Ties of Blood escrita por Víbora


Capítulo 1
Capítulo I - The Beginning




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"Essas alegrias violentas têm fins violentos. Falecendo no triunfo, como fogo e pólvora que num beijo se consomem."

(William Shakespeare)

–x-

A mansão se estendia majestosamente naquela avenida movimentada, como esperado de uma mansão Ventrue, tudo para mostrar poder e superioridade. Ela tinha um toque de antiguidade e modernidade trabalhando juntas, a entrada era emoldurada por um gramado simples e vasos grandes de ráfia, as paredes posteriores eram formadas apenas por grandes vidros e a grande porta de madeira maciça estava com suas duas folhas abertas.

Os tão ilustres convidados chegavam à mansão, cada qual de um jeito, mas todos ali sabiam que em uma zona Mascarada e em uma festa da Camarilla, classe e um bom visual não poderiam faltar. Membros do clã Gangrel que gostavam de andar curvados tiveram de se manter eretos, enquanto poucos Nosferatus apareceram. Eram raras as ocasiões onde clãs se encontravam unidos daquela forma, muito menos clãs de seitas diferentes.

O local podia ser de posse da Camarilla, mas boa parte da festa fora organizada pelo Círculo Anarquista. A festa, montada no grande hall de entrada mantinha tudo como os conformes sofisticados, possuindo uma decoração mais limpa e contemporânea possível, o lustre de cristais grande e extravagante é quem dava o ar antigo e conservador ao ambiente, a musica clássica tocava com elegância pelas pequenas caixas de som instaladas nos cantos do teto alto e um pequeno palco improvisado fora montado para o pronunciamento importante da noite e as devidas apresentações.

Agora podemos falar dos nossos tão preciosos personagens que dão a graça ao local e a história.

As irmãs Blüt chegavam ao local lado a lado, sua história era bastante conhecida pelo fato das duas terem sido transformadas na mesma noite por vampiros de seitas diferentes. Keira era a mais nova e pertencia ao clã Brujah, o corpo pequeno estava emoldurado pelo vestido de veludo vinho, estilo anos 60, que lhe marcava a cintura e descia em uma saia midi até a metade da canela, como o decote era fechado em formato quadrado, ela usava apenas os brincos dourados como acessório e os pequenos pés eram emoldurados com sapatos nudes. Keira Blüt outra vez fazia jus ao apelido de Pequena Dama de Vermelho, afinal, os cabelos em uma vibrante cor de ferrugem, curtos até a metade da nuca e ondulados, se completavam junto com o batom escuro e vermelho nos lábios finos.

Já Eleonora, a irmã mais velha pertencente ao clã Setita, adotara um ar menos vibrante, usando um vestido verde musgo longo, que com um corset embutido modelava sua cintura e levantava os seios, o decote era em forma de coração e as bordas do vestido eram seguradas pelas finas mangas de seda que ficam caídas abaixo dos ombros. Os cabelos longos e encaracolados do mesmo tom de Keira estavam impecavelmente presos dando melhor visão ao seu rosto, usava uma fina corrente de ouro com um pingente de camafeu e delicados e pequenos brincos de esmeralda; e assim como a irmã mais nova os lábios eram emoldurados com batom vermelho, levemente mais claro. Mas diferente de Keira, naquela noite Eleonora não demonstrava nem um pouco de sua personalidade de Víbora.

As duas sem sombra de dúvida eram irmãs, poderiam quase ser gêmeas, mas a mais velha era levemente mais alta e mais encorpada, os olhos castanhos eram idênticos e bem, o fator cabelo era algo evidente nas duas.

Andaram juntas pelo grande espaço, que ainda parecia meio vazio, mas logo Eleonora teve de se afastar por ter sido chamada por Haruhi Yoshida, sua companheira de Círculo. Haruhi parecia sustentar as origens orientais naquela noite, com o longo vestido vermelho justo ao corpo, tinha as mangas curtas e era fechado até o pescoço com um fechinho de rosa dourada, os cabelos longos e castanhos estavam presos em um grande coque e os olhos castanhos escuros e puxados sorriam como sempre, junto aos pequenos e delicados lábios. Yoshida estendeu a mão para a Blüt mais velha.

Se vendo sozinha, Keira continuou seu caminho, procurando alguém que conhecesse, sem sucesso se concentrou em observar as pessoas presentes que não conhecia. A primeira coisa a notar foi que o ambiente estava claramente divido pelas seitas, conseguia identificar facilmente quem pertencia a cada uma, e foi nesse meio período de tempo que viu a chegada da Elite Camarilla, todos juntos e majestosamente bem vestidos. Keira sentiu vontade de rir de toda aquela falsa cumplicidade, mas virando as costas para o grupo foi à procura de seu próprio canto.

