Vejo minha mãe, Ryan, Meghan, Riley, até mesmo meu pai, e algumas amigas da Meghan. Minha mãe vem na minha direção e me abraça.

–Feliz aniversário minha filha. Eu te amo muito.

–Obrigada mãe, eu também te amo.

Assim que ela me solta, vejo meu pai logo atrás dela, ele caminha até a mim.

–Feliz aniversário ratinha. –ele me abraça, e me chama como costumava falar.

–Estou feliz que esteja aqui pai. Me desculpe por aquele dia.

–Tudo bem ratinha, eu quem tenho que pedir desculpas, mas depois falamos nisso.

Assim que todos me abraçam e me desejam feliz aniversário, comemos o bolo, e alguns salgadinhos.

–E não era para eu desconfiar ? –falo baixinho no ouvido de Thomas que sorri para mim.

–Era para ser surpresa, curiosa. –ele da uma piscadela, e um beijo, sorrio para ele.

Aos poucos algumas pessoas vão embora, e só ficam os de casa, ficamos conversando, rindo. Acidentalmente Meghan derrapa refrigerante em mim, eu tento não ficar brava, a final, foi realmente um acidente.

–Lara, desculpa ! –ela exclama levando as mãos na boca.

–Tudo bem. –digo olhando para minha blusa, e me levantando.

–Eu vou limpar isso.

–Quer ir lá para fora ? eu vou subir e pegar uma blusa pra você. Vá na lavanderia. –Thomas diz se levantando.

–Tudo bem. –digo e caminho até a parte de fora da casa.

Enquanto estou tentando limpar a blusa, ouço alguém vindo, mas nem me viro para ver, deve ser Thomas trazendo a blusa.

–Feliz aniversário Lara. –escuto uma voz familiar, mas não é Thomas.

–Dylan ? –digo me virando, assim que o vejo.

–Surpresa ? –ele se aproxima com um sorriso no rosto.

–Eu não te vi na festa.

–Eu cheguei agora pouco. Está linda. Parabéns.

–Obrigada. –digo sem jeito, ele está se aproximando cada vez, mas eu tento me afastar. –O que está fazendo aqui ?

–Bom, é a casa da minha avó. –ele ri baixinho.

–Quero dizer aqui fora.

–Eu vi você vindo até aqui, e pensei em lhe dar os parabéns.

–Hm.. –é o único som que consigo emitir.

De repente ele segura em meus braços, mas eu não consigo me soltar. Então ele me beija, tento me afastar mas ele não quer me soltar, assim que consigo escapar de suas mão olho furiosa para ele.

–Por que fez isso ?

–Desculpe. Eu ...

Não consigo deixá-lo terminar de falar e num impulso dou um soco na cara dele, que logo leva as mãos no rosto.

–Você ta maluca ?

–Não chega mais perto de mim. –digo furiosa e dou as costas para ele.

Assim que entro para dentro da casa, subo as escadas e encontro com Thomas fechando a porta do quarto dele, com a blusa na mão. Ele parece levar um susto assim que me vê. Pego a blusa de sua mão sem dizer nada, e vou até o banheiro para trocar. Depois que saio vejo ele parado na parede ao lado da porta com os braços cruzados, e olhando para o chão.

–Thomas. –digo em voz baixa, ele me olha, seus olhos mudaram de um azul para meio acinzentados.

–Por que, é simplesmente difícil confiar em alguém ?

–Do que você está falando ?

–Como assim do que eu estou falando Lara ? –ele diz numa voz séria, mas num tom baixo. –Eu vi você com ele, eu vi. O Dylan. Não adianta dizer que não, por que eu vi vocês se beijando.

–Não é assim. Eu...

–Chega Lara. Já chega. Acabou. –ele diz sem me deixar terminar de falar.

–Como assim chega ? –digo, sentindo meus olhos encherem de lágrimas, mas não as deixo caírem.

–Acabou. Vai embora. Acho melhor nós terminarmos.

–Como ?

–Eu não quero ouvir mais nada. Chega, acabou. Sai da minha casa. O que você queria que eu fizesse depois que eu vi você beijando meu irmão ?

–Eu não beijei seu irmão.

–Ah não ? então era outra pessoa se passando por você lá, beijando ele ! Qual é Lara.

–Foi ele quem me beijou Thomas ! eu não ...

–Eu não quero ouvir desculpas. Acabou ! –ele diz num tom de raiva, e sai correndo pelas escadas.

Eu me sento no chão e encosto na parede, e começo a chorar. De repente alguém para perto de mim, e eu levanto o rosto para ver quem era, e me levanto.

–Satisfeito ? Conseguiu o que queria seu otário ? –digo com raiva em minha voz.

–Desculpe, eu não sei o que me deu.

–Não sabe o que te deu ? Qual é o seu problema Dylan ? Nunca... nunca mais chegue perto de mim.

Desço as escadas e vou direto para a porta, nem olho para as pessoas que estavam na sala.

–Lara ! –escuto minha mãe falar, mas dou de ombros e saio dali.

Não consigo conter as lágrimas que caem em meu rosto, fazem cinco dias desde o ocorrido, não vi mais Thomas, ele não atende minhas ligações, não retorna minhas mensagens, e nem vai a escola. A cada dia que passa, eu choro mais, sei que isso não vai mudar as coisas, mas é a única coisa que consigo fazer no momento, é como se eu tivesse um buraco no peito. Falta uma semana para acabar as aulas, eu decido que vou morar com meu pai, para fazer a faculdade, fica apenas algumas horas daqui, mas eu não posso, não consigo ficar aqui. Não contei muitos detalhes para mim mãe, e ela respeitou, pois viu que eu não estava em condições de falar.

...

Meu pai me deu um carro de presente de formatura, eu decidi me aproximar dele, tentar recuperar o tempo perdido. Estou empacotando minhas coisas, Thomas não apareceu na formatura, mas eu também não chorava mais, não tanto quanto antes. A formatura foi ótima, Meghan fez seu discurso, e teve uma festa depois, mas eu estava sem total ânimo para isso. Então resolvi ir direto para casa, vi que o carro de Thomas estava estacionado, fui até a porta e bati.

–Boa tarde D.Elise. –digo com a voz meio rouca.

–Oi querida, entre.

–O Thomas está ?

–Não. Ele saiu mas deixou o carro. E não disse para onde foi.

–Tudo bem, obrigada.

–Quer que eu avise que você veio procurá-lo ?

–Não. Não precisa, mas obrigada D.Elise. tenha uma boa tarde.

–Você também querida.

Vou para casa terminar de empacotar as coisas, já que no outro dia eu estava indo embora, assim que termino de empacotar, me deito na cama e acabo pegando no sono. Acordo na manhã seguinte, desço e vejo minha mãe meio tristonha na cozinha.

–Mãe. –digo ao me aproximar dela.

–Tem certeza de que quer ir querida ?

–Não. Mas eu preciso, por um tempo. Fique tranqüila eu venho te visitar sempre, a final fica poucas horas daqui.

–Certo. Eu te amo meu bebê.

–Eu também te amo mãe. Muito. –digo lhe dando um forte abraço.

–Ok. Não precisam mais chorar. Está pronta Lara ? –Ryan diz ao entrar na cozinha.

–Sim.

–Certo, vou te ajudar com as malas.

Assim que coloco as malas no porta-malas, me despeço de todos. Prometo a minha mãe que vou ligar todos os dias, entro em meu carro e vou. Vejo eles através do retrovisor, que acenam para mim, e logo desaparecem assim que viro a esquina. Coloco em uma música qualquer, e começo a chorar novamente.

...