“Estou tentando recuperar minha respiração
Oh, porque eu nunca aprendo?
Eu perdi toda minha confiança
Embora eu realmente tenha tentado mudar a situação”

Fiquei um bom tempo olhando para o nada, não tinha ninguém na biblioteca e ainda estava nevando, fiquei olhando aquelas coisinhas brancas caindo, pensava em quanto tudo mudou, como as pessoas mudaram e cresceram.

Eu já esta farto. Decidido. Bom, quase.

Eu não ia participar do massacre, não agüentaria conviver com isso, mas ainda não sabia o que fazer, eu poderia simplesmente fugir quando tudo começasse e me dariam como morto, nunca mais ouviriam falar de mim, viraria outra pessoa e iria para bem longe, mas.. não era isso que eu queria, disso eu tinha certeza.

“Estou aqui no limite de novo
Eu queria conseguir deixá-lo ir
Sei que estou só a um passo
De mudar tudo isso”

Eu queria ficar, ir treinar com meu time, como fazíamos antigamente, brigar com o Naruto e ter que suportar a Sakura. Queria me tornar um jounnin, entrar para a AMBU, queria ter uma bandana e me exibir com ela. Queria poder andar na rua sem receber olhares de desgosto. Queria que as pessoas confiassem em mim. Queria poder honrar o nome do meu clã. Queria aprender jutsos novos, criá-los, e em fim ensiná-los a outras pessoas.

“Tentei muitas vezes, mas nenhuma foi real
Faça desaparecer, não me quebre em pedaços
Quero acreditar que dessa vez é de verdade
Salve-me do meu medo,
Não me deixe mal”

Sai da biblioteca e comecei a andar pelas ruas desertas, meus pés afundavam e eu me sentia pesado de baixo de toda aquela neve. Andei, andei e parei em frente a velha academia ninja, agora destruída, tinha varias pessoas sentadas no banco, uma eu reconheci, Takeshi, ele pareceu me ver e foi ate mim os outros o seguiram, mais uma vez apresentações.

Tinha uma garota, ela era meio baixa e gordinha, usava um “pano” na cabeça e tinha os cabelos castanhos e os olhos azuis, ela se chamava Haruka (imaginem a May do Pokémon, só que gordinha), percebi o olhar que Takeshi mantinha sobre a menina, ela o olhava de 5 em 5 segundos e ambos sorriam, fui puxado para perto de uma arvore um pouco longe de onde estava por um menino de cabelos verde e olhos um pouco menos preto do que o meu,

- Desculpe, me chamo Masato, não sei se percebeu mais estávamos atrapalhando, ^^

- Sasuke Uchiha e sim eu percebi (: .

Masato, Keiko, um menino de cabelo azul e olhos brancos,e eu ficamos conversado em quando aqueles dois sumiram. Fiquei surpreso quando eles me disseram que nunca tinham ouvido falar de mim, disseram também que chegaram um pouco antes do Takeshi e que estavam no país do raio, e depois iriam para o país da terra para visita-los, eu realmente não sabia que a Sakura morava no país da terra, e por fim disseram que Takeshi estava muito abalado com a morte do Satoshi e que só a Haruka poderia animá-lo numa hora dessas, já que eram ex colegas de time e eles sempre se gostaram, quase que por impulso perguntei onde estava a Sakura e ambos me olharam tristes.

- Não sabemos onde a Sah-chan está, mas ela deve estar muito abalada.

“Você ainda pode ver meu coração?
Toda minha agonia se vai
Quando você me aperta em seu abraço”

Eles continuaram a conversar enquanto o remorso me invadia, eu estava fazendo-a sofrer. De novo.

Me despedi dos dois e comecei a andar, mais uma vez sem rumo, pela vila minhas pernas estavam cansadas e eu queria sentar, mais a frente avistei um banco, estava na saída da vila, apertei um pouco os olhos e vi que tinha alguém sentado lá. Sakura.

‘Não me deixe mal por tudo que eu preciso
Faça do meu coração um lugar melhor
Dê-me algo em que eu possa acreditar
Não me deixe mal
Você abriu a porta, não deixe-a fechar”

Me aproximei e sentei ao lado dela, a mochila ainda estava ao seu lado e ela estava apoiada nos joelhos com a cabeça baixa, percebendo minha presença ela levantou ligeiramente o os olhos e assim que me viu eles ficaram estreitos e ela voltou para a posição inicial.   

Estávamos ali a uns quinze minutos e a silencio perturbador era predominante, resolvi tomar uma iniciativa.

- Sakuraa?

- O que é Uchiha?

Bom é um começo, ela respondeu, confesso que não do jeito que eu queria.

- Não vai me dizer mesmo o que aconteceu?

- Como se você se importasse, por que não nos mata logo? Ou nunca ouviu que a marte é muito pior pra quem fica do que pra quem vai? Termine o que você começou.

Fiquei um tempo olhando atônito para ela, foi ai que percebi que não podem voltar no tempo. Que nada seria como antes, e nada poderia mudar o passado, porem ainda tinha uma esperança. Futuro.

- Você ainda é irritante sabia?

“Dê-me algo em que eu possa acreditar...”