimento e com lágrimas ainda nos olhos a beijei, puxando-a de encontro a meu corpo, ela me acalentou, beijando minha face, saboreando minhas lágrimas, deixei-a que me amasse como quisesse só a abracei perto de meu corpo, Bella beijou meu pescoço, depois o mordeu, me deixando completamente excitado, jogou-me na cama rindo e subiu sobre meu corpo beijando meu tórax e meus lábios, em seguida fez o caminho reverso e a encontrei observando meu membro mordendo os lábios, arqueou a sobrancelha e olhei para ela, não mesmo, se ela achava que ia fazer isso antes que eu a provasse com os meus lábios estava muito enganada, puxei –a pelos pulsos, fazendo com que nossos sexos se encostassem, ela grunhiu e subi sobre seu corpo, beijei seus lábios e fui descendo até chegar ao centro de seu prazer.


– Edward.. – Murmurou. – O que pensa que está.. – E ela teria terminado seu pensamento se eu não tivesse abocanhado seu sexo, seu gosto era ainda mais luxuriante ali, tão quente, tão pronta, tão mulher. Lambi seu néctar até sentir seu gozo em meus lábios, ela gemia incontrolavelmente e suas mãos brincavam em meus cabelos hora puxando ora acariciando, e eu agradecia aos céus por meus pais não estarem em casa. Bella tinha seus olhos fechados e seu corpo tremia devido ao intenso orgasmo, subi depositando beijos por seu corpo e tomei sua boca, beijando-a profundamente deixando que ela sentisse seu gosto misturado ao meu. Ela puxou meu corpo fazendo com que meu membro tocasse em sua entrada, beijei sua nuca e respirei profundamente.


– Bella. – Sussurrei.


– Eu queria, porque não me deixou fazer? – Ela me perguntou agora olhando em meus olhos.


– Amor você não precisa... – Falei. – Eu te amo Bella, e não precisa fazer isso para me demonstrar que me ama. – Resmunguei, ela então mordeu o lóbulo de minha orelha, rolou-me na cama e decidida disse:


– Eu quero. – E desceu por meu corpo, tocando meu membro com suas delicadas mãos, engoli em seco, como ela tinha tanto poder sobre mim? Não seria a primeira a me beijar intimamente, mas com Bella tudo parecia surreal, antes que eu pudesse imaginar, ela me tinha em sua boca, tocando-me com maestria, segurei seus cabelos ajudando-a assim como ela o havia feito, segurei meu gozo e a puxei para cima, eu a queria, precisava estar dentro dela, deitei-a e a beijei com carinho a penetrando, ela gemeu em meus lábios, circulando minha cintura com suas pernas, puxando de encontro a si, e ficamos parados durante alguns minutos nos olhando, encaixados perfeitamente como um quebra cabeça, ela se moveu e fiz o mesmo estávamos novamente em uma dança sensual, calma, nos amávamos sem receio ou medo, pois éramos um do outro.


Estaria tudo perfeito se eu não tivesse acordado com a minha cama vazia cheirando a sexo, morangos e baunilha, sem nenhum sinal de Bella, meu pesadelo enfim se tornara real, deitei puxando o travesseiro para mim e vi um bilhete, nele pude ler:


“Edward meu amor,

Por favor, me perdoe. Não posso entrar na sua vida e virá-la de pernas para o ar. Eu te amo e por isso tenho que deixá-lo ir, eu sei que irá me odiar ainda mais do que já o fazia, mas tenha em mente que o que tivemos ninguém, jamais irá tocar.

Preciso de um tempo para mim, para me encontrar, não posso te encher de problemas, por isso vou resolvê-los sozinha.

Eu te amo, para todo o sempre.

Sua Bella.

PS: Jamais me esquecerei de como juntos, fomos um só.”



Minhas lágrimas corriam pelo rosto, e notei que não fora o único a chorar considerando que o papel estava machado. Não, ninguém nunca iria tocar nessa parte de meu coração, desta união perfeita entre eu e Bella. Meu coração era eternamente seu.

POV Bella


Edward havia sido o único homem que eu desejara, e por isso doía tanto escrever aquelas palavras, aquela realidade. Meus problemas destruíriam o amor que ele tanto têm por mim, e se eu já perdera meus pais e logo também meus melhores amigos, o homem que eu amava seria preservado de tanto sofrimento.


