Odeio tanto não conseguir te odiar escrita por jesy lima


Capítulo 7
Um raio não cai duas vezes no mesmo lugar! Ou cai?




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—E o próximo será nessa sua boquinha atrevida. -Ele cochichou enrolando um cacho dela em seu dedo, ele sorriu e saiu vitorioso por ter feito ela enrubescer de vergonha pelo seu pequeno atrevimento.

Ele ria como um garoto maroto, era incrível que com apenas um toque, ela se desarmava completamente. Ferdinando entrou no carro de seu pai e ficou o aguardando sair da casa dos falcões, inquieto com a demora ele olhou pela janela do carro e viu uma ruiva furiosa indo em sua direção.

—Escuta aqui seu frangote...-Gina diria poucas e boas para ele.

—Adeus meu amor o beijinho fica pra depois. -Um dos seus robes favoritos sem dúvidas, era poder provocá-la, ele acenou e pisou no acelerador levantando poeira ao sair, Ferdinando não era nem tolo para ficar e ver o que aquela maluca faria com ele depois.

—Seeeu, Cof, Cof. –Gina não terminou a frase tossia incontrolavelmente ao engolir toda a poeira que o carro de Ferdinando tinha deixado para traz, aquele idiota tinha escapado e para completar ainda tinha zombado dela de novo. -Argh. -Ela queria matá-lo e arrancar aqueles lindos olhos azul-celeste dele, ops! horríveis olhos azul-celeste dele. É ele mexia com ela, por mais que ela negasse lá no fundo ela sabia que ele estava abrindo uma fresta em seu coração, só que isso ela não deixaria acontecer nem que para isso ela tivesse que tirá-lo de seu próprio peito.

Sem muito o que fazer, a não ser rezar para que Ferdinando nunca mais voltasse, Gina decidiu ir buscar Juliana na escolinha onde ela lecionava, e esperou até o término das aulas.

Juliana encerrou sua aula e como sempre muito satisfeita com o progresso de seus alunos, eles estavam aprendendo cada vez mais rápido, e era notável o quanto eles já tinham evoluído, no início eles não sabia nem se quer as vogais, agora eles sabiam as vogais, o ABC, e já estavam começando a ler, não de carreirinha, como eles se referiam a quem lia devidamente sem nenhuma dificuldade, mas em breve eles conseguiriam, e ara esse seu objetivo.

—Oie Gina já vei me buscar foi? Eu sei que você me ama e sentiu saudades, mas eu sei voltar pra casa sozinha. -Juliana brincou, ela se sentia tão leve naquele dia.

—Por que ocê queria que quem viesse lhe buscar, o Ferdinando? -Gina indagou, ela não tinha gostado nada de Ferdinando ser tão educadinho ao cumprimentar Juliana.

—Tai eu bem que preferia sim, que ele viesse de mãos dadas com você, como um casal de namorados, é minha amiga eu daria tudo para ver isso. -Ela amava deixar Gina zangada.

—Ocê ta mais é besta é Juliana, quer saber eu vou indo, ocê fique ai sozinha. -Será que todos tinham tirado o dia para lhe irritar? só podia ser isso!

—Não Gina, me espera eu não estava falando sério, eu em, paciência minha amiga. -Ela acelerou o passo para acompanhar Gina que desembestou na frente sem nem sequer esperar Juliana.

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Tinha se passado três dias desde a catastrófica visita a casa dos Falcão, Ferdinando havia tentado de tudo para que seu pai o deixasse mexer em suas terras, ele queria exercer sua função como agrônomo, mas o coronel estava irredutível quanto a não querer seu filho metido em suas terras como um empregado qualquer. Pedro falcão mesmo depois de ter presenciado toda aquela discussão entre sua filha e o engenheiro, aceitou de bom grado apoiar Ferdinando em sua candidatura, mas ao contrário do que ele pensava o coronel não estava forçando a barra quanto a isso, e a seu casamente com aquela "menina veneno", as coisas tinha melhorado, parecia que agora ele estava aguardando uma decisão de Ferdinando, isso era bom mas ao mesmo tempo chegava a ser frustrante.

