Odeio tanto não conseguir te odiar escrita por jesy lima


Capítulo 11
O jantar




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Zelhão se pois um pouco indeciso entre aceitar o convite e passar mais um tempo contemplando a moça que roubara seus sonhos e pensamentos, ou ir logo embora e parar de se torturar olhando para a dama que ele nunca poderia ter, que por antinomia, ele com absoluta certeza ela já o tinha.

Decidiu tomar a segunda opção.

—Ieu não posso mesmo ficar tenho que voltar o quanto antes, o coronel Epaminondas está me esperando para tratarmos de uns assuntos lá da fazenda, e não gosta nada nada quando atraso. - Só então olhou para a professorinha - Não posso mesmo ficar, boa noite dona professora Juliana - E com isso beijo-lhe o dorso de sua mão, um tanto mais demorado que o normal, queria gravar o cheiro doce da pele dela, não sabia quando a veria de novo, provavelmente em mais uns de seus impulsos, em que ele tinha plena consciência que não tardaria, só que ele tentaria segurar, não poderia viver iludido com um amor impossível, porque por mais que os olhos dela lhe dissessem que sim, a realidade lhe jogava na cara que não. - Boa noite menina Gina, inté doutor Nando. - Acenou.

Juliana ficou desapontada esperava que o capataz aceitasse o convite, mas ele não o fez, desejou uma boa noite ao homem e ele se foi, agora, estava ali o assistindo desaparecer na curva da estrada, ele lhe parecia querer fugir dali como o diabo foge da cruz, mas tudo bem ele tinha lá suas obrigações.

A professora então virou-se para seus amigos, esses que a fitavam de maneira curiosa.

—Tiveram um bom dia de trabalho? -Perguntou para quebrar o silencio.

Gina e Nando se olharam por um minuto e balançaram a cabeça confirmando.

—Desculpa ser direto e intrometido, mas, ocê tá gostando dele não tá professorinha? -Ferdinando a questionou, não era de sua conta, mas gostaria de saber as intenções dela para com seu amigo, Zelão era o braço direito do Coronel e os dois foram grande parceiros quando criança , mas acabaram crescendo e cada um seguindo seu caminho, porém, ele ainda conhecia muito do amigo, e mesmo aparentando ser invulnerável os sentimentos do rustico eram frágeis como uma flor, e por mais que simpatiza-se com Juliana assim que a viu, não permitiria que brincassem com os sentimentos do seu amigo, mas caso o querer fosse mútuo torcia para que desse certo, seu amigo merecia ser feliz. Eles formariam um casal bem incomum, “como ele e Gina” ele pensou mas afastou logo esse pensamento, a ruiva e ele não eram um casal ainda, ainda? Ah que seja, pararia de omitir seus sentimentos, ele gostava da Gina e ponto! De fato isso já se percebia, queria beija-la como louco, a desejava, ela era uma mulher desejável, e mesmo sem perceber e sem empenho algum, ela o cativou com seu jeitinho provocante e petulante. Odiava gostar dela e não saber medir o quanto, mas odiava mais ainda não saber o que ela sentia por ele, isso que o inibia de se declarar, ficava inseguro.

—De onde tirou isso? -Juliana pergunto, dando de ombros.

Ferdinando aterrissou de seus questionamentos e sorriu, entendeu tudo naquelas quatro palavrinhas que a professora usou como resposta. Incertezas e inseguranças, essas vivem batendo em nossas portas e marcando presença.

—Araa se ocês vão ficar discutindo o relacionamento, podem ficar, quanto a mim eu vou é entrar que já tô é varada de fome. –Gina falou impaciente. Por que raios Ferdinando perguntou aquilo? Qual o interesse dele naquela história? Indagava mentalmente com uma angústia no peito que a incomodava bastante.

Ele e Juliana reviraram os olhos.

Gina não quis saber de conversa foi logo entrando, estava com fome mas não era só isso, estava cismada com a possibilidade de Ferdinando sentir algo por sua amiga, não se surpreenderia, Juliana era linda, carismática, se vestia e falava genuinamente bem, era uma dama, qualquer cara em seu juízo perfeito se apaixonaria por ela, enquanto Gina se considerava totalmente ao contrário de tudo isso.