— Finalmente! – ouviu uma voz feminina, porém forte, falar atrás de si.

A ruiva girou em cima dos saltos altos para dar de cara com a amiga de descendências russas, Patrisha Murawska, ou como todos a chamavam, Trish. A mulher era quase quinze centímetros maior que Keira, o corpo magro era sustentado por sandálias pretas de saltos finíssimos, o vestido tomara que caia de couro em um tom de marrom escuro, ia até os joelhos e sustentavam os seios médios com um decote em coração. Os fios lisos, platinados em um tom acinzentado, caiam-lhe sobre os ombros e desciam até a metade das costas fazendo contraste com os olhos cinza e a boca, quase pedia para ser beijada, pintada com o gloss vinho que se destacava na imensidão branca.

Ao lado de Trish, ainda sem dizer uma palavra, estava Kain Akatsuki, com um sorriso leve nos lábios e seus olhos caramelos levemente caídos lhe fitavam. A camisa azul marinho estava coberta pelo blazer simples e preto, fazendo conjunto com as calças escuras e o sinto de fivela prateada. Os cabelos loiros levemente acobreados davam a impressão frustrada de terem sido arrumados, tendo as mechas ainda mais bagunçadas. Keira, claro que ignorou a amiga de longa data e sorriu ao amigo.

Kain possuía uma história peculiar. Seu "sobrenome" fora dado há anos atrás por ser um vampiro transformado por um Lasombra, mas odiando a seita de seu clã, ele migrou para a seita que se sentia mais confortável... Muitos Membros não se importavam com a origem de Kain, mesmo ele sendo o único Lasombra existente na seita, todos o acolheram, enquanto Membros da Camarilla lhe lançavam olhares tortos na festa ou em qualquer outro lugar.

Talvez fosse aquilo que o atraia tanto a Keira, o fato de ele ser levemente "proibido".

— Finalmente, digo eu. Estou aqui a pelo menos dez minutos.

— E nós há meia hora. Quem ganha?

— Trish, fica quieta.

Do outro lado da festa toda a Elite se encontrava unida, composta por nove Membros, o grupo da Camarilla eram a inteligência... Apesar de alguns Independentes não concordarem.

Os mais antigos ali eram Neji Hyuuga e Elizabeth Dobrev. Elizabeth era a Tremere, Búlgara e capaz de conquistar os homens facilmente, mas com essa mesma facilidade fazia-os desistir; era alta para uma mulher, chegando a 1,70cm de altura, seus cabelos negros como a noite caíam em largas cascatas onduladas e na pele alva os olhos azuis levemente esverdeados brilhavam. O vestido escuro possuía um decote amplo e retangular que deixavam seus ombros largos a mostra junto com seu colo, as mangas que iam até os cotovelos, eram justas nos braços e se abriam com leveza, as ondas da longas saia tinham certo brilho cintilante lhe dando elegância e mistério.

Era claro que a Dobrev não se sentia confortável no meio de tanta gente, não estava acostumada a se relacionar com pessoas além do Círculo e Elite, o que já era de mais; o fato de que seria apresentada como um adorno de sua seita a incomodava muito mais. Todavia, o que ela não admitiria a ninguém é que estava apreensiva com a visão de Aidou Hanabusa ali acompanhando Kaname Kuran.

Enquanto isso Neji Hyuuga se distraia com seu relógio de bolso, falando nisso, se tinha um hábito antiquado que o Hyuuga nunca deixaria, era usar aquele relógio velho de prata. Naquela noite em especial o relógio parecia andar ainda mais devagar. Levou a mão de dedos longos ao cabelo costumeiramente preso, para poder afastar a franja dos olhos pérolas, que na realidade eram apenas de um azul claríssimo, algo característico de albinos, como Trish, algo raro também, afinal, Neji não era albino.

O colete de tom grafite lhe cobria o tórax perfeitamente, por baixo a camisa impecavelmente branca e passada. Reuniões eram só mais um motivo para ele se ajeitar demais. Depois de guardar o relógio, olhou para o sapato negro de fivelas. Não conseguia ver a hora de aquilo tudo acabar.

