The Inter - Worlds (Parte 1): As Aventuras - Ano 2 escrita por Ana Katz


Capítulo 40
Capítulo 34 - A Chegada de Mais um Amanhecer


Notas iniciais do capítulo

EAEEEE CAMBADAAA!
Demorei mais voltei, meus caros cookies >.
A propósito, o Ano 1 chegou aos 200 comentários! Obrigada a todos que comentaram lá!
Mas chega de blá blá blá e vamos ao capítulo!
Espero que gostem, esse até que ficou maiorzinho.

Nesse capítulo:
Ana vive para presenciar mais um amanhecer...mas o que ele trará consigo?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/549893/chapter/40

Eu estava caindo. Sentia a pressão do ar em meu corpo e mal conseguia me mexer.

Sentia novamente o cheiro da morte se aproximando. Seria aquele o meu fim? Verdade que desde que tudo aquilo havia começado, eu não sabia mais o que esperar. Talvez aquele Argárir estava esperando que eu liberasse algum poder para impedir que a queda me matasse, mas ele pelo visto não percebeu que eu sou uma HUMANA não um passarinho.

Fechei os meus olhos. Tinha que aceitar o meu destino seja qual fosse, não havia nada que eu pudesse fazer.

É verdade, eu não podia fazer nada, mas eu não estava sozinha.

De repente senti uma mão me puxando para cima e algo passando pelo meu lado, me ultrapassando. Quando decidi abrir os olhos para ver o que era, senti meu corpo bater em algo. Rapidamente me segurei e observei minha situação.

Eu estava viva, não por sorte, alguém tinha me salvado. E ao olhar para baixo vi uma gigantesca águia, como nunca tinha visto antes. Eu mal tinha visto águias na minha vida, mas sabia dizer como aquela era terrivelmente maior do que o normal.

Ela era toda marrom, possuía longas asas e corpo. Tinha um bico pontudo e negro, seus olhos eram da cor do mel e em volta deles suas penas pareciam ficar levemente douradas.

Depois de observar a águia, eu parei para pensar e quase dei um pulinho de alegria. Eu estava voando! Em cima de uma águia gigante! Não é todo dia que se faz uma coisa dessas. Amigos, vocês já voaram de avião? Eu já voei de águia.

Me permiti relaxar um pouco. Eu sabia que águias em questão de Terra-Média eram criaturas do bem e inimigas dos orcs. Eu estava segura por enquanto.

Mas onde estaria Argárir? Será que ele tinha ficado ali lutando contra aquele homem? Mas ele estava machucado...será que ainda estava vivo? Bem, isso tudo eu descobri logo depois...

***

Toda a viagem foi um silêncio profundo. Eu estava cansada, mas não consegui dormir. Eu não podia perder aquele momento. A noite aos poucos ia desaparecendo com a chegada do alvorecer.

Durante o voo, a águia tinha subido bastante, e de onde estávamos podia ver as Montanhas e tudo que a cercava. Tudo parecia minúsculo de lá. No início eu senti um frio na barriga de estar em um lugar tão alto, mas eu acabei acostumando. Eu não tinha tanto medo de altura, ainda mais, depois de tudo o que tinha acontecido, ter medo de altura era piada.

Assim, avistei um pico no horizonte, do qual a águia se aproximou. Lá ela pousou e se abaixou, permitindo que eu saísse de cima dela.

Uma vez que meus pés tocaram o chão, me virei para o majestoso animal que se encontrava comigo. Olhando para ela, agora erguida na minha frente, percebi como era assustadoramente maior do que eu e que, se quisesse, poderia me esmagar com uma de suas patas.

Agora que podia ver seu corpo por inteiro, vi que ela era um pouco diferente que uma águia normal (claro que sem contar o seu tamanho). As penas de coloração dourada não estavam só em volta de seus orbes cor de mel, mas também em suas asas e em algumas partes de seu corpo. Suas garras eram longas e possuíam a ponta com o mesmo tom do ouro. Era realmente uma criatura impressionante.

De repente, algo muito (muito mesmo) estranho aconteceu. O corpo da águia começou a se desfazer em um tipo de pó. E esse pó começou a se transformar em algo. Em alguns segundos, o pó havia tomado a forma de uma pessoa: Argárir.

Argárir, sim, aquela águia gigante tinha se transformado no Argárir, não simplesmente nele, mas nele com asas. Asas de águia!

–Você é....? – comecei, sem acreditar no que via. Percebendo o que eu ia perguntar, ele simplesmente assentiu com a cabeça.

Seu corpo tombou para frente, mas eu o segurei antes que tocasse no chão.

–Está tudo bem?

