O comandante A’nair observava de sua cadeira na ponte a estação de ciências, A EE 267 crescendo na tela da ponte da NUUK , enquanto subtenente Kinder, e a alferes Millena se preparavam para atracar a nave, Capitã Kelly tamborilava no painel ao lado de sua cadeira para supervisionar a operação, era uma coisa rotineira mas um descuido poderia ocasionar um desastre.

Além da troca de tripulantes, haveria uma manutenção preventiva no disco refletor, o Engenheiro chefe Traian estava cismado e quando ele cismava era melhor dar atenção.

– Atracação concluída com sucesso- falou o computador:

Assim que a nave parou A capitã foi para o alojamento onde estavam os tripulantes do Cargueiro:

Sua amiga Capitã Cida, o filho adotivo dela o piloto Robert, sua esposa Ana, o engenheiro Norman, Adhilah, a navegadora e seu filho Jetro:

Kelly olhou para os semblantes preocupados sem saber ao certo como começar a conversa:

– Como vocês estão?

– Ola! Capitã esqueceu-se da gente?Exclama Cida se aproximando para um abraço.

– Desculpe a correria quase não conversamos, mas vou ficar uns dias de folga na Estação e vocês também vão ter que ficar alguns dias...

– Alguns dias? Não sei o que vou fazer de minha vida! Sem minha nave como eu e a minha tripulação vamos viver?

Cida se acomoda em uma das cadeiras da mesa de café, Kelly senta-se à mesa ao lado da amiga e coloca sua mão sobre a dela.

–Não tenho muito, mas minha casa em Santana do Parnaíba, ou meu apartamento em São Francisco, são seus e dos seus tripulantes, até pegarmos os piratas e acharmos sua nave, ou o seguro arranjar outra nave, ou vocês acharem outro emprego sei lá. É o que posso fazer, ainda tem a mamãe, a Telma, sua situação pode ser difícil, mas você não esta sozinha, “tamo junto”.

Cida olha para Kelly, dá um sorriso:

– É, o negócio poderia ser bem pior... Disse rindo, pelo menos temos o ultima chance, (a nave em que eles escaparam).

– Estamos falidos, mas estamos vivos, continuou Robert.

– Por pouco não morreríamos abandonados no espaço- completa Ana.

– Dra Segran que o diga!

Adhilah, como sempre calada, estava servindo o jantar com o auxilio de seu filho observando discretamente a conversa, Jetro seu filho adolescente quebra o clima pesado.

–Tenho fé que tudo vai dar certo, não iremos ficar desamparados, vamos jantar capitão?

–Obrigada, mas Vou encontrar o Mont no Boteco do Gwem, estou morrendo de saudades, tive uma ideia! Vamos festejar afinal vocês estão vivos!

– Eu já passei da idade para festas, mas te acompanhamos numa cerveja.- Respondeu Cida.

Ainda na ponte.

– Mais um trabalho bem feito, eu sou demais... - graceja Millena, ainda sentada e se despreguiçando.

– E ai, pequena? Eu o Alferes Syden, Nolan, Zanh, Cardigan, Phibe e Dora. Vamos no “Boteco do Gwen”, disse ele contando nos dedos para não esquecer ninguém - Vamos com a gente? Olhou

– Lógico tá marcado, borá se arrumar. Encontremos-nos lá em 2 horas Vai indo na frente que eu encontro com vocês.

No painel táctico/segurança estava o tenente Gra’h zanh, um jovem macho andoriano, que entrou na conversa:

– Sabe as pessoas que resgatamos esta semana? Todos assentiram com um sim com as cabeças- então sabem quem é a capitã?- Millena sabia quem era, mas não queria tirar o momento de “ Zanh”.

– È a capitã Cida!- continua disseram todos

– Vocês não estudam “boas” histórias da academia não? O nome inteiro dela é Maria Aparecida sei lá do que, e da Capitã Maria Kelly... Ele arregalou os olhos e ficou esperando alguém completar.

– Fala de uma vez! Gritou Syden.

– Elas mais uma oficial médica chamada Maria Telma eram as três-marias, o terror das festas!

– Mano, é verdade não tinha me tocado que o primeiro nome da capitã era Maria, respondeu Syden.

– Quem diria, elas são Lendas vivas, um exemplo a “não ser seguido,” dizia o meu instrutor de Astrofísica- Gracejou Millena.

– Uma inspiração a qualquer estudante entediado, imaginar que tais cadetes mesmo gostando de se divertir muito, conseguiram se formar, bem, a conversa esta tá boa, mas vamos logo...

– Demoro, vamos então?- Isso ai! - saíram rindo e conversando.

Ainda na Ponte Comandante Sra Gunnlod ainda estava verificando algo no console táctico, ela era alta 1,80, tinha formas curvilíneas de uma bela Oriana, mas ela tentava a todo custo esconder toda a sua exuberância, ela era inteligente estudava e trabalhava duro, e queria ser reconhecida por isso, era a melhor amiga da capitã, elas treinavam juntas pelo menos duas vezes por semana, como diretor estratégico sempre estava estudando, era exigente seus subordinados eram muito cobrados, mas em compensação, ela sempre estava disposta a ajudá-los a superar suas deficiências, O Primeiro oficial sr. A’nair (o pronome masculino podendo agora ser usado), era de estatura baixa, sua natureza hermafrodita lhe conferia um ar mais feminino, tinha as feições delicadas, mas sua forma de andar, falar e se comportar mostrava uma virilidade que não era normal e talvez até ofensiva para sua espécie, ele tinha desenvolvido uma amizade especial com Gunnlod, ela por sua vez gostava de sua companhia não se sentia ameaçada por ele, A’nair não sabia se isso era bom ou mal sinal, foi principalmente por causa dessa amizade que ele se descobriu como homem apesar de já ter percebido essa tendência antes.

– Todos vão estar no “Boteco do Gwen” vamos também? – perguntou A’nair, mas tentando tornar a proposta mais atraente ele continuou - Temos que dar um apoio á capitã, sabe a situação dos amigos dela...

– Verdade, tem razão, e talvez dançar um pouco!

Conclui num sorriso para alegria esperançosa do Comandante A’nair.