Por toda minha vida iria levar seu amor, seu toque e a noite que tivéramos juntos selado em meu coração. Agora teria que voltar a vida normal, iria à clínica com a qual já havia me comunicado e venderia meus óvulos, assim poderia pelo menos garantir a mamãe um enterro descente e o pagamento de todas as dívidas do hospital, já que o que quer que recebêssemos deixaria para Alice; eu queria sumir, desaparecer da face da terra, já que isso não era possível, sumiria de Boston, deixaria todos aqui, e partiria.


Depois de uma semana tive coragem de ir à clínica que ficava em Chicago, peguei meu carro e dirigi até lá, o caminho todo pensando em Edward e em como poderíamos ter sido felizes, podíamos ter filhos e uma casa pequena, quem sabe um cãozinho. Assim que adentrei a clínica disse que gostaria de conversar com a Dra. Carmen, fui encaminhada até a sua sala e conversamos, ela me orientou, disse que o processo era rápido e não haveria nenhum problema.


POV Carmen


Eu estava fazendo a coleta quando notei que um óvulo havia sido fecundado, não deveria ter sequer dias de vida, mas ainda assim quase um embrião, era só uma menina e talvez ela não quisesse esse bebê, fiz o impensável, coletei o embrião e o congelei, junto com os outros óvulos, acabei pagando um pouco mais a ela devido à culpa que senti em não dar a ela a chance de descobrir e amar aquele embrião.


Eu tinha certeza que iria para uma boa família, e ela nunca saberia disso.


Voltei para lhe entregar os papéis e fechar o contrato, ela já o havia lido enquanto me esperava retornar, uma das cláusulas era crucial em nosso negócio, se um de seus óvulos fosse vendido e ou fecundado, logo, ela receberia uma carta ou email sobre isso, também era importante que todo final de ano renovasse seus dados, para que se uma criança nascesse e não fosse aceita ou que os pais não sobrevivessem, a mãe biológica se responsabilizaria. Curiosa, perguntei-a o porquê, e fiquei surpresa ao descobrir que tudo o que ela queria naquele momento era um enterro descente para seus pais, e um futuro solido para ela e a irmã. Senti-me mortificada de ter tirado talvez a única alegria que poderia ter em sua vida.


POV Bella


Deixei a clínica me sentindo um tanto vazia. Sentia-me como uma prostituta vendendo meus óvulos para fecundação e estudo. Respirei fundo e fui cuidar da parte difícil, organizar os funerais. Tudo era tão mórbido, os caixões, as pessoas, senti meu estômago embrulhar quando uma deles me perguntou como eu gostaria da maquiagem de minha mãe, por Deus, fazia quase uma semana, os médicos haviam ficado com seu corpo para estudo para depois ser liberado, senti minhas entranhas revirarem novamente com a lembrança. Pedi então a opção de cremação, o que parecia muito melhor do que todo aquele alvoroço.


Encontrei minha pobre irmã chorando abraçada a Emmett, e Kaleb chorando baixinho quando entrei pela porta de casa, Kabe correu ao meu encontro me abraçando. Estava agradecida por Edward não ter aparecido; por Deus o que devia pensar de mim agora? Meu coração doeu.


Tagarelei sobre o que havia feito, agradeceram por eu não ter os envolvido nisso, aparentemente eu era o elo forte ali. Tudo estava resolvido, amanhã a esse horário, eu já teria partido com minhas malas e meu carro. Sem destino.


Enquanto eles se preparavam para o funeral e cerimonial, eu acabava de fazer as malas, me sentindo vazia, escrevi uma carta para cada um deles, onde pedia que por um tempo não tentassem me contatar e que eu os amava acima de tudo, e logo estaria de volta, antes que percebem a minha partida. Peguei meu travesseiro favorito, um saco de dormir, deixei as memórias e fotografias que me doíam e me faziam sofrer para trás, no momento eu estava fugindo, pois essa vida já não fazia sentido para mim. Vesti-me minimamente para o cerimonial, entrei no carro onde minhas coisas já estavam na mala e outras espalhadas no banco traseiro, Kaleb levou Alice para seu carro, de alguma forma sabia que eu precisava daqueles minutos para mim.