O engenheiro arqueou uma sobrancelha, ou ele entendera errado ou Gina havia mesmo tido ciúmes dele com a professora. Ele olhou para Juliana, uma moça muito bem apanhada, cheia de qualidades e encantos, usava um vestidinho rosa que definia bem suas curvas e combinava com seus cabelos, suas unhas pintadas da cor celeste pareciam também combinar com a cor de seus olhos, talvez se ele nao tivesse conhecido a ruiva ele sentisse algo por ela, Juliana era bonita, sua beleza era escancarada, pra fora, visível, mas não! ela não era à Gina! A diaba podia ser briguenta, chata, mal educada, mas era tudo por fora, como uma armadura, usava desses artifícios para se defender, agora ele entendia, ela tinha seu lado amoroso principalmente com os bichos da fazenda, curioso como ela podia demonstrar tanto carinho aos animais e tão pouco aos seres humanos? Ela também tinha seu lado ingênuo, inteligente, destemida, determinada e sincera, principalmente sincera, não fazia questão de calcular o que ia falar, as vezes isso o irritava mas já estava se acostumando, e gostando! Isso tudo só por dentro, por fora ela tinha uma beleza exótica, cabelos longos ruivos cacheados, meio desgrenhados mas que a deixavam linda, olhos castanhos tempestuosos, lábios vermelhos mas que não levavam nenhum tipo de maquiagem, suas roupas? ahhh suas roupas levantavam muita polêmica, sempre usava blusas com mangas que iam até os pulsos, e calças frochas e folgadas, Isso mesmo CALÇAS! nunca havia encontrado mulher nenhuma que tivesse a coram de usar calças, todas usavam vestido naquela época, tinha lido uma coisa aqui e ali sobre algumas mulheres terem esse mesmo hábito, algumas como forma de protesto, mas nunca tinha visto nenhuma, bem, até conhece-la, ela era uma revolucionária e talvez nem soubesse disso.

—É ciúmes meu caro! -Constatou a professora como se houvesse lido os pensamentos de Ferdinando.

Ele deu um salto, espantado, ou ela era telepata ou tinha uma alta capacidade de percepção. Mas sera que seria ciúmes mesmo?

—Acho que se enganou minha cara professora, ela não gosta de mim, como poderia ter ciúmes?

Juliana revirou os olhos.

—Para um bom entendedor meia palavra basta, nao preciso enumerar os porquês de tal reação, está mais que na cara não acha?

Ele refletiu sobre o que Juliana havia lhe dito, e entraram.

Ao adentrarem o recinto Seu Pedro logo o recebeu com um de seus famosos aperitivos e se sentaram pra jogar conversa fora, Juliana logo os deixou e subiu para os seus aposentos. A relação entre Pedro e Nando por incrível que pareça não tinha arranhado nem um pouco depois do fragrante, continuava a mesma, o homem não era de guardar rancor, e pelo o que tudo indicava o rapaz logo se tornaria seu genro, e com o contato do dia a dia ele se afeiçoou bastante ao moço de olhos azuis.

—E como foi na lida hoje? -Pedro perguntou sentado despojado em sua poltrona.

—Ocorreu tudo bem, trabalhamos, descansamos e só! -Disse o engenheiro.

—Hum somente isso mesmo?

—Cla..Claro! O que mais poderia acontecer?

Tá ele confiava no engenheiro, mas sua filha era uma moça bonita, braba como ela só, mas bonita, e sendo um homem ele sabia da mente masculina, “o precavido morreu de velho e o zeloso tem a filha até hoje”.

—E cade a Gina mesmo? -Soltou Ferdinando mudando de conversa.

—Subiu pra tomar banho daqui a pouco ela pipoca por aqui.

Nando tentou não imaginar como seria a ruiva no banho, ele balanço a cabeça expulsando pensamentos impróprios para se ter na presença do pai dela.

—Vai ficar pra jantar?

—Vou sim! sua filha me convidou.

Pedro arqueou uma sobrancelha achando estranho, ela não era de convites, se bem que ultimamente ela andava meio estranha desde a chegada do engenheiro.

Ele mirou nas roupas do rapaz um pouco sujas de suor e areia.

—Se quiser tomar banho, temos um banheiro aqui em baixo virando o corredor, ieu empresto uma muda de roupa minha pra ocê vestir.

—Obrigado vou mesmo, mas eu trouxe uma roupa extra, vou precisar apenas de uma toalha.

—Então vou pegar -Falou Seu Pedro se levantando em seguida.

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À mesa todos conversavam animadamente, “todos” exceto Ferdinando que não desgrudava o olhar da ruiva sentada a sua frente, entre as trilhares de coisas que passavam em sua cabeça, três perguntas se sobressaiam: Estava mesmo...Apaixonado? E esse sentimento era recíproco? se sim para as duas perguntas o que ele faria?, a confusão o abatia, o levando a fita-la continuamente sem nem tocar na comida de aparencia convidativa que a dona da casa havia preparado.

