O Acordo escrita por Bel Russeal


Capítulo 24
Positivo


Notas iniciais do capítulo

Feliz ano novoooo galera!!!
Que em 2015 a vida de vocês tenham mais sorrisos, mais amor, sucesso, esperança e muita paz.
E com essa energia boa de dia primeiro, posto o primeiro capitulo do ano.



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Narração Bianca

Marcelo descia com duas malas na escada, enquanto Caroline e eu esperávamos na sala.

_ Então é só isso? – Ela disse me olhando.

_ É por enquanto, eu já estava ficando sem roupas. – Dizia e Marcelo finalmente nos alcançou.

_ Vamos, antes que Dylan chegue do trabalho, não quero que ele me veja. – Disse conferindo as malas, não eram todas as minhas coisas, mas já era o suficiente.

_ Isso aqui está meio bagunçado não é? – Marcelo disse olhando ao redor da sala.

Era típico do Dylan , ele não era lá muito organizado, imagine morando sozinho agora. Tinham várias garrafas de bebidas vazias na mesinha da sala, na cozinha tinha muita louça suja e a casa estava um pouco suja.

_ Isso porque só faz uma semana que ele está sozinho, quando fizer um mês estará impossível de entrar nessa casa com tanta bagunça. – Caroline disse rindo.

_ Vamos! – Marcelo disse arrastando a mala para fora.

...

Entramos em casa, Lucas e Julia estavam no sofá assistindo um filme e comendo pipoca, os dois estavam cada vez mais próximo, ficava feliz com essa relação que eles estavam criando.

_ Estou morrendo de fome... – Falei me sentando no sofá juntos dele e Caroline me acompanhou.

_ Posso preparar um jantar bem legal para gente. – Marcelo disse animado, ele estava sendo um bom amigo essa semana, mas algo me dizia que ele estava tentando se reaproximar de Caroline.

_ Eu adoraria. – Disse contente.

_ Posso ajudar você. – Caroline disse se levantando e os dois sumiram para cozinha.

...

_ Isso ta delicioso. – Eu disse ainda com a boca um pouco cheia.

_ Não sabia que tinha esse dom culinário. – Caroline falou para Marcelo que sorriu.

_ É, eu tenho alguns dotes secretos. - Marcelo disse brincalhão.

_ Pena que Julia não pôde ficar para jantar. – Falei e Lucas concordou.

_ Ela disse que ia visitar o irmão. – Lucas falou e os olhos de todos pousaram em mim.

_Fiz sobremesa também. – Marcelo disse desviando a atenção e agradeci mentalmente por ele ter feito isso – Bolo e sorvete – Ele disse olhando para mim e Caroline, ele sabia que essa era de longe nossa sobremesa favorita.

Sorrimos animadas e logo ele nos serviu, tudo estava delicioso e cada colher daquela sobremesa era divina, mas quando estava quase no fim dela, senti um gosto amargo na minha boca, meu estomago revirava com aquele gosto e só de olhar para aquela sobremesa.

_ Que foi? Não gostou? – Lucas me perguntou.

_ Preciso... – Disse correndo até o banheiro mais próximo.

...

Acho que depois de vomitar o jantar quase todo, eu escovava os meus dentes, abri a porta do banheiro e Caroline já me esperava do lado de fora com cara de preocupação.

_ Está tudo bem? – Ela perguntou.

_ Mais ou menos, estou assim desde manhã, enjoada, cansada e com um pouco de dor de cabeça, acho que estou ficando doente. Deve ser alguma virose... – Disse subindo as escadas e a loirinha me seguia.

_ Você acha que é só isso? – Ela me perguntou atenta.

_ É, o que mais seria? Juro que se eu piorar irei ao médico, não precisa se preocupar. – Disse enfim chegando ao meu quarto e então entramos.

Deitei na cama e Caroline sentou na mesma ao meu lado ainda me olhando estranho.

_ Bianca você está mais gordinha, já percebeu? – Ela falou e fiquei boquiaberta com tanta sinceridade direta, depois caí na risada.

_Eu sei, mas com todo esse drama não teve como não sair da dieta. – Disse rindo.

_ Não estou julgando nenhum padrão de beleza. – Ela disse ainda séria- Só quero dizer que ...

_ Que o quê?