E agora Ferdinando estava lá enfurnado em seu quarto, um dos quantos mais habitados por ele, era lá que ele passava grade parte dos dias e quando ele conseguia dormi, das suas noites também. Ele escutou aguem entrar em seu quarto mas ele não precisava nem se levantar da cama para saber quem era.

—Ferdinando meu querido ocê passa tanto tempo nesse quarto que já está perdendo a cor, olha eu sempre digo pra Pituca que se ocê passa muito tempo parado, sem sair para tomar um ar, acaba virando estatua.

—E ela acredita?

—Não!

Os dois gargalharam, sua irmãzinha era realmente muito esperta.

—E o que ocê quer com isso, se esconder do mundo lá fora? - Catarina o questionou.

—Não é bem do mundo que eu quero me esconder minha cara, agora do meu pai pode até ser que seja. -Disse Ferdinando sem querer dar muitas pistas de sua momentânea depressão.

—Eu sei que ocê já é um homem feito, ocê é maior de idade, ocê sabe da sua vida, mas tem uma coisa que está aqui... -Catarina apontava para a sua garganta.

—Pois vá dizendo Catarina. -Nando falou indiferente, ainda deitado na cama, focando sua visão no teto daquele quarto.

—Que eu tive conversando com seu pai, e o que ele quer não é nenhum bicho de sete cabeças Nando, o que ele quer de ocê, que ocê se case, forme uma família, e principalmente que ocê se candidate a novo prefeito da Comarca das Antas, são os sonhos dele, e ele ver ocê como o portador desses sonhos, não deixe isso acabar assim Nando. Eu não quero me meter em sua vida, mas como sua amiga, e com todo o carinho eu acho que ocê devia mesmo enfrentar esse prefeito de meia pataca. -Catarina queria que Ferdinando soubesse os motivos do Coronel para fazer tudo aquilo.

—Eu não sei Catarina eu acho que eu não tenho capacidade para isso. -Ele se diminuía.

—Pois eu acho que ocê tem Nando! casar eu até compreendo ocê não querer, mas enfrente aquele prefeito, Nando isso não está além das suas forças, ou ocê quer que todo mundo chame ocê de covardão? -Catarina sabia que Ferdinando era a pessoa mais honesta, sensata e competente para ocupar aquele cargo, ele só precisava de um incentivo.

—Não! já basta aquela Gina me chamando de covardão, Politica? eu vou rever isso, mas não garanto nada, e quanto a Gina, á aquela ali vai ter uma resposta, e vai ser uma resposta que ela nunca vai esquecer. -Ferdinando planejava sua vingança.

—E o que ocê vai fazer com ela? -Catarina interessou-se, ela nunca tinha visto o enteado falar daquele jeito.

—Eu vou tasca um beijo naquela boca, mas não vai ser um simples beijo vai ser O beijo. -Ferdinando se animou só de imaginar aquela boquinha carnuda na sua.

—Ferdinando eu não te entendo, ocê não quer casar com a Gina, mas quer roubar um beijo dela, ocê sabe o que dizem por ai? que ela nunca teve um namorado, que ela nunca nem se quer foi beijada, agora me diga o que o Seu Pedro vai dizer quando ele souber o que ocê pretende fazer com a filha dele? hum? -Catarina o questionou, aquilo que ele pretendia fazer era suicídio.

—Não só pretendo como vou! Ela nunca que foi beijada é? Hmm, é até bom saber disso. E para começar foi justamente Seu Pedro que quis que eu casasse com a filha dele, então isso não me impede de fazer outras coisinhas né mesmo? -Ele inquiriu, esboçando seu sorriso malicioso.

—Foi justamente para esse fazendeiro, que ocê disse que não queria nada com a filha dele, lembra? É seu pai me contou. -Às vezes Ferdinando parecia não possuir neurônios, ainda mais quando envolvia mulher na situação.

—Ara Catarina eu estava chateado, e eu andei dando uma olhada nas terras dele, e pensei com os meus botões, se eu noivasse com a filha dele, veja bem NOIVASSE -Ferdinando fez questão de frisar o apenas "Noivasse”. Será que ele não me daria um emprego como engenheiro agrônomo? -Ele perguntou.

—Nunca pensei que ocê fosse um desses aproveitadores Ferdinando. -Ela estava decepcionada, ela achava que ele era um rapaz horado de caráter imutável, e não um desses aproveitadores baratos.

