Rolling Girl escrita por LíihLoves


Capítulo 29
Capítulo XXIX - Planos


Notas iniciais do capítulo

YEEEY, DEMOREI MAS CEGUEI!!! E COM A CAPA!

Sim, eu voltei pro meu pc antigo (e ele tinha a capa base dos capítulos, sentia saudades dela já, deixava tudo tão bonitnho)

Anyway, não tem Lenku (pelo menos não muito), mas tem um pouco de Ria, contentem-se



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Como se agisse por puro reflexo, Len segurou a região dos ombros do moreno e empurrou com força, usando o pé direito para forçar o empurrão na região do estômago do outro. Len não era acostumado a chutar, mas a adrenalina que lhe subiu fora o suficiente para conseguir se desvencilhar de Rei que, por sua vez, recompôs-se com o olhar queimando em uma ira crescente.

IA assistia, horrorizada, os dois rapazes partirem um para cima do outro, o choque do ocorrido prendeu suas palavras em sua garganta e nem mesmo seu corpo conseguia sair do transe.

Rei investiu um soco direto na face do loiro, mas Len conseguiu interceptar o golpe, agarrando o punho do moreno com uma mão e a outra segurando o braço e girou-o 180º, atirando-o contra a parede e arrancando-lhe um gemido de dor quando este sentiu a forte colisão.

Uma vez que se pôs de pé, lançou-se mais uma vez em direção ao loiro, só que dessa vez ele não pode fugir, recebendo um forte murro na região das costelas e, provavelmente, deixando uma lesão. Rei estava perto, perto o suficiente para que Len pudesse lhe desferir uma cabeçada para que se afastasse.

— Rei, Len! Chega! — ouviram a voz perplexa de IA um tanto embargada.

Ambos estavam tão preocupados em nocautear um ao outro que se esqueceram completamente da presença da rosada. Tanto que sua voz foi o suficiente para dissipar toda a cortina de ódio que estava enevoando os olhos dourados de Rei, que se afastou do loiro, ainda que um pouco que hesitante.

Estavam ofegantes e com o efeito pós-adrenalina em seus corpos. A garota andou em direção ao namorado, para ver o quanto o mesmo havia se machucado, a preocupação pingando em seus olhos. Seu olhar se encontrou com o do outro, que pedira silenciosamente para que se acalmasse e que estava tudo bem.

— Oe, não querendo interromper, mas eu ainda quero a minha resposta IA. — Len disse, chamando a atenção dos outros dois. Sentiu uma pontada de dor na região onde Rei socara anteriormente e deu um leve engasgue, rezando em silêncio para que todos os ossos ainda estivessem nos seus devidos lugares.

— Do que ele está falando? — fora a vez de o moreno indagar. Len sentiu uma gota descendo pela lateral da cabeça, afinal, porque diabos ele não perguntara as coisas antes de iniciar uma droga de briga? Mas talvez não pudesse culpa-lo, se o que pensou era verdade e Rei realmente estivesse namorando com a rosada, agir por impulso numa situação como aquela seria totalmente compreensível.

— E-eu não...

— Não adiante falar que não sabe, porque eu ouvi muito bem você dizendo que não pode, o que é diferente de não saber. Exijo uma resposta. — solicitou mais uma vez.

— Quem você pensa que é para mandar nela? — Rei perguntou, lançando mais um de seus olhares assustadores, entretanto Len não tremeu diante disso. Queria saber o que estava de errado com Miku e estava mais que disposto a quebrar quantas costelas fossem preciso para isso.

— Rei, está tudo bem. Ele só está preocupado com a Miku, depois de tudo. — IA tranquilizou-o e então se voltou para o loiro. — Len, eu não posso contar nada para você porque ela me pediu que não o fizesse, tem muita coisa em jogo aqui.

— O que seriam essas coisas?

A rosada sentiu-se estremecer. No início estava planejando contar tudo somente a Rei, mas agora tudo foi indo por água a baixo. Demorou um tempo para começar a falar, porque antes começou a olhar para os lados, como se quisesse ter certeza de que não estivessem sendo ouvidos.

— Aqui não. — disse, indicando-os um caminho.

=/=

IA levou-os para fora da escola e caminharam os três em silêncio pelas ruas movimentadas da cidade. Ela os levaria para um café, onde teria plena visão das pessoas a sua volta para ter certeza de que ninguém estaria interessado em uma conversa que nada lhes tinha a ver. A medida de que se aproximava do local sentiu seu coração pulando cada vez mais nervoso no peito. Há uns tempos nada nunca parecia dar certo, então começou a oscilar entre coisas boas e ruins até que finalmente as coisas atingiram o apogeu de seu perfeccionismo, pois tudo estava maravilhoso... Até de mais. Naturalmente chegou a hora das perfeições se afundarem, mas não precisavam ter afundado tanto.

