Cristais da Vida escrita por CassioBlackStar


Capítulo 2
Uma Princesa e um Colar




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Um sonho, não foi nada além de um sonho, mas pareceu tão real para Helena. Um rapaz sozinho vencer tantos soldados treinados só podia ser sonho.


            Helena havia acordado um pouco assustada, seu corpo estava um pouco tremulo, ela se levantou de sua cama simples em um quarto apertado e lavou o rosto em uma bacia, com um olhar profundo e olhos de um castanho claro magnífico, ela esbanjava beleza, seus cabelos ondulados também castanhos emolduravam seu rosto, era jovem, tinha 18 anos e morava em uma vila pequena chamada Lijandra, um lugar pacífico e com poucos habitantes.


            Ela foi até a cozinha para tomar seu café da manhã, lá estava sua mãe adotiva, Marla, uma senhora gordinha, mas muito doce, seus cabelos lembravam muito os da filha, talvez por isso ninguém suspeitasse que Helena fosse adotada.


            -O bolo esta quase pronto. - a voz de Marla era doce como o mel, uma criança facilmente dormiria se ela contasse uma história.


            -Precisa de ajuda mãe? – Perguntou pegando uma torrada da mesa.


Helena era muito carinhosa com Marla, realmente a tratava como mãe legitima.


            -Não, não... Pensando bem, pode buscar uns ovos pra mim na venda da dona Rose?


            - Claro. Volto em um instante.


            E Helena saiu com seu lindo vestido lilás, contente pois hoje era o dia do aniversario de seu pai, que neste momento estava trabalhando no estábulo, também não era seu pai verdadeiro, mas ele a tratava como filha e vice-versa. Eram uma família muito feliz.


            Poucos minutos depois Helena já estava de volta com os ovos e sua mãe veio ao seu encontro para pegá-los, agora ela começaria a fazer os doces que a cidade inteira idolatrava, eram deliciosos.


            Helena sentou-se na mesa para observar e se necessário ajudar sua mãe com o preparo, porém havia algo a mais na mesa, uma caixa de madeira adornada com pedras roxas bem miudinha e um antigo brasão, Helena não sabia mas esse era o antigo brasão real, usado antes da atual monarquia.


            -O que é isso aqui mãe? – pergunto Helena cheia de curiosidade.


            Marla se virou e olhou o que Helena apontava, então respondeu:


            -Só uma caixa velha.


            -Mas e este símbolo?


            -Este símbolo foi usado há muitos anos, mas não é importante, você saberá quando chegar à hora.


            Ficaram a tarde toda juntas preparando uma festa surpresa para Harold, este era o nome de seu pai, as horas se passaram rapidamente e a noite logo caiu no vilarejo. Todos os habitantes estavam envolvidos de alguma forma na festa surpresa, os colegas de trabalho de Harold o acompanhavam com a desculpa de que iriam tomar umas cervejas para comemorar o aniversário do amigo, enquanto isso as suas esposas, filhos e os demais moradores sorrateiramente iam para os arredores da casa do aniversariante, ninguém sabe dizer ao certo se ele não percebeu ou se deixou surpreender.


            Ao chegarem houve uma grande explosão de vivas e fogos de artifício e todos vinham dar os parabéns a Harold. Muita cerveja, doces, dança e alegria, era o que todos queriam naquela noite.


            Durante a festa Helena lembrou-se do sonho, e se afastou da multidão, dos gritos e da musica. Sentou-se a beira da estrada, e começou a refletir, como poderia um sonho ser tão real e claro, normalmente esquecemos logo, mas esse foi muito marcante.


Que noite tranqüila estava fazendo, estrelas no céu, poucas nuvens e a lua ao canto, uma noite perfeita para se divertir.


            Um barulho estranho, gritos e um clarão.


            Helena despertou de seu sonho desperto, e percebeu que a noite estava levemente tingida de vermelho, ao olhar para onde deveria estar a festa ela entrou em choque. Os aldeões estavam morrendo, um a um iam caindo, mas não fugiam, pareciam presos ao chão, as casas pegavam fogo e os animais fugiam. Um mago se destacava na cena à frente de um grupo de soldados com a flâmula da Rainha.


            Helena nunca se perdoou por isso. Ela não conseguiu mover um músculo, estava em choque, suas pernas não se moviam, não respondiam aos seus comandos. Por mais que tentasse não tinha como se mover, parecia presa ao encanto do Mago misterioso, todos estavam morrendo, ou pelas magias ou pelas espadas dos soldados, todos estavam morrendo... E Helena não podia fazer nada...


            Um som estranho veio da floresta logo atrás, mas ela não conseguia se virar para olhar, e estava se aproximando muito rápido, cada vez mais perto. E então tudo ao seu redor se apagou...


 


            - A luz veio de lá!!! - voz feminina.


            - Eu sei, não sou cego! - voz masculina.


            -Parem de gritar vocês dois, pode haver batedores por aqui. - uma terceira voz também masculina.


            - Foi ele quem começou...


            - EU? Você fica ai dando uma de man...


            - Calem a boca os dois e corram mais rápido, eles estão atacando aquele vilarejo enquanto vocês brigam.


            Os três apertaram o passo em direção as luzes e gritos vindos do Sul, estavam em uma floresta bem típica da região, com muitos arbustos e árvores bem juntas.


            - Ei Matt tem uma menina ali. – disse a garota, agora os três já estavam perto do vilarejo.


            - Estou vendo, mas parece que ela já esta no feitiço daquele cara. - respondeu Matt.


