Aos oito anos achei que o amor havia finalmente batido a minha porta trazendo consigo todas as belezas do universo. Passei dez anos presa nesse amor que não possuía nenhum tipo de futuro ou sucesso. Com o findar do meu exílio conheci mais uma vez o amor, dessa vez ele foi mais real e divertido, mas não chegou com as suas belezas e encantos, então comecei a não mais pensar no amor, vivi a vida da forma mais descontraída possível, mas quando se é adolescente a vida é sempre uma viagem clandestina, então aventuras sempre eram apresentadas à mim antes mesmo de eu ter conhecimento sobre elas.

Meus dezenove anos finalmente chegara. E o amor (novamente) apareceu, mas dessa vez foi intenso e posso jurar que ele trouxe alguma beleza para a minha vida. Meses se passaram até que eu descobrisse que era amor de verdade, por conta desse momento de desleixo de minha parte eu sofri. E o meu amor também.

Mas ele se mantinha fiel. Sempre estava por perto, era o meu escudeiro fiel.
Um dia o amor e eu sofremos muito. Nunca havíamos sofrido tanto quanto aquele dia. Mas unidos, o amor e eu superamos (ou tentamos) tudo isso.

Com o passar do tempo deixei o amor exercer a função que lhe foi confiada: deixei-o ser o meu amor. Percebi que já estava na hora de deixar o amor ser amado e me deixar ser amada por ele também. O que eu não sabia é que não duraria por muito tempo. O amor e eu tivemos muitas idas e vindas antes de tudo virar nada, antes do fim ser por ironia o nosso começo.

Antes mesmo de o amor me deixar, conheci um novo amor, que no inicio foi rejeitado por mim também, esse novo amor foi me conquistando devagar e assim ganhou a minha confiança. Passei a me divertir muito quando estava na companhia do novo amor, mas sentia falta de alguma coisa, de vitalidade nele. Então com a ajuda da internet fui em busca de vitalidade. Conheci então mais um candidato a ser o meu amor, este tinha toda a vitalidade que eu queria, mas era vazio, parecia não ter forma de amor, então voltei para o amor que me divertia e não tinha vitalidade.

Meses se passaram, o ano velho foi dando espaço ao ano novo, mas essa não foi a única mudança em minha vida. Eu estava mais uma vez me apaixonando pelo amor, dessa vez não era doloroso amar, era divertido e engraçado. Em um dia depois de sorrirmos até a barriga doer o amor me propôs uma coisa: Casamento. Eu aceitei na hora, o que me fez querer arrancar a língua em uma mordida só, mas permaneci com a minha palavra. Aceitei me casar. Já aluguei o vestido e ele o terno. Convidamos os amigos. Contratamos o salão juntamente com o buffet. Escolhi as músicas.

Agora dia vinte e sete de agosto de dois mil e quatorze, exatamente as cinco e trinta e seis da tarde finalizo esse conto, deixando claro para vocês que o amor baterá muitas vezes na porta de cada um que estiver me lendo só bastará reconhece-lo.

O amor sorri para o mundo a cada segundo que passa no seu relógio ou em Paris, não se desespere o amor não é para os desesperados, e sim para os que esperam na calmaria de um entardecer.

Andei tão desesperada para encontrar o verdadeiro amor que nem percebi quando ele me encontrou.

“Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração."

(Mateus 6:21)

Fim!