A rosada sentiu Rei entrelaçando a mão com a sua, dando-lhe um calor reconfortante. Deixou-se sorrir para o moreno que devolveu o ato. Era incrível como ele sempre sabia quando ela estava para baixo ou nervosa, como agora, assim como o modo certo de acalma-la.

Len olhava para o casal com certa inveja. Pelo amor de Deus. O quão difícil era poder ter uma vida amorosa tão estável quanto a deles? Desde quando uma coisa tão simples como essa poderia ser tão complicada? Às vezes ele até se pegava imaginando se tudo seria mais fácil se ele fosse um garoto normal do ensino superior, sem ser perseguido por garotas malucas, nem ter feito “coisas” com metade delas ou tê-las usado em algum momento. Simplesmente ser um cara normal.

Mas logo os pensamentos se apagavam, porque ele não era nada disso e muito menos poderia mudar os fatos. O máximo que conseguiria era concerta-los, mas esperava o apoio de Miku para isso, mas...

— Chegamos. — disse a rosada, entrando em uma cafeteria que parecia uma qualquer aos olhos do loiro. Nunca tinha a notado, mas, logo ao pisar no recinto, um cheiro incrivelmente doce impregnou em suas narinas, consequentemente sua boca se encheu d’água.

IA pediu uma mesa e não demorou muito para que fossem atendidos. IA pediu um crepe de baunilha e chocolate, assim como o namorado. Como não estava acostumado ao lugar, Len decidira pedir o mesmo e, de tão absorto em pensamentos, nem notara os olhares sugestivos da garçonete, que saíra decepcionada.

— Certo, agora que já estamos aqui e não tem ninguém que possa nos ouvir, você pode contar, por favor, o que aconteceu? — Len implorou mais uma vez.

— Mesmo que eu não queira admitir, tenho de concordar com ele. — Rei dissera com voz pesarosa.

— Hey! — Kagamine protestou, sendo plenamente ignorado pelo moreno, que apenas tomou um gole de seu chá preto que pedira para vir antes da refeição.

IA desviou o olhar para suas mãos entrelaçadas uma na outra por baixo da mesa. Sentiu o nervosismo crescer mais intenso dentro de si.

Novamente Rei tentou acalma-la, dessa vez depositando sua mão em seu ombro.

— Não precisa falar se não quiser. — sorriu.

— Precisa sim. — Len advertiu, recebendo um olhar assustador do moreno.

— Calado.

A garota soltou uma risada com a cena, que achara realmente engraçada. Se não tivesse visto os acontecimentos anteriores, até poderia dizer que os dois rapazes pareciam dois amigos birrentos. Entretanto um parecia ser o completo oposto do outro, pois Len era mais ativo e energético, já Rei sendo misterioso e calmo. Quase como se fossem o sol e a lua.

— Tudo bem, Rei. Eu acho que eu não tenho escolha depois de tudo. Não posso deixar as coisas continuarem como estão e acho que a única pessoa que pode ajudar Miku é o Len. — disse atraindo ainda mais a atenção do loiro, que tomou uma posição mais tensa.

— Então aconteceu alguma coisa mesmo... Mas porque só eu posso ajuda-la?

— Antes de tudo, depois que eu contar não faça nada de irresponsável ou imprevisível. Certo?

— Ok, ok, só conta de uma vez. — ele já estava impaciente.

IA respirou fundo, escolhendo por onde deveria começar.

— A Miku veio hoje me falando que uma garota chamada Tei, que gosta muito de você, veio com ameaças sérias se ela não largasse de você. — disse, esperando para ver a expressão dos rapazes. Rei apenas arregalou os olhos com espanto, em quanto Len cerrou os punhos e dentes.

— Porque ela não me contou? Eu ia falar com aquela desgraçada e não ia deixar ela nem chegar perto da Mi...

— Não é esse tipo de ameaça Len. — a rosada interviu, notando que o semblante irritado do loiro mudou, indicando para que ela continuasse falando. — Sukone realmente pareceu ter o histórico da Miku em mãos. Ela sabia um monte de fatos. Bem, acho que você não sabe, mas a Miku há algum tempo atrás chegou a sofrer de um sério caso de depressão, tanto que seus pais a mandaram a um psicólogo. Ela nunca chegou a terminar, portanto a doença nunca foi dada como curada. — ela deu uma pausa para ter certeza de que os dois estavam acompanhando e processando todos os detalhes. — Certo. Como vocês sabem, os pais deixaram a Miku com a Haku como guardiã e há alguns anos atrás o Mikuo deixou a cidade por causa da faculdade e agora a Miku vive só com a Haku, mas já que a guardiã dela foi viajar em trabalho por alguns meses, ela vive sozinha sem nenhum maior de idade responsável e ainda por cima com diagnóstico de depressão. De algum modo a Tei ficou sabendo de tudo isso e está a ameaçando dizendo que vai vazar essas informações para a mídia. Desse jeito a empresa dos pais da Miku iria ser terrivelmente prejudicada e a Haku ainda correria o risco de perder o emprego de assistente social.

