My Right Person escrita por Ani


Capítulo 5
"O que acontece quando dois erros ficam juntos?"


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem. Boa leitura :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/549508/chapter/5

Fiquei um tempo parada, olhando a cena e imaginando o melhor jeito de acabar com aquilo, já que nem o barulho do pente caindo fez aquilo parar. Bom, eles pareciam não querer se separar nunca.

Caminhei lentamente até a cozinha, abri o armário e peguei, no fundo, um copo que minha mãe não sentiria falta. Dava para comprar outro igual e tapar qualquer incidente.

Voltei para a sala e olhei ao redor, vendo o melhor lugar, e, com toda a força que consegui tirar do meu corpo — o que, com certeza não é muito — Joguei o copo na parede perto da cozinha. O copo fez um grande barulho, e se dividiu em vários caquinhos, onde suspirei, pensando em ter que limpar aquilo muito bem para não me machucar.

— O que é isso? — A ruiva levantou a cabeça, e olhou para os lados, até que me viu.

Sorri para ela, caminhando até o sofá, onde coloquei as mãos no quadril, batendo o pé no chão.

— Eu é que pergunto, querida. — Olhei pra Dake, que me olhava assustado, e depois para a ruiva — O que é isso?

— Me desculpe, não sabia que ele tinha uma irmã mais nova...

A mulher começou a se levantar de cima dele, e colocar seu vestido. E que vestido era aquele? Rosa vibrante, bem decotado, colado e curto.

— Irmã? — Olhei pra Dake, arqueando a sobrancelha. Ele me olhou, fez careta e voltou a olhar pro chão, abotoando seu jeans.

— Saia da minha casa. Agora.

Apontei para a porta, e a olhei com uma raiva tremenda. Ela se levantou do sofá, gesticulou pra Dake fechar seu zíper, calçou seu salto também rosa, ficando bem mais alta que eu, e me estendeu a mão. Balancei a cabeça, não entendendo o que ela queria, e continuei com o braço na direção da porta, e bati o pé no chão, mostrando impaciência.

— Dinheiro. — Ela disse.

— Que dinheiro?

— O dinheiro do programa.

— O dinheiro do que? — Gritei, olhando feroz pra Dake. Ele pegou uma almofada do sofá, jogou no rosto, e se enroscou no sofá. — Você é prostituta? Dake, você trouxe uma prostituta para a minha casa? — Ele não respondeu, e ela me olhou com raiva. — O que?

— Profissional do sexo, por favor. — Revirou os olhos.

— O que?

— Prefiro ser chamada de profissional do sexo. — Ela passou a mão no cabelo, o arrumando — Sabe como é. Prostituta doí um pouco. Tem garotas que não se incomodam, mas eu prefiro ser chamada de profissional do sexo, já que trabalho nessa área.

— E eu prefiro que você vá embora! — Gritei.

— Não vou sem meu dinheiro.

Ela se sentou novamente, e cruzou as pernas, me olhando. Abaixei a cabeça, fechando os olhos. Aquilo só podia ser um pesadelo. Não era real. Não podia ser real.

— Ainda tô esperando.

— Eu vou pegar seu dinheiro!

Bati o pé, deixando a sala. Fui até meu quarto, onde peguei minha carteira na mochila, tirando uma nota de cinquenta. Voltei para a sala e estiquei a nota até ela.

— Só isso?

— O serviço não foi pra mim, e não houve penetração, pelo que vi. Cinquenta reais está de bom tamanho.

— Eu costumo cobrar cento e cinquenta. — Ela olhou a nota que lhe dei.

— E eu não costumo ver prostitutas na minha casa as duas horas da manhã!

— Profissional do sexo.

— Vá embora, por favor. — Lhe pedi.

Ela me olhou bem, e se levantou, pegando uma bolsinha pequena que estava jogada no chão. Colocou a nota lá dentro e caminhou até a porta.

— Ele bebeu demais. — Ela disse simplesmente e saiu, batendo a porta.

Fiquei olhando pra Dake durante um tempo, tentando controlar a raiva. Transar com a Ambre, tudo bem. Agora, levar uma prostituta para a minha casa, e transar com ela no meu sofá, as duas horas da manhã, fazer barulho e me acordar, já é demais. Passou do ponto.

— Levanta.

O puxei pelo braço, e ele resmungou. Puxei mais uma vez, e ele resmungou, mas não se mexia. Respirei fundo, fui até a cozinha, abri o armário e tirei mais um copo do fundo. Voltei para a sala, e o olhei.

— Se você não se levantar...

Ele resmungou algo, mas continuou deitado. Joguei então o copo perto do sofá, e ele deu um pulo, me olhando com os olhos arregalados.

— O próximo copo vai na tua cara. Levanta agora.

Segurei seu braço, e o puxei. Ele se levantou, e coloquei seu braço sobre meu ombro, e passei meu braço pela sua cintura. Assim, caminhei lentamente com ele até o banheiro. O sentei no box, e abri o chuveiro na água fria.

— N-Não. — Ele resmungou e tentou se levantar, escorregando em seguida.

Puxei sua blusa, deixando seu peito nu. Ele balançou a cabeça, me molhando. Depois, desviou o olhar e se sentou, deixando a água cair sobre seu corpo.

— O Jeans, Dake.

Dake então começou a tirar suas calças. Dei meia volta, saindo do banheiro e indo até seu quarto. Peguei sua toalha, uma cueca e seu moletom. Voltei para o banheiro e ele ainda estava debaixo d'água, sentado e com os olhos fechados. Estava só com a cueca.

— Dake. — Chamei e ele abriu os olhos, me fitando — Seque-se e vista-se.

Coloquei as coisas sobre a tampa da privada e sai do banheiro, batendo a porta. Se eu ficasse mais algum tempo perto dele, o estrangularia. O ouvi xiando um pouco, mas o ignorei, caminhando até o quarto dele.

Me sentei na cama, suspirando. Ele me dá mais trabalho, do que me daria uma criança, tenho certeza. E o pior é que não sei se informo aos meus pais os problemas que Dake está trazendo pra dentro de casa. Eles terão um surto quando descobrirem sobre a prostituta. Capaz de mandarem ele de volta para Austrália. Fiz careta, pensando em como seria ruim ele longe de mim. Ele pode ser um problema ambulante, e não ser o garoto dos sonhos, mas é o meu primo, o garoto que eu gosto.

Ouvi passos e olhei para o lado, onde Dake se encontrava em pé, com seu moletom e o cabelo molhado. Seu olhar era de arrependimento.

Caminhou até minha direção, e se deitou do outro lado da cama.

— Durma comigo hoje. — Pediu.

— Dake...

— Me desculpe. Eu só quero você aqui comigo.

Ele se encolheu como uma bola, e eu não me aguentei. Deitei o abraçando, beijando sua testa. Ele me abraçou de volta, murmurando desculpas. Ele é um erro. Mas é meu erro. E não importa o que eu diga, nem o que eu pense, eu sempre erro junto.

— Dake?

— Hum?

— O que acontece quando dois erros ficam juntos?

Senti seu sorriso em meu peito. Deslizei meus dedos pelo seu cabelo, enquanto esperava uma resposta.

— Se são dois erros que se amam, nada mais importa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Quero comentários.
Até :33