Terapia Alternativa escrita por Fenix Carvalho


Capítulo 4
Capítulo 4 - Atividade de Casal - Parte II


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem pela demora e sumiço, mas tive muitos contratempos e uma abundancia de conflitos mentais.



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– Calliope você pode desamarrar esse seu burro e andar mais devagar.

Callie parou e esperou pela esposa.

– Vai ficar sem falar comigo agora?

Callie não respondeu.

– Sabe esse é o problema.

Callie parou novamente e não resistiu.

– O que é o problema Arizona?

– Nós não falamos o que realmente sentimos.

– E o que eu deveria falar?

– O que você está sentindo realmente.

– Eu estou chateada com você porque zuou com meu medo lá atrás, então quero ficar calada para não te bater.

– Oh! Então é essa a sua atitude ficar calada para não partir para violência?

– O que você quer Arizona?

– Que você fale Calliope, que possamos conversar sobre nossos sentimentos.

– Olha só quem está falando, você não fala sobre seus sentimentos comigo, nós apenas...

– Transamos quando as coisas ficam ruins e nos calamos.

– Ok então o que você quer falar Arizona?

– Quero falar de nós Calliope, do nosso relacionamento, onde estamos indo com tudo isso.

– E onde estamos indo, eu pensei que alguns minutos atrás tínhamos acertados as coisas?

– Eu não sei Calliope, eu ainda não sei, as coisas parecem estar bem entre nós em um momento e depois em outro elas simplesmente se quebram e eu sinto que você também pensa assim porque você está com medo, medo de dar um passo seguinte.

– Medo do passo seguinte? Que passo seguinte, Arizona, estávamos tentando ter outro bebê isso me parece ser um passo seguinte.

– Sabe de uma coisa foi bom que não conseguimos ter outro bebê.

Callie olhou para a esposa indignada.

– Como?

– Isso, foi bom sermos reprovadas, eu queria muito outro bebê, muito mesmo, mas não estamos em condições de lidarmos com um outro bebê em nossas vidas, sabe o que eu acho que nós estávamos tentando apenas ter algo em comum para conversarmos. Assim como só falamos de Sofia e do Hospital.

– Como assim?

– Você confia em mim Calliope?

– Como assim?

– Você confia em mim Calliope como sua esposa?

Callie suspirou e olhou para seus pés em sua mente se passava muita coisa, e ela não sabia como responder a essa pergunta o seu coração dizia que podia confiar na mulher que ama, mas sua razão vivia lhe gritando para ter cautela, realmente se sentia dividida entre os dois.

– Eu não sei.

– Você não sabe Calliope?

– Eu não sei, sempre acreditei que o amor era suficiente para vencer todas as dificuldades, e então fui traída pelo George e depois por você, as vezes penso que sou tão patética que as pessoas que amo me traem. Quando amamos fazendo voos cegos e esperamos que a outra pessoa nos segure se e quando caímos, e sentir que ninguém está lá para nos pegar dói muito. Então não sei.

– Você acho que não posso te pegar se você cair?

– Eu tenho medo Arizona de que se as coisas ficarem difíceis de novo...

– Eu vá dormir com outra pessoas.

– Não, que você fuja, eu tenho tentado tanto te fazer feliz, eu só quero que você se sinta feliz comigo, eu perdi você uma vez porque você não estava feliz, tenho medo que isso aconteça novamente.

– Eu não fugi.

– Você fugiu de mim, você me culpou por sua perna então você quis me punir dormindo com outra pessoa, ao invés de me dizer que não estava feliz e podermos lidar com isso, o pior você preferiu me fazer acreditar que tudo estava bem entre nós que havíamos superado toda essa merda.

Arizona ficou em silêncio e caminhou em direção a um arvore, ficou por alguns minutos em silêncio ela precisava de um tempo para respirar e colocar suas idéias em ordem, depois de alguns minutos.

– Calliope me desculpa por toda essa bagunça que fiz em nossas vidas.