O olhar importuno de Ferdinando incomodava Gina, ela queria se concentrar e participar da conversa que rolava à mesa, estavam falando sobre...sobre o que mesmo? como formular uma só palavra com ele a fitando descaradamente sem nem desviar o olhar?, aquilo era chato, inquietante, ela tentava a todo custo nao olhar, não se afetar, em vão, se tornava impossível a cada minuto “que ódio daqueles olhos azuis”, aff!

—O que quer olhando tanto pra mim? Por acaso acha que sou espelho? -Grito Gina impaciente fazendo com que os presentes ali se calassem e prestarem atenção nos dois.

Surpreendido com a explosão da moça Ferdinando buscou uma resposta, mas sem sucesso, então ignorou suas perguntas, desviando seu olhar para o prato levado a primeira colherada à boca.

Gina indignou-se por ele nem se dar ao trabalho de responder suas perguntas, e com isso, levantou da cadeira bruscamente levando a madeira a arranhar o piso produzindo um som agudo, pegando seu prato direcionou-se a cozinha, mas não antes de frita-lo com seu olhar raivoso.

Ferdinando permaneceu comendo decidindo se iria ou não atrás dela, tinha que ter uma conversa longa com ela, isso era certo, mas como declarar seus sentimentos com alguém tão cabeça dura, que não conseguia manter uma só conversa sem perder as estribeiras e soltar farpas pra todo lado?

—Já falou com seu pai sobre o noivado Ferdinando? -A voz fina de Dona T o questionou.

—Falarei com ele hoje -Disse o engenheiro com olhos ainda em seu prato.

Psiu...Ele olhou para a pessoa que procurava chamar sua atenção...era Juliana, ele nem percebeu que ela estava ali também, talvez quando você se apaixona você fica cego, distraído e inteiramente indeciso, só pode!.

—Vai -Juliana disse calma cada sílaba.

Apesar de não explícito entendeu o incentivo, pedindo licença retirou-se da mesa.

Num suspiro Gina concluiu que o seu jantar havia acabado, pegou seu prato e levou para a pia para começar a lava-lo, enquanto isso pensava no que a pouco tinha acontecido, lavar louça a deixava pensativa, revisando os ultimos acontecimentos, comcluiu que surtou com Fernando simplesmente porque ele estava olhando para ela, que criancice, que mal tinha nisso? Brigou por besteira, ele apenas havia a encarava, por que isso mexia tanto com ela? Com seu íntimo?, se bem que desde quando ela o conheceu a mesma coisa repetia-se num círculo sem fim, brigas e mais brigas e pelo que? Por besteiras por nada, “Ele era só um frangote bobo que se achava o dono da razão e coberto por frescuras” dizia para si mesma, mas no fundo lá dentro onde continha a versão dela mais sensível que ela preferia esconder, essa gritava que não! que ele não parecia em nada com esse julgamento infeliz, ele era educado, carismático, gracioso, determinado ( e como era), competente em seu trabalho, e extremamente responsável, Ferdinando Napoleão era um fascínio para qualquer mulher -E ele é lindo -Constatou a ruiva.

—Quem? -Questionou Ferdinando à poucos passos atrás dela.

A ruiva se virou com o susto quase derrubou o prato que acabara de lavar, pensou que estava sozinha naquela cozinha, não tinha nem escutado os passos do engenheiro.

Com a mão no peito e o coração na boca disse...

—Não é da sua conta, ai ocê me assustou. -Soltou esbaforida.

—Ouvi claramente ocê dizer que alguém é lindo, quem ocê considera lindo Gina? -Perguntou interessado, queria não demonstrar ciúmes em sua pergunta, mas já era tarde demais.

—Ninguém em especial. -A ruiva encerrou o assunto dando de ombro.

Ferdinando estreitou os olhos, queria saber ler mentes para descobrir quem ela chamara de lindo e com uma voz tão aveludada, fosse quem for ele já não gostava do sujeito, mas tudo bem ele não estava lá para isso.

—Gina vim ter uma conversa com ocê -Informou dando um passo a frente.

—Não tenho nada pra falar com ocê Ferdinando -Disse ácida, seus ânimos se tornavam tão instáveis quando ele estava por perto.

—Engana-se minha cara! ocê pode não ter nada para me dizer, mas eu tenho algo pra dizer a ocê. -E deu mais um passo em direção a ruiva.