Ao lado dele apoiado ao tablado de madeira que formava o palco, estava Itachi Uchiha, outro Ventrue; seus olhos negros tinham um leve fundo avermelhado e observavam a tudo e a todos, afinal era sua única diversão no momento. Os cabelos longos, lisos e escuros, estavam solto naquela noite e caiam-lhe sobre os ombros despreocupadamente, sua vestimenta era escura, quase como um tom sobre tom, a camisa cinza escura tinha as mangas dobradas de qualquer jeito até metade no antebraço, os dois primeiros botões estavam abertos revelando parte de suas clavículas, a calça de sarja preta lhe cobriam as pernas torneadas que a vida humana lhe dera e os pés calçados por sapatos de cadarço simples. Talvez não existisse alguém mais desinteressado que ele naquela reunião.

Takuma Ichijou se aproximou dele, deixando o casal do grupo sozinhos e Alexia Rose Zenari tentando sem sucesso, uma conversa com Gaara.

Alexia e Takuma eram fisicamente parecidos, e mesmo Takuma sendo um Toreador, a diferença de beleza não existia ali. Os dois eram altos, loiros e possuíam belos olhos verdes, quase gêmeos, se não fossem amantes. Chegava a ser engraçado o modo como eles começaram a se relacionar depois que a Zenari entrou na Elite, talvez Takuma tenha se atraído pelo descaramento da menina de pedir para se casar com ele.

Alexia era uma das poucas a mostrar as pernas no sofisticado salão, a saia rodada e plissada lhe dava um ar a mais de feminilidade, ela usava um vestido salmão inteiro rendado, o tomara que caia mal sustentava seus seios, dando um ar sexy, mas mesmo assim sem vulgaridade, uma pequena gargantilha com um pingente de relicário lhe adornava o pescoço e o rosto fino e delicado era destacado pelas ondas que estavam presas em um penteado despojado.

Ichijou modestamente adorara o figurino, mas não era algo que ele pronunciaria em voz alta.

— Acredito que logo eles irão descer. – Takuma comentou, parando ao lado de Itachi.

Passou as mãos no cabelo penteando melhor a franja que lhe caia na testa para trás.

— Sinceramente, não vejo diferença alguma. – respondeu cruzando os braços.

— Não está ansioso para conhecer nossos novos companheiros? – o loiro perguntou com um sorriso traiçoeiro.

— Não.

Takuma deu uma leve risada revelando os caninos afiados. Suspirando, relatou:

— Andando desse jeito com Gaara, você vai acabar por ficar rabugento.

O Uchiha finalmente levantou os olhos para o mais alto, franzindo as sobrancelhas em forma de desagrado. Takuma voltou a rir.

Gaara no Sabaku observava a irmã de clã e o recém-marido conversando, às vezes o ruivo se perguntava como Shikamaru e Temari conseguiam se suportar há tantos anos. Gaara ajeitou o terno azul e apertou a gravata enquanto Alexia não parava de tagarelar em sua orelha, seus olhos extremamente verdes se desviaram para a porta de entrada por um instante, quase como o acaso, a dona do famoso La Bite entrou na festa, junto de seu mais novo companheiro, Sasuke. Hailey Faith La Freour, a verdadeira Dama de Vermelho.

Os cabelos de Hailey queimavam em fogo, pareciam ainda mais brilhosos e vermelhos por estarem lisos para a ocasião, o vestido vermelho sangue de mangas longas lhe cobria todo o corpo e até parecia puritano para a La Freour, se não fosse pelo longo decote que vinha do meio dos grandes seios até metade da barriga e pela longa fenda na perna esquerda, o colar de pedras rubis brilhava em seu colo, assim como os olhos vermelhos brilhavam de satisfação com a atenção recebida e os lábios carmim que se abriram em um largo sorriso.

Claro que Hailey chegaria no ultimo instante que tinha para atrair os olhares, todos ali a conheciam, não apenas por sua boate, mas por ser uma Toreador que abandonou a Camarilla.

Assim que se acomodou ao lado de Keira e os outros, todos puderam ver os membros do Círculo descer as escadas. Keira recebeu os olhares William, Trish e Hailey e percebeu a girada de olhos do Kiryuu, ao verem Cain Stumm descer as escadas ao lado de sua irmão, virou o rosto para os amigos. Algo no peito de Keira fervia ao pensar no tempo que eles poderiam ter continuado juntos.

Caleb Cross, não o maior, mas o grande vampiro do Círculo Anarquista, ex-amante de Eleonora e criador de Keira, se posicionou a frente do microfone.

— Gostaria de agradecer a presença de todos, os que vieram de boa vontade ou os que vieram por livre e espontânea pressão, como nossa Elite. – os olhos amêndoas foram direcionados especialmente ao grupo de sua seita, afinal era do conhecimento de todos que se alguns deles pudessem estar quebrando alguma coisa, eles estariam. – Eu não seria a pessoa mais indicada a falar em frente a todos, entretanto...

— Pouco humilde ele. – Zero Kiryuu comentou.

Se Itachi parecia desinteressado com a ocasião e com suas vestimentas, o Kiryuu estava ainda mais, a camisa branca dobrada de qualquer jeito até o cotovelo nem se quer estava dentro da calça, a calça jeans escura provavelmente estava sendo usada durante toda aquela semana e os coturnos nem tiveram a preocupação de serem limpos.

Ino o julgava com os olhos azuis sem sequer disfarçar, até Naruto fizera o esforço de botar um blazer, por que Zero tinha que continuar bancando o adolescente recém-formado? A Giovanni, com toda certeza não possui a paciência para iniciantes.

Suspirando, ela jogou o rabo de cavalo para trás ricocheteando as postas nas costas desnudas por causa do vestido frente única.

A Yamanaka só entrou em si após começar a ser puxada pela mão por Deidara, seu companheiro de clã. Ao olha para frente todos da Elite da Camarilla já estavam em cima do tablado.

— Espera aí, por que nós estamos indo para lá? – ela perguntou ao loiro em sua frente.

Deidara mirou os olhos também azuis em Ino por um segundo, antes de se virar para frente novamente e respondê-la.

— Pensei que você sabia que nós seríamos apresentados. – ele deu uma pequena pausa para se desviar de um dos convidados e continuou. – Até o imbecil do Uzumaki estava sabendo. O que está acontecendo por aqui hoje?

Quando todos já se encontravam em seus lugares para visão dos convidados, Chise "De Dood" Michiyuuki se posicionou a frente do microfone para dizer os nomes e fazer as apresentações. A De Dood possuía uma das histórias mais podres entre aqueles de seu Círculo, e se existia alguém ali a saber, sem sombra de dúvidas, ela o silenciaria.

Optara por usar uma roupa que não denunciasse tanto sua etnia. O vestido longo e azul descia fluidamente pelo seu corpo magro e delicado, dando-lhe leveza e sobriedade, a maquiagem destacava seus traços orientais dando vida aos olhos negros e levemente puxados, como esperado de uma antiga gueixa. Os cabelos longos e escuros estavam soltos e emolduravam o rosto redondo com uma leve franja.

A voz de Chise reverberou pelo salão.

— Como vocês sabem, apresentaremos os nossos Membros de Elite. – suspirou entediada. – Nos Membros da Camarilla, temos os Ventrue: Neji Hyuuga, Itachi Uchiha e Alexia Rose Zenari; os Membros Gangrel: Temari e Gaara; as Tremere: Elizabeth Dobrev e Sakura Haruno; o Brujah, Shikamaru Nara e o Toreador, Takuma Ichijou.

Os outros integrantes no salão aplaudiram. Ao lado dos Camarilla, os Membros Anarquistas se acotovelavam fazendo piadas e rindo baixinho. Neji, Elizabeth e Sakura lançaram um olhar matador ao grupo no mesmo instante. Quando a De Dood voltou a falar, o grupo se aquietou.

— Agora os Membros da Elite Independente. – Chise fez um leve careta. – Os Giovanni: Ino Yamanaka e Deidara; os Brujah: William Vardin e Keira Blüt; o Gangrel, Naruto Uzumaki; o Ravno, Zero Kiryuu; a Assamita, Patrisha Murawska e por ultimo... O Lasombra, Kain.

Os Membros da Camarilla aplaudiram com menos avidez, mas foram totalmente silenciados pelos Independentes.

Trish e Keira trocaram um olhar antes de dar um sorriso presunçoso e superior.

Talvez eu deva ter esquecido de apresentar alguns personagens falados pela Michiyuuki. William Vardin era um dos baderneiros do grupo, enfim, é um Brujah e sua atitude "punk" se sobressaia muito mais que a de Keira, ele era outro que usava coturnos naquela noite, junto de sua jaqueta de couro que destacavam os ombros largos, talvez ele estivesse mais nem aí que Zero. Seus cabelos eram castanhos e cheios de cachos, alguns até caindo sobre sua testa, os olhos também eram castanhos e brilhantes apesar de escuros, lhe dando um ar infantil, principalmente quando sorria e seus olhos praticamente se fechavam.

E Sakura Haruno, me desculpem por nem se que citá-la, mas o que esperar de uma Tremere? Os cabelos rosados e longos estavam trançados formando um coque, seus olhos verdes pareciam mais expressivos e ferozes naquela noite, quase como se os segredos que ela guardava quisessem se revelar.

Ao final da apresentação, a Elite foi convidada a subir a sala onde o Círculo estava minutos antes e ao palco foi chamada Miharu Otsuka, ela havia vindo construindo uma carreira estável como violinista, até mesmo antes de sua transformação, e claro que a Camarilla não deixaria de convidá-la para reunião no ninho.

Otsuka tinha longos e ondulados cabelos azuis, seus olhos negros com formato característico de uma mestiça, estavam contornados de preto e a boca levemente carnuda era rosada, tudo aquilo fazendo um grande contraste com a pele incomumente bronzeada, ela usava um belo vestido branco com a saia plissada e longas estampada com pétalas de rosas, dando destaque ao seu tom de pele dourado. Existiam alguns boatos sobre ela e um dos homens Akatsuki, mas ninguém poderia dizer com exatidão se eram verdadeiros ou não. Miharu claro, ignorava todos com um enorme e doce sorriso.

~—~

Finalmente bem acomodados na sala, todos puderam se observar e conhecer melhor. E Trish observou para observar as garotas da outra Elite minuciosamente, enquanto Keira ignorava a todos para fixar os olhos no antigo companheiro. Cain permanecia o mesmo com aquele ar de vilão de filmes de faroeste, o que não podia ser desmentido.

Os cabelos loiros iam até o final da nuca e os olhos dourados brilhavam fervorosamente, o rosto parecia mais duro do que nunca e algo nele voltava às origens do Texas. Foi quando ela parou pela primeira vez para pensar o que havia acontecido para um cowboy, bronzeado e claramente americano, ir parar em Glasgow naquele ano. Como um boa escocesa, ela só poderia pensar em destino.

Por final decidiu ignorá-lo de vez e dar atenção aos outros. Por algum motivo seus olhos pararam em Elizabeth e ela pode observar a incrível tensão entre a morena e Aidou. Sorriu sacanamente.

O Toreador se encontrava ao lado de Kaname Kuran, o mais novo integrante do Círculo, um Ventrue cheio de princípios, e quando digo mais novo, realmente se trata de idade. Ele deveria ser o único a estar em um terno branco e algo em sua expressão transmitia desconfiança, os cabelos castanho escuro caiam até seus ombros e a franja quase chegava a cobrir seus olhos.

Se Kaname era o mais novo, Tsunade e Hisashi eram os mais velhos e inabaláveis vampiros do Círculo, viram muitos irem e virem e já acusaram muitos a morte, juntos ou separados, de qualquer jeito você nunca os veria entrando em um acordo e mais raramente veria Tsunade entrar em um acordo com qualquer um. A loira foi a primeira a se pronunciar na sala:

— Faltam algumas coisas a serem resolvidas. – suspirou e por um segundo Naruto se perguntou qual era o maldito problema dos vampiros daquela seita para suspirarem tanto, mas não ousou a se pronunciar. – As casas de vocês deverão ser deixadas e suas coisas deverão ser recolhidas. A partir de hoje até darmos um fim a tudo isso, vocês estarão unidos.

Pela reação ninguém havia sido avisado, porque novamente Neji e Elizabeth e desta vez Itachi, pareceram bastante indignados perante o fato de terem de socializar o dia inteiro, todos os dias. Os Independentes obviamente mostraram reações de raiva e perplexidade ao mesmo tempo.

— Todos de acordo, voltem aqui quando terminarem de arrumar suas coisas e indicaremos seu novo ninho. – Temari e Trish sentiram uma enorme vontade de gritar que de jeito nenhum estavam de acordo, mas do mesmo modo que as palavras foram à garganta, por lá ficaram.

Sem mais nenhuma palavra, Tsunade se levantou e dirigiu-se a porta para deixá-los sair.

A dupla de amigos observou a Dobrev sair, e então o Kuran perguntou:

— Quando pretende dizer a ela?

— Tudo tem seu tempo certo, meu caro amigo. – o loiro disse antes de mirar seus olhos no seu próximo alvo de gracejos e abrir um sorriso.

~—~

A festa ó durou muito mais para os Membros Camarilla, e posso dizer fielmente que apenas para alguns clãs. Ao final de sua apresentação Miharu agradeceu a confiança à Kaname e a De Dood que estava junto dele antes de se retirar por completo. Não deixara de ouvir os comentários em meio aos elogios, sobre a sua relação com Madara e realmente sentiu vontade gritar que ele era só um maluco desvairado que a perseguia, mas não conseguiu se decidir se a cena seria engraçada ou constrangedora.

Encostou-se em um dos carros parados na rua para conseguir pensar no que fazer no momento, mas nada passou a sua mente, não queria voltar para sua casa, muito menos ir em algum outro lugar. Esses eram os contras de ser vampira, enquanto tinha vida eterna, provavelmente teria tédio eterno também.

Pegou uma mecha azul do cabelo e a enrolou no dedo indicador da mão esquerda, mirou os olhos escuros no céu coberto de nuvens, a cidade lhe incomodava de certo modo, não era nada agradável olhar o céu sem conseguir ver nenhum pontinho de luz.

— Não irá para casa? – uma voz rouca e arrastado lhe tirou de seus devaneios.

Miharu não teve que abaixar muito os olhos os olhos, porque o homem em sua frente era uns bons centímetros maior que si.

Kakashi Hatake tinha ares de bon vivant e também pertencia ao Círculo dos Independentes. Um de seus olhos era tampado por um tapa-olho e o que estava a mostra parecia brilhar mais naquele lugar escuro e o terno cabia-lhe perfeitamente.

— Pra falar a verdade ainda não me decidi para onde ir...

O homem de cabelos prateados se abaixou para pegar o violino que estava ao lado dos pés de Miharu e quando se levantou estendeu a mão livre.

— Talvez eu possa te ajudar a escolher para onde ir.

Miharu parou por um segundo para pensar, não tendo certeza se iria aceitar ou não.

— Você não vai me sequestrar, vai?

Kakashi sorriu:

— Isso só depende de você.

~—~

Hailey voltou para La Bite com Sasuke grudado em seu cangote, não como se ela se importasse.

O lugar já estava fechado e as luzes apagadas. O moreno segurava sua cintura fina enquanto distribuía vários beijos em sua nuca e tratava de começar a abrir o vestido que ele tinha fechado há algumas horas.

— Espera ai, garotão. – ela se virou para afastá-lo levemente. – Vamos ao meu escritório.

Claro que Sasuke não iria ficar parado igual um retardado perdendo seu tempo dentro do elevador. E quando as portas se abriram... Hailey não conseguia mais resistir e não se esforçou para afastar os lábios dele dos seus, naquele momento a pele branca do homem provavelmente já estava toda manchada, mas ninguém se importava.

Porém ao abrir a porta eles tiveram que se separar.

— E aí chefinha... – uma voz risonha chamou a ruiva.

Empurrando o homem, Hailey se virou rapidamente ajeitando o vestido.

— Por que está me olhando como se tivesse visto um fantasma?

Balder Kriger, aquele Brujah fanfarrão estava deitado no divã do escritório de Hailey, na maior. Suas mãos estavam cruzadas atrás da cabeça e os pés, com botas sujas, cruzados em cima do estofado de veludo. A La Freour pisou duramente com os sapatos vermelhos até o divã, pegando uma das almofadas e acertando a cabeça do desgraçado.

— Primeiro você tira essas botas imundas daí. – ela voltou a bater com a almofada nele. – E me diz o que ainda ta fazendo aqui.

Balder se sentou e soltou os longos cabelos negros, para poder prendê-los de qualquer jeito de novo. Algumas mechas ficaram soltas e ele as colocou para trás da orelha. Abrindo um largo sorriso e mirando a mulher em sua frente com os olhos negros ele respondeu:

— Só estava tomando conta do local enquanto você não voltava.

— Ora, que gentileza a sua. – Hailey bufou, passando a mão no cabelo, jogando as mechas longas que insistiam em atrapalhar sua visão. – Por que não foi atrás de um rabo de saia?

— A Senhorita sabe muito bem que o meu rabo de saia estava no mesmo ambiente que você, infelizmente... Eu poderia ter aproveitado seu escritório muito mais.

Hailey franziu as sobrancelhas, tentando ficar realmente séria.

— Mas eu já estou de saída, Madame. – ele andou até a porta, mas antes de sair se virou com um sorriso sacana. – Tenha uma boa noite em meu lugar.

— Pft, sinceramente...

Sasuke voltou a abraçá-la e sussurrou em seu ouvido: "Onde paramos, afinal?".


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Notas finais do capítulo

Ai, gente, é isso... Vejo vocês no próximo.



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