_Seus hábitos alimentares estão estranhos, está mais gordinha e até seus peitos estão maiores, agora náuseas...

_ Eu vou a nutricionista, eu sei que estou engordando, Caroline. – Disse irritada.

_ Ah minha nossa! Para com esse complexo de modelo, não é isso que to querendo dizer.- Caroline disse irritada – A sua menstruação está em dia? – Ela perguntou;

Fiquei calada por alguns minutos, estava ainda tentando raciocinar, devia está pálida e eu soava frio agora. Eu estava tão envolvida nos meus dramas, que nem percebi o que todas aquelas mudanças no meu corpo indicavam.

_ Ela está atrasada... – Foi o que eu consegui falar quase em sussurro.

_ Precisamos ir ao médico. – Ela disse me olhando atenta.

_ Você acha mesmo? Ah meu Deus.. não, isso agora seria um...

_ Um filho nunca é um desastre; - ela disse me interrompendo – E calma, vai fazer os exames e ver os resultados.

_ E seu estiver mesmo grávida dele? – perguntei.

_ Vão ter que ter outra conversa e não pensar só no que convém vocês dois, mas no bem dessa criança. – Ela disse e senti logos as lágrimas caírem sobre o meu rosto, eu já não conseguia controlar o meu emocional, e talvez agora eu não precisasse nem ir ao médico, raciocinando melhor, estava quase claro que eu estava grávida.

...

Acordei e Caroline ainda estava no meu quarto, ela estava concentrada no celular, sorria tentando não fazer barulho, acho que trocava mensagem com alguém. Olhei para o relógio ao lado e ainda nem era meia noite. Me ajeitei na cama e quando ia ligar a TV, ouvi o som da porta se abrir e Isa entrar saltitantes.

_ Cancelei minha viagem de volta pra Paris depois dessa noticia. – Ela disse pulando na cama perto de mim – Eu já estou até inspirada em criar uma linha só para bebês. –ela dizia animada balançando a cama com os seus pulos.

Olhei para Caroline que sorria animada com a empolgação de Isabelle:

_ Calma, Isa! Eu ainda nem fiz o exame, não pode criar uma coleção de roupas para bebês pensando num filho meu ainda. – Disse rindo.

_ Isso está mais claro que a água pra mim. – Ela disse parando de pular e sentando perto de mim – Eu vou ser madrinha de uma fofura. – Ela disse pegando na minha barriga e senti cócegas.

_ Ei! Você não pode decidir isso. - Caroline disse sentando na cama – A mãe escolhe a madrinha do filho que supostamente vai para a melhor amiga que sempre está por perto. Ajudando a cuidar do bebê, trocar fraudas e levar ao parque... – Caroline disse olhando para minha barriga sorridente - E isso não tem lógica, você odeia crianças. -Caroline disse a encarando de volta.

_ Nossa nunca pensei que uma madrinha tinha tantas funções... – Isa disse distraída - Mas não importa o bebê de Bianca vai ser uma fofura, não vai ser uma criança melequenta. Eu vou ensiná-lo a se diferenciar dos pestinhas que tem na sua ONG.

As duas logo começariam uma briguinha boba e profundamente irritante. Então resolvi logo interromper:

_ Parem já as duas.. Eu nem sei sobre como vou contar que estou supostamente grávida para o pai da criança, então esqueçam essa historia de quem vai ser a madrinha agora. – Disse e as duas se entre olharam sem graça.

*** dois dias depois ***

Havia pedido para entrar no consultório sozinha, então quando saí de lá vi Isabelle e Caroline na sala de espera com os rostos mais ansiosos que já vi, elas queriam saber do resultado que só eu sabia.

_ E então? – Caroline perguntou.

_ Fala logo. – Isabelle perguntou impaciente.

_ Recebi uma ligação do Marcelo, ele disse que quer nossa ajuda para a distribuição das cestas básicas. – Disse fugindo do assunto só para provocá-las.

_ Fala logo, Bianca. – Caroline e Isabelle reclamaram juntas.

_ Deu positivo, quase de 7 semanas. – Disse com um leve sorriso no rosto, mas um pouco assustada – Estou grávida.

_ Isso é um máximo! – Isabelle e Caroline disseram me abraçando.

_ É mais ou menos. – Disse caminhando pelos corredores do hospital até encontrar a saída e as duas me acompanhavam.

