The Inter - Worlds (Parte 1): As Aventuras - Ano 2 escrita por Ana Katz


Capítulo 37
Capítulo 31 - A Escuridão Traz Coisas Estranhas


Notas iniciais do capítulo

Oi genteney!
Não me matem, pelo amor de Deus! Me desculpem por esse tão longo hiatus mas agora estou de volta! Época de provas é um inferno mesmo. Eu queria oficializar a decisão de passar as postagens para serem semanais mas sem dia definido. As vezes eu estou mais disponível na sexta, outras na quinta, tudo depende. Então acho melhor mesmo postar uma vez por semana que é o que eu ando fazendo. Mas geralmente é mais fácil eu postar sexta ou sábado (de tarde).
Mas, chega de bate papo e vamos ao capítulo. Outra razão para eu ter demorado para postar foi a falta de inspiração...tá difícil e eu não estava sentindo muita firmeza ao reler esse capítulo, me fazendo ajeitar ele várias vezes.
Mas então, espero que gostem!
Boa leitura!!!

Nesse capítulo:
Ana encontra com uma criatura inesperadamente estranha em meio à escuridão.



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–Melhor que ossos, precioso! Melhor que só pele! Melhor que...NADA!

Só a voz dele me fez ter um calafrio. Sério, que voz era aquela? Era sinistra, era...não tenho palavras para descrever o som que saiu daquela boca.

Mas aquelas palavras, me eram semelhantes. Eu só precisava de uma coisa para confirmar as minhas dúvidas, e aquilo veio logo em seguida.

Uma vez que a criatura se afastou, eu continuei o caminho. Aos poucos, vi que a luz da minha espada se apagou. Queria dizer que o orc estava morto. E aquilo também queria dizer que aquela criatura não era um orc.

–Muitos ossossos, precioso! Quase não tem carne! – ele gritava.

De repente, como se houvesse outra pessoa lá, a criatura mudou o tom de voz:

–Silêncio! Arranque a pele dele! Tire cada osso dele!

Bem, isso é estranho, pensei. Também é bem suspeito.

Segui na escuridão do local, esperando que a criatura não me visse. De repente, ele começou a cantar uma canção muito curiosa, que não vou colocar aqui. Até que ele rimava bem...

Ia de pedra em pedra, me escondendo da visão daquele ser. Ao olhar no horizonte, vi que ele se localizava em uma rocha no meio do lago. Rapidamente se virou na minha direção, me obrigando a me esconder.

Espiei novamente, e, para o meu total espanto, a criatura não estava mais lá. E agora?

Meus olhos procuraram por todos os cantos possíveis e nada de ver o indivíduo.

Depois de alguns segundos de silêncio, ouvi um grunhido estranho. Era da criatura.

De repente, a criatura saiu das sombras e disse:

–Que beleza e que moleza, meu preciossso! Acho que temos um lauto banquete; pelo menos um bom bocado para nós! Gollum! Gollum!

E foi nesse momento que eu tive certeza. Aquela não era mera criatura, era Gollum (e ele fazia questão de quase engasgar enquanto dizia isso, fazendo um ruído horrível na garganta).

–Eu espero que com lauto banquete você não quis dizer que eu tenho muita gordura. – disse, em alto e bom som.

Eu, naquele momento, estava agachada, com o objetivo de me esconder de Gollum, mas não havia mais necessidade disso. Ele tentou dar o bote em mim, afinal, eu era um lauto banquete. Então, sacando a espada élfica da bainha, a apontei para ele, para sua total frustação. Em seguida, me levantei, vendo como era mais alta que a criatura falante.

–Você deve ser gollum...-murmurei. – Afaste-se, coisinha.

–O que é? Quem é, precioso?

–Ana, prazer. Agora, se me permite, eu quero sair.

–O que ele tem nas mãoses?

–Eu sou uma mulher, obrigada por perceber. E isso aqui – disse, me referindo à espada. – É uma lâmina, uma espada...élfica.

Ele se afastou assim que ouviu a palavra “élfica”.

–Você pode ficar aqui. Conversar com nóses um pouquinho, meu preciosso. Só um pouquinho.

–Não, obrigada. Eu adoraria, mas não tenho tempo agora. Eu realmente preciso ir, e adoraria se me ajudasse.

–Por que nós ajudaria você?

–Porque eu posso te matar se eu quiser. Serve isso?

Bom, é claro que não podia matar ele, por pura questão de saber que isso afetaria o destino do mundo, talvez até causando a destruição de tal. Basicamente: efeito borboleta entraria em ação se eu o matasse. Mas ele não sabia disso e como sabia que ele não tentaria a sorte (pelo menos não naquele momento), intimidá-lo de tal forma era uma ótima solução.

–Hmpf. – ele resmungou.

–Agora, por favor.