—Engana-se ocê! Tenho uma pergunta para lhe fazer.

Os dois focaram o olhar um no outro curiosos...

—Faça!

—O que tanto pensava olhando pra mim daquele jeito, com aquela cara de bezerro desmamado? -Perguntou com o nariz empinado.

Ele analisou a pergunta dela e resolveu ser sincero de uma vez por todas.

—Pensava em ocê.

Gina o fito, aquelas palavras tão intensas pareciam ser carregadas de verdade, ficou imediatamente desconcertada...

Ferdinando percebeu o desconcerto dela, e aproximou mais um passo ficando bem próximo, ela arfou com a proximidade, recuando um passo esbarrou na pia vendo que ali era o limite...

—Tem mais Gina...venho pensando em ocê muito ultimamente -muito mais do que ele achava ser possível - e por mais que eu tente lhe tirar da minha mente, isso só me faz pensar mais em ocê, julgo não poder mais esconder o que sinto e o que desejo -Olhou para os labios dela e soltou o ar que nem imaginava está prendendo - acho que estou começando a me apaixonar por ocê Gina.

Ela pisco várias vezes impactada com a declaração, aquilo não devia acontecer, ela não tinha nada de atrativo, não falava, nem andava, nem agia como uma moça diciplinada e educada deveria agir, e seu gênio não contribuía em nada também, ele provavelmente mentia com aquela declaração descabida, não podia ser.

Virou-se de costas não queria se perder nos olhos enfeitiçantes de Ferdinando.

—É mentira! não finja sentimentos que não existem, ocê está falando asneiras. -Exclamou a ruiva cruzando os braços o Ignorando.

Se revoltando com que ouviu, ele a pegou pelo braço a virando para que ela o olha-se diretamente nos olhos.

—Acha mesmo que sou um moleque para brincar com sentimentos dessa maneira? E mentindo? Pra mói de que eu mentiria pra ocê? Se tem uma pessoa que tá mentindo aqui essa pessoa é ocê. -Ele acusou com a voz já alterada.

—Eu mentindo? Ocê enlouqueceu?

—Mentindo sim! Uma das piores mentiras, mentindo para si mesma, eu noto como toda vez que me aproximo de oçê -A pegou pela cintura encurtando ainda mais a distância, a respiração tornou-se irregular -Seu corpo reage ele me responde por mais que saiam palavras afiadas da sua boca- A boca dele foi indo de encontro a dela e ela não se retraiu queria o beijo, Deus! e como queria -E ai quem está mentindo aqui?-Indagou ele intenso, envolvente.

—Por favor Ferdinando não complique mais as coi...

Ele impediu que ela terminar-se a suplica beijando-a apaixonadamente seus lábios ansiavam por ter a boca dela por completo num beijo profundo, instigante, sedento, no qual nao teve como ela negar, a língua dele atrevida sincronizava-se esplendorosamente com a dela, numa perdição onde nada mais fazia sentido, só eles ali juntos era a maior verdade que eles precisavam saber, nada mais... Porém, como o que é bom dura pouco, o beijo foi diminuindo até finalizar-se num simples selinho.

Ferdinando soltou a ruiva lhe dando um pouco de espaço, ela olhou para baixo digerindo o que tinha acontecido e falou...

—Não devíamos ter nos beijado

Nando crispou a testa não entendia ainda a recusa, os dois queriam o beijo por que ela ainda negava?

—Por que não? Questionou contrariado.

—Ocê não entende né? Eu não sou mulher pra ocê, não sei que parafuso soltou da caixo-la do vosso pai, pra tentar juntar a gente, ele pode até ter batido a cabeça e na sequência criado toda essa confusão, ou até mesmo ele pretenda arrecadar votos pra uma possível candidatura sua mesmo, mas também acho muito estranho pode não ser só isso também.

O engenheiro examinou mentalmente os motivos que levaram o pai dele aquele ponto, e concluiu que ela poderia ter razão em não ser só aliança política, mas então o que seria?

Ela continuou...

—Mas onde eu quero chegar Nando é que somos eu e ocê que estamos em jogo aqui, não ele ou meu pai, somos nós! E não quero que no meio dessa pressão a gente invente um sentimento que... sei lá não era real, não quero sair machucada dessa história insana“E não quero que ocê saia machucado” -pensou -Vai ser mais fácil se considerarmos que tudo só não passou de um momento, um impulso mal pensado. -Disse atrás de faze-lo acreditar em suas palavras que ela tinha lançado, umas realmente a faziam duvidar( como os motivos do coronel) mas em relação a sentir algo por ele, ela sentia e tinha certeza que era bem real, não era criação.