IA terminou de contar a história e levou um susto com o soco enfurecido que Len dera na superfície da mesa.

— Isso é besteira! A Miku não é depressiva. — cuspiu.

— Mas a ficha médica dela não mudou já que ela parou de ir às consultas do psicólogo. — a menor murmurou.

— Então se a ficha dela estiver limpa, não vai ter problemas não é? — Rei interviu, chamando a atenção de dois pares de olhos azuis.

Nesse meio tempo a garçonete chegou, dando-lhes os devidos pratos e saindo logo em seguida. Ainda mais chateada pela falta de atenção.

— O que o Rei disse pode estar certo. — Len disse, recostando-se na cadeira de braços cruzados e segurando o queixo com uma das mãos. — O único problema aqui é a ficha da Miku que está desatualizada, eu tenho plena certeza de que ela é psicologicamente saudável e, se conseguíssemos achar um jeito dela consultar algum profissional da área, posso afirmar com pura segurança de que ela seria diagnosticada como curada, mas...

— Ainda tem o fato do problema já ter existido. A Tei poderia forjar outra ficha, ou apresentar uma antiga para firmar suas palavras de que a Miku ainda precisava de cuidados quando estava sozinha. Afinal, ninguém pode dizer quando que ela foi de fato curada. Se quisermos dar um jeito nisso, precisamos mudar totalmente seu histórico. — Rei completou as palavras do loiro, brincando com a calda de chocolate do doce a sua frente com o garfo prateado.

— Mas a ficha dela estava desatualizada, são como lacunas, talvez nós consigamos achar um jeito de completa-las. Quero dizer, na nossa escola tem uma coordenadora que é responsável pelo cargo de psicóloga da escola. Ela poderia nos ajudar dizendo que nunca viu Miku apresentar nenhum sintoma depressivo nos últimos meses. Ainda tem os professores que podem confirmar isso e até mesmo nós.

Tudo o que IA fez foi olhar de um para o outro à medida que os dois intercalavam o pensamento um do outro. Okay, talvez eles não fossem tão opostos assim, na verdade, aquilo estava deixando ela um pouco assustada.

— Parece que nós temos um plano. — Rei desviou seus orbes dourados para os cerúleos enquanto apoiava seus cotovelos na mesa, cobrindo os lábios com as mãos que se entrelaçaram.

— É, parece que temos, só falta dar uma ajeitada aqui e ali. — disse o loiro por fim, dando uma garfada na sobremesa. — Mas acho melhor sermos rápidos.

— Parece que o playboy favorito da escola está com um pouco de pressa. — o moreno dera um sorriso debochado com a própria fala. O mesmo fora devolvido pelo loiro com a mesma aura irônica.

— Não imagina o quanto.

=/=

Miku desabou em sua cama, não dando atenção para quando seus pais lhe chamaram ao perguntar o que aconteceu. Dissera apenas que estava cansada devido ao primeiro dia de aula depois de férias tão maravilhosas. Entretanto, nada disso era verdade, não estava cansada, estava exausta, melancólica e se sentindo terrivelmente mal.

Sentiu quando as lágrimas escorreram lentamente pelo rosto em quanto observava o notebook repousando na escrivaninha de seu quarto. Só ao vê-lo, sentimentos ruins subiam pelo seu estômago, dando-lhe vontade de gritar sem parar até que alguém a ouvisse. Mas tudo o que fez foi abraçar um travesseiro solitário em sua cama.

Ouviu batidas na porta.

— Miku, estou entrando. — disse a voz de seu irmão, aparecendo num vão da porta. Ele levou um pequeno susto com o rosto choroso de sua irmã e entrou rapidamente, fechando a porta logo em seguida e se aproximando da cama. — Oe, o que aconteceu hoje? É o Len?

A garota tentou limpar as lágrimas de seus olhos, mas apenas mais destas estavam se criando.

— Não, não é ele. Está tudo bem. Só estou sendo boba. — forçou um sorriso.

— Para de mentir, não combina com você e ainda por cima faz muito mal. — Mikuo sorriu ternamente, empurrando um fio de cabelo da franja teimosa de sua irmã para longe de seus olhos. — Tá tudo bem mana, não precisa contar agora, mas eu quero saber mais tarde okay?

Ela assentiu, sentindo mais lágrimas queimando para fora de seus olhos.

— Nee, onii-chan. — ela o chamou.

— Sim?

— Você pode me abraçar?

Mikuo piscou como uma coruja, um pouco desconfiado e surpreso, mas não se passou nem dois segundos e já puxou sua irmã em um abraço carinhoso. Ele sentiu-a chorar em seu peito, provavelmente fazendo uma mancha enorme em sua camisa.

Mas estava tudo bem, porque, depois de tudo, ela ainda era sua irmã mais nova.


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Notas finais do capítulo

AUSHUASAU, psé, er.... não sei o que dizer...

Kissus >w



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