Saí do quarto um bom tempo depois. Quando saí encontrei Ryan saindo do quarto de Nathan.

_Ele ficou um pouquinho teimoso._Ryan diz.

_Vocês conversaram?_perguntei nervosa.

_Sim._ele responde.

_E?_pergunto e ele caminha até mim e acaricia minha bochecha com ternura.

_Ele estava bêbado, tudo aquilo foi da boca pra fora._ele diz.

_Ele tá certo._digo.

_Sabe, eu conversei com ele, dei um banho, e não é que seja maior que o meu, mas tem um tamanho notável.

_Ryan, você escutou o que eu disse?

_Escutei meu amor, tô tentando te fazer descontrair.

_Ryan, eu ainda sou a mulher do Nathan.

_A mulher do Nathan é Chloe Walker, e a mulher com quem estou é Eleanor Kavanagh._ele diz.

_Não. Eleanor Kavanagh morreu junto com Ryan Butler.

_Mas eu tô aqui. E você?_ ele pergunta e eu balanço minha cabeça em negativo e saio descendo as escadas em passos largos.

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Estou vagando pela rua a um bom tempo. Acabo entrando em um bar.

_No que posso ajudá-la?_o homem no balcão pergunta.

_Um conhaque._peço.

Eu estava sem um centavo no bolso, mas logo Ricardo me acharia e pagaria minha conta assim como fez com Nathan.

O homem coloca o copo sobre minha mesa e eu o viro de uma só vez.

_Outro._digo e assim se prossegue por varias horas.

_Uma vodka._um homem diz se sentando ao meu lado e eu tenho a impressão de já ter ouvido aquela voz em algum lugar.

_Pensei que jamais voltaria._viro-me para o homem e dou uma gargalhada ao ver seu rosto.

_Nicholas Devenporth._digo seu nome em tom de deboche.

Era impossível não saber quem ele era, pois era como ver Will, só que mais velho e mais maduro. Will parecia um príncipe, já Nicholas parecia um Rei muito rígido.

_Ouvi dizer que estava casada._ele diz e sua voz parece uma lâmina cortando o vento.

_O que não fazemos por amor?_pergunto.

_Ama Nathan Kampbell?

_Amor é uma coisa muito relativa, de alguma forma eu amo, assim como eu amava Andrew Kavanagh, que morreu deixando sua filha para mim cuidar._respondo com indiferença e volto a beber.

_A pequena Lilyan deve ser uma mulher agora.

_Amélia._o corrijo.

_E você prefere ser chamada de Chloe?_ele pergunta.

_Tanto faz, de qualquer jeito eu só faço merda mesmo._digo virando o copo._OUTRO._grito para o garçom.

_E então? Qual o prêmio pela minha cabeça?_ele pergunta.

_Por que eu te diria?_pergunto de volta.

_Você não se lembra de nada não é?

_Agradeça seu irmão._respondo.

_Não tenho interesse de revê-lo tão cedo.

_O desgraçado trincou minha costela e me fez passar quinze anos crendo que o amor da minha vida estava morto._respondo.

_E você o matou._ele rebate.

_Ele me bater, tentou me matar e sem falar que ele é um pervertido que gravou minha primeira noite com o Ryan.

_William nunca bateu muito bem das ideias. Foi tarde._ele diz.

_Por que a gente tá conversando como amigos?

_Acha que eu sou o inimigo?_ele pergunta.

_Eu não sei, eu não te conheço._respondo.

_Eu não sou o vilão da história.

_Joseph disse a mesma coisa.

_Mas não sou eu que te ameacei, fiz seu...

_Amante._digo.

_Seu amante refém e agora estou fazendo uma barganha com a mulher do seu melhor amigo.

_O que nós éramos?

_Amigos, irmãos, companheiros, até que Will começou a namorar com você, e ele costumava ser muito ciumento, por isso eu fui embora.

_Mas você deve dinheiro pra mafia mexicana.

_É uma longo história._ele responde.

_Tenho que ir embora._digo me levantando e apoiando no balcão para não cair.

_São duas da madrugada, não pode sair assim na rua.

_Eu chamo um táxi.

_Não vai conseguir um taxi tão facilmente a essa hora. Deixa que eu te levo._ele se oferece.

_Me ensinaram que você é o vilão._digo.

_Então me deixe provar que estão errados._ele diz e eu não vejo problema.

Ele paga sua conta e a minha também -que não ficou nem um pouco barata.

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Nicholas me deixa literalmente na porta da casa e quando entro é como um déjà-vu.Ryan e Nathan andam de um lado para o outro feito duas baratas tontas.

_TÔ VIVA._grito e bato a porta atrás de mim.

_Onde você tava?_Ryan pergunta claramente irritado.

_Bebendo._respondo com naturalidade quando sinto meu estômago revirar.

Ryan começa um sermão mas eu não lhe dou ouvidos e subo as escadas a toda velocidade. Quando chego a meu banheiro caio de joelhos no chão e vomito tudo o que bebi. Ouço Ryan entrar no banheiro a todo vapor e ele se ajoelha atrás de mim e segura meus cabelos. Não sei quanto tempo passo ali, mas quando acabo minha garganta queima de tanta dor e estou tão fraca que mal consigo me mexer.

Ryan pega um pouco de água na pia e lava meu rosto, em seguida ele me pega no colo e me leva para a cama.

_Você ao menos comeu alguma coisa?_ele pergunta.

_Não._eu sussurro e o esforço faz minha garganta doer horrores.

_Você tem que comer alguma coisa._ele diz.

_Não quero._digo.

_Nem um café?_ele pergunta e eu nego com a cabeça.

_Não._respondo

_Deita comigo._peço, eu só quero dormir encostada em seu peito e assim ele o faz._Perdão._peço a ele.

_Tudo bem._ele diz acariciando meus cabelos._Lhe amo mucho mi chiquita._ele diz.

_Canta pra mim? Em espanhol?_peço.

_Y se que jamás me supe defender de tu adiós. Y nunca puede ni podre dejar atras. Cada sueño que esta en tu piel. Los segundos duelen si no estas. Se me apaga el mundo. Se me va la paz. No puedo más. Que sin ti respiro soledad. Cada estrella se vestió de escuridade._ e foi com Ryan cantando essa música que acabei dormindo.