_Vai ser ótimo, Bia. E com isso você e Dylan vão enxergar que tem que ficar juntos e que essa separação de vocês é absurda. – Isabelle disse entrando no carro primeiro, já que ela dirigia.

Caroline sentou no banco de trás e eu no banco de carona da frente:

_ Eu também acho, sei que não estava nos seus planos ser mãe agora, mas vai ser maravilhoso. – Caroline disse animada, ela era louca por crianças.

_ Eu não sei como vou contar isso pra ele. – Disse nervosa.

_ Acho que ele vai desmaiar... – Isabelle disse concentrada no volante.

_ Isabelle, não ta ajudando. – Caroline disse a repreendendo e sorri nervosa.

...

Chegamos a ONG e o campus estava decorado, com várias faixas penduradas e balões coloridos, estavam sendo entregues doações de brinquedos e cestas básicas. E como tudo que Caroline estava envolvida não podia ser tão simples, ela tinha transformado aquilo em um grande evento.

Tinham barracas de comidas e refrescos, também tinham brinquedos como pula-pula, escorregadores, e até palhaços para alegrar as crianças. No local, tinham várias famílias, pais e mães se divertindo com os seus filhos e eu observava todos atentamente, e pela primeira vez, desde que ouvi o médico dizer que realmente estava grávida, senti alegria por ter um pequeno serzinho crescendo dentro de mim, e eu queria protegê-lo mesmo sem conhecê-lo, mesmo sendo inesperado a sua existência... Olhando toda aquela confraternização em família, me senti ansiosa e feliz por está grávida, apesar de todos os medos e duvidas.

_ É bom ver todos felizes não é? – ouvi uma voz familiar ecoar perto de mim e me tirar dos meus pensamentos, era Gabriel.

_ É sim, fazer alguém sorrir é melhor ainda. – Disse observando Isabelle entregando doações a uma família que sorria contente e agradecida.

_ Então você voltou... – Falei olhando para ele dessa vez, que estava em pé ao meu lado me observando.

_ Caroline me fez um convite, fiquei na duvida se aceitaria no inicio. – Ele disse com seus olhos tão concentrados nos meus.

_ Eu te fiz um convite para voltar antes, lembra? Não devia ficar incomodado se for por minha causa. – Falei e ele sorriu.

_ É, mas isso foi antes. – Ele disse abaixando a cabeça fugindo de meus olhos por alguns segundos, era estranho quando ele fazia isso, pois ele sempre falava comigo sem desviar o olhar do meu.

_ Vejo que Caroline foi persuasiva então. – Falei tentando quebrar o nível de constrangimento que surgia ali.

_ Ela sempre tem bons argumentos. Mas mesmo assim, ela sabe que adoro esse lugar, e como estou suspenso da delegacia, to com tempo livre.

_ Suspenso? – perguntei surpresa- E é assim que um delegado é recompensado por resolver um grande caso? – Disse em seguida e ele deu um leve sorriso ainda meio que nervoso por se tratar do assunto da investigação em que ele me usou.

_ Não, suspensão é o que um delegado recebe por bater no seu antigo parceiro dentro da delegacia. – Ele disse coçando a cabeça com uma mão e a outra estava no bolso de sua calça jeans.

_ Eduardo? –perguntei surpresa, eles me pareciam tão amigos.

_ É, eu meio descobri que ele é corrupto, mas não tenho como provar ainda. E deixei meu sangue ferver demais. Às vezes não consigo controlar meu senso de justiça. – Ele disse rindo sem graça.

_ Mas fico feliz que tenha voltado para ONG, aqui sempre precisam de voluntários para trazer mais sorrisos às pessoas. – Disse e ele assentiu.

Não tinha muito mais a dizer a ele, então quando ia me deslocar para a barraca de refresco, ele se colocou em minha frente um pouco nervoso, com sua respiração irregular:

_Bianca... Isso não é um problema pra você é? Quero dizer, se minha presença incomodar.. – Ele dizia gaguejando – Ti..po, você não aparece há dias aqui.. aqui .. é...

_Não, não é você. Quero dizer... Você me magoou muito por esconder a investigação de mim, éramos amigos. – Falei e ele me olhou triste – Mas sei que era seu trabalho. Eu fico feliz de verdade por voltar. Só que eu tenho passado por alguns problemas, então não tenho muito tempo para acompanhar tudo aqui como antes.