            - Putz!!! Esse cara de novo? Achei que tinha matado ele em Priferi. – praguejou o outro rapaz.


            - Melanie faça alguma coisa ela está desmaiando!!!


            - Ok! – Melanie colocou as mãos nas têmporas e então o corpo da garota amoleceu.


            - Felizes, ele vai saber que estamos aqui.


            - Então teremos que lutar, não está com medo está, Dien? – Matt desembainhou seus facões.


            - Até parece que não me conhece Matt. – Dien já estava com sua lança em mãos, uma lança bem especial, pois ao invés de uma simples ponta, tinha praticamente uma lâmina de falcione.


            - Homens... – Melanie falou praticamente sozinha enquanto fazia correntes de aproximadamente três metros surgirem desde cada um de seus braços terminando em duas grandes lâminas.


            Matt colocou a garota desmaiada deitada próximo aos arbustos e Melanie fez uma magia que a manteria invisível aos inimigos, e os três guerreiros desconhecidos correram em direção ao vilarejo liderados por Matt.


            Os inimigos vinham marchando e matando todos os aldeões paralisados, enquanto o mago parecia procurar algo ou alguém, ele virava sua cabeça de um lado para o outro e às vezes se demorava em um rosto ou outro, ao seu lado havia outra pessoa que corria de um lado para o outro e parecia procurando algo mais especifico, revistava os cadáveres e as casas.


            Os três entraram no vilarejo fervendo em fúria devido a toda aquela covardia. Melanie arremessou a corrente do braço direito em direção a um grupo de cinco soldados que andavam em frente de uma pequena casa cortando a cabeça de todos eles, em um único salto Matt pousou em cima do telhado da casa e de lá se atirou em um grupo de trinta soldados que estavam no centro da cidade, eles deram um alarme para os demais soldados, e Matt os atacou com seus facões, ele defendeu um golpe com a mão direita e contra-atacou com a esquerda atingindo mais de quatro soldados ao seu redor.


Dien passou como um raio pelos soldados decapitados por Melanie e pelo grupo que se confrontava com Matt, ele era rápido como uma flecha e mirava o Mago, ele percebeu sua presença e conjurou uma bola de fogo que saiu de sua mão direita em direção a Dien, que a defendeu girando sua lança fazendo a bola de fogo se desfazer no ar.


Dien não parou de correr e atacou-o com um golpe direto tão rápido que não permitiu defesa e o atingiu no ombro direito com a lâmina, logo em seqüência com a outra extremidade acertou-o no joelho, chutou as costelas e por fim cravou a lâmina em seu peito, drenando sua vida.


Ao mesmo tempo Matt e Melanie já haviam matado mais de cinqüenta soldados e os poucos restantes ao verem seu capitão morto fugiram abandonando a cidade. Então Matt reuniu os companheiros e disse:


- Melanie, vá buscar a garota e Dien, eu e você vamos procurar sobreviventes. Nós nos encontramos no centro do vilarejo em 15 minutos.


Dien e Matt foram até o local onde, há pouco tempo estava ocorrendo a festa de aniversário de Harold e começaram a procurar entre os corpos alguém vivo.


-Aqui...Socorro...- uma voz vinha do interior da casa, uma voz feminina.


Matt correu em direção a voz que vinha de uma senhora de cabelos castanhos, ela estava muito machucada, havia perdido muito sangue, Matt sabia que ela não sobreviveria.


- Pegue esta caixa... por favor... precisa entregá-la a minha filha, vocês a salvaram, eu vi de longe, por favor... o futuro de todo o reino depende disso...


A senhora não parecia delirar, ela tinha convicção daquilo que falava.


-Abra a caixa se não acredita em mim... – a senhora estendeu a caixa cheia de adornos roxos para que Matt a segurasse.


Ele pegou cuidadosamente e abriu-a, dentro da caixa de madeira havia uma carta com o mesmo brasão da caixa e um colar com corrente de prata e uma pedra roxa muito brilhante.


-Abra a carta - pediu a senhora.


Matt obedeceu e começou a ler:


 


“Querida Helena,


Devido a diversos motivos meus planos não saíram conforme o planejado, você provavelmente deve ter 18 anos agora, deve estar tão linda, este é o meu presente para você, este colar, mas não é um simples adereço você descobrirá que ele tem seus benefícios e também seus malefícios, ele é passado de geração em geração.


A Rainha Samantha deve estar até hoje atrás dele, mas ela não pode obtê-lo de forma alguma, pois isso a tornaria invencível.


Helena, sei que Marla e Harold cuidaram muito bem de você e estou muito grata por isso, mas com esse colar você terá chances de reaver o trono da nossa família. Você é a rainha por direito.


Esse colar tem o poder de reunir os cristais da vida, e só você pode usá-lo.


 


Por favor, transforme novamente esse reino de tristezas em uma terra de alegrias como era quando seu pai era rei.


 


Com amor,


Cerenyti, sua mãe que te ama do fundo do coração.”


 


A escrita estava bem corrida, parecia escrito com pressa.


- Entendeu agora? – perguntou a senhora.


Matt estava com os olhos arregalados, tinha encontrado a princesa desaparecida.


- Por favor... salve nosso reino... – e então ela fechou os olhos.


- Não morra, tenho muitas perguntas, por favor.


Mas já era tarde, aquela senhora já estava morta e Matt tinha o lendário colar dos cristais em sua mão e a sucessora do trono por direito a sua vista.


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Notas finais do capítulo

Axo que não ficou muito bom mas comentem....quero saber oq vcs acham XD



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