The Inter - Worlds (Parte 1): As Aventuras - Ano 2 escrita por Ana Katz


Capítulo 53
Capítulo 45 - No Amanhecer


Notas iniciais do capítulo

Então, gentem?
Tudo baum? o/
Vou tentar conter meu surto aqui, mas eu precisava falar:
NANDA SUA LINDA! VOCÊ RECOMENDOU A FIC ♥
Mil beijos para você, sua xerosa ~~
E a famosa chuva de glitter, claro: (ノ◕ヮ◕)ノ*:・゚✧ ✧゚・: *ヽ(◕ヮ◕ヽ)
Ok, voltando.
Esse capítulo ficou muito fofo ♥, sinto que muita gente vai vomitar arco-íris no final, então BOA LEITURA e espero que gostem o/

Nesse capítulo:
Ana e Legolas tem uma breve conversa no amanhecer...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/549893/chapter/53

Eu estendi a minha mão e logo alcancei a do elfo. O ambiente escuro logo se desfez.

Então, eu me vi na ala médica, em uma cama. Usava uma túnica marrom. Estava ensopada de suor e lágrimas. Legolas estava bem próximo de mim. Mas não conseguia enxergá-lo muito bem pois, além de estar com a visão turva, o ambiente era pouco iluminado.

Segurava os braços dele com força. Por alguma razão, eu mesma o tinha puxado para perto. Mas como? Eu não estava desacordada? E por que diabos eu faria aquilo?

As minhas unhas estavam quase afundadas na pele dele. Devia estar machucando bastante.

Então o soltei, e ele recuou.

–Graças a Iluvatár. – ele exclamou.

Eu não disse nada, só continuei respirando rapidamente. Minha garganta estava seca e eu não tinha forças para falar nada. Precisava de água, tipo urgentemente.

Então apontei para a minha boca e logo em seguida para o copo que tinha na mesa de cabeceira. Ele entendeu o gesto, agilmente enchendo o copo com água e dando para mim, para que eu pudesse beber.

Uma vez que a sede passou, me sentia mais aliviada. Meu coração, aos poucos, estava desacelerando, e a adrenalina diminuindo vagarosamente.

Legolas estava sentado na cama, perto de mim. Aos poucos, minha visão foi voltando ao normal.

–O que aconteceu? – perguntei.

–Eu pergunto o mesmo. – ele respondeu.

–Como assim?

–Você desmaiou, repentinamente.

–É sério? – perguntei.

Sério? Eu tinha causado um vexame daqueles na frente de todo mundo?

–Sim, todos ficamos preocupados. – ele afirmou.

–Desculpa. Não queria ter causado isso tudo...

Assim, um silêncio bem incômodo se formou. Eu não sabia o que dizer para ele, nem ele para mim.

Foi então que eu lembrei que ainda tinha perguntas para fazer para ele. Mas como perguntaria? A situação parecia tão embaraçosa.

Bom que foi ele que se atreveu a conversar.

–Então...porque você desmaiou?

–Eu não sei...

–Tem certeza?

–Claro que eu tenho! Bem que eu queria saber...

Então, o papo morreu novamente. Não, não podia ficar calada agora, precisava de uma deixa para falar daquele assunto.

–Agora, explique porque você estava tão perto de mim.

Se ele fosse um humano, aposto que estaria corando naquele momento. Mas, como um elfo bem faria, ele só olhou para o chão.

–Estava tentando...entrar naquele mundo.

–Naquele mundo? Qual mundo?

–O dos sonhos, o mundo pelo qual eu vi você pela primeira vez.

Espera aí, então ele podia escolher quando iria sonhar comigo?

–Então é você que causa esses sonhos?

–Não, claro que não...é só que uma vez eu consegui...espera aí, você não sabe porque eles acontecem? Não era você que causava eles?

–Claro que não! Eu estava querendo saber se você sabia!

–Então é um mistério para nós dois...espera, você também tem os sonhos, então?

–Sim, toda vez que eu...espera! Você também tem eles?

–Er...sim.

Imediatamente fiquei vermelha. Não era uma total alucinação minha, felizmente. Mas ao momento que parei para pensar em que momentos ele poderia ter sonhado de mim, senti o terror de ele ter tido o tipo de sonho que eu tive, como aquele na casa de Beorn, se vocês entendem o que eu digo...

–Então por alguma razão, eu consigo sonhar com você e você comigo? – perguntei.

–Sim. – o príncipe respondeu.

Precisava entender mais. Não só o porquê dos sonhos ocorrerem, mas também qual era o critério deles, e se nossas mentes simplesmente criavam imagens ou se...estávamos sonhando com a realidade.

–Tem como você me dizer algum desses sonhos?

–Eu me lembro de um em que você estava deitada em um gramado, com um vestido roxo...também teve um em que você cantava, com um vestido azulado na noite.

Aqueles sonhos...foram exatamente nos momentos em que eu sonhei com ele! Aquelas coisas tinham acontecido!

–Isso não foi sonho. Isso aconteceu...bem quando eu estava sonhando com você.