– Pare de pedir desculpas Arizona, não quero viver uma vida fundamentada em cima de desculpas.

– Calliope ....

– Não, apenas pare.

– Calliope, eu te amo, você ainda me ama.

– Sim Arizona, mais do que algumas vezes eu gostaria.

– O que vamos fazer então?

– Não sei, as vezes sinto que não conheço mais você, eu olho para você e vejo a mulher com quem me casei fisicamente, mas no fundo dos seus olhos vejo alguém que não conheço, o engraçado em tudo é que eu também me perdi em meio a todo esse T-sunami que se tornou nossa vida.

– Na maioria das vezes eu também não me conheço mais Callie, e me vejo fazendo coisas loucas por não saber direito quem eu sou agora, eu quero muito voltar a ser a Arizona Robbins que te beijou em um banheiro de bar a que era um grande homem na tempestade, mas não tenho conseguido encontrar meu caminho de volta.

– Então parecer que você precisa se lembrar de quem você era e descobrir quem você é agora e então nos conhecermos de novo.

– O que você sugere?

– Voltarmos para Seatlle e começar tudo de novo, nos conhecer novamente, nos apaixonarmos e descobrirmos quem somos e onde queremos chegar em tudo isso.

– Parece um bom plano.

Elas andaram mais uns quarenta minutos, o dia estava quente mas a sombra das árvores amenizava o calor, Callie não permaneceu emburrada por muito tempo e aceitou as brincadeiras da esposa e se contagiou pelo seu riso fácil.

– Sabe de uma coisa eu deveria ter trazido aquele cipó.

– Para quê, contar a todos os nossos amigos o meu mico.

– Não, para quando estivermos velhinhas contar para nossos netos nossa aventura.

– Nossos netos é?

– Nossos netos, vais ser uma história divertida.

– Vamos ter muitas histórias para contá-los, algumas imagino que será inapropriadas para ser contada.

Callie virou-se para beijar a esposa.

– Callie espera!

– O que foi agora?

– Barulho de água, parece que aqui em baixo de nós, lembra tem um lago com cachoeira na parte de trás do hotel então estamos próximos.

– Bem ali tem um barranco, vamos chegar até e ver de onde vem o barulho de água.

As duas mulheres caminhou em direção ao som da água.

– Está vendo ali o lago e a cachoeira o hotel deve estar uns quinhentos metros atrás daqui.

– Calliope!

Arizona segurou o braço da morena, fazendo-a se virar.

– O que foi?

– Está sentindo o chão tremer embaixo dos seus pés.

– O quê???????????????

– Nãooooooooo! as duas gritaram ao mesmo tempo.

Por uma fração de segundos Arizona se jogou ao pescoço da esposa fortemente escondendo seu rosto em seu peito enquanto parte do chão cedeu a as duas mulheres escorregaram por um barranco de quase cinco metros de altura de terra e raízes direto para dentro de uma peça de lama. Com o peso da loira sobre si a morena sentiu suas costas baterem contra o chão e deslizar de forma brusca barranco a abaixo, ela não teve tempo de sentir dor ou se quer pensar no que a havia lhe atingido. As duas mulheres continuaram abraçadas e de olhos fechados por alguns minutos.

– O que foi isso?

– Eu não sei, mas não me diz que caímos no centro da terra e agora estamos no mundo perdido.

– O que você está vendo?

– Estou de olhos fechados estou com medo de abri-los.

– Não seja boba Calliope, mundo perdido não existe e você anda vendo muita TV.

– Então tira seu rosto dos meus peitos e abre os seus primeiros.

Arizona não tinha nem se dado conta que ainda mantinha o rosto sobre os peitos da esposa escondendo seu rosto e que seus próprios olhos estavam fechado. Então levantou a cabeça e abriu os olhos, logo saiu dos braços de Callie e tocou seu ombro.

– Callie abra os olhos e veja!

– Nossa é lindo!