—Eu não vou me aproveitar de ninguém Catarina, eu apenas vou oferecer meus serviços para o Pedro Falcão, sem pedir nada em troca, o noivado é somente para agrada-lo, e isso só se for a última opção para ele me contratar como engenheiro, se ele não tiver guardado magoa da discussão que eu tive com a filha dele, eu nem vou tocar no nome noivado, eu só quero que meu pai enxergue que eu não sou o inútil que ele tanto intitula, que eu posso muito bem cuidar de qualquer fazenda, eu vou fazer daquela fazenda uma das mais produtoras que Santa fé já viu. E eu nunca que vou deixar que aquela uma fique mal falada por causa disso, por mais que ela não goste de mim e não queira me ver nem pintado de ouro, eu vou protegê-la, e eu vou fazer de tudo pra ser o mais respeitoso possível, e em meio a tudo se eu não puder mais voltar a traz, eu caso com ela. -O seu plano era ariscado mais ele tinha que tentar.

—Ocê está louco Ferdinando. -Agora era concreto ele tinha enlouquecido.

—Sim, enlouquecemos quando temos que ir contra os nossos princípios para sermos felizes. Agora eu vou a casa do Pedro Falcão implorar por um emprego, deseje-me sorte. -Ela não desejou, mas ele partiu assim mesmo.

Chegando a casa dos Falcão, Dona T lhe contou que seu marido não estava. Ele tinha ido a cidade comprar sementes para a sua plantação, a mulher parecia não o querer que ele permanecesse lá, ele concluiu que ainda estava ressentida pelo mal comportamento dele a três dias atrás, mas tinha sido a ruiva que tinha começado. Ele se despediu e deixou o recado que voltaria outro dia.

Sabe segundo os cientistas um raio pode cair sim duas vezes no mesmo lugar, aquela teoria de que isso não era possível já foi descartada, segundo eles isso acontece pelo fato de nuvens carregadas passar sobre a terra e quando a uma grande diferença de potência de sinais contrários entre as nuvens e o solo, forma o processo de ionização que é basicamente o descarregamento de moléculas eletricamente carregadas, gerando assim o raio.

Vocês devem estar se perguntando o que isso tem a ver com o nosso casal preferido? pois lhes digo, assim como raios procuram objetos mais isolados, altos e afastados, como prédios ou arvores, nossos heróis também procuram um canto assim, carregados com toda a pressão e frustração que suas famílias estavam causando, eles necessitavam estarem sozinhos, longe de tudo e de todos, só que ironicamente o destino é implacável, agindo e conspirando a favor de um novo reencontro entre os nossos opostos.

Ele a viu pendurada num galho, tentando pegar uma maça daquela arvore tão deles, se ele não fosse tão grandinho para saber que magia é uma invenção dos pais para fazer seus filhos acreditarem numa ilusão, ele ia jurar que aquela arvore os conectava de tal maneira que era indescritível, na qual ele só tinha visto nos livros, era pura magia.

Se aproximando vagarosamente sem ser percebido, Ferdinando a puxou pelo calcanhar fazendo-a cair em seus braços, ele iria interroga-la, seria somente o acaso responsável pelo reencontro de duas pessoas tão distintas, e num local tão imaculado, repleto de boas lembranças como aquele?

—Coincidência ou ocê tem poderes psíquicos, para saber todo canto que eu vou minha cara? -Ele a olhava buscando respostas, achando tão boa a sensação de tela em seus braços.

Gina levou um susto ao ser puxada da arvore, e ficou furiosa quando viu quem tinha feito aquilo e nos braços de quem ela tinha caído, "seria melhor ter sido atingida pelo um raio", ela dizia inconscientemente.

—Me bota no chão Ferdinando. -Ela ordenou.

—Só se ocê me pedir com jeitinho. -Ele lhe lançou um sorriso malicioso.

—O jeitinho que eu vou dar é nessa sua cara deslavada, me solta seu frangote se não a gente vai rolar nesse chão agora mesmo. -Se ela tivesse com sua arma, ele levaria chumbo na certa.

