—Ei, Sinneus, me passa a salada?

—Molho?

—Não, obrigado.

Louis estava sentado ao lado de seu irmão. Não se encontravam a aproximadamente 10 anos. Aquilo era uma situação realmente especial. Luganno estava sentado do outro lado da mesa, ao lado de Robel. Sinneus estava sentado na cabeceira, ao lado de outra cadeira, que estava vazia.

—Rapazes, querem mais comida?

—Sim, obrigado! - gritou Louis. Presley olhou para ele, com olhar desconfiado.

—Louis! Isto são modos?

—Ah, relaxa irmão! Eu venho sempre aqui, já sou da casa!

—Aqui está! - disse Abelle com um sorriso, ao trazer uma farta bacia cheia de carne de javali boi. - Podem se servir.

As paredes do local eram todas de madeira, e todas decoradas com arcos de aljavas de flechas. Haviam vasos de plantas por todo o local. 

—Então, Luganno.. o que foi aquilo mesmo que você disse quando estávamos lutando contra o Sanders? Algo sobre Ganimedes..

—Ah, sim. Bem.. é uma longa história..

—Foi quando a gente foi para Ganimedes, sabe? Aquele satélite aqui ao lado? Lá tinha um tal de...

—Lorde Shärgna.

—Isso! Lorde Shárguena.. Bem. Era um cara bem durão. Ele dominou aquele lugar por décadas e décadas. Até a gente chegar lá né, claro.

—Na verdade, eram séculos. - disse, Luganno. Louis estava boquiaberto.

—E então? O que vocês fizeram? - disse Robel.

—Foi aquele movimento que a gente usou para derrubar a sua torre. Ele estava recuado lá em cima pois não podia se afastar da sua fonte central de poder, que era um objeto que estava lá dentro. Então, eu usei os ventos para levantar o Presley até o topo da torre, que ele derrubou com um só soco.

—Meu irmão é demais!

—É, ele teve que aprender a lutar na porrada.

—Mas isso foi naquela hora?

—Quando fomos para Ganimedes?

—Sim.

—Naquela hora que sumimos, logo após o final do torneio na Montanha Âmbar. Foi Pedro quem nos mandou para lá.

—Ah, sim! Então, Luganno.. você conseguiu se encontrar com seu irmão por lá? Já que ele também...

—Ei, rapazes! Estão escutando isso?

Um zunido alto e estridente fez com que nada pudesse se escutar pelo próximos minutos. Todos se levantaram e olharam para a janela.

Um feixe de luz cobriu o céu estrelado de Yurek, até encostar em um dos sensores no teto do observatório da cidade.

—-

—Foi lá que eu entrei naquela hora, aquela pessoa estranha me jogou para fora de lá com um só movimento. - lembrou Louis.

—Ah, sim, aquela pessoa..

Eles já estavam na rua, em direção ao local. Ao chegarem lá, o edifício estava todo coberto por aquela luz roxa, impossibilitando o grupo de entrar.

—Droga! E agora, o que fazemos?

—Vamos esperar, até que...

Não precisou terminar a frase. Naquele instante, a luz roxa se dissipou. Esperaram alguns segundos.

—Vamos! - disse Sinneus, correndo até a entrada do observatório e abrindo o portão. Os outros vieram logo atrás.

—O que está acontecendo aqui? - a voz ecoou pelo salão. Do lado oposto do telescópio havia outro dispositivo eletrônico. Era uma espécie de base sólida circular, cuja circunferência brilhava com a mesma luz roxa de antes. Sobre ela se encontrava um ser de cabelos longos com uma armadura vermelha e uma espada na mão.

A pessoa a qual Louis havia se referido estava caída no chão, surpresa. Olhava para aquilo sem acreditar no que via.

—Ei, Tech, o que é isso?

—Syn... Eu consegui, mas...não da forma como eu esperava!

Todos olhavam para o guerreiro, que averiguava se aqueles que estavam a sua volta apresentavam perigo, os quais faziam o mesmo.