–Eu usei um pouco demais de poder, mas logo vou ficar bem.

Já que ele era maior que eu, o seu corpo pesava, por isso me abaixei, descendo o corpo dele comigo. Suas feridas estavam fechadas, o que era bem estranho. Talvez ele tivesse usado magia?

Ele me encarou por alguns segundos e depois, gentilmente tirando meus braços dele (que ainda estava o segurando), se levantou. E logo depois me levantei também.

Suas asas magicamente “entraram” de volta para o seu corpo. Então era por isso que ele tinha aquelas aberturas no manto!

Ele foi até a ponta do pico e observou o horizonte um pouco. A manhã tinha chegado levemente gelada e o ambiente estava bem calmo.

–Me desculpe por minha ação precipitada, eu achei que você pudesse fazer algo, mas me enganei.

–Sem problema, pelo menos você me salvou. Obrigada por isso.

Por um segundo eu me perguntei se Argárir achava que eu tinha o mesmo poder que ele de incorporar asinhas e sair voando. Que pena, mas a resposta era não, eu não tinha, e por causa desse engano dele eu quase morri. Se ele não tivesse me salvado eu arranjava um jeito de voltar dos mortos só para assombrar ele.

Brincadeira. Ele parecia ser uma pessoa legal, e no final das contas ele tinha me salvado. Em tão pouco tempo desde que nos conhecemos ele já tinha me salvado, e não foi só uma vez.

–Afinal, quem é você? – perguntei.

–Meu nome é Argárir, como você já deve ter percebido. Eu sou...muitas coisas.

–Aquilo por acaso foi algum tipo de metamorfose? Porque há alguns segundos atrás você parecia uma águia.

–Algo do tipo.

–Mas é estranho. Mesmo quando nessa forma aparentemente humana você ainda pode manter as asas. Como?

–É uma longa história. Há muito tempo atrás algumas pessoas foram abençoadas com esse dom. Eu esperava que você também tivesse sido.

–Não existe esse tipo de coisa no lugar que eu nasci.

–Aonde você nasceu?

–Em um lugar que você provavelmente não conhece. Além da Terra-Média.

–Entendo.

Nesse momento jurei ver ele dando um sorriso discreto, mas ignorei. Depois, Argárir se virou para mim e se aproximou, perguntando:

–Venha comigo, há muito que precisamos fazer.

–Me desculpe? Eu quase não conheço você, não é porque você me salvou que quer dizer que eu vá ter que fazer o que você quiser. Aliás, eu não tenho dívida nenhuma com você por ter me salvado, porque eu não teria caído se não fosse por você.

–Eu também te salvei antes disso.

–É verdade...- observei. – Mas problema é seu, eu não vou a lugar nenhum, eu estou no meio de uma viagem e não posso parar ela agora.

–Onde planeja ir?

–Não é da sua conta! – falei, enquanto ele se sentava em uma rocha.

–Então você ainda não confia em mim. Entendo, não é um problema, mas em breve você confiará. Tudo bem, não precisa me contar que está indo para a Cidade do Lago, eu já sei disso.

–Que?! Quem te disse isso?

–Então você realmente está indo para lá. Pensei que estava escutando demais.

–Que? O QUE?

–Calma, ninguém me disse nada. Eu escutei.

–Escutou de quem?

–De você, oras. De quem mais?

–Mas eu não te contei!

–Você pensou.

–Você...pode ouvir o que eu estou pensando?

–Estranhamente, sim. Lá em cima quando estávamos lutando eu não consegui, mas por um momento eu escutei aqui.

–Então você lê mentes, ótimo. Isso não devia ser chamado invasão de privacidade?

–Você está tentando fazer isso agora mesmo comigo.

É verdade, eu estava tentando. Mas parecia que ele estava colocando um tipo de barreira que me impedia de fazer isso.

–Como você...

–Você ainda precisa treinar bastante. Eu podia treinar as suas habilidades.

–Obrigada, mas eu tenho muito a fazer.

–Eu sei, por isso mesmo que não vou te treinar. Você mesmo vai evoluir sozinha.

–Como?

–Você ainda tem um longo caminho pela frente. O lugar em que você nasceu provavelmente não tem magia. Isso quer dizer que você conseguiu seus poderes quando veio aqui, não é?

–Por aí...

–Então, se já evoluiu para o que está agora, você realmente acha que não ficará mais forte? Você ainda terá que passar por muitos desafios antes que chegue no seu destino. Você com certeza ganhará mais poder até lá.

–Entendo. – respondi.

Nesse momento ele murmurou algo que não entendi direito, algo como “Espero que aquele idiota saiba o que está fazendo”, mas decidi ignorar também. Fazer o que né.

