New Day escrita por kaaht


Capítulo 4
Capítulo 2 - Mudanças, escolhas, verdades




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Fiquei sentada naquele mesmo banco que eu e Jake sentamos da última vez que o vi no meu sonho.

Era totalmente estranho, porque por mais que eu pensasse em alguma coisa, nada mudava.

Era como se o sonho não fosse comandado pela minha mente.

Eu não tinha fome, nem sono.

E o cenário do meu pesadelo não mudava.

O mesmo sol brilhante nunca mudava de posição, como se eu estivesse dentro de um cenário de filme.

Eu não sei quantos dias se passaram.

Podem ter se passado dias, meses ou talvez anos.

Mas eu tentava não pensar na possibilidade de ter se passado anos, era desesperador.

Eu tentava não pensar em o que tinha acontecido ali.

Alimentava uma ilusão que talvez pudesse estar dormindo, só passando por um sonho.

Mais aquilo não parecia um sonho, e sim um pesadelo.

Eu muitas vezes gritava desesperada por Jake.

Havia vezes que não conseguia me controlar, e saia correndo, mais aquele lugar era como um cenário, eu não conseguia sair dali.

A cada dia mais e mais eu continuava a mesma.

Com a esperança que Jake pudesse voltar, mais nada.

A cada dia eu alimentava essa vontade de ver meus pais, e ver o meu Jake verdadeiro.

Olhava a pulseira que ele me dera, e chorava.

Não agüentava mais aquilo.

As vezes ouvia alguns barulho estranhos, barulhos como cadeiras arrastando para perto de mim, ou barulhos de aparelhos de coração.

Cada vez, mais e mais podia ouvir, e agora até sentir pessoas ao meu lado, me beijando na bochecha, ou passando as mãos em meus cabelos.


Eu estava deitada naquele banco, vendo a beleza daquele lugar.

Graças a Deus eu tinha pelo menos ficado ali, e não naquela sala escura e medonha.

Pensei bem.

Observava a pulseira de Jake lembrando os tempos que eu era menor, era tão bom.

Eu estava sentindo a calor de alguém, e levantei de pressa para ver se era Jake.

Um arrepio correu a minha espinha.

Será que dessa vez ele me levaria embora.

Dissipei esses pensamentos rapidamente.

Jake estava aqui, e isso era o que importava.

Me aproximei dele, para observá-lo melhor.

Ele estava com meu sorriso favorito estampado nos lábios.

Estava apenas com sua calça Jhens azul desbotada, seu peitoral nu, e seu cabelo estava curto.

Aquele parecia mais com o meu Jake.


— Eu vim te buscar — Disse ele se aproximando sorridente.

Eu não falei nada, apenas encurtei nossa distancia e o abracei.

 — Você não sabe o quanto te esperei, e precisei ouvir isso — Lhe disse agora separando de meu abraço para olhar em seus olhos.


— Eu sei — Ele disse dando meu sorriso favorito.

Retribui o sorriso.


— Vamos? — Perguntou pegando minha mão.

— Está pronta para ir? — Ele fez uma careta, era obvio que eu estava pronta, eu queria ir embora dali, estava tão ansiosa em rever meus pais, e o principal, Jake.

Eu estava decidida do que iria fazer;

1º - Contar Jake o que sinto por ele.

2º - Iria contar ao meu pai sobre meu sentimento por Jake, sabe, aproveitar o momento que ele vai estar sensível a mim.


— Nunca estive tão pronta eu toda minha vida — Disse sorridente.

Pela primeira vez em todo esse tempo, eu sorri.

Ele riu.


— Feche os olhos — Disse ele próximo ao meu ouvido.


— Tem certeza? — Perguntei meio insegura.

— Se você quiser ir pra casa, absoluta — Disse sarcástico.

Assenti com a cabeça, e rapidamente fechei meus olhos, rezando para que isso não fosse mais uma armação de meu subconsciente.


O senti puxando minhas mãos, e depois com um impulso incrível, me colocou no colo.

Ele andava muito rápido, até podia sentir o vento em meu rosto como se tivéssemos numa moto em alta velocidade.

Quando paramos, ele ainda não falou nada, e temia falar algo, mais sem querer, quando vi, as palavras pulavam para fora de minha boca.


— Posso abrir? — Perguntei impaciente.

— Claro, achei que nunca iria abrir — Ele disse brincando.

Abri meus olhos rapidamente, mais quando me deparei, estava na mesma sala do começo de meu sonho.


— Mais o que você... — Não consegui terminar, Jake já estava me beijando, mais não como antes, mais delicado, um beijo apaixonado.

Retribui também é claro.

Jake se separou de mim, parando o beijo.

Podia ver que Jake estava sorrindo, agora meus olhos se acostumaram com a escuridão.

— Adeus — Ele disse, e eu podia ouvir um barulho muito alto de algo, acho que era aquele mesmo barulho de aparelho de coração.

Eu não agüentava mais, e fechei meu olho em reflexo, o barulho era alto demais.

Queria perguntar a Jake o que estava acontecendo, mais minha cabeça ficou confusa.


Agora sentia luz em meus olhos, um ambiente diferente.

Abri meus olhos de vagar, com receio do que poderia estar me esperando.

Quando me deparei com um quarto bem claro.

Virei minha cabeça onde vinha a luz, parecia ser um dia normal em Forks, observei a grande janela branca, e o tal aparelho que sempre escutava.

Sentia dor em minhas mãos, estava totalmente dolorida.

Havia uma mulher de branco, seu cabelo loiro natural enrolado em um coque, injetando algo em um dos diversos tubos que estavam conectados em minhas veias.


Ela estava tão distraída, cantarolando, que nem me percebeu.

 A observei sem entender onