The Inter - Worlds (Parte 1): As Aventuras - Ano 2 escrita por Ana Katz


Capítulo 7
Capítulo 5 - O Barulho de Canhões


Notas iniciais do capítulo

Mortes na arena...*não venham me dizer que isso é spoiler*

Música: The Countdown
Link: https://www.youtube.com/watch?v=tWXvWFKcjrc&



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–Espere. - dei uma inspirada forte. - Isso é cheiro de queimado?

–Acho que sim. - respondeu Runner.

–Mas não há fogo aqui...nem fumaça.

De repente, nos chocamos com a cena que se mostrava na nossa frente. Ian, aquele garotinho que estava no grupo de Tesha, suspenso no ar, estava com o corpo tão queimado que mal pudemos reconhecê – lo. Olhando para cima, vi um mecanismo que parecia quase transparente, mas que prendeu Ian de jeito e o queimou. Depois, olhei para frente e no fundo pude ver ninguém mais que Tesha.

–É uma armadilha. - murmurei, andando para trás, Runner continuava imóvel, chocado. - É UMA ARMADILHA!

Começamos a correr, assim como Tesha, que, orgulhosa como era, decidiu enfrentar a nós dois. Mas estávamos fugindo. Olhei para trás e não pude ver mais ela. Onde ela estava? Olhei para todos os lados e eu só via árvores e as águas do pântano.

De repente, uma flecha voo do nada e acertou Runner, que caiu no chão. Levada pela raiva, eu comecei a correr na direção em que a flecha tinha vindo.

–Não! - gritei.

Eu ia dar um ataque, mas outra flecha veio, e esta me acertou na barriga. Eu segurei com força a flecha, e arranquei ela de minha pele. Eu caí no chão, a flecha estava envenenada. De repente, Tesha saiu das sombras.

–Você realmente acha que tem como me vencer? Eu vou vencer os jogos, e você não estará lá para ver, porque eu vou matar você.

Eu pressionei as duas mãos em cima da ferida. Eu estava suando frio. Sussurrando, eu comecei a recitar um feitiço.

Curare et malo de sanguinem lucem

Uma leve luz saiu da minha mão, curando o ferimento e amenizando os efeitos do veneno. A outra mão estava lá para que ninguém visse a luz.

–Está na hora de prepararem o canhão. - gritou Tesha.

–Para você.

Eu me levantei em uma questão de segundos. Tesha também foi rápida, atirando uma flecha em mim, mas eu desviei. Enquanto ela preparava outra flecha, eu peguei uma faca e atirei nela, fazendo com que ela largasse o arco. Corri na direção dela, com a espada de Moron na mão. Ela recuou e pegou um facão que ela levava. Começamos a lutar. Eu atacava e ela defendia, até que ela desferiu um golpe forte o bastante para arremessar a minha espada longe. Porém, não acabou aí, como ela achava. Eu dei um soco na região do fígado dela, fazendo com que ela curvasse o corpo, e jogasse o facão no chão. Mas antes que eu pudesse o pegar, ela chutou ele para longe, já que sabia que não teria a chance de pegá – lo antes de mim.

Nesse momento, começou um combate corpo a corpo. Ela socava, eu chutava e assim ia.

Ela me fez cair no chão, e, erguendo uma pedra, ela estava pronta para dar a finalização. Mas eu dei um chute nela que, não sei como, fez com que ela caísse longe e batesse a cabeça na árvore.

Olhei para o meu lado e vi o arco dela caído, me virei e, de quatro, fui rapidamente até a arma. Peguei a flecha jogada no chão e me ergui, ajoelhada. Tesha já tinha se levantado e corria na minha direção irada.

Rápida como nunca antes, encostei a flecha no arco. Esqueci tudo que me cercava. Me concentrei no alvo, ganhei foco.

Quando Tesha parecia estar a somente centímetros de mim, eu soltei a flecha. A flecha perfurou a testa de Tesha, atravessando o crânio. Ela parou, sem expressão, e, depois de alguns segundos, caiu no chão, morta.

Tirei a flecha da cabeça dela, enquanto ela sangrava. Ela estava finalmente morta, e assim pude ouvir o canhão.

–Filha da mãe.

Ouvi um barulho, alguém engasgando. Era Runner.

Fui correndo na direção dele. Ele estava jogado no chão, cuspindo sangue. Me abaixei rapidamente, vendo se ele ainda tinha pulso.

–Vamos, Runner. - disse, enquanto procurava curar ele com um feitiço.

Ele estava sangrando muito, mas, quando fui curar o ferimento, ele, com a cara pálida, segurou a minha mão.

–Pare.

–O que?

–Pare. Eu não tenho salvação.

–O que está dizendo? É óbvio que tem.

–Não. No final pelo menos um de nós vai acabar sendo morto. Se você foi a que teve a chance de viver que seja, não tente mudar isso.

–Mas você não merece morrer, não assim.

–Ninguém merece morrer, principalmente por causa dos Jogos. Mas todo mundo morre um dia, certo?

–Não, não faça isso comigo. - eu comecei a lacrimejar.

–Eu vi boas coisas em você, Ana. Não deixe que esses jogos estraguem isso. Você é a que mais merece ganhar aqui. Ninguém merece tirar a sua vida, e eu não quero ter que ser essa pessoa. - ele deu um sorriso.

–Como você pode estar sorrindo?

–Eu ia acabar morrendo mesmo. Mas eu vou morrer feliz sabendo que deixei você viver. Que a sorte esteja sempre a seu...- ele deu uma pausa, engasgando, estava em seus últimos momentos. - ...favor.

Assim, ele ficou imóvel, e veio o canhão.

–Runner? RUNNER! - eu gritava e mexia seu corpo.

Ele estava morto. Deitei a minha cabeça na barriga dele e comecei a chorar sem parar.

Um tempo depois, me levantei. Fechei seus olhos. Segurei com toda a minha força o corpo de Runner e coloquei ele em cima da grama. Estava anoitecendo, e eu podia ver o sol descendo. Cobri o corpo dele todo com pedras e coloquei uma flor em cima. Ele merecia pelo menos aquilo.

Peguei as minhas coisas, incluindo também o arco de Tesha com a aljava de flechas e o facão.

Me sentei perto e fiquei lá, a noite toda, chorando, acabada...destruída.


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