Terapia Alternativa escrita por Fenix Carvalho


Capítulo 6
Capítulo 6 - Vida de estudante




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Um mês depois as duas mulheres saíam do consultório da especialista em fertilização de mãos dadas e em silêncio cada uma com seus pensamentos, ambas sentiam amedrontadas sobre passo que estavam dando, e ao mesmo tempo sentiam-se renovadas e ansiosas para o que estava por vir, elas mereciam ser felizes isso elas tinham certeza, Arizona havia completado o processo de preparação do corpo para receber a gravidez, elas decidiram pelo processo caseiro como da última vez, para elas tudo deveria ser compartilhado em todos os detalhes, Arizona segurava tão apertado a mão da morena e parecia ter medo soltá-la, Callie sentia sua mão ser apertada com tal força que já estava sentindo dor, foi assim que entraram no elevador.

– Arizona em algum momento você vai sentir caibras na mão.

– O quê?

– A minha mão, estou sentindo ela dormente de tanto que você está apertando.

– Desculpa, eu não percebi, machuquei você?

– Não mas meu ganha pão depende de minhas mãos então sugiro que não a quebre. Quer falar sobre o que está te incomodando?

– Callie você vai estar ao meu lado não importa o que aconteça não é, porque no momento em que você colocar os nadadores em mim sabe que não teremos volta, estou meio que em pânico com tudo, sabe essa especialização um novo bebê crescendo dentro de mim, Sofia, e se o bebê der errado de novo você vai estar lá por mim certo?

A morena se virou para loira e olhou bem dentro de seus olhos.

– Amor sei que da última vez que fizemos isso as coisas não foram como esperávamos e peço desculpa por não estar lá quando as coisas ficaram difíceis, mas dessa vez eu prometo não vou estar em outro lugar que não seja ao seu lado, sei que tivemos momentos ruins no passado, mas acho que esse é o momento em podemos viver coisas boas, vou estar com você em cada etapa, mesmo que as coisas se tornarem difíceis vou estar aqui, então não vou a lugar nenhum, também tenho medo, mas estou tão feliz que vamos fazer isso e somos incríveis vamos conseguir fazer tudo direito dessa vez.

– Callie eu quero esquecer essas partes ruins que nós tivemos, experimentamos muitos momentos bons e outros maravilhosos também, estive lendo em um livro que devemos focar nossos pensamentos em coisas boas para que outras coisas boas aconteçam conosco.

– Claro vamos focar nos momentos em que coisa boas aconteceram e que fomos muito felizes para que muitas outras coisas boas encham nossa vida de felicidade. Você virou espiritualista agora?

– Acho que um pouco andei lendo alguns livros de autoajuda e preciso te contar uma coisa, comecei a frequentar uma reunião que acontece no hospital uma vez por semana com um religioso, ele ajuda os familiares e pacientes a lidar com suas dores e perdas.

– Eu não sabia que tínhamos isso no hospital.

– É novo começou há dois meses, você gostaria de ir a uma reunião comigo qualquer dia?

– Acho que sim, me faça saber quando será a próxima, se é bom para você será bom para mim.

A porta do elevador se abriu e elas se encontraram no estacionamento caminhando até o carro em silêncio. Arizona pegou as chaves do carro e abriu a porta para sua esposa que se acomodar no banco do passageiro e se acomodou ao volante e quebrou o silêncio.

– Vamos pegar Sofia, e ir para casa e que tal fazermos o jantar juntas e termos um tempo em família não é sempre que temos tempo extra para gastar conosco, estou com saudades do seu frango à picareta afinal foi ele que me conquistou.

– Sério foi meu franco à picareta que te fez apaixonar, achei que fosse os meus belos olhos mágicos?

Arizona sorriu com o beicinho da esposa.

– Calliope você fica muito sexy quando faz essa cara de brava.

Arizona puxou a esposa em um beijo quente e urgente, sua língua logo foi explorando mais do beijo e da boca e lábios da latina e desceu pelas suas mandíbulas em seguida passou a explorar o pescoço, enquanto suas mãos começaram a explorar atrevidamente a pele por baixo da camisa da morena, que respirou fundo e abriu os olhos.

– Espere o que você está fazendo?

– Apertando seus peitos gostosos.

– Estamos no estacionamento de um prédio, tem câmeras aqui.

– Calliope pare de pensar, os vidros do carro são escuros ninguém vai ver nada, há quanto tempo não fazemos sexo em um lugar que não é nossa cama, isso é divertido vamos ter um pouco de aventura enquanto temos tempo.

Arizona continuou a explorar o corpo da morena que se arrepiava a cada toque, ela enfiou a mão em suas calças e pode sentir a umidade se formando.

– E aqui você não parece protestar.

Callie sorriu e entrou na brincadeira, Arizona sentou no colo da morena que com muito esforço conseguiu descer suas calças até o joelho, a prótese atrapalhava um pouco devido ao espaço pequeno e desajeitado em que estavam, enquanto conseguiu levar a próprias calças ao joelho, quando sentiu os dois dedos da esposa penetrando sua vagina quente e úmida sem cerimônia alguma soltando um gemido tímido, ela não perdeu tempo penetrando sua esposa ao mesmo tempo sentindo as paredes quentes e úmidas da mulher que agora cavalgava sobre seu corpo e no vai vem dos dedos e beijos quentes e molhados os corpos da duas mulheres chegou ao prazer quase que ao mesmo tempo.

Arizona sentiu as paredes de Callie apertarem seus dedos, ao mesmo tempo que sentiu seu braço forte que prendia suas costas apertar mais forte descaçando sua cabeça em seu ombro e o corpo tremer, seu prazer veio quase que instantaneamente em seguida enquanto a outra mão na morena continuava dentro dela em um vai e vem forte e firme.

Por alguns minutos a duas ficaram ali naquela mesma posição, agora com ambos os braços em torno uma da outra, até Callie começar a rir descontroladamente.

– Do que você está rindo?

– Estamos parecendo duas adolescentes, me lembrei de Dave e Mônica, agora só falta cair uma maca em cima do carro.

– Isso não foi romântico, Calliope.

– Desculpa, isso foi muito sexy e engraçado, devemos fazer isso mais vezes.

– Espero que Sofia nunca faça isso, se ela fazer não quero saber como a mãe de Dave e Mônica ou que nossos outros filhos estão fazendo isso.

– Nossos outros filhos? Eu mataria Sofia se souber de uma coisa dessa aconteceu, nossa estou falando como meu pai novamente, não quero ser igual meu pai, ele me mataria se nos visse assim, isso é horrível, então vamos ter outros filhos você disse isso no plural?

Um som estridente invadiu o carro, do celular de Callie anunciando ser hora de buscar Sofia na escola.

– Falando em Sofia hora de busca-la, é melhor nos vestirmos, sairmos daqui, pegaremos nossa filha, depois irmos ao supermercado já que minha linda dama quer frango à picareta precisamos de ir às compras.

– É bom abrirmos os vidros esse carro está cheirando a sexo.

– Nós acabamos de fazer sexo Arizona em um estacionamento, então estamos cheirando a sexo quente e sujo.

Callie estava sentada no sofá a espera de sua esposa, tinha sido uma noite tranquila depois de pegarem sua filha na escola e fazerem as compras voltaram para casa e cozinharam juntas o jantar, Arizona e Sofia mais atrapalharam que ajudaram, o que valeu a pena foi ter sua família reunida, ver a integração das duas pessoas que ela mais ama na vida, as brincadeiras, os sorrisos, Arizona tinha razão elas tinham muitas coisas boas para se focarem

– Hey Sofia finalmente dormiu depois de ler a mesma história três vezes.

Arizona sentou-se ao seu lado deitando a cabeça no encosto do sofá e respirando fundo.

– Você deu toda corda a ela essa noite e sorvete, então mereceu ler a mesma história três vezes.

Callie lhe serviu uma taça de vinho branco gelada.

– Foi um bom tempo, não é uma reclamação.

– Eu sei tivemos um bom tempo juntas hoje e fez lembrar de outros tantos, você tem razão já passamos por muita coisa umas boas, outras ruins o problema acho que foi que gastamos muito tempo nas coisas ruins e esquecemos as boas, vamos mudar isso daqui para frente, qual foi seu momento preferido até aqui, que vivemos juntas?

– O dia que nos casamos, foi muito lindo aquele dia apesar dos contra tempos que tivemos antes da cerimônia, seus pais indo embora, o ministro cancelando a cerimônia, você desistindo de casar, mas foi o meu dia mais lindo e feliz da minha vida, já notou que tudo para nós é meio confuso, tudo acontece diferente será que é porque somos gay?

– É verdade, Bailey apareceu lá em casa para me convencer, Mark a mandou e depois foi nossa ministra.

– Você estava tão linda, meu coração não acreditava que estava casando com a mulher mais linda do mundo, seu sorriso iluminou todos naquela festa.

– Eu também não podia acreditar que estava me casando com a amor da minha vida.

– Houve outros dias felizes, quando Sofia veio para casa saudável foi um dos dias mais felizes para mim também, Calliope as coisas não saíram como planejamos, esses anos todos, mas podemos planejar agora sei que o destino pode nos pregar peças, como acidentes, carros batem todos os dias, aviões caem, atiradores invadem os lugares e matam pessoas, mas sobrevivemos a tudo isso por um motivo.

– Nunca fizemos um planejamento em nossa vida, tudo foi acontecendo e nós passamos a lidar com as coisas.

– É verdade quando Gary Clark invadiu o hospital matando aquelas pessoas, lhe prometi dez filhos naquele dia, mas nunca planejamos como isso iria acontecer e quando iria. Eu costumava a ficar com medo de você falar cobrando a promessa de bebês quando ficava me olhando dormir

– Eu gosto de olhar você dormir, você dorme tão bonitinho e você é linda de se olhar sempre.

– Você nunca me disse isso.

– Eu deveria ter dito mais vezes, mas de hoje em diante vou te dizer sempre.

– Estou pensando em desistir da especialização, Hermam me odeia e acho que ela quer me matar, e não está dando certo já cometi dois erros e só tenho mais uma chance e sinto que ela está sempre querendo me sabotar.

– Achei que essa especialização fosse importante para você.

– E é, eu sinto que preciso fazer algo novo provar meus limites mas não está dando certo e vamos ter outro bebê, acho que não tenho talento para esse tipo de cirurgia.

– Eu gostaria que você deixasse essa especialização, mas você não deve.

– Você acha que não?

– Acho que não deve desistir, você é uma cirurgiã magnífica, estávamos passando por esse momento estressante, converse com ela e não a deixe te tratar como um residente de primeiro ano, você é uma ganhadora do Carter Madison, você é incrível, e tem um sorriso mágico, e depois ela vai te demitir de qualquer jeito então vale tentar.

– Isso foi um grande apoio.

Arizona respondeu sarcástica.

– Desculpa.

– Você tem razão eu sou incrível né!

– Sim você é.

Callie deu um beijo em sua boca.

– Calliope eu te amo.

– Eu também te amo Arizona, agora vamos para cama.

Três dias depois.

Callie andava pelos corredores da pediatria a procura de sua esposa, com dois copos de cafés na mão, faziam apenas três dias que ela não havia voltado para dormir em casa por três dias seguidos, isso já estava começando a ficar confuso, parou no posto de enfermagens.

– Hey Wilson você viu Dra. Robbins?

– Não ela não tem aparecido muito por aqui, Alex e ela andaram se desentendo, procure na obstetria.

– Ah! É claro.

Depois de alguns minutos Callie conseguiu achar Arizona em uma sala de Plantão.

– Você não foi para casa de novo!

Arizona que vestia suas roupas cirúrgicas levou um susto.

– Calliope! Hey! Bom dia.

Arizona virou para a esposa e lhe deu um beijo casto nos lábios. Callie lhe entregou o café.

– Você está dormindo aqui?

– Herman não está me dando folga tem estado respirando em meu pescoço dia e noite, desculpa sei que prometi a você e Sofia estar em casa na noite passada, mas não consegui tive que aprender um procedimento cirúrgico através de um artigo, não um artigo mas anotações em um canto de um artigo.

– Você não falou com ela não é?

– Eu não tive chance.

– É bom que você fale com ela, ou ....

O som estridente do bipe de Arizona soou.

– Desculpa Calliope, tenho rondas e não posso chegar atrasada, se não Herman come meu fígado no seu café da manhã. Obrigada pelo café, podemos falar mais tarde no almoço?

Arizona deu um beijo no rosto da esposa e saiu.

– É melhor você falar com ela e se não voltar para casa hoje posso pensar que está tendo um caso com a Dra. Herman.

Arizona apenas levantou a mão e saiu em disparada.

O dia passou ocupado para as duas médicas, Callie teve uma emergência de manhã e passou grande parte da tarde em seu laboratório com Hunt fazendo testes em veteranos e tentando encontrar um meio de ajudar cada um, não tinha visto sua esposa mais, na hora do almoço Arizona estava em consulta com Dra. Herman e no final da tarde elas estavam em cirurgia em um feto, mais uma vez voltou para casa sozinha com Sofia, já passava das dez horas quando finalmente conseguiu fazer com que sua filha dormisse depois de explicar pela milésima vez que sua mãe não voltara para casa por que estava salvando um bebê dentro da barriga da mãe, Sofia já estava ficando impaciente com essa história e ela também.

Caminhou até sua cozinha, abriu uma garrafa de vinho e derramou em uma taça, já estava ligando para sua esposa quando ouviu a chave girar na porta e Arizona entrar pela mesma com um olhar de exausta.

– Hey.

– Hey estranho.

Ela levou a taça de vinho a boca para um gole, quando sua esposa caminhou em sua direção tomando a taça de suas mãos e bebendo o líquido todo de uma só vez como se fosse um suco gelado e doce. Callie apenas observou a cena.

– Falou com ela?

– Falei.

– Você foi demitido?

– Melhor se tivesse, foi pior.

Callie não conseguia imaginar o que poderia ser pior que ser demitido de uma bolsa de estudos.

– Então?

– Nesses seriados de advogados que você assisti, aprendeu algo sobre existir uma lei que protege a confidência matrimonial.

– Talvez porque?

– Vou te contar algo que não pode ser dito para o conselho ou Hunt, pelo menos por enquanto.

– Ok

– Herman tem um tumor inoperável, ela não tem um ano para me ensinar porque ela vai morrer em seis meses, ela se ofereceu para me ensinar tudo o que sabe ou contar ao conselho e o conhecimento morrer com ela.

Callie pegou a garrafa de vinho e bebeu um grande gole na própria boca.

– Uau!

Arizona pegou a garrafa das mãos da esposa e imitou o gesto.

– Uau!

– O que você vai fazer?

– Eu não sei, acho que preciso de um banho.

– Quer companhia?

– Se importa de eu ficar um pouco sozinha comigo mesma, preciso processar tudo isso.

Callie ficou um pouco decepcionada, mas entendeu que a esposa tinha algo grande nas mãos para lidar, lembrando da promessa que fez a esposa apoiar em qualquer situação.

– Não, te espero na cama.

– Obrigada.

Arizona beijou sua esposa em um beijo quente e saiu para o banheiro.


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