Elas haviam caído direto no lago que fica atrás do hotel, a água da cachoeira batia contra as pedras e a luz do sol o que refletia um pequeno e lindo arco-iris, a água era tão limpa que se podia ver as pedras no fundo do lago e os peixinhos nadando, não dava para acreditar que ainda existam lugares tão bonitos de em paz com a natureza.

– Callie você está sangrando deixa eu ver esse corte.

Arizona levantou a camisa da mulher para examiná-la.

– É um corte superficial, mas precisa ser lavado tem muita terra por aqui.

– Eu tenho terra em minhas roupas íntimas.

– Eu também, podemos tirar e lavá-las ali no lago.

– E se alguém vier.

– Não tem ninguém por perto e se formos rápidas ninguém vai ver.

– Eu acho que não posso fazer isso, nós duas nuas nesse lago, só de imaginar eu já estou tendo calafrios.

Arizona olhou para a esposa indignada.

– Calliope você não presta, esse seu cérebro só pensa nisso em sexo, mesmo nesse momento.

– É o momento mais convidativo para sexo, veja nós duas aqui suadas, sujas de terra, meu ombro sangrando ai eu tiro minha roupa, ajudo você a tirar a sua, minha mão vai tocar sua pele e vamos ficar excitadas, ai vamos entrar nesse lago para nos refrescar, você vai limpar meu ferimento ai vai tocar meu ombro e eu vou ficar quente de novo, vou te beijar e o beijo vai levar a outras coisa mais sexy e outras coisa vão levar a sexo, e então se alguém nos pega.

Arizona apenas riu e beijou sua esposa.

– Seu beijo tem gosto de terra, isso não é sexy.

– Calliope Iphigenia Torres, tira essa roupa logo e entre naquele lago que preciso limpar esse corte em seu ombro.

– Você mandona assim me deixa com mais tesão.

– Calliope!

Callie logo tirou a roupa e ajudou Arizona com a suas e a prótese, embora em sua mente ela tinha outros planos, sua esposa a cortou, elas lavaram as roupas rapidamente e vestiu as íntimas, permanecendo sentadas em uma pedra enquanto a loira lavava seu ferimento, que se mostrou sendo apenas um arranhão causado por alguma raíz.

– Calliope.

– Ah!

– Quando voltarmos a Seatlle quero que seja diferente.

– Diferente como?

– Quero que nos comuniquemos, essas últimas horas nós falamos mais do que em sete anos de relacionamento, quero que paremos de resolver as coisas com sexo e que façamos um acordo que quando tivermos algo nos incomodando vamos falar e nada de sexo até resolvermos e quando estivermos triste e não nos sentirmos felizes com alguma coisa vamos nos dizer para corrigirmos isso, e prometo que vamos voltar a falar de bebês em um futuro próximo. .

– Acordo feito, vamos selá-lo.

Callie puxou Arizona para um beijo quente e apaixonado que foi se intensificando e levando suas mãos para partes da loira que a fazia delirara, quando elas ouviram vozes.

– Ora vejam só duas aranhas brincando, acho que você precisam de uma cobra forte para entrar na brincadeira.

Arizona olhou com olhos de assassina, para o homem alto de meia idade ao lado de uma mulher ruiva também de meia idade, que já arrancava as calças para entrar na água.

– Senhor não vejo onde a sua cobra pode nos ser útil, mas se continuar tentando vou lhe dar um conselho, minha esposa aqui ganha a vida quebrando ossos e acredite ela é a melhor nessa profissão, enquanto eu posso fazer uma incisão em sua cobra de forma tão limpa, com essa faca de cozinha que temos na mochila, que não vai ter como implantar nem uma de plástico no lugar, enquanto ela quebra seus ossos.

O homem imediatamente levantou as calças e continuou o seu caminho enquanto mais dois casais que se aproximaram, viu o desenrolar da história rindo e aplaudindo, a esposa do cara pediu desculpa pelo comportamento do marido e o seguiu para o hotel.


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