A primeira tentativa com a massa do bolo, foi um fracasso. Já esperava por isso , mas não sabia que seria tão dificil assim. Os ingredientes estavam todos lá, a quantidade também estava certa, não tinha como dar errado, mas estava dando. A massa ficou melequenta e grudenta demais, mas eu não iria desistir, eu precisava fazer esse bolo de qualquer jeito. Eu ja estava totalmente coberta de farinha, a cozinha então, parecia que um furação de farinha tinha passado por lá. Respirei fundo, e fui para a minha terceira tentativa, limpei a forma do bolo e voltei a adicionar os ingredientes com todo cuidado do mundo. No final, a massa parecia descente, o aroma de baunilha estava maravilhoso, acho que finalmente tinha conseguido. Então coloquei o bolo para assar, agora era só esperar ficar pronto e depois confeitar. Estive tão concentrada na última tentativa de fazer o bolo que nem tinha percebido quanto tempo se passara , olhei para o relógio na parede, já eram quatro horas da tarde! Como pude ser tão desligada, agora eu teria menos tempo para arrumar a bagunça da cozinha e ainda me arrumar. Começei a limpar as coisas.

Felizmente quando terminei ainda era quatro e meia, suspirei aliviada, e agora vinha a parte mais dificil: me arrumar. Tomei um banho, lavei os cabelos, escolhi um vestido verde justo ao corpo, deixei o cabelo úmido solto deixando-os cair em ondas pelos ombros, me olhei no espelho, era quase como se eu não em reconhecesse, fazia tanto tempo que não me produzia desse jeito, mas ainda faltava algo, a maquiagem é claro. Odiava maquiagens, mas esta era uma ocasião especial, passei um batom vermelho que fez com que minha boca parecesse maior e admito, estava lindo, penteei os cílios com rímel preto que deixou meus olhos acinzentados fortes e marcantes. Ali em frente ao espelho estava uma Katniss que eu juraria nunca mais ver novamente. Me lembrei de quando Effie e sua equipe de preparação faziam milagres comigo, me deixavam realmente bonita para as cameras, me lembrei de Cinna... ela com certeza aprovaria o vestido que tinha escolhido, se estivesse vivo é claro. Balançei a cabeça afastando estes pensamentos, hoje era um dia importante, nada daria errado.

Fui até a cozinha, o bolo já estava no ponto. Retirei a forma do fogão o bolo tinah crescido perfeito, e o cheiro estava maravilhoso. Joguei a cobertura de chocolate por cima e enfeitei com chantylly, cerejas e granulado. Estava simples, mas era para Peeta , era de todo meu coração. Arrumei a mesa, coloquei as velas sob o bolo, estava tudo pronto, e já estava escurecendo, Peeta chegaria a qualquer momento.
Apaguei as luzes da casa, e sentei no sofá da sala aguardando ansiosamente por ele. Dez minutos se passaram, quando alguém bateu na porta, fiquei completamente tomada pela ansiedade, deveria ser Peeta chegando. Então bateu na porta mas uma vez, se fosse Peeta teria entrado, pois ele tema a chave de casa. Acendia a luz da sala, e caminhei a té a porta, algo me encomodava naquela porta, como se quem estivesse atrás dela fosse arruinar tudo. Abri a porta. Meus olhos se arregalaram, fiquei boquiaberta e senti meu coração bater be mais rápido que o normal, estava totalmente nervosa e confusa diante da visão. Era Gale, ele estava ali novamente na porta de minha casa,como nos velhos tempos com aquele olhar penetrante olhando fixamente para mim. Eu estava sem ar. Fazia tanto tempo que não via Gale, ele... ele estava diferente, mais forte, mais bonito e agora não usava aquelas roupas de quem trabalhava nas minas ou aquele uniforme cinza do Distrito 13, ele usava roupas limpas e bonitas.

Ei Catnip. Disse ele, ouvir aquela voz trouxe um batalhão de memórias dolorosas e boas ao mesmo tempo.
Ei Gale! Eu... eu não esperava ver você por aqui. Disse, deixando talvez um pouco do meu nervosismo transparecer.
Eu cheguei hoje a tarde, construí uma casa perto de onde ficava a minha antiga casa, vou ficar por aqui, sinto saudades desse lugar. Hã... não vai me convidar para entrar?
Ah, claro. Nossa onde eu estava com a cabeça, entre. Disse a ele fazendo um gesto para que entrasse. Bem Vindo ao meu novo lar. ''Bem Vindo ao meu novo lar'' que coisa idiota de se dizer Katniss, pensei.
Que cheiro bom hein, aprendeu a cozinhar Catnip? Disse ele, rindo.
É, digamos que sim. Sente-se Gale, me conte como vão as coisas lá fora?
Ah, está tudo ótimo, as pessoas estão tão felizes, reconstruindo sua vida e sem ter que se preocupar com guerras e jogos. Gale estava olhando ao redor da casa desde a hora que entrara, como se estivesse querendo saber se havia mais alguém ali.
Que bom Gale, eu também estou muito feliz. E feliz também por que você voltou, já faz tanto tempo que a gente se viu pela última vez.
Faz muito tempo mesmo, eu estive pensando muito em você ultimamente. Quando ele disse isso, foi como se algo tivesse explodido dentro de mim, sinceramente parecia que eu ia ter um enfarte ali mesmo. Juro que não entendia o que estava acontecendo, e nem queria. Mas está visita inesperada de Gale me pegou de surpresa. Eu senti muita falta dele também, mesmo com as discussões que tivemos a um tempo atrás, mesmo em ter que viver com a incerteza de que a bomba de Gale que teria matado minha irmã Prim. Eu sentia falta dele, muita falta. Por ele ser o meu melhor amigo, mas agora o que eu estava sentindo não era a sensação que qualquer outra pessoas teria ao rever um amigo. Era diferente, e isso me assustava muito.

Percebi que tinha ficado em silêncio por um bom tempo, quando olhei para Gale, ele me observava atentamente e agora estava mais perto de mim, o olhar dele revesava entre a minha boca e meus olhos, e então ele se inclinou, e deixou sua boca tocar meus lábios levemente. Minha respiração estava ofegante, eu sabia que deveria me afastar dele, e mandar ele ir embora agora, mas eu estava fora de mim, eu estava em um transe absoluto olhando para a boca de Gale. Senti seus lábios nos meus, e meu corpo inteiro estremeceu, envolvi meus braços em seu pescoço, ele entendendo apertou minha cintura com força que fez com que nossos corpos se colassem, e me beijou, um beijo quente, que fez meu corpo se despertar por completo. Por alguns minutos, eu esqueci do mundo até que ouvi o barulho da porta se abrindo.