P.O.V America

Já faz três semanas que vivo nesse lugar. Um lugar, que de acordo com Maxon, se chama Los Angeles.
Maxon e eu estamos mais amigos do que nunca. Jamais pensei que em algum dia eu seria amiga de verdade de um menino! Ele é engraçado e fala tanta besteira que é impossível ficar com ele por dois minutos sem dar risada!
Ontem mesmo, depois do jantar, fomos assistir TV e nela, duas pessoas se agarravam totalmente. Então do nada ele me perguntou “Já fez isso Meri?” e eu fiquei vermelha igual a um pimentão (de acordo com ele) e então, do nada, ele tapou o nariz e começou a ficar vermelho. O rosto dele ficou tão vermelho, mas TÃO vermelho que eu comecei com uma crise de risos que só parou minutos depois.
Há uma semana, Maxon decidiu que eu precisava de roupas novas. Nada conseguiu tirar isso da cabeça dele. Nós fomos (juntamente com a mãe dele, Amberly) a um lugar que chamam de shopping. Confesso que me incomodei muito com as garotas que pulavam no pescoço de Maxon. Acho que isso tem alguma coisa a ver com o trabalho dele, já que todas as noites ele sai de casa e volta exausto e rouco. Enfim, no dia do shopping, eu e Amberly caminhamos de loja em loja daquele lugar enorme e saímos de lá com NO MÍNIMO vinte e cinco sacolas!
Pouco depois da minha chegada inesperada, Max disse que eu precisava urgente de uma identidade (um documento, que pelo que eu entendi, todos os cidadãos precisam ter) assim, ele conseguiu uma pra mim em questão de minutos (explicação dele pra isso: usei meus contatos).
Hoje, sairemos para jantar no Bubba Gump.
–Meri, você é um mistério pra mim sabia?- diz ele casualmente
–Você também é pra mi Maxon!- digo do mesmo jeito
–Agora que você é legalmente uma cidadã americana, pretende ficar?- pergunta
–Maxon, eu já disse, se eu estiver te prejudicando ou te dando muito trabalho é só me dizer, não me importarei em ir pra outro lugar!- me assustei com a pergunta. Ele vem sendo tão bondoso comigo que tenho medo de estar prejudicando sua vida.
–America, eu perguntei isso porque quero que você fique.
Olho no fundo dos seus olhos. Ele não está mentindo.
–Realmente não sei Maxon, Minha vida está totalmente sem rumo. Preciso dar um jeito de voltar para onde eu vim, descobrir o que aconteceu! Mas não tenho ideia de como conseguirei fazer isso!
Ele me olhou de um jeito indescritível.
–Saiba que pode ficar comigo quanto tempo quiser, adoro a sua companhia- ele quebra o silêncio
Terminamos o jantar e resolvemos voltar a pé para a casa de Maxon, que fica em Beverly Hills (ele me fez decorar o endereço dele para o caso de eu me perder).
Como sempre, no caminho, fãs loucas de Max o fazem parar para assinar um papel (ato que eu descobri se chamar autógrafo) ou tirar uma foto ao seu lado, várias perguntam quem sou eu, se estamos namorando ou coisa do tipo.
Nos primeiros dias, sempre que perguntavam isso (se eu e Max estamos namorando) eu me lembrava de Aspen. Mas agora, eu nem lembro dele! Tipo: casualmente, em momentos em que meus pensamentos vagam para o meu lar, para a minha terra, o rosto dele vem a minha cabeça. Mas nada que me deixe com saudade ou com uma vontade louca de abraçá-lo. E isso me preocupa. Será que eu estava errada todo esse tempo? Será que meu verdadeiro amor não era Aspen? Por que tenho tanta vontade de abraçar Maxon, ou até mesmo vontade de saber como aqueles lábios perfeiros encaixariam nos meus? Por que nesses últimos dias meu coração acelera quando eu o vejo?! Esses sempre foram as sensações no meu corpo com Aspen. Só que agora, tudo isso é com Max!Então eu percebo: sem querer e até mesmo sem perceber, me apaixonei por ele. Paro de andar de repente.
–America? Você está bem?
–Maxon eu... Preciso me afastar de você.
–O que?!- ele grita
–Eu. Preciso. Me. Afastar. De. Você!- falo pausadamente
–Por que?! Eu fiz alguma coisa errada?
–Não Maxon, eu fiz! Eu não podia ter feito isso!- saio andando e falando baixinho para mim mesma- não podia...
–O que você fez?- ele segura meu braço levemente
–Me apaixonei por você!- respondo baixinho, sem olhá-lo
Quando o olho, ele está me encarando com um sorriso de orelha a orelha
–Então acho que eu também preciso me afastar de você.
–Como assim?- pergunto sem entender
–Ah America! Como você pode não perceber? Eu me apaixonei por você desde a primeira vez que te vi!- ele conta- e a primeira vez que te vi foi em um sonho!
Nem percebi que também sorria.
–O coração é uma coisa difícil de se entender não é mesmo?- comento abaixando a cabeça
Ele, com um dedo, puxa meu queixo e me faz olhá-lo.
–Eu que o diga!
E então me puxa para um beijo. Um beijo doce. Meus braços agarram seu pescoço e ele envolve a minha cintura firmemente.
Isso é o amor.
Algo que fica transparente até que você o perceba. Algo que apenas dá sinais de que existe. Mas quando ele é acordado é difícil de desacordar. Queima como chama, como um beijo ardente.