Autumn Leaves escrita por Alasca


Capítulo 8
Isaac - Mad Hatter


Notas iniciais do capítulo

Oiii, muuuito tempo que não nos vemos, mas não vou desistir de vocês tão rápido assim não, viu?
Realmente, aconteceu muita coisa comigo, fui iludida mais uma vez, puta que pariu to cansada, viu? Cansada de escutar música que me faz chorar (SIM, ADELE, TO FALANDO DE VOCÊ). Mas eu ainda tenho vocês, que eu amo demais.
Beijos,
Alasca :D



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Isaac – Mad Hatter.

“You think I'm crazy, you think I'm gone
So what if I'm crazy? All the best people are
And I think you're crazy too
I know you're gone
That's probably the reason that we get along”

– Mad Hatter, Melanie Martinez*



— Então... Ela é grega... —Richard estava tentando me compreender, — aquela garota que você clama ser apaixonado, que por sinal, parece ser meio doida — eu o interrompi.

— Ela não é tão doida assim, ela é meio... como o Outono, como o seu nome diz. Ela passa por um período de ser calorosa, como o verão é, sabe? Chega até ser um pouco fria..., mas nunca de um jeito que o machuque. Quando ela está perto te traz como calafrio do Outono.... Ah, e aquela alegria sem motivo, a beleza sem não vista pela sociedade, mas sim pelo seu próprio olhar." Richard escutava como eu contava sobre Autumn tentando não rir, conseguia ver isso no seu rosto, por algum motivo eu não sentia raiva. Reyna, por outro lado parecia distante.

Ficamos quietos por uma série de minutos. Estávamos em um táxi em direção ao casamento da mãe de Richard. Escutando tudo que Nova Roma nos oferecia, as risadas calorosas, gritos de garotas animadas, conversas com nenhuma profundidade que eu encontraria, mas poderia fazer o maior sentindo para aquelas pessoas.

— Eu entendo o seu lado, — Ela quebrou o gelo, eu e o ruivo viramos para observar a filha de Belona. —Tem certos assuntos, muitos, aliás, que são colocados na cabeça da sociedade com tanta facilidade, mas difícil de mudar o jeito como as veem, como, você disse, a beleza. Que temos que ter um corpo perfeito, ou seja, temos que mostrar os nossos ossos transmitindo a magreza. A pele, perfeitamente pálida, sem aparição de acne. É, uma merda. Bom que você não vê beleza desse jeito.... Sem contar, que eu acho que essa paixão que você tem por essa garota, por mais que seja uma graciosidade, nem pode ser real, pode ser um truque dos deuses. Nós todos sabemos que há algo de errado. Por qualquer chance, você pode ser o que há de errado.



**

Eu não quis pensar muito no sermão de Reyna. Quem eu via conversando com a mãe de Richard com o pior sorriso mais falso que já vi, a mãe de Rick parecia muito feliz, não sei o porquê, mas eu fiquei feliz ao ver ela, uma pessoa que nem conhecia, contente. Fiquei pensando se Autumn já foi feliz algum dia, pelo o que eu saiba ela amava se esconder por trás de máscaras. Sempre mentia quando perguntavam se ela estava bem, isso quando alguém lembrava dela. Ela sempre respondia que estava ótima.

Autumn nunca esteve ótima.

O único dia que eu realmente a vi contente foi quando conseguiu, pela primeira vez, acertar o alvo na aula de arco-e-flecha. Mas, é claro, que um idiota filho da mãe tinha que cortar o barato da garota. Não que tenha sido na hora.

Vou te explicar melhor.

Ela amava arco-e-flecha e odiava lutar com uma espada. Odiava lutar com a espada porque era ótima e não teria mais nada para tirar como satisfação daquilo. Ela achava um tédio as aulas de esgrima, era a mesma coisa para ela, maioria das vezes ganhava. Pelo menos de mim, porque eu sempre perdia dela, e ela nem precisava tentar muito.

O arco-e-flecha já era outra questão.

Era um mistério para ser descoberto, era algo que ela precisava descobrir. E, aliás, ela odiava ser filha e Íris, sempre se identificou com Apolo. Will Solace nunca achou interessante aquela fascinação que ela tinha com o deus do sol. Ela tentava muito para ser boa no instrumento de luta. Quando acertou o alvo pela primeiríssima vez foi um espanto para todos.

Nem estava prestando atenção.

Eu e ela estávamos discutindo sobre como Fall Out Boy era uma das nossas bandas favoritas e precisávamos ir a um show deles um dia desses. Quando ela disse "Precisamos de dinheiro, então.", ela acertou o alvo. Ela abaixou o arco, apoiou ele em seu apoio e virou-se para mim. Ela sorria verdadeiramente.

Soltou um gritinho de felicidade e jogou—se nos meus braços. A tirei do chão e giramos. Ficamos um bom tempo naquele abraço. Eu senti apenas um fogo subindo do meu peito e meu cérebro não conseguia ficar quieto. Eu realmente estava me apaixonando por ela, eu esperava profundamente que ela também estava por mim.

Fui levado de volta para realidade quando ouvi alguém sentando ao meu lado.

— Reyna! – Falei, com falsa animação.