_ Era o meu trabalho, mas eu podia ter escolhido te contar, eu podia ter confiado em você, mas não queria ver você se machucar com toda a verdade, queria te proteger dela. – Ele disse segurando o meu rosto.

_ Pare de se torturar. Afinal que espécie de policial você é? – Falei rindo e ele riu também, seu sorriso continuava lindo e encorajador.

_ Um que está muito arrependido. – ele disse sorrindo levemente.

_ Sabe, a gente podia ir ao nosso bar predileto, relembrar os velhos tempos. – Ele disse convidativo. – Podemos ser amigos ainda? – Ele perguntou mais receoso dessa vez

_Podemos sim e isso seria divertido... – Comecei animada, mas logo o meu consciente alertou – Mas não posso beber.

_ Não pode beber? – Ele me olhou confuso e depois sua face foi mudando, como se estivesse caindo à ficha. – Por acaso está...

_ Estou numa dieta rigorosa, sem álcool, ordem da minha nutricionista. – Falei o interrompendo nervosa, não queria divulgar minha gravidez ainda.

_ Ta, tudo bem. Posso pedir pra Maria fazer um suco de laranja pra você, não é muito comum no bar, mas ainda dá pra brindar. – Ele disse sorrindo.

_ Sendo assim, acho que aceito o seu convite. – Ele sorriu e me ofereceu o seu braço, enganchei o meu no dele e caminhamos assim até a saída do evento, que estava uma loucura de tantas crianças.

Tentamos nos desviar das crianças que brincavam de um trenzinho humano comandado por Marcelo que estava animado, mas foi quase impossível, eles nos arrastaram, atrasando o nosso trajeto até a saída, mas finalmente chegamos ao portão.

_ E eu já disse que não posso, estou ocupada. – Ouvi Caroline reclamar e logo nos esbarramos com ela e Daniel conversando na entrada.

_ Oi Daniel. – Falei animada por vê-lo e o abracei. Caroline tinha uma cara nada satisfeita, eles pareciam brigar. Gabriel trocou aperto de mãos com Daniel que nos observava um pouco atento e surpreso.

_ Por que estão aqui na entrada? – Perguntei – Sabem que não podem brigar aqui, alguma criança pode ver e não vai ser legal. – Falei e Caroline assentiu.

_ Eu sei, mas esse idiota não entende que estou ocupada e quer me arrastar para o hotel.

_ Mas é importante, no carro eu te explico, vamos lá. – Daniel falou persuasivo e olhei para Gabriel que tinha uma cara confusa tanto quanto eu, mas achava também divertido a briguinha boba dos dois.

_ Eu já falei que não vou ter mais recaídas, eu já tomei providencia para controlar meus hormônios contra você. – Caroline falou e vi Gabriel reprimir um sorriso, a loirinha tinha uma barra de chocolate nas mãos e a devorava enquanto falava.

_ Ta se entupido de chocolate para não transar comigo? – Daniel falou divertido e dessa vez Gabriel e eu não conseguimos não rir.

_ Fala baixo, seu idiota. – Caroline falou ficando vermelha. – E não só chocolate, mas descobrir que ginástica e álcool ajudam nisso também – Ela completou envergonhada.

_ Fica tranquila, Gabriel e eu já estamos de saída. – Falei tomando o rumo do estacionamento junto com ele.

_ NÃO! – Danei falou rápido e nervoso.

_ Porque não? – perguntei.

_Você podia convencer Caroline a vim comigo, antes de vocês irem..- Daniel falou se colocando em nossa frente.

_ Daniel, eu já falei que esta tendo um evento importante aqui. – Caroline disse bufando.

_ Eu sei, mas eu preciso de uma ajudinha sua para resolver certo problema. – Ele falou, escondendo o real problema, Gabriel e eu nos entreolhamos, eu já não entendia nada.

_ Procure uma prostituta, ou uma garçonete, ou até suas aeromoças vadias... – Ela falou irritada.

_ Não tem nada a ver com sexo. – Ele disse irritado.

_ E o que é então? – Caroline perguntou impaciente.

Cruzei os meus braços também já impaciente, Caroline e Daniel eram divertidos, mas eu não entendia porque Daniel achava que eu poderia convencer Caroline de fazer algo, eu nunca conseguia, ela era teimosa como uma mula.

