P.O.V Maxon

“A vida é feita de escolhas.” Jura?
É extremamente complicado quando você se apaixona por uma garota que parece ter saído de um conto de fadas (o que é verdade, no meu caso). Pior de tudo é quando essa garota é a única que pode salvar o reino dela de uma rainha barra pesada que simplesmente chegou e lançou uma maldição em Deus e todo mundo.
Então você pensa: “Tá realmente acreditando na história daquela garota?” e eu respondo: “Sim! Por que? Não sei! O amor faz isso com a gente!”
America parece não compreender o nosso mundo. Ela vive me perguntando coisas do tipo: “Que tipo de terra é essa?!”, quando atravessamos a rua, e eu respondo: “Se chama asfalto Meri.” Ela também faz comentários do tipo “A Branca de Neve adoraria esse caixão de vidro, ela gosta muito de água!” e eu respondo: “Isso não é um caixão Meri. É um aquário!”
Uma garota um tanto diferente não é?
E eu estou perdidamente, incondicionalmente e desesperadamente apaixonada por ela.
–Maxon! Precisamos ir! Nicoletta só pode falar comigo agora!- ela gritou lá da sala
–Já vou Meri!
Saí do quarto apressado e não pude deixar de notar o quanto ela estava bonita. Mesmo aqui, ela prefere usar vestidos e sempre usar o cabelo preso em algum penteado.
Ela usava um vestido longo, floral com uma sapatilha dourada. Seus lindos cabelos ruivos estavam presos em uma trança lateral. O rosto, natural como sempre, ou seja, perfeito.
Qualquer um que a olhasse, poderia reparar que ela, sem dúvida alguma, era uma princesa que saiu de um conto de fadas dos Irmãos Grimm.

***

Meu Deus! A casa da tal Nicoletta, era simplesmente incrível e assustadora.
Isso se pudermos chamar aquilo de casa. Está mais para uma mansão. Ou melhor, para um castelo medieval!
–America! Dá última vez em que te vi não passava de uma garotinha pequenininha nos braços de Magda! E agora é uma moça linda!
–Obrigada- ela disse, educada- esse é Maxon. Ele é meu... Meu...- ela tinha esquecido a palavra?!
–Amigo, namorado... Aceito qualquer um dos títulos- falei
Um sorriso amigável nasceu no rosto de Nicoletta.
–Vamos entrar- ela nos convidou
Nós entramos por uma porta de, sem exagero, uns dez metros.
A porta dava em uma sala escura, toda feita em pedra, onde havia dois sofás vermelhos.
Nicoletta indicou o sofá para nós dois e sentou-se no outro.
–Bom America, você sabe que fiz contato com você através de um sonho.
America acenou que sim com a cabeça.
–Mas eu ainda não consigo entender... Aspen parecia saber que Rosalie nos faria algum mal, ele até tinha uma carta escrita! Ele mesmo poderia ter escapado!
Senti-me um pouco desconfortável. Sempre que ela fala nesse tal Aspen eu me sinto assim. Como uma segunda opção.
–Ai America! Você ainda não descobriu?- ela perguntou como se aquilo fosse óbvio
–O que eu deveria descobrir?
–America toda magia tem uma fraqueza. A fraqueza da maldição de Rosalie é o fruto do amor verdadeiro que ela queria arruinar.
–Espera. Está me dizendo que, eu sou meio que “a salvadora”?!- Meri começava a ficar apavorada. Realmente não sei porquê. Sair de um mundo desconhecido, voltar a um reino de contos de fada amaldiçoado e derrotar uma rainha malvada não me parece a missão mais difícil do mundo.
–America querida, você foi a primeira filha de Magda e Shalom. Seus dois irmãos mais velhos são de outro casamento. Você não é “meio” que a salvadora. Você é a salvadora.
–Mas eu estou nesse mundo! Não tenho ideia de como voltar!- ela exclamou
–Ora querida! Aspen não me contatou a toa. Ele sabia que eu podia ajudar você.
America a encarou com curiosidade. Eu fiz o mesmo.
Nicoletta ergueu a mão e balançou os dedos. Uma névoa apareceu e um lugar bem conhecido por mim também.
–O Hollywood Sign?!- perguntei sem entender
–Aqui vive uma guardiã. Ela é meio que uma das forças mais antigas do universo. Conhece todos os segredos do mundo. Sabe a resposta para qualquer pergunta. Você deve procurá-la Meri. Ela te fará uma pergunta, e se você souber a resposta, te levará de volta ao seu reino. Aliás, ela é a guardiã das chaves.
–Mas o Hollywood Sign está em uma montanha! Como vamos entrar lá?- perguntei
–Um sacrifício precisa ser feito para encontrar a entrada- Nicoletta contou naturalmente enquanto tomava mais um gole de seu chá. Espera aí. De onde surgiu essa xícara?! Pouco depois surgiu um cookie na outra mão dela. Super normal. Admito que achei ruim ela não ter oferecido. Fiquei extremamento curioso para saber que gosto teria uma comida mágica-America sabe do que estou falando- continuou Nicoletta- Terá de fazer uma escolha. Ela já sabe o que fazer, só não sei se o fará.
Eu olhei para Meri com um olhar questionador. Ela suspirou e me olhou com os olhos marejados.
–Eu teria que deixar você Max.