—Até que não seria uma má ideia. -Ele disse sem querer, ele antes tinha desistido da promessa de beija-la, tudo por causa da conversa que ele tinha tido com Catarina, mas ali ela e ele tão perto, tão próximos, as palavras saiam sem nem ele mesmo notar o que tinha dito.

O que? Gina estava mortificada, aquele safado merecia umas boas bofetadas.

—Tá eu lhe boto no chão, e não se preocupe eu não vou fazer nada com ocê, eu lhe quero bem, e eu sinto em dizer que eu não vou poder cumprir a promessa que eu lhe fiz. -Ele a depositou lentamente no chão, suas mãos passaram lentamente pelo copo dela contornando as perfeitas curvas da moça, suas mãos não obedeciam ao seu comandando, ela o desestabilizava ele precisava se controlar.

—Que promessa? -Ela perguntou sem se lembrar do último desentendimento que ela tinha tido com o jovem a sua frente, e do tal beijo que lhe foi prometido.

—Nenhuma! saiba que tenho um grande carinho por ocê, apesar de ocê ser muito estabanada eu gosto de ocê, e é melhor ocê ir para sua casa, uma moça como ocê não deveria andar sozinha por esses matos. -Ela era tão linda ainda mais quando franzia a testa numa expressão de dúvida, ele tinha que afastá-la dele se não a beijaria, ele não se reconhecia, nunca Nando quis tanto alguém como ele estava a querendo.

—Agradecida doutor, mas não carece de preocupação não, sei me cuidar muito bem sozinha. -Ela virou-se de costas para ele, queria manter a pose de durona, e ela não consiga a cada vez que ele lhe sorria tão suntuosamente fabuloso, ela buscava dizer algo que o ofendesse para que ele fosse embora, e aquele Gina que estava surgindo dentro dela toda derretida a cada sorriso ou olhar que ele lhe dava, fosse também, de romântica no mundo já bastava Juliana. -Eu não sou uma covardona feito ocê não.

O sangue de Ferdinando ferveu, o vento em volta deles soprava fortemente avisando que uma tempestade viria por ai. Ele segurou no braço dela a girando e enlaçando com seus braços a colando em seu corpo. Ela viu os olhos dele faiscarem e um sorriso malicioso surgir nos lábios dele.

—Ara foi ocê quem pediu menininha. -Dizendo isso ele a beijou, um beijo de tirar o folego, voraz, faminto, cheio de posse, os lábios dela quentes e macios eram deliciosos. Gina recobrou a consciência após o choque, ele estava roubando-a, ele não podia beija-la sem a sua permissão, ela não sucumbiria aquilo.

—O que é isso Ferdinando? -Ela o empurrou se desvencilhando dele, correndo para se refugiar na nossa arvore mística, que os tinha atraído até aquele local.

—Isso é um beijo minha cara. -Ele foi novamente em cima dela, ela tentou o estapear, mas Ferdinando era mais ágil, pegou as mãos dela e as prendeu na arvore usando seu corpo como barreira para que ela não escapasse, então ele a beijou de uma forma mais profunda intensa, sua língua pedia passagem por entre a boca dela, aos poucos ela foi correspondendo e o beijo foi ficando numa sincronia prefeita.

Eles pararam para respirar, se olhando abismados com o que acabara de acontecer, seus peitos desciam e subiam procurando ar, aqueles beijos tinham despertado sensações inexplicáveis em ambos, duas pessoas tão opostas e tão loucas de desejos uma pela outra, de fato eles eram uma incógnita.

Jogando seus pensamentos para longe, eles se beijaram, não digo "novamente" porque para eles aquele sim foi o primeiro beijo deles, os dois queriam sentir o sabor um do outro, o gosto que o oposto tem, suas bocas se moviam num beijo frenético ansiando por mais, ele a apertou contra seu corpo a fazendo sentir o volume que estava se formando em suas calças, eles gemeram pela maravilhosa sensação. Inebriada pelo momento Gina subiu na cintura de Ferdinando fazendo-o suspirar, aquilo era bom, ousada e por que não gostosa? eles estavam em estado de ebulição, se isso continuasse assim aonde é que iria terminar?


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Notas finais do capítulo

Beijão minhas lindas, e por favor comentem eu quero saber o que vc6 acharam :)



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