_Por que vocês dois não ficam aí dentro resolvendo as coisas de Caroline, não vai demorar... – Daniel disse empurrando Gabriel e eu para dentro do portão.

_ Ei.. Nós estamos de saída, cara. – Gabriel protestou.

Não entendia tanta insistência de Daniel em não querer que a gente saísse em direção ao estacionamento, mas tudo ficou claro, quando vi ele se aproximar.

_ Daniel, se você acha que vou ficar mofando naquele estacionamento por causa desse seu chove e não molha com a Barbie.. – ele vinha dizendo concentrado no celular, e nem percebia que todos olhavam pra ele agora – Está muito enganado...

Dylan mal completou o que falava e nos olhou surpreso e magoado quando tirou os olhos do celular, engoli um seco ao ver pra onde ele exatamente olhava, era pra mim e Gabriel com os braços encaixados um num outro.

_Dylan... – Disse em sussurro surpresa

Todos estavam em silencio, até Caroline sussurrar para Daniel:

_ por que não avisou que ele estava no estacionamento, isso seria menos constrangedor. – Ela sussurrou, mas mesmo assim pude ouvi-la, mas creio que Dylan não.

_ Então, vai demorar muito com a Barbie ou vou ter que pegar seu carro te deixando a pé ? – Dylan disse olhando para Daniel e nos ignorando.

Gabriel me olhou incomodado e atento, acho que ele notou o quanto a indiferença de Dylan pra mim me incomodou.

_ Desculpa, cara. Eu já estava indo. – Daniel disse olhando para Caroline – É importante, Carol, vem? – Ele disse ainda insistindo e não pude deixar de ficar curiosa para sabe o que os dois queriam com Caroline.

_Ta, eu vou se seu amigo parar de me chamar de Barbie. – Caroline disse relaxando os ombros.

_ Ah se eu fosse você não prometeria isso a ela, Dan. – Dylan disse virando de costas e sacudindo as chaves do carro – E nos acompanhe, Barbie, você vai adorar o que o seu Ken tem para você.

_ Espera não era um problema? – Caroline disse acompanhando Daniel que logo na frente estava Dylan.

_ Mais ou menos.

Os três sumiram para o estacionamento e eu os acompanhei com os meus olhos até dobrarem e sumirem no horizonte.

_ É... Eu não entendi nada. – Gabriel falou se colocando em minha frente – Você e Dylan estão brigados?

_ Estamos dando um tempo... Ou não sei mais. – Disse enxugando os meus olhos antes que as lágrimas caíssem

_ Ele ter visto nos dois só devem ter piorado a situação, me desculpe. – Ele disse passando a mão na testa.

_ Tudo bem, na verdade, já estava ruim antes. De qualquer forma, se importaria se nos cancelarmos a nossa ida ao bar? To um pouco cansada. – Falei com um leve sorriso no rosto forçado.

_ Eu entendo, quer que eu te leve pra casa? – Ele perguntou e assenti.

...

Narração Dylan

Daniel estava me prendendo naquele hotel, forçando a me envolver nos seus problemas profissionais, só para me distrair. Mas eu já estava de saco cheio, meu pai vivia pegando no meu pé e eu fugia dele constantemente, já fazia quase duas semanas que eu e Bianca estávamos separados, e isso era até um milagre não ter caído na boca da imprensa.

_ E agora? Essa é a festa do ano mais importante do hotel e essa organizadora de eventos me dá esse furo. –Daniel reclamou e eu só bebia o meu uísque enquanto ouvia.

O problema era que Daniel organizava todo ano sempre uma super festa no hotel, isso atraía turista e muitos clientes, pois sempre era a festa mais comentada do país. Mas a sua organizadora o deu um furo e viajou para os Estados Unidos.

_ Adia pra outra semana e tenta achar outra organizadora. – falei calmo.

_ Não posso adiar, muitas pessoas já se hospedaram contando com que aconteça ainda essa semana. -Ele disse estressado - Vai ser impossível achar uma organizadora de eventos pra organizar isso nesse restante de tempo.

Já que estava envolvido querendo ou não com os problemas de Daniel, resolvi dá a ele uma única solução que veio na minha cabeça:

_ Conheço uma pessoa, ela não é profissional, mas ela adora organizar eventos, ela é meio neurótica, mas sempre faz bons eventos.