–Além disso, eu também tenho muito a fazer. Pode seguir o seu caminho. Mas devo dizer-lhe que o caminho que segue até a Esgaroth é perigoso. Não está mais do outro lado das Montanhas, essas terras são cheias de criaturas traiçoeiras.

Nesse momento ele se levantou e chegou bem perto de mim.

–Assim que chegar lá embaixo, siga em frente até encontrar uma casa. Cuidado com o dono dela. É um amigo meu, mas ele não gosta muito de estranhos. Uma vez que se encontrar com ele diga que eu mandei lembranças.

–Como eu vou saber que é ele?

–É uma casa perdida no meio do matagal, chama bastante atenção. Além disso, tem itens grandes, pelo menos do ponto de vista de alguém do seu tamanho. E ele também é bem alto, mais do que qualquer humano que você já deve ter visto. Quando você o ver, saberá.

–Assim espero.

–Você tem um mapa?

–Sim, um minuto.

Enfiei uma de minhas mãos na bolsa e depois de um tempo vasculhando achei o mapa que estava levemente amassado. O dei a Argárir que, com a própria unha, marcou um lugar do mapa.

–É bem aqui. Uma vez que chegar lá, ele te guiará para como deve seguir em frente, por Mirkwood. É um lugar perigoso e a diversão daquela floresta é se apossar daqueles de mente fraca, então tenha cuidado. – ele explicou, e eu assenti com a cabeça. – Isso é tudo.

–Ok, acho que agora é melhor eu ir. Tenho que tentar chegar antes do anoitecer.

–É mesmo.

–Obrigada por tudo.

–Não foi nada. – ele sorriu.

–Nós vamos nos encontrar novamente?

–Claro. – ele respondeu. – Se tudo for como você planeja e você sobreviva, é bem provável que nos vejamos de novo.

–Adeus, Argárir, águia do Oeste.

–Adeus...

Assim, comecei a andar em frente, descendo a escadaria formada pelas pedras. Porém, ouvi a voz de Argárir novamente.

–Ei! Você ainda não me disse o seu nome!

–É Ana! – dei uma piscadela.

–Tchau, Ana! – ele disse e eu sorri. – Que seus caminhos continuem sempre verdes.

–Os seus também!

E nesse momento me virei, seguindo o meu caminho. Assim, a presença de Argárir foi ficando cada vez mais distante.

***

Quando cheguei ao fim, e meus pés tocaram o belo gramado que existia naquela parte do mundo senti um alívio. A primeira coisa que fiz foi me jogar no chão, abri a bolsa e pegar algo para comer. As frutas já não prestavam mais então tive que me desfazer delas, mas pelo menos ainda restavam as lembas que Elrond tinha me dado antes que eu saísse de Rivendell. Eram literalmente comida de viajem, pois pareciam inalteradas com a grande passagem de tempo. Comi um pouco, não podia exagerar pois iria necessitar delas uma vez que chegasse na Floresta das Trevas. A única coisa que vinha na minha cabeça era um desejo que o tal amigo de Argárir tivesse comida.

Depois disso, andei mais um pouco, a procura de água, fosse um rio ou um lago. Dando a volta no pico, percebi que do lado contrário ao que estava, havia uma torrente. Lá enchi o odre de água e também aproveitei para jogar um pouco de água na cabeça, pois o sol estava bem forte.

Então, fiquei um pouco descansando do lado da água. Uma vez que me sentia mais relaxada, continuei a andar.

Foi uma longa caminhada e ainda não tinha encontrado nada. Será que estava indo para o caminho certo? Claro que estava, era impossível não estar. Estava praticamente o tempo todo seguindo reto, fazendo pouquíssimas curvas, como mostrado no mapa. E, se eu tivesse passado da casa do tal amigo, eu provavelmente daria na Floresta das Trevas, então ainda devia estar um pouco longe.

Comecei a descer uma colina cheia de árvores, por isso era difícil enxergar o horizonte. Além disso, aos poucos começou a escurecer, tinha que acelerar o ritmo.

Do nada começou a chuviscar, por isso, coloquei o capuz e preferi guardar o mapa, se ele molhasse e ficasse estragado estaria perdida, literalmente.

Não demorou muito para que eu saísse daquele acumulado de árvores, no final da colina, e assim eu avistei um muro envolvido com trepadeiras. Devia ser ali.

Assim, finalmente esperançosa, segui em frente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então gentisney? Gostaram u.u?
Espero que sim, vejo vocês nos comentários (e se tiver um faltando para responder irei fazer isso agorinha mesmo).
Beijos e abraços ~