–Então isso quer dizer que-

–Toda vez que eu sonho com você, eu tenho uma visão de você, não importa onde você esteja, daquele momento, assim como você tem uma minha.

Nesse momento, nem mesmo Legolas pôde conter a vergonha, olhando para o lado, talvez ele se lembrasse de ter sonhado comigo enquanto estava sem camisa. Viu? É nisso que dá, pensar nessas coisas nas horas erradas!

Por isso mesmo, ele tentou mudar de assunto.

–Mas que bom que está bem, você deveria descansar agora, para que possamos conversar melhor depois.

–É verdade. – afirmei.

Senti o meu corpo queimar. Estava muito quente. E não, isso não é nada de calor do momento pelo papo que estávamos tendo, estava realmente um forno naquele lugar. Sentia como se estivesse sendo queimada viva.

–Tá...bem quente aqui...não? – disse, quase sem fôlego.

–Você acha? De noite geralmente é bem frio. Talvez, você ainda deve estar recuperando-se da febre.

–Febre?

–Sim, você estava bem quente agora pouco. – ué, e como ele sabe?

Abri então um pouco da túnica, para arejar um pouco. Então percebi que estava com uma roupa por baixo, então tirei logo a túnica pesada. Estava me aquecendo demais.

–Ah...o que você está-

Então, fiquei somente com um vestido curto e simples que estava por baixo, praticamente uma camisola. Não era o mesmo que eu vestia antes, esse era curto e sem enfeite algum. Pelo menos agora não estava tão quente.

Muito pelo contrário, um ventinho e eu já estava quase ficando com frio (bem que ele disse). Por isso, decidi me cobrir com o cobertor que tinha lá.

Ficou então o silêncio constrangedor novamente. Ele, por alguma razão, continuou lá, simplesmente me fitando com seus olhos azuis. Uma tensão no ar. Uma vez que tínhamos revelado tudo o que sabíamos, não havia mais o que conversar. Mas ele não saia de lá. De fato, um elfo interessante.

Assim, me encostei no travesseiro atrás de mim, olhando para o teto. Tanta coisa tinha acontecido. É verdade...tinha até me esquecido.

Então eu lembrei das coisas que passei enquanto estava desmaiada. Todas aquelas pessoas...que tinham morrido por minha causa. E também a saudade que sentia da minha família e dos meus amigos...como eles estariam agora? Não fazia ideia.

Não fazia ideia.

Sim, não sabia nem se estavam vivos. E se algo acontecesse com eles? Não estaria lá para ajudar, proteger ou apoiar.

Eles estavam sem mim, mas não eram eles que precisavam de mim, era eu que precisava deles. Era eu que estava sozinha.

–Já deve estar amanhecendo, não é? – comentei.

–É mesmo, eu tenho que ir contar para os outros que você está bem. – ele informou, se levantando.

Entretanto, eu instintivamente segurei a manga da túnica dele. Não sei porque...não queria ficar sozinha naquele momento. Um sentimento estranho, que não sabia nomear, infestava o meu corpo.

Estava sozinha. Mas eu gostava de ficar assim, não gostava?

–Ana, está tudo bem?

Então, involuntariamente, comecei a chorar. Não conseguia parar. Era muita dor para reprimir.

Legolas sentou novamente na cama e segurou os meus braços, tentando olhar nos meus olhos. Afinal, os olhos são as janelas da alma e por eles ele talvez entendesse o meu sofrimento. Mas eu olhava para baixo, olhando minhas mãos.

Me sentia acabada. Estava sozinha. Queria só poder ter alguém do meu lado. Poder sentir aquele calor de ter alguém para te segurar. Alguém que não iria te questionar ou perguntar a razão de estar sofrendo, só dizer que tudo iria ficar bem...

Mas eu tinha alguém ali, não tinha?

Olhei o elfo nos olhos. Não enxergava direito, com as lágrimas embaçando a minha visão, mas eu sabia que ele estava ali. Sim, ele estava ali...

Eu não estava sozinha.

Então ele soltou os meus braços e meu corpo enfraquecido caiu para frente. E minha cabeça se encostou no peitoral de Legolas.

O único som que podíamos ouvir era do meu choro. Não conseguia parar, não queria parar.

Não podia ver o rosto dele, não podia ver a sua reação. Mas não queria. Provavelmente ele me empurraria e perguntaria o que diabos eu estava fazendo. Afinal, todos sempre reagiam assim, ninguém nunca me entendeu, não seria diferente do normal.

Porém aqueles poucos segundos que passaria ali valeriam a pena. E ter calma só por alguns segundos...valia mais do que me confinar mais ainda na escuridão, com meu coração trancado...

Mas ele não fez o que eu esperava. Ele me abraçou, como se entendesse a minha dor. Nunca pensei que ele fosse realmente fazer aquilo.

Assim, eu fechei meus olhos e simplesmente me deixei levar pelo momento. Nada precisava ser falado, no final das contas. Um simples gesto falava mais.

Então ficamos ali. Eu e ele, silenciosos, no amanhecer.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, o que acharam?
Final lindo, né? Quase chorei quando escrevi :')
Espero que tenham gostado e até os próximos capítulos (e comentários, que eu já vou responder) o/