_ Quem? – Daniel me olhou esperançoso.

_ A sua querida Barbie oxigenada. – Disse e Daniel riu, obviamente, ele adorou a ideia.

...

Parei o carro do estacionamento da ONG e aguardei lá mesmo, Daniel prometeu ser rápido e estava tendo um evento lá dentro, não estava pra saco para ambientes lotados.

Passado já alguns minutos a demora de Daniel me incomodava, ele devia está tentando convencer a teimosa loirinha ainda de abandonar seu evento solidário para ajudá-lo, peguei meu celular e liguei para Daniel, nas duas primeiras chamadas ouvi um celular vibrar do meu lado, ótimo, ele tinha esquecido o celular no carro.

Saí do estacionamento e tive sorte de encontrar Daniel e Caroline na entrada, tinha um movimento no portão de pessoas, mas ignorei, queria ir logo para casa.

_ Daniel, se você acha que vou ficar mofando naquele estacionamento por causa desse seu chove e não molha com a Barbie.. – Dizia distraído com o meu celular, meu pai ligava de novo – Está muito enganado...

Eu completaria algo a mais na minha frase, mas perdi todo o rumo do que eu dizia. Ela estava lá, mais linda do que a ultima vez que a vi, mas acompanhada pelo delegadozinho.

_Dylan... – Ela disse em um sopro de sua respiração inserta, ela estava surpresa por me encontrar.

Droga, no que eu estava pensando? É claro, que nós dois tínhamos acabado e toda historia de dar um tempo era uma ilusão, é claro que ela correria para o homem dos seus sonhos, o homem perfeito com quem ela sempre imaginou ficar. Mas isso não diminui o impacto de vê-la com ele, eu estava furioso, é claro, ela não esperou nem sequer um tempo para ir atrás do loiro defensor da lei, que não muito mais perfeito que eu, também enganou ela.

Todos estavam em silencio, acho que Daniel devia ter tentando evitar aquilo, mas eu não demonstraria aquele impacto, talvez eu devesse aceitar que acabou.

_ Então, vai demorar muito com a Barbie ou vou ter que pegar seu carro te deixando a pé ? – Perguntei para Daniel e tratei toda aquela cena com indiferença, mesmo não sendo verdade, mesmo que me incomodasse bastante vê-la com os braços engatados no de Gabriel.

_ Desculpa, cara. Eu já estava indo. – Daniel disse olhando para Caroline – É importante, Carol, vem? – Ele disse ainda insistindo, acho que a loirinha não estava a fim de abandonar o evento dela para organizar o evento de Daniel, a verdade, ela estava tentando manter uma distancia segura dele, já que até onde Daniel me contou ela não conseguia admitir que os dois tinham uma atração um pelo o outro.

_Ta, eu vou se seu amigo parar de me chamar de Barbie. – Caroline disse relaxando os ombros.

_ Ah se eu fosse você não prometeria isso a ela, Dan. – disse virando de costas e sacudindo as chaves do carro – E nos acompanhe, Barbie, você vai adorar o que o seu Ken tem pra você..

_ Espera não era um problema? – Caroline disse acompanhando Daniel.

_ Mais ou menos.

_ Não contou pra ela? – perguntei ainda andando em direção ao carro.

_ Não, ela não deixou explicar. Ficou falando e falando.. – Daniel disse rindo e Caroline revirou os olhos.

...

Estávamos sentados no meio do salão de festa do hotel, Caroline ainda não tinha falado nada para Daniel desde que ele apresentou o problema:

_ Você tá louco? Eu não posso organizar um evento em menos dois dias, principalmente, um evento desse porte. – Ela disse pegando sua bolsa ameaçando ir embora.

_ Qual é Caroline? Não finja que não é boa nisso, o seu baile de mascara da ONg parou na capa do jornal devido ao sucesso que teve. – Falei impaciente.

_ Sim, mas foi algo de semanas de preparo. Eu sou uma universitária de psicologia e sócia de um instituto que ajuda crianças e famílias carentes, não uma organizadora de eventos.

_ Eu confio no seu dom, amor. – Daniel se aproximou dela – Por favor, preciso que esse evento aconteça.

_ Ta, mas não garanto que sairá como os seus eventos passados, sempre vejo as festas desse hotel nos jornais, são esplendidas, não sei se posso conseguir o nível de sua antiga organizadora de festas. – Caroline disse receosa.

_ Eu sei que você fará uma festa melhor do que as anteriores, amor. – Daniel disse sorridente pegando no rosto da loirinha que corou.

_ Ta.. ta... mas tenho condições para fazer isso. – A Barbie disse colocando a bolsa em cima da mesa e sentando ao meu lado e tinha um sorriso diabólico na sua boca pintada de vermelho.

_ Todas que quiser. – Daniel disse se sentando também.

_ Quero 20% dos lucros. – Ela disse e eu sorri.

_ Garota esperta. – Disse olhando para Daniel que piscou cúmplice pra mim e demos uma risada, ele adorava meninas ambiciosas, independentes que sabiam o que queriam, quem não adora? Caroline era realmente o tipo de Daniel.

_ Fechado. – Daniel disse concordando – Continue ...

_ Quero no mínimo umas quinze pessoas me ajudando a organizar decoração e tudo aqui... – Isso era obvio, ela não conseguiria tudo a tempo sozinha – E incluindo Dylan. – Ela disse sorrindo diabolicamente.

_ O que? Não, eu só estou aqui dando meu apoio moral. – Disse incrédulo com sua proposta.

_ Dylan tem que me ajudar e fazer tudo o que eu mandar. Tipo o meu assistente. – ela disse com um sorriso malvado no rosto, ela me torturaria de tanto trabalho, ela queria se vingar por todos os dias de implicância.

_Sem chance, loirinha, não pode me obriga a isso. Eu não sou dono desse hotel e nem ligo pra essa droga de festa. – Disse olhando desafiador pra ela.

_ Então é uma pena, tenho que volta para ONG.. – Ela disse pegando sua bolsa.

_ Não, não, não.. – Daniel falou desesperado e me olhou furioso.

Caroline deu uma risada e soltou sua bolsa de novo nos olhando.

_ Eu não vou fazer isso.. Eu sou um engenheiro rico, sócio de uma empresa aeronáutica milionária... Não vou ser funcionário dessa Barbie do capiroto nem um dia sequer. – disse olhando para Daniel.

_ Barbie do capiroto? – Ela perguntou indignada e revirei os olhos.

_ Por favor, Dylan.. – Daniel pediu e olhei relutante pra ele – Eu faço... aquilo que me pediu. – ele disse e já sorri animado.

_ O que ele te pediu? – Caroline perguntou curiosa.

_ Nada, mas fechado. Eu ajudo a loirinha. – Disse sorrindo.

Eu havia convidado Daniel para pular de paraquedas comigo, em homenagem a Tom, o comandante que me ensinou a pilotar avião, faria três anos de sua morte na outra semana, e pular de paraquedas era algo que eu e Tom sempre fazíamos juntos, queria recuperar um pouco de minhas lembranças com o comandante junto da adrenalina, mas queria que Daniel fosse comigo, mas acontece que ele morria de medo de fazer isso.

_ Tudo certo, amor? – Daniel disse para Caroline.

_ Na verdade, só mais uma condição, pare de me chamar de amor. – Ela disse revirando os olhos e sorri da cena.

_ Qual o tema da festa esse ano? – perguntei.

_Eu tinha pensado em à fantasia. - Daniel respondeu animado.

_ Nossa, que inovador. – Caroline fez cara de tédio.

_ O que sugere? – Perguntei.

_ Que tal... – Ela fez cara de pensativa – Noite no Cassino? – Ela disse com um sorriso animador no rosto – Isso é perfeito. Podemos fazer algo tipo Monte Carlo ou Las Vegas, colocar alguns jogos de cartas, melhores bebidas, música boa, todo mundo em trajes sensuais e glamourosos.

_ Eu gostei. – Disse animado, eu adorava Vegas,tive umas férias lá inesquecível.

_ Luxo, dinheiro, mulheres e diversão... Tudo o que as pessoas esperam quando vem ao grande hotel de Daniel Belmonte. – Caroline disse com um sorriso confiante.


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Notas finais do capítulo

Adorando vocês acompanhando, mas sinto falta de muita gente dando opinião. Espero que estejam gostando, então comentem lá.
Beijoos meus leitores ♥



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