Let Her Go - Deixe-a Ir escrita por Deusa Nariko


Capítulo 1
Capítulo Único: Let Her Go


Notas iniciais do capítulo

Olá para todos :D
Primeiramente, essa é uma one-shot contendo os pensamentos do Sasuke no último mangá porque... Meu Pai, foi muito lindo! EU CHOREI! NÃO TÔ BRINCANDO, EU CHOREI LENDO O ÚLTIMO MANGÁ! Foi lindo demais... Deus, SasuSaku é lindo demais :'(
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Enfim, a música Let Her Go originalmente pertence ao Passenger, mas eu amei o cover que o Within Temptation fez dessa música. Quem quiser conferir, vale a pena ^^
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Boa leitura!



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Let Her Go

Aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e do mal❞.

— Friedrich Nietzsche.

Os sonhos vêm devagar e se vão tão rápido

Você a vê quando fecha os olhos

Talvez algum dia você entenda por que

Tudo o que você toca certamente morre.

Mas você só precisa da luz quando ela queima lenta

Só sente falta do sol quando começa a nevar

Só sabe que a ama quando a deixa ir

Só sabe que a ama quando a deixa ir

E você a deixou ir.

Within Temptation Passenger’s Cover — Trecho de Let Her Go.

— A verdade é que — ela diz enquanto ele calmamente se afasta; a diligência dos seus gestos, tão previamente calculados, estremece vergonhosamente ante à doçura da voz dela. — Eu sempre soube que não poderia ter feito nada por você...

Ele pondera aquelas palavras apenas por um instante e as pesa conforme soçobram na quietude da manhã.

Sakura fez tanto por ele e ela nem mesmo tem ideia disso. É triste, ele pensa, a forma como ela martiriza, como ela se acusa e se estigma ao erroneamente e pretensiosamente assumir que tudo foi culpa dela.

— Mas eu te amo! — A voz dela, quebrantada e interrompida por soluços sofridos, cresce em tom conforme o peito dela, apertado pela dor e pelo arrependimento, a faz transbordar o seu coração, mais uma vez, nas suas mãos.

Ele instantaneamente retoma a noite em que deixou sua vila. A noite em que ela estava lá, esperando-o; como ela podia saber tanto do seu coração e da sua alma?, foi o que ele se questionou na época.

Naquela noite, pela primeira vez, ela vocalizou toda a intensidade dos seus sentimentos. “Eu te amo tanto que não aguento” ainda era perfeitamente capaz de fazer sobressaltar o seu coração. Ora, como alguém poderia amar tanto alguém que essa emoção não lhe caberia no peito?

Ele a conhecia tão bem, essa sensação... Afinal, amou sua família tão desesperadamente que no dia que eles se foram, sua alma esvaziou-se, seu coração alanceado fechou-se para a luz. Abraçou a escuridão desesperançado.

Sakura o ama com igual intensidade. Sakura ainda o ama.

A confidência não deveria, mas trouxe um alento já conhecido ao seu cerne destruído.

— Não importa o que aconteceu, eu ainda me importo com você mais do que posso suportar...

Tanta coisa havia acontecido desde aquela noite, desde aquela despedida. Ela cresceu, ele mudou. Ela ainda queria salvá-lo, ele não queria salvação. Ela o amou a cada dia, a cada vez que pousava a cabeça no travesseiro pensou nele e apenas nele. Ele afundou na própria escuridão. Disse a si mesmo ter cortado todos os seus laços com o passado, mas o fez apenas para se satisfazer, a parte dele que se alimenta dessas pequenas mentiras.

Ela tentou salvá-lo de todas as formas possíveis, ainda que em uma última tentativa desesperada tenha tentado recorrer ao homicídio; teria o sangue dele manchando as suas mãos, enfrentaria o desprezo de Naruto, morreria junto dele. Mas falhou.

Ele, em retribuição, não hesitou em lhe devolver o gesto. Por duas vezes, quase ceifou a sua vida. Isso ainda o assombrava.

Uma vez, ele fechou-se para o amor dela por julgar que os laços que criara estavam minando o ódio por seu irmão, os seus planos de vingança. Agora que já não havia mais ódio, as motivações eram outras: não a merecia, não era digno do amor de Sakura. Em seu íntimo, convenceu-se de que era seu destino. Não merecia aquela menina. Seus pecados o sentenciavam.

Como poderia tocá-la, aquele anjo de luz, como se permitiria abraçar aquele sentimento se havia sujado as suas mãos e a sua alma com o sangue de tantos? Ele não era como Naruto, ele nunca seria. Sua alma ele vendera pelo preço do poder. Embebido em seu próprio ódio pelo passado, a solidão era o seu fardo.

Não era digno do amor.

— Se eu pudesse ter levado toda a sua dor em mim, para te confortar, eu levaria...

Não, Sasuke sussurrou em secreto. A dor dele seria uma carga pesada demais para ela, o sofrimento dele a destruiria muito facilmente. Sakura era ingênua demais, diáfana demais. A escuridão dentro dele a mataria. Ele próprio, por um tempo, perdeu a sanidade para ela. Foi Itachi a recuperá-la. O amor que sentia pelo irmão o salvara da completa destruição e lhe dera um novo objetivo.

— E aqui estamos nós de novo e tudo o que posso fazer é sentar e chorar... — Outro ofego, mais um soluço quebrantado; Sasuke tem a estranha impressão de que aquela dor dentro dela, que agora ela expele profusamente, a está rasgando ao meio. — Eu sou tão patética...!

Patética?, ele se pergunta e se recorda da garota que há poucas horas abalou todo o campo de batalha com nada mais que um punho. A mesma garota capaz de invocar lesmas gigantes e curar ferimentos.

A garota que mesmo tão poderosa ainda tem um coração compassivo e gentil demais para a própria segurança dela. Que demonstra hesitação em ferir alguém que antes intentou feri-la. Que corre destemida em direção ao inimigo, ainda que numa atitude completamente imprudente, desapegada de seu próprio bem-estar e sua vida, apenas porque quer ajudar os companheiros de time a vencer a batalha. A garota que mesmo com um bastão atravessado em seu estômago continua a investir contra o adversário.

A mesma garota que, mesmo depois de ouvir as suas mentiras levianas, ainda corre para o salvar, que arrisca a própria vida apenas para o trazer de volta, que mantém um portal aberto para ele passar apenas com a sua determinação e a sua força de vontade.

Ela não é patética. Ela nunca foi. Sasuke nunca a definiria menos do que incrível ou admirável. Porque é isso que ela é. Porque mesmo sem ter se originado de um clã famoso, mesmo sem qualquer Kekkei Genkai ou mesmo sem uma besta de caudas dentro dela, ela chegou tão, tão longe.

E toda a vez que ele se lembra do quão longe ela foi, um sorriso lhe vem aos lábios inconscientemente.

Sasuke não consegue evitar, mas se sente responsabilizado pela visão que ela tem de si mesma. Ela ainda se culpa por não ter sido capaz de o deter naquela noite. Provavelmente ela se culpará para sempre. Isso o desola.

— Mas, Sasuke-kun... — ela profere o nome dele ainda tão carinhosamente, tão docemente. O som do seu nome na boca dela é perigoso, perigoso demais. — Se eu ainda tiver um espaço no seu coração... Não importa quão pequeno ele seja... Então, por favor, estou implorando, não se afaste ainda mais!

Um pequeno espaço no coração dele? Ela é, definitivamente, tão ingênua...

Apenas um pequeno espaço no coração dele não teria sido o bastante para que o amor dela o tentasse tão fortemente no passado. Apenas um pequeno espaço no coração dele não o faria ansiar pelo toque dela, pelo olhar dela, pelo sorriso dela. Apenas um pequeno espaço no coração dele não o teria feito, um dia, quase abrir mão da própria vida apenas para que ela vivesse.

Ela não tem apenas um pequeno espaço no coração dele. Ela tem muito, muito mais. Ao ponto de que agora, ouvindo-a dizer que ainda o ama, que mesmo depois de tudo, ela ainda é incapaz de odiá-lo e desprezá-lo (o que ele realmente merecia), o coração dele está batendo forte, está o fazendo se sentir vivo como há muito ele não sente.

— Se nós ficarmos juntos... Para sempre... Eu tenho certeza de que as coisas voltariam a ser como eram antes... — Então, ela quebra, de novo e de novo.

Porque amá-lo é doloroso. Amá-lo requer paciência, perseverança, gentileza, um desprendimento colossal de si mesmo. Amar alguém tão quebrado quanto ele deveria ser um tormento.

Sasuke jamais a teria culpado se, em algum ponto, Sakura tivesse desistido dele. Outras garotas o teriam feito, mas nenhuma delas é Sakura e nenhuma delas tem a capacidade de amar tão devotadamente quanto ela tem. Nenhuma delas teria ido tão longe por ele como ela foi.

E as palavras dela reverberam dentro dele, dentro do seu coração. “Se nós ficarmos juntos, eu prometo que você não se arrependeria... Todos os dias, nós faríamos algo divertido... Nós seríamos felizes com certeza”, ela lhe disse um dia, ela prometeu lhe fazer feliz. E ainda agora, a promessa dela permanece de pé.

Mas ele não pode aceitar, mais do que nunca, ele sente que não pode estender a mão e aceitar o que ela o oferece. Ele nunca será digno dela.

Além do mais, no passado, o amor quase o destruiu. A perda da sua família ainda é uma ferida aberta que, ele sabe, jamais se fechará.

Sakura é inocente demais para ser arrastada para o mundo dele. Ele nunca se perdoaria se ela terminasse destruída no fim por amá-lo. E ainda, há um temor enraizado em seu âmago. Se ele aceitasse, se ele cedesse à tentação de amar e ser amado mais uma vez, e depois perdesse... Se lhe arrancassem isso uma segunda vez, Sasuke sabia que dessa vez não se salvaria: sua vida ou sua sanidade seriam irrevogavelmente sacrificados. Se Sakura se fosse, não lhe restaria mais nada senão miséria e escuridão.

É por isso que ele se afasta, é por isso que ele se fecha. O amor assusta. O amor é terrificante.

Mas ao passo que sua mente anseia por algo, o seu coração o contradiz e anela pelo oposto. Ele sabe que precisa partir, ele sabe que precisa ser assim, e ainda as suas pernas tremem quando ele tenciona dar o próximo passo em direção ao seu objetivo.

Ele tem que acabar com isso, ele sente que precisa encerrar isso de uma vez por todas ou a tentação de ficar dualizará a sua alma. Então, ele toma uma decisão.

Uma vez, Itachi sacrificou tudo por ele; em um passado não muito distante, ele tomou um fardo inimaginável sobre os ombros: dizimou a própria família, partiu da vila como um pária e aguentou o ódio da pessoa que ele mais amou — o próprio Sasuke.

Agora, o próprio Sasuke tomaria esse fardo para si. Faria Sakura odiá-lo, ainda que no fim acabasse destruindo a ambos. Assim, ela não sofreria mais por causa dele, assim ela não tornaria a chorar por ele. Eu não valho as suas lágrimas, nenhuma delas, Sakura.

Odeie-me, sua mente comandou, sua face paulatinamente declinou para o lado, o seu olho esquerdo preparou o genjutsu. Odeie-me, Sakura. Alguma coisa dentro dele se quebrou quando o seu Rinnegan projetou o genjutsu sobre ela. Alguma coisa dentro dele se partiu.

Seu sorriso é triste, o seu olhar implora pelo perdão que não se considera digno de receber. A sua boca se curva para cima, fragilmente. Um sorriso de vidro, facilmente quebrável.

Porque se ela o odiar, poupará ambos de mais sofrimento, de mais dor. Porque quando ele a machuca, ele também está machucando a si mesmo.

Porque ele sabe que precisa do amor dela e sabe que ela também precisa do amor que ele está retendo dentro dele. Mas ele não é digno. E ele ainda é um garotinho assustado e quebrado que chora pela perda do irmão amado e dos pais.

Porque ele só tem certeza de que a ama quando a deixa ir. Ela deve ir.

Quando ele inspira, o ar está queimando seus pulmões; quando ele a encara, a luz nos olhos dela, as lágrimas que ela derrama por ele, ele se quebra, exatamente como ela.

— Você é realmente... Muito irritante.

E quando o genjutsu cruel avança sobre a mente dela, ele pede perdão de novo e de novo no silêncio dos seus próprios pensamentos. Mas ele engana-se, ele ilude-se.

Porque quando o corpo dela tomba no chão, quando ela apaga, traumatizada pelo que ele lhe mostrou, a verdade cai sobre Sasuke e sufoca-o.

Ela nunca será capaz de atender o seu capricho. Ela nunca poderá realizá-lo.

Ela jamais o odiará como ele deseja. Ainda que ele atravesse o seu corpo mil vezes, ainda que ele a destrua de dentro para fora e de fora para dentro, ela não parará de amá-lo.

Ele sabe disso. No fundo, ele sabe. Ainda assim, ele a deixa ir.

E ele também parte, mais tarde, completamente destruído por dentro.

Este é o seu destino, contudo; a sua sina pessoal. Nem mesmo o amor de Sakura é capaz de mudar isso. Nem mesmo o amor que ele retém dentro dele é capaz de mudar isso. Ou é disso que ele tenta se convencer. Porque mentir, fugir e se esconder é menos doloroso, é menos terrificante.

Mas amar... Amar ainda o assusta.

E é exatamente por isso que ele a deixa ir, no fim.


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Notas finais do capítulo

EU CHOREI TANTO LENDO ESSE MANGÁ! Kishimoto me surpreendeu dessa vez! Porque além de fazer a Sakura se declarar PELA SEGUNDA VEZ PARA O SASUKE, AINDA FEZ UM PARALELO LINDO COM O MANGÁ 181 E ISSO ME DEVASTOU, NA BOA, ME BOTOU NO CHÃO E EU ME ENCOLHI EM POSIÇÃO FETAL E CHOREI O DIA TODO! T____T
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E quem disser que o Sasuke não tava mentindo quando disse aquelas coisas pro Kakashi vai tomar uma safanão na orelha Ù.Ú Não é preciso ser um gênio pra notar que ele tá mentindo, né?! Não sei, tem gente que tem QI de ameba também (lê-se Narusakus) HAHAHAHAHAHAHAHAHAHA
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Falando neles, estão em negação, se apegando à tradução lixosa da Manga Panda e chamando a tradução da Manga Stream (muito mais confiável) de tendenciosa! SOFRO COM ESSE POVINHO! HAHAHAHAHAHAHAHA
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SASUSAKU É CANOOOOOOOOOOOOOOOOONNNNNNNNNN! GRITEM, GRITEM, AMORES, PORQUE NOSSOS DOIS LINDOS SE AMAM! E NARUTO VAI CONVERTER O SASUKE PRO NARUTISMO E VAI MOSTRAR PRA ELE QUE NÃO TEM QUE TER MEDO DE AMAR E SER AMADO, NÃO! AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH BRACE YOURSELVES, SASUSAKU IS COMIIIIIIIIIIIIIIING!!!!!!!!! lol
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Deixem seus pensamentos sobre o último mangá. Como se sentiram quando viram nossa rosada se declarando de novo? O que acharam? Qual declaração é mais tocante? 181 ou 693?
EU TÔ NO CHÃO ATÉ AGORA! SOCORRAM-MEEEEEEEEE! HAHAHAHAHAHAHAHA
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Nos vemos nos reviews ;D