–Devíamos mostrar o caminho para ela, precioso? Devíamos? – ele dizia, andando para frente e sem me olhar, como se quisesse ter uma conversa privada consigo mesmo.

De repente, seu transtorno de personalidade atacou novamente, e ele, tomando uma expressão obscura, falou:

–Destrua ela! Arranque sua pele! Esmague seus ossos!

Ao olhar para mim, eu só retribuí, ainda apontando a espada e de voz firme:

–Nem tente!

Ele olhou para mim por alguns segundos. Em seguida, pegou a primeira coisa que sua mão tocou (no caso, uma pedra) e jogou na minha direção. Eu rapidamente desviei a pedra com a lâmina, mas logo depois, Gollum já havia sumido de minha visão.

Onde aquela criatura asquerosa estava? Ótimo, agora ele tinha fugido.

Tinha uns 99% de chances de ele ter colocado o anel e estar se preparando para me atacar das sombras. Claro, afinal ele ainda estava com a posse da arma mais poderosa da Terra-Média. Por que não a usar, não é?

–Aquele maldito...- xinguei.

Meus olhos começaram a rapidamente percorrer todo o local a procura da criatura. Mesmo que ele estivesse invisível, ele podia deixar algum sinal de sua presença, como pegadas.

Comecei a seguir em frente, alertada. Ele podia aparecer a qualquer minuto. E ele apareceu.

De repente, Gollum pulou de atrás de mim, se colocando no meu ombro e segurando o meu pescoço, procurando me fazer sufocar. Imediatamente soltei a espada, tentando arrancar as mãos dele do meu corpo, mas ele era forte (mesmo considerando seu jeito e tamanho, ele realmente era forte).

Então, eu o empurrei contra a primeira rocha que vi, e bati nela até que a criatura desistisse e me soltasse.

Rapidamente me virei, e Gollum pulou para cima de mim novamente. Ele não desistia fácil, pelo visto. Mas eu também não seria fácil com ele.

Nós rolamos no chão pedregoso. Ele tentava me acertar, mas eu bloqueava seus socos. Peguei a espada jogada ao meu lado e acertei Gollum na barriga com seu cabo.

A criatura recuou um pouco, mas logo voltou. Acertei-o novamente, agora com um chute. Ele caiu para trás, e de sua tanga voou um objeto brilhante.

Assim que o objeto aterrissou no chão, nós dois viramos para ele. Olhamos um para o outro, e voltamos nossos olhos novamente para o brilhante.

O objeto brilhante, como já devem ter percebido, era o Um Anel. Bom, claro que eu não o daria a chance de recuperar o anel enquanto eu estivesse ali. Aquilo seria uma desvantagem para mim e poderia acarretar em minha morte.

Por isso, eu me joguei na direção do objeto, assim como Gollum, que não aceitaria perder o seu precioso. Foi uma disputa de dedos rápidos e mentes impacientes que se seguiu.

Gollum acabou conseguindo arrancar o Anel de mim, mas quando ele tentava se afastar para colocá-lo, eu dei-lhe um chute. Gollum caiu para trás e o Anel voou para cima. Quando fui tentar pegá-lo, acidentalmente o objeto atravessou o meu indicador.

Em questão de segundos, se bobear, menos que segundos, o ambiente parecia mudado.

Não que parecesse que eu tivesse ido para outro lugar, é que os meus arredores pareciam diferentes, mudados. E, além disso, Gollum parecia desesperado, como se eu não estivesse lá e ele quisesse me encontrar.

Me levantei, embainhando a espada. Gollum até se atrevia a olhar na minha direção, mas nada dizia ou fazia. Era como se eu não estivesse lá. E foi nesse momento que percebi o grosso e dourado anel no meu dedo. Eu estava invisível.

Gollum começou a seguir por um caminho que não tinha passado antes, com certeza à minha procura. Como Bilbo fez, perdão, iria fazer, eu segui a criatura, na esperança que aquilo me levasse à saída.

Depois de muito andar e ouvir ele praguejando, dei com a “luz no fim do túnel”. Finalmente tinha encontrado a saída daquele lugar totalmente complicado. Bom, não era exatamente a saída, mas o caminho final para chegar nela.

Depois de tanta escuridão, ver a luz, mesmo que sendo somente uma réstia de sol, ela parecia muito mais clara do que realmente devia ser. Era somente um vislumbre de luz, mas que chamava muito a minha atenção naquele escuro.

Eu fui seguir adiante, mas não podia. Não podia levar o anel. Ele teria que ficar. Mas como deixaria ele lá sem que a criatura me visse?

Até que a resposta veio fácil. Peguei uma pedra e joguei na escuridão, alertando Gollum. Este seguiu o barulho, saindo de perto e abrindo o caminho para mim.