Pink - Runaway

I've got my things packed
My favorite pillow
Got my sleeping bag
Climb out the window
All the pictures and pain
I left behind
All the freedom and fame
I've gotta find
And I wonder
How long it'll take them to notice that I'm gone
And I wonder
How far it'll take me


Caminhamos pelo cemitério lado a lado. Minha irmã chorava baixinho, os dois homens ao seu lado, eu caminhava atrás, perdida em pensamentos. Sentia um nó em minha garganta, só de imaginar como eles se sentiriam com a minha partida, se me odiariam para sempre, não sei se poderia viver sabendo que me odeiam. O padre disse algumas palavras em homenagem a ambos e nos entregaram as cinzas deles, eu segurei a de minha mãe, enquanto Alice segurava a de meu pai. Depois de alguns momentos Kaleb disse que ia indo e pedi que levasse Alice com ele, Emmett me abraçou e seguiu a irmã e meu irmão, eu ainda ficaria mais um pouco. Abraçada a urna de minha mãe pedi baixinho “me perdoe” e uma brisa fria levantou meus cabelos era como se a sentisse ali.

To run away
It don't make any sense to me
Run away
This life makes no sense to me
Run away
It don't make any sense to me
Run away
It don't make any sense to me


Sorri e caminhei até meu carro, coloquei minha mãe no banco de carona e arranquei com o carro. Liguei o som e a música que antes sentia em meu ser combinou perfeitamente com aquela tocada no rádio.


I was just trying to be myself
Have it your way I'll meet you in hell
It's all these secrets that I shouldn't tell I've got to run away
It's hypocritical of you
Do as you say not as you do
I'll never be your perfect girl
I've got to run away

No momento eu precisava ser eu mesma, não mais a filha adorada, a irmã prestativa – EU – tinha que me encontrar ser o meu centro novamente, me equilibrar para então poder ajudar os outros. Já não me importa mais, faça do seu jeito, irei fazer do meu. Porque eu jamais poderia ser a garota perfeita, pois o cara perfeito e a família que eu tanto idolatrava haviam se desfeito, sobrando somente peças soltas que no momento estão tão machucadas que não servem para montar um quebra cabeças.


I'm too young to be
Taken seriously
But I'm too old to believe
All this hypocrisy
And I wonder
How long it'll take them to see my bed is made
And I wonder
If I was a mistake


Ás vezes me perguntou se minha existência não foi um erro? Se ambos me queriam? Sei que parece loucura, mas ultimamente é o que passa por minha mente, como uma única pessoa podia se meter no meio de outras que se amavam? E toda essa hipocrisia me mata aos poucos.

I might have nowhere left to go
But I know that I cannot go home
These words are strapped inside my head
Tell me to run before I'm dead
Chase the rainbows in my mind
And I will try to stay alive
Maybe the world will know one day
Why won't you help me run away


Eu posso não ter destino, mas sei que não posso voltar para casa, todas as palavras trocadas ecoando em minha mente, todas as mentiras, o medo, a saudade, tudo e nada. Queria tanto que Edward me ajudasse a fugir!

It don't make any sense to me
Run away
This life makes no sense to me
Run away


Essa vida simplesmente não faz sentido para mim, não quando tenho que ser adolescente, mãe, irmã, pai e amiga ao mesmo tempo, não quando não posso me atirar aos braços do homem que amo. Não, quando não posso ser EU.

I could sing for change
On a Paris street
Be a red light dancer
In New Orleans
I could start again
To the family
I could change my name
Come and go as I please
In the dead of night
You'll wonder where I've gone
Wasn't it you
Wasn't it you
Wasn't it you that made me run away


Talvez eu pudesse cantar, ou ser garçonete ou dançarina, qualquer coisa para ocupar o meu tempo, pois dinheiro não era problema, não quando havia pago todas as contas e a casa com 30 mil e deixado 20 mil para Alice e Kaleb, ainda me restara 10 mil, pois por alguma razão Dra. Parker me pagará mais do que deveria, disse algo a ver com meus genes. Me pergunto quanto tempo terão até notarem a minha partida, até verem minha cama feita, minha roupas desaparecidas, até encontrarem as cartas. A culpa nunca foi deles, não, sempre minha. Eu precisava ser alguém e descobrir meu caminho, não seria fácil, mas era necessário.


I was just trying to be myself
Have it your way I'll meet you in hell
All these secrets that I shouldn't tell I've got to run away
It's hypocritical of you
Do as you say not as you do
Never be your perfect girl
I've got to run away
It don't make any sense to me
Run away
This life makes no sense to me
Run away
It don't make any sense to me
Run away
It don't make any sense to me

This life makes no sense to me
It don't make no sense to me
It don't make any sense to me
Life don't make any sense to me


A música terminou de tocar comigo cantando o último refrão, nunca havia me identificado tanto com uma música, mas naquele momento e sem direção, era exatamente como me sentia.



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Notas finais do capítulo

N/A: E ai? Gostaram? Odiaram? Choraram? Mereço reviews? Recomendações?
Bjus!
Nathy S2