—Primeiro Gina é uma tola se pensa que não é mulher pra mim, segundo: meu pai é um enigmático concordo em não saber o que ele realmente pretende, e terceiro: coisa de momento Gina? Não! Forçasse a aceitar que é! mas sabe que não! Agora sei do que tem medo, e por mais que tente me afasta, não vou desistir de oçê.

Ferdinando tocou de leve no rosto dela e tirou um mexa de cabelo que caiam sobre o olho da ruiva colocando-a atrás da orelha, Gina fechou os olhos com o leve toque e Ferdinando sorriu.

—Amanhã vou levar ocê na cidades das Antes.

Gina abriu os olhos surpresa e afastou-se do rapaz com o semblante inquisidor.

—Fazer o que nas Antas? -Indagou.

—Vou te levar lá pra ocê escolher um vestido pra usar no nosso noivado.

Ela bufou tudo bem que ela não tinha como escapar desse noivado, mas comprar vestido? isso não!

—Não gosto de vestidos e pra encerrar logo essa conversa não tenho talento nem pra escolher.

Ele riu..era imprecionante como o humor dele oscilava quando ele estava na companhia de Gina.

—Que terrivel minha cara, sendo assim levamos juliana pra nós ajudar nessa árdua tarefa. -Satirizou

—Não precisa eu não vou

—Vai sim! amanhã o mas tardar passo aqui pra te levar -Avisou já indo embora.

—Não vou! -Ela bateu o pé como uma criança birrenta.

De cara fechada ele parou, olhando autoritário disse por fim resoluto

—Ah vai...! - E com isso foi embora.

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Ferdinando chegou com os ânimos agitados em casa após o “embate” com sua ruiva, ela jamais daria o braço a torcer ao reconhecer o sentimento que se formava entre eles -Cabeça dura -Sussurrou pensando nos momentos que eles já tiveram.

Assim que pôs o pé em casa lembrou que precisava falar com seu pai sobre o noivado, “Eita que ele irá cantar vitória” pensava, adentrando a sala deparou-se com sua madrasta e sua irmã Pituca tomando chá, estranhou.

—Ocês acordadas uma hora dessas? O que aconteceu? -Perguntou preocupado.

—Como de costume seu pai Ferdinando, só pra variar -Disse catarira aborrecida tomando mais um gole de chá para se acalmar.

—O que ele fez dessa vez? -Indagou.

Foi a vez de Pituca falar com lágrimas nos olhos.

—A gente ficou sabendo que o papai levou o lepe pra um internato lá na Cidade das Antas - contou chorosa.

—Mas essa agora, não sei de onde papai tira tanta implicância com aquele menino -Ralhou indignado -Tenho um assunto pra tratar com ele aí vejo o que consigo a respeito desse desatino - Ele pegou o rostinho de sua irmã, e deu um beijo carinhoso na bochecha da pequena -Não chore maninha, prometo que vou dar um jeito de trazer o lepe de volta -A assegurou recebendo o mais lindo dos sorrisos.

O informaram que o coronel não havia se recolhido para dormir, provavelmente estava efurnado em seu escritório organizando e tabelizando contas destinada a fazenda, ao menos era o que Nando imaginava, entretanto, quando determinado resolveu procura-lo para terem uma conversa franca, ele escutou seu pai falando um assunto que achou muito estranho.

—Se as coisas seguirem de acordo com o plano como foi articulado, vou poder por as mãos nesse dinheiro definitivamente, e ninguém vai conseguir tira-lo de mim, não eu estano em meus direitos - Gargalhou e prosseguiu -E de quebra me livro de uma vez por todas daquele imbeciu do Pedro Falcão e companhia.

Encafifado Ferdinando abriu a porta grosseiramente, dando a chance dele ver seu pai imponente com o olhar ambicioso em cima de uma carta de aparencia envelhecida, concluiu que devia ser antiga, mas antes que ele pudesse enxergar mais algum detalhe, o coronel jogo-a na gaveta fechando com força.

—Paguei as melhores escolas da região para que tivesse uma educação decente, mas pelo visto foi dinheiro jogado fora, não te ensinaram nem a bater numa porta antes de entrar. -Disse o coronel ríspido.

Nando arqueou uma sobrancelha, o que o coronel Epaminondas estava escondendo?


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