Uma vez que ele estava longe, fui na direção da luz. Olhei para o meu dedo, pronta para tirar o anel. Tenho que admitir que por alguns segundos cogitei a possibilidade de sair dali com ele. Afinal, ele era tão belo...tão...precioso.

Precioso. Precioso. Precioso. Aquela palavra não saia da minha cabeça.

Foi nesse momento que vi uma estranha sombra envolvendo o anel em meu dedo e por um segundo vi algo sinistro. Uma grande extensão de fogo e com um risco no meio, como um olho. Aquela sombra parecia se estender por todo o meu dedo, como se fosse tomar controle de mim, e aquela imagem perturbadora ia e voltava na minha cabeça, fazendo-a doer.

E, quando não via aquele olho horrendo via algo tão sinistro quanto. Uma mulher com um véu negro, de cabelos e olho escuros. Uma pele tão pálida que parecia ter perdido totalmente a vida. As veias estavam aparentes e ela parecia olhar para em mim com um olhar de alerta.

Então, rapidamente tirei o Anel. O observei por mais alguns segundos. Aquele pequeno anel, tão simples...podia significar a destruição do mundo.

Então, feliz que não tinha sido corrompida por ele, coloquei-o delicadamente no chão, com um leve sorriso no rosto, dizendo:

–Eu espero que você o encontre novamente...Sméagol.

Assim, segui em frente, confiante. A luz vinha de um corredor, um túnel, na verdade. Bem longo, mas que antecedia uma porta de pedra no final: a saída.

Comecei a correr em frente, com esperança de finalmente chegar ao ar livre. Mas eu tinha totalmente ignorado o meu conhecimento.

Gollum vivia sob as Montanhas Sombrias, perto de um esconderijo orc dos infernos. E, bem, aqueles orcs estavam prontos para aparecer.

Depois de correr bastante, notei figuras no horizonte: orcs. Bem quando eu achei que estava tudo ficando bom. Os orcs usavam armaduras completas, com espadas desembainhadas, e estavam sentados bem na entrada, vigiando-a com olhos atentos, bem abertos. Isso sem contar que também vigiavam a passagem que levava até lá, a passagem que eu estava.

Antes que me vissem, armei o arco e dei flechadas. Eram uns quatro orcs. Antes que pudessem reagir acabei com dois deles. Uma vez que me notaram, deram gritos de guerra e correram na minha direção. Acertei mais um com uma flecha, mas o último teve que sair na espada.

Uma vez que tinha acabado com eles, fui em direção a saída. Os gritos que aquelas criaturas tinham dado foram barulhentos. Talvez outros escutassem então eu teria que ser rápida.

A porta estava meio aberta, mas era uma abertura um tanto pequena, considerando o meu tamanho. Fiz tudo o que podia. Puxei, empurrei e nada. Nem magia estava ajudando. A pedra era muito pesada. Eu teria que passar daquele jeito mesmo.

Tirei a aljava e o arco das costas e, me espremendo bastante, tentei atravessar a porta. De braços levantados horizontalmente eu tentava atravessar o pequeno espaço. Podia ver o ambiente agradável que se colocava do lado de fora. Me perguntava quanto tempo tinha ficado dentro do túnel. Só sabia de uma coisa: assim que tivesse tempo a primeira coisa que faria seria uma boquinha. Sério, que fome.

E, como já devem ter percebido, a sorte não estava exatamente do meu lado. Entalei bonito na passagem. Seios grandes não ajudavam em muita coisa (para mim não tinham ajudado em nada até agora, é sério), mas me fazer ficar entalada ali era a gota d’água. Eu me empurrava para fora com todas as minhas forças, mas parecia impossível.

Foi quando ouvi gritos. Os orcs estavam vindo.

Me aprecei, comecei a empurrar com mais força ainda. Depois de tanto tentar, eu acabei conseguindo sair.

Saí correndo em disparada. Mesmo que já estivesse ficando tarde a noite ameaçava cair, ainda havia sol, e orcs (daquele tipo pelo menos) não eram grandes fãs do sol, e este os causava desvantagens. Então, correr para a luz do dia seria mais que útil.

Depois de correr tanto, fiz uma pausa. Parei, me apoiei em uma árvore e respirei repetidamente, até recuperar o fôlego.

Não havia nenhum sinal daqueles orcs na distância. Exatamente, daqueles orcs.

Se aqueles orcs haviam sido um problema, se Gollum tinha sido um problema, se todas as vezes que encontrei com caçadores orcs tinham sido um problema, o que veria a seguir seria mais que um problema, seria um aperto, um sufoco, pois o que veria a seguir seria de escala sinistra.

O que veria a seguir...seria mais que um teste. Eu estava saindo da frigideira direto para o fogo.


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Notas finais do capítulo

Então, o que vocês acharam?