— Isaac! – Respondeu, com mesma animação. – Sabe o que é mais lega de ser a namorada de Richard e, além do mais, estarmos completando um ano e meio de namoro? Ser convidada para a Ações de Graça na casa da minha queridíssima sogra.

— Nossa, Reyna, isso parece divertido!

— Muito! E você, como vai, amigo sem personalidade alguma?

— Excelente! Acabei de descobrir de ficar com essa maldita gravata pelo resto da noite. Sinceramente, ela me enforca.

Ela começou a rir.

— Pelo menos os seus pés não estão sendo torturados com esses saltos! Ah, eu acabei de ficar meia hora tirando foto com a mesma pose. – E então fez um sorriso forçado, colocou sua cabeça para o lado e a mão na cintura. – Sinceramente, preferia mil vezes usar a sua gravata.

Ficamos um tempo sem assunto, puxando alguns como: “gostei da decoração”, “Uh, eu achei muito tradicional”, “quando vão liberar o buffet? Eu estou morrendo aqui”.

Richard chegou dez minutos depois, exausto, tinha acabado de tirar todas as fotos e agora era só a noiva e o noivo tirando as fotos mais clichés que existem na face da Terra.

Rey e Rick começaram uma conversa sobre como precisavam se preocupar com o que Octavian disse após o último ursinho que tinha massacrado. Que tudo iria mudar. Todos sabiam, estava na cara, que eu estava envolvido nisso. Que não era só, mas Autumn também estava. Os deuses obviamente sabiam de alguma coisa, mas não queriam nos informar, estávamos tentando contata-los a um tempo já.

Eu queria parar de pensar em tudo aquilo, então, eu como uma ótima pessoa, desfoquei do mundo, como uma câmera.

Tudo ficou preto e comecei a ter outra memória, dessa vez um menino de cabelos pretos estava de costas para mim. Ele andava lentamente com as mãos entrelaçadas para trás. De uma maneira eu o reconhecia, mas o mesmo tempo não. Era muito confuso.

Ele ia em direção a uma pessoa que acabei percebendo ser eu mesmo. Eu estava me vendo. Como assim? Eu mesmo estava tendo uma visão, que é uma memória do meu passado.

Eu toquei no menino de preto, ele nem se virou.

Eu estava louco, mas não estava dando a mínima.

Eu me aproximei daquela cena.

O outro eu estava limpando uma espada encharcada de sangue, e não fazia diferença nenhuma, ela continuaria suja daquele mesmo jeito. Levantei a minha cabeça com um sorriso.

— Nico! – Falei, deixando a espada de lado, estendendo a mão sangrenta para o garoto que recusou a apertá—la.

— O que você estava pensando?!

— Eu só estava fazendo o que você pediu!

Ele começou a rir.

— Eu pedi para você ajuda-la com esgrima. EU pedi para VOCÊ ser cuidadoso. – Ele falava trincando os dentes. O que eu tinha feito? – EU nunca pedi para você machuca—la. Ela está inconsciente, e é tudo a SUA culpa! Você podia ter a matado.

Eu parecia sorrir mais.

— É verdade Nico, eu poderia ter matado a Nina. Realmente, podia. Mas não matei. E se eu tivesse metade da chance com você, o resultado seria pior. Porque você é simplesmente um filho depressivo de Hades, confuso e apaixonado. Você é fraco, Di Angelo. Você não é nada. – Virei-me para a espada. – Nina por outro lado, sabe lutar. E não é depressiva e confusa. Por favor, ela é inteligente. Mesmo assim, ingênua. E, sinceramente, o mundo continuaria o mesmo se ela morresse, não vejo motivo no qual você preocupar com essa garota.

Ele estava se controlando para não bater em mim.

— Quer saber uma coisa, Isaac? Eu tentei ser legal com você, sério, tentei. Mas você é simplesmente inútil. E acha que é um deus, não é? Cara, você não tem mãe, seu pai não liga para você, nunca nem te reclamou como filho dele. Deve ser porque ele tem vergonha de ser considerado seu pai. Eu sinto nojo de você. – Ele começou a sair de perto. – Ah. – Voltou-se para mim. – Quer saber o porquê de eu me preocupar com a Nina? É porque eu a amo e ela me ama. E duvido que alguém o ame para você saber como é, ok? Então, fica aí na sua e tente não matar ninguém. Que se você fizer alguma coisa para qualquer pessoa daqui eu vou fazer muito pior com você.

Eu saio do transe como um choque. Aquilo não poderia ter acontecido, eu não poderia ter sido tão frio com alguém assim. Eu me lembro de algumas coisas de Nina, eu nunca a machucaria. Aquilo estava errado e eu descobriria quem estava por trás disso.

Acabei pensando, pode ter sido eu mesmo. E se for, eu era verdadeiramente insano.


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Notas finais do capítulo

*Você acha que eu sou louco, acha que estou perdido. E se eu for louco? As melhores pessoas são. E eu acho que você é louco também, eu sei que você é perdido. Deve ser o motivo de nos darmos bem


E aí, o que acharam? Enlouqueceu de vez como a Melanie?
Gentee, próxima semana tem novo cap, porque estou me dando um desafio de cada segunda postar um. Vamos ver se consigo, acho que consigo. Me desejem sorte!
Comentem o que acharam!
Beijos,
Alasca :D



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