O Acordo escrita por Bel Russeal


Capítulo 13
Confusos sentimentos


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal!!
Há algum tempo algumas pessoas me pediam pra fazer um capitulo com Dylan narrando para saberem mais ou menos como ele pensava. E bem eu já tinha planos de fazer isso e fiz, espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/550392/chapter/13

_ Você leva isso até o eletricista, ele vai instalar essa iluminação. – Apontei para duas caixas enormes no chão e Dylan me olhou com preguiça.

_ Hoje literalmente você vai me escravizar é isso? – Ele perguntou.

_ Só leva, Dylan. Me acompanhou até ONG agora vai ajudar. – Disse balançando os ombros e Caroline riu do meu lado.

_ Eu ofereci somente carona, garota. – Ele disse pegando uma das caixas e piscou pra mim. – Que grande dia de folga. – Ele reclamava enquanto carregava as caixas .

_ O que ta acontecendo aqui? – Caroline disse largando a lista que tinha nas mãos e me encarando.

_ O quê? – Disse pegando a lista de suas mão, encarando o papel e fugindo do olhar sugestivo de Caroline.

_ Esse clima... não me diz que vocês transaram? – Olhei assustada para Caroline e corei.

_ Transaram? Ah meu Deus. –Ela disse alto rindo.

_ Fala baixo. – A reprovei e fiz uma cara irritada que logo se desmanchou em um sorriso.

_Sexo , apenas um bom sexo. – Disse rindo

_ Quer dizer que são um casal de verdade agora? – Ela perguntou.

_ Não sei, não conversamos sobre isso. – Falei surpresa e com borboletas no estômago, essa pergunta me deixou nervosa.

_ Transaram e pronto ? – Ela perguntou confusa - Confessem estão se apaixonando.

_ Não, só foi um sexo casual.

_ Bianca, vocês estão casados, não existe isso.

_ Nosso casamento é diferente. – Explicava para Caroline.

_Podia até ser, mas depois de ontem, o casamento de vocês não é tão diferente assim. Eu te conheço Bianca e nunca a vi tão.. tão viva. – Ela disse me olhando séria .

_ Esta brincando não é ?Eu e Dylan brigamos muito, nos aturamos, mas ainda é só um acordo e somos tão diferentes. Brigamos pelo lençol e espaço da cama, brigamos quando ele demora no banheiro, brigamos pelas festinhas deles e o cheiro de álcool que ele deixa pela casa, não conseguimos chegar ao consenso se quer de um sabor de uma pizza... Ah, e eu odeio o jeito desorganizado e largado dele, nunca liga para o horário certo das coisas, odeio quando ele sai da piscina molhado e saí pingando na casa toda... E quando ele vai comer sanduiches, tira toda a salada de dentro e deixa tudo bagunçado, e em falar em bagunça, ele deixa a toalha molhada em cima da cama todo dia e isso ele faz de propósito só para me irritar...

_ AH - MEU - DEUS – Caroline soletrou com os olhos arregalados para mim - Você esta apaixonada por ele e nem percebe. – Caroline me olhou assustada e depois gargalhou.

_ Caroline, para você esta me deixando maluca.

_ Estão fofocando sobre mim não é? – Dylan disse assim que veio buscar a outra caixa.

_ Não! – Caroline e eu falamos irritadas.

_ Anda logo, tem mais duas caixas na minha sala, intrometido. – Caroline disse autoritária e eu sorri.

_ Como se uma não fosse o bastante. – Ele reclamou levando outra caixa – Neuróticas!!

Observei Dylan se afastar marrento carregando as caixas e pela primeira vez pude pensar sobre isso, eu estava apaixonada pelo Sherman? Qual a consequência que isso traria para o Acordo?

...

_Então o palco deveria ficar aqui na frente ou mais ao lado direito? – Caroline perguntou e eu também tinha duvidas.

_ Na frente com certeza. – Gabriel respondeu antes de mim, ele carregava uma escada, estava suado e sem camisa.

_Obrigada! – Caroline sorriu e riscou mais um item que ela tinha decidido em sua lista.

Gabriel colocou as escadas em algum lugar por ali e se sentou ofegante, ele estava suado e cansado, Caroline estava literalmente abusando de todos os voluntários da ONG.

_ Tenho que buscar as fotos impressas na papelaria. –Falei para Caroline pegando minha bolsa.

_ Pronto, Senhora mandona. – Dylan apareceu ao lado de Caroline que revirou os olhos.

_ Você pode ir, mas Dylan vai ajudar a montar o palco. – Caroline me olhou e Dylan fez um cara de tédio.

_ Tudo bem. – Disse rindo.

_ Não vai me deixar aqui sozinho com essa neurótica a flor da pele, vai? – Dylan perguntou e todos riram.

_ Você vai ficar bem. – Disse enquanto me afastava indo para a garagem da ONG.

Destravei o carro estacionado, abri a porta, mas com um descuido a chave caiu no chão e nesses segundos de juntá-la percebi alguns jornalistas na porta da garagem.

_ Isso não pode ta acontecendo. – Bati a porta irritada e voltei para dentro do imobiliário.

...

_ O que aconteceu? Não ia pegar as fotos? – Dylan perguntou surpreso, ele disse limpando o suor de sua testa com uma toalha.

_ Está cheios de jornalistas lá fora. Eu vou matar aquela Sara Cooper, eu juro pra você. – Falei irritada e um pouco alto, e logo Caroline, Marcelo e Gabriel se aproximaram preocupados e curiosos.

_ O que ta acontecendo? –Caroline perguntou.

_ Você não vai matar ninguém, eu resolvo. – Dylan disse tentando me acalmar e me obrigou a sentar em um banco que tinha por perto.

_ Matar quem? O que ta acontecendo? – Gabriel dessa vez entrou no diálogo também.

_ Aquieta seu instinto policial que não vamos matar ninguém, literalmente. – Dylan disse sarcástico e todos ainda estavam confusos.

_ Fale por você. – Bufei.

_ Tem jornalistas lá fora, estão nos perseguindo depois da coluna escrita pela Sara Cooper. – Dylan tentava explicar e ninguém comentou nada dessa vez.

_Nem se façam de desentendidos, eu sei que leram a coluna daquela vaca. – Disse irritada.

_ É claro que ela usaria isso contra você, Bianca. Vocês duas nunca se deram bem e depois da noite da boate então. – Caroline disse se sentando ao meu lado.

_ Aquilo que ela disse sobre vocês é verdade? – Marcelo perguntou olhando para mim e Dylan.

_ Não confie em imprensa marrom bombom, meu caro. – Dylan disse irritado com a pergunta de Marcelo.

Mas era natural todos estarem em duvidas sobre o nosso casamento depois do que Sara Cooper publicou,.

_Vocês tem que publicar uma nota para acabar com esses comentários. - Caroline disse e Dylan estava concentrado em seu celular.

_ Meu pai já fez isso, obviamente. – Dylan disse erguendo o celular.

O Pai de Dylan havia inventado toda uma historia para acalmar a mídia, em nota publicou que a união das empresas foi decidida depois das duas famílias descobrirem o nosso romance, e que Dylan e eu já estávamos namorando há algum tempo em segredo antes do casamento, pois era um namoro proibido já que as duas empresas eram rivais.

Esperto e convincente da parte de José Alfredo, mas ainda não entendia porque todos os jornalistas continuavam grudados em nosso pé, eu só queria que esse casamento parasse de ser noticia e cada um fosse cuidar de sua vida.

_Eu posso chamar algumas viaturas pra acalmar a acumulação de jornalistas ai na frente. – Gabriel ofereceu.

_ Não precisa. – Dylan respondeu rápido e logo notei seu tom de irritação.

_ E o que vamos fazer? – perguntei.

_ Eu vou com você buscar essas fotos e te acompanhar no seu trabalho. – Dylan comunicou me puxando pelos braços de forma grosseira me fazendo levantar do banco.

_Vai virar meu guarda costas é isso? – perguntei com um leve tom de irritação na voz.

_Se for necessário. – Ele piscou e vi que não me livraria dele.

Narração de Dylan

O sol escapava pela janela invadindo o quarto e me acordando, a cama estava vazia, Bianca tinha levantado cedo dessa vez. Olhei pro relógio eram 7 horas da manhã, aquilo era cedo demais para acordar em um dia de folga, eu na verdade queria dormir mais porque a noite foi bem cansativa e revigorante. Lembrei do sorriso da Bianca e de seu corpo nu tão perfeito, ela era irritantemente linda.

Me acomodei na cama em um lado em que o sol não me alcançava, eu poderia voltar a dormir novamente, mas ouvia barulho de um motor de carro e alguns xingamentos vindo do andar de baixo e aqueles gritos raivosos com certeza eram de Bianca.

Levantei vestindo apenas uma cueca Box e caminhei ate a sacada do quarto, olhei para baixo e tive a vista de Bianca chutando o carro, ainda bem que dessa vez ela estava calçada e não tinha perigo de entortar o dedão do pé dessa vez. Soltei uma risada um tanto alto ao me lembrar a quão desengonçada ela era às vezes.

_ Algum problema aí? – Disse sentando na barra de proteção que tinha na sacada e coloquei as mãos atrás da cabeça me apoiando na coluna. Eu me divertia muito com a cena e pegar aquele sol da manhã não era tão ruim quantos minutos atrás deitado na cama, o dia estava lindo.

_Não, não tem problema nenhum. Eu só estou fazendo um carinho no meu carro. – Ela me olhou irritada -- É claro que tem um problema – Ela gritou lá de baixo e soltei mais uma risada a provocando - Meu carro não quer pegar. – Ela disse colocando as mãos na cintura e respirando.

_ O que tem essa lata velha? – perguntei rindo.

_ Lata velha? Esse carro está novinho. – Ela disse indignada, nem parecia que estava chutando carro há segundos atrás e agora estava defendendo ele? Maluca, essa era a conclusão que tinha de minha esposa.

_ Droga, eu estou atrasada. – Ela disse olhando para o relógio.

_ Eu te levo. – Ofereci, levantando e me alongando.

_ Bom dia Dylan, que forma em ? – A vizinha que estava fazendo caminhada na calçada gritou ao me ver só de cueca na sacada da casa.

_ Bom Dia, senhorita Cury. – Acenei de volta rindo para ela.

_Exibido. – Bianca disse balançado a cabeça negativamente e entrando de volta para mansão.

...

Tomei um rápido banho e coloquei uma bermuda e uma camiseta, calcei os tênis e desci para cozinha. Bianca estava impaciente batendo os dedos no balcão e me olhou diferente quando cheguei ao cômodo.

_ Espera tomar ao menos um café? – perguntei antes de me sentar na mesa, ela olhou para o relógio e assentiu se sentando também.

Ela me observou por alguns segundos e quando a olhei ela rapidamente desviou os olhos de mim, sorri levemente com sua atitude. Ela estava corando gradativamente, tudo bem que eu e ela não somos um casal de verdade, casamos por um acordo e ontem tudo meio que virou de cabeça para baixo depois de um sexo incrível, mas eu não entendia porque ela fugia de mim daquele modo, foi só sexo, estamos casados, então não há nada de errado nisso.

Bianca pegou o jornal e começou a folheá-lo, mas uma tentativa de não me encarar naquela mesa, ela nunca lia jornal no café da manhã.

Servi- me um café enquanto ela se servia um suco, o adoçante estava no meio da mesa e pegamos os dois juntos ao mesmo tempo o produto.

_ Pode pegar? – Dizemos juntos de novo, ela riu, retirei a mão do produto e ela pegou o mesmo colocando duas gotas em seu suco.

Em todos os café da manhã neste ultimo mês de casado com Bianca, isso aconteceu milhares de vezes e todas as vezes brigamos pelo adoçante, entregar aquele produto primeiro a ela por livre espontânea vontade, deixou escancarado que aquilo não estava normal, o que estava acontecendo comigo? O que estava acontecendo com ela?

Larguei a xícara de café e olhei espantado para mesa, droga, impossível ter um sexo casual com sua esposa de mentirinha, seu tapado. Falei a mim mesmo esfregando a mão na minha testa e levantei imediatamente da mesa.

_ O que foi ? – Ela perguntou confusa.

_ Eu.. Eu ... – Eu estava gaguejando é isso? Eu sempre tenho uma resposta na ponta da língua para tudo. Por que olhar para Bianca estava me deixando sem palavras?

_ Eu preciso fazer uma ligação. – Disse indo imediatamente para sala e discando o numero de Daniel.

Chamou algumas vezes e caiu na caixa postal, insisti novamente e ele fim atendeu com o seu sagrado mau humor da manhã:

_ Espero que seja algo bem importante para me acordar... – Daniel demorou um pouco e arfou – SETE E MEIA DA MANHÂ? CARAIO DYLAN – Ele gritou.

_ Eu preciso beber, beber muito porque eu estou enlouquecendo. – Falei nervoso.

_ Sirva-se um uísque aí na sua mansão e me deixe dormir, Dylan. – Daniel falou mal humorado, normal ele devia ter acabado de chegar da sua boate, desde a inauguração a boate de Daniel bombava.

_ É sério, porra. – gritei com ele no telefone – Eu transei com a Bia ontem e to inquieto agora.

_ Nossa transar com sua esposa é tão incrível assim, quero ter essa oportunidade também. – Daniel disse rindo.

_ Eu vou deixá-la no trabalho e vou aí ok? Preciso te contar sobre um acordo, algo que eu já devia te contar a tempos,é sobre o casamento com Bianca. – Disse e Daniel calou-se por alguns instantes.

_ Sabia que aquela mulher era muito areia pro seu caminhãozinho desde o altar. – Ele disse rindo – Estou preparando o meu melhor uísque, chegue logo . Estou muito curioso.

***

Cheguei a ONG com Bianca e ouvi os gritos histéricos da Barbie gritando com vários voluntários, era organização da festa de Haloween que seria hoje à noite e a amiga de Bia nunca me pareceu tão irritante.

_ Eu preciso ir. – Disse tentando sair da mira da loirinha endiabrada que me olhava com interesse.

_ Ei, Dylan. – Caroline gritou e dei meia volta encarado a Barbie do mal, Ôu.ôu, tarde demais para fugir.

_Droga. – murmurei e Bianca soltou uma leve risada.

_ Que braços fortes você tem. – Ela disse segurando em meus ombros – Perfeito para carregar umas caixas. – Ela disse erguendo as sobrancelhas em um olhar sugestivo.

_Sem chance, loirinha. – Afirmei.

_ Tem aquela caixas com as aboboras, tem aquelas caixas de bebidas... – Caroline falava com o dedo sobre o queixo enumerando as coisas que eu tinha que fazer, mas quando eu aceitei ajudar? Sério, Bianca tinha um problema serio com amizades, as amigas delas eram neuróticas, a prima de cabelo azul que me olhava de forma tarada e tinha uma paixão por vodka, e a loira irritantemente animada e empolgada com qualquer projeto que era designado a ela.

_Espera... – Disse rindo.

_ Ah tem as caixas com a iluminação. – Bia disse lembrando e olhei para ela indignado, aquilo era um abuso de poder de cargo de esposa.

***

_ Tenho que buscar as fotos impressas na papelaria. – Bia falou para Caroline pegando sua bolsa.

_ Pronta senhora mandona. – Falei ofegante e sorri aliviado poderia me livrar da loirinha autoritária agora.

Me encostei cansado em uma das arvores que tinha ali perto e observava Caroline e Bia conversarem sobre as fotos. Peguei o meu celular e não tinha nenhuma mensagem de Daniel, provavelmente ele tinha voltado a dormir e esquecido de nosso combinado.

_ Você pode ir, mas Dylan vai ajudar a montar o palco. – Caroline se pronunciou e pensei em várias formas de torturar Caroline.

_ Tudo bem. –Bia disse rindo.

_ Não vai me deixar aqui sozinho com essa neurótica a flor da pele, vai? –Perguntei e todos riram.

_ Você vai ficar bem. – Bia disse indo para a garagem da ONG e bufei.

...

Sentei irritado em um dos bancos ali perto e olhei para o delegado ao meu lado que conversava animado com Caroline a respeito de um bar, eles combinavam de ir voltar lá mais vezes, Carol dizia que tinha saudade de ir lá com Bia, revirei meus olhos com a cena e Gabriel notou me encarado e sorri cinicamente para ele.

_ Que dia lindo não é? Não tem ninguém para prender? – perguntei ao loiro entojado ao meu lado e Caroline me olhou receosa.

_ Não, ainda não. – Ele me olhou desafiador. -- Mas vejo que, infelizmente, também está de folga. – Ele sorriu descarado para mim

_ É tão bom ser rico e me dar folga quando eu quero. – Disse suspirando me encostando de forma mais confortável no banco levando as mãos para trás da cabeça e o delegado me olhou irritado. - Privilégio que um funcionário do governo não deve ter não é? – Disse o provocando.

_ É não temos, ainda bem não consigo me ver levando uma vida fácil e fútil. – Ele disse provocador também e revirei os olhos.

Eu diria mais algo para ele, como algo relacionado que sua presença naquele lugar era desnecessária, mas vi Bianca retornar furiosa para perto de nós.

_ O que aconteceu? Não ia pegar as fotos? – Perguntei surpreso

_ Está cheios de jornalistas lá fora. Eu vou matar aquela Sara Cooper, eu juro pra você. – Ela falou irritada, aquele realmente não era um dia bom pra ela.

_ O que ta acontecendo? –Caroline perguntou.

_ Você não vai matar ninguém, eu resolvo. – Disse me aproximando dela, tentando acalmá-la.

_ Matar quem? O que ta acontecendo? – O delegado intrometido entrou na conversa.

_ Aquieta seu instinto policial que não vamos matar ninguém, literalmente. – Falei com um sorriso de lado esplendido para ele.

_ Fale por você. – A garota bufou ao meu lado e ela ficava linda furiosa.

_ Tem jornalistas lá fora, estão nos perseguindo depois da coluna escrita pela Sara Cooper. – Expliquei a historia novamente

_Nem se façam de desentendidos, eu sei que leram a coluna daquela vaca. – Ela Disse irritada.

_ É claro que ela usaria isso contra você, Bianca. Vocês duas nunca se deram bem e depois da noite da boate então. – Caroline opinou.

_ Aquilo que ela disse sobre vocês é verdade? – Marcelo perguntou olhando para mim e Bianca

_ Não confie em imprensa marrom bombom, meu caro. – Falei irritado

_Vocês tem que publicar uma nota para acabar com esses comentários. - Caroline disse e verifiquei o meu celular, é claro que meu pai já estava a par da historia.

_Eu posso chamar algumas viaturas pra acalmar a acumulação de jornalistas ai na frente. – Gabriel ofereceu.

_ Não precisa. – Por que o babaca sempre se intrometia em tudo ?

_ E o que vamos fazer? – Bia perguntou.

_ Eu vou com você buscar essas fotos e te acompanhar no seu trabalho. – Puxei Bia pelo braço de uma forma meio bruta, confesso.

_Vai virar meu guarda costas é isso? – Ela perguntou irritada.

_Se for necessário. – Falei pra ela que revirou os olhos como a boa e comportada esposa que não era.

...

Não foi possível pegar as fotos obviamente, tive que mudar o meu percurso para casa de Daniel já que os jornalistas estavam em todos os lugares que Bianca frequentava. Isso era extremamente incomodo.

Dei cinco batidas forte na porta da suíte presidencial em que Daniel morava, ele não vinha atender e aquilo me irritava, apertava mais vezes.

_ Ele mora na cobertura de um hotel? – Bianca disse surpresa.

_ Ele é dono desse hotel. – Expliquei e ele soltou um “Ahh” como resposta.

_ Ei pra que tanto barulho. - Daniel apareceu com a cara de sono entre a porta meio aberta.

_ Eu avisei que vinha. – Falei como se fosse obvio.

_Droga, não com ela. – Daniel disse nervoso e passando a mão no rosto como se aquilo aliviasse sua cara de ressaca. – Espera um momento. – Ele disse entrando novamente e ouvimos algum barulho de moveis se arrastado e algo do tipo de risadas de garotas, Bia me olhou receosa e não pude deixar de rir.

Daniel abriu a porta para que dessa vez pudéssemos entrar, ele estava vestido no seu Robe de seda, não pude evitar rir com a cena. Bianca e eu entramos e tinha duas garotas pegando suas bolsas e saíram acenando, não pude deixar de notar o quão lindas eram, ente elas a ruiva tinha uma bela comissão de frente.

_ Minhas primas, estão de visita a cidade. –Daniel explicava para Bianca e eu sorri com a cena, como se alguém fosse bobo o suficiente de cair nessa desculpa.

_ Enfim, fiquem a vontade. – Daniel disse fechando a porta e juntando algumas garrafas de bebidas vazia pela casa, é claro que teve uma boa social ontem a noite por aqui, o que me lembrava um pouco saudoso dos velhos tempos.

Daniel sumiu pelo corredor com as garrafas e Bianca olhava receosa no sofá, acho que ela se questionava seriamente se engravidaria só de sentar naquele sofá. Sorri ao ver sua cara e a tranquilizei:

_ Pode sentar, no sofá é seguro. Daniel odeia fazer coisas no sofá,se é que me entende.Ele diz que não é confortável e nem espaçoso o suficiente. – Falei me jogando no sofá e ela se sentou depois ainda um pouco na defensiva na questão do sofá.

_ E eu pensava que você era repugnante. –Ela disse olhando ao redor do local. Tinha varias lingerie espalhadas pelo local e cheirava a álcool, aquilo não me surpreendia eu estava acostumada as constantes festas de Daniel, que eu era um ativo participador antes de me casar.

_ Por isso que tenho Daniel como amigo,sempre fico mais digno e responsável perto dele. – Disse a fazendo rir.

_ Até parece. – Daniel apareceu novamente na sala,, já vestido em um terno cinza e uma gravata azul, ele gostava de andar bem arrumado quando trabalhava no hotel.

_ Belo terno. - Bia disse o avaliando.

_ Obrigado querida, adoro mulheres que reconhecem um bom estilo. – Daniel disse me fazendo rir.,

_ E eu fico feliz que está saindo do armário e aceitando sua homossexualidade – Comentei e ele revirou os olhos.

_ Disse que queria falar comigo a respeito...

_ Bia, eu já volto. – Disse cortando Daniel antes que ele falasse demais.

Levantei e apertei os ombros de Daniel que logo entendeu. Liguei a TV para Bianca se entreter, mas ela estava entretida mais com a decoração da cobertura de Daniel, ela olhava enojada para as esculturas que insinuavam sexo, para o pote de balas que na verdade tinham camisinhas, para os objetos de fantasia masoquistas no meio da sala e vi que ela ainda se surpreenderia ainda mais se ela explorasse mais o lugar.

Daniel e eu entramos no elevador e descemos ao escritório dele, ele olhava algumas coisas no celular dele enquanto eu encarava a porta do elevador. Daniel me olhou dessa vez seriamente, depois olhou para o celular e depois olhou para mim novamente.

_ Esse lance nesse site é o que quer me contar? – Ele perguntou.

Eu já sabia em que site ele estava lendo, aquilo estava se espalhando mesmo. O encarei por um momento e o elevador parou saímos juntos e entramos em sua sala. Peguei uma cerveja no seu frigobar e me sentei no sofá que tinha ali.

_ Seu casamento foi tipo uma farsa organizada pelo seu pai ? – Ele perguntou.

_ Esse site não conta a historia direito, ele só faz suposições baseadas na petulância de Sara e sua mania de se meter na vida dos outros. – Falei bufando

_ Seja lá qual for a historia verdadeira, mas essa suposição da Sara ganhou uma grande proporção, mas o marketing de seu pai é mais eficaz, as pessoas não acreditaram muito nisso. Na verdade se você não tivesse me ligado pela manhã, também não acreditaria, você e Bianca pareciam ser feitos um para outro naquele casamento. – Daniel comentou

– A história é a seguinte...

***

Daniel sorriu um pouco com a história e achou um absurdo ter me casado contra a minha vontade, mas ele fez questão de ressaltar que queria estar no meu lugar porque Bianca era gostosa e isso me incomodou. A questão é que ele também achava que os créditos da empresa do meu pai estavam sendo perdidos por minha causa, a toda hora a empresa era atingida por escândalos, principalmente o último, antes de me casar, quando fui preso por bater em um policial. Daniel concordou que meu pai tinha que tomar uma atitude, não tão drástica e antepassada como um casamento arranjado, mas ele concluiu como todo mundo que aquilo deu certo, o casamento havia abafado todos os meus escândalos e melhor eu havia mudado.

_ Eu mudado? Continuo mesmo. – Falei rindo – Eu só não quero mais fazer escândalos, não pelo meu pai, eu estou trabalhando em uma empresa que eu adoro, to tentando fazer isso da certo sabe? – Falei tentando convencer Daniel.

_ Viu só? Meses atrás essas palavras não sairiam da boca do garoto que invadiu a sala de reunião da empresa do pai com prostitutas cantando e dançando Jingle Bells Rock na véspera do natal. – Daniel disse rindo

_ Qual é? Minha mãe estava triste porque meu pai trocou a ceia de natal por uma reunião com um bando de acionista, eu precisava interceder por ela. – Disse e Daniel gargalhou.

_ Mas confesso que diferente de antes eu tenho objetivos para mim sabe? Antes eu não queria nada, nada alem de festas e de perturbar a vida do meu pai.

Lembrei-me do passado, em como a minha vida era baseada em festa e uísque, Daniel sempre foi minha dupla perfeita nisso até mesmo em Londres quando ele me fazia visitas, mas acredite ao contrario de mim Daniel sempre teve créditos com o meu pai, isso porque ele sabia se divertir como queria e utilizava disso para ganhar dinheiro, não é a toa que ele é o dono da maior boate do país e de um hotel luxuoso na Barra. Ao contrario de mim na época que só trazia prejuízos aos negócios do meu pai.

_ Depois do casamento, você voltou a voar, nunca mais tinha pilotado desde a morte do comandante Tom. – Daniel ainda monopolizava na conversa.

Comandante Tom era o meu vizinho, Ele tinha me ensinado tudo sobre aviões, a dois anos atrás ele tinha falecido, foi quando me mandei para Londres para passar uma temporada e não voltei mais a voar, até o dia do aniversario da minha mãe.

_ E melhor do que voltar a voar, resolveu utilizar o que aprendeu nas faculdades, na sua especialização em Londres e com o Tom é claro, em uma empresa aeronáutica. – Daniel disse enumerando as minhas possíveis mudanças e percebi o quão diferente eu estava agora - Você tem objetivos agora e, como eu , achou algo que realmente gosta para ganhar dinheiro. – Daniel finalizou.

_ Eu não tinha parado para enumerar essas possíveis mudanças. – Disse meio que assustado – Você me deixou tonto - Disse tomando a cerveja e Daniel riu.

_ É ela que te fez mudar? Finalmente se apaixonou? – Daniel perguntou e eu me engasguei como liquido e entrei em uma crise de tossi.

_ Não, claro que não to apaixonado. – Falei e Daniel balançou a cabeça negativamente – Não sei se foi ela que me fez mudar exatamente, mas quando eu a conheci, quando ainda estávamos noivos e meu pai enumerava todas as qualidades de Bianca, o quanto ela era inteligente, graduada, modelo de sucesso e ajudava em uma ONG , eu olhava para ela e a via tão viva. Sei lá parecia que os planos que ela tinha para o futuro a deixava com uma enorme vontade de viver e bem eu não tinha muita essa vontade de viver.

_ Droga Dylan, você não merece ela. –Daniel disse rindo e eu revirei os olhos – Você praticamente ganhou na loteria e veio aqui se reclamar porque finalmente transou com a esposa de mentirinha e tudo ta estranho agora?

_Porque é um acordo, cara. É só um acordo, não temos como fugir disso. – Falei irritado e Daniel me olhou sério – Quando eu casei com ela, no momento em que ela disse aceito naquele altar eu vi os planos do futuro que ela tinha para ela sendo destruídos em um só olhar dela, clamando para que aquilo não tivesse acontecendo, para que ela não tivesse casado comigo. – Falei alto e levantando da cadeira.

_ Então é isso, sente como se tivesse mudado os planos dela? Cara, ela ainda continua com a carreira de sucesso e sendo a mulher esplendida que é. E melhor você viu nisso nela e também quis isso para você, ela te inspirou a ter objetivos também. – Daniel disse mais alto e me olhava aflito.

_ Não.. o casamento mudou com a vida dela, ela perdeu a vida que tinha. Olha só essa confusão com os jornalistas. Eu não sou e nem nunca fui o cara dos sonhos dela e ...

_ Foda-se, Dylan. –Daniel falou irritado – Pare de se torturar, ela aceitou casar com você por razões dela e agora vocês tem tudo para dar certo e não consegue admitir que está apaixonado por ela porque tem medo de mudá-la ? – Daniel disse auto e o vi como um irmão mais velho dando uma bronca no irmão mais novo.

_Aquela Bianca cheia de planos quando estávamos noivos, antes dela me conhecer... – murmurava quase não dando de Daniel ouvir, mas ele ouvia.

_ O que tem ela?

_ Ela mudou.

_ Caralho como você é burro. –Daniel disse se sentando no sofá ao meu lado e levando as mãos para a cabeça.

_ O que? – perguntei confuso.

_ Dylan, aquela mulher lá na minha cobertura, é obvio que ela esta mudada também, os planos que ela tinha antes mudaram com toda certeza, porque ela teve que te incluir na equação dela, é isso que acontece quando nos casamos, mesmo sendo apenas como um acordo. E você esta apaixonado por ela, mas se sente culpado por mudá-la e por isso não quer admitir isso pra vocês mesmo, mas nem mesmo se questiona se essa mudança também faz bem pra ela, assim como fez pra você.

Talvez Daniel tivesse razão, mas ele não entendia os meus receios e eu não entendia o que eu sentia. Mas algo eu tenho certeza: Eu sou um egoísta, mas não posso me permitir a ser egoísta com Bianca, não posso prendê-la a mim e a fazê-la infeliz.

***

Cheguei à cobertura e vi Bianca dormindo sentada no sofá, sorri levemente com a cena e fiquei um pouco chateado de ter que acordá-la, mas era preciso.

_ Ei Bia? – disse mexendo em seus ombros devagar.

Ela acordou e me encarou por alguns segundos confusa e percebeu que havia dormido.

_ Nossa, você demorou. – Ela disse se ajeitando no sofá.

_ Desculpa te fazer esperar. Acho que já podemos ir, já esta quase na hora do almoço. – Falei e ela concordou.

_ Estou faminta. – Ela comentou enquanto pegava sua bolsa.

_ Eu sou a solução desse problema então, linda.- Daniel disse entrando na sala e Bianca derrubou a bolsa no chão com o susto que levou e não evitei rir da cena.

_ Sabe contratei um chefe novo para o restaurante do hotel, preciso ver se o cardápio dele é realmente bom, vamos lá? – Daniel ofereceu e os olhos de Bianca brilharam.

_ Estou começando a gostar de você, Daniel. – Ela disse segurando o braço de Daniel que as cruzou com o dele e saímos em direção ao elevador.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí oque acharam ? x)
Esperando vocês no comentários para gente fofocar sobre esse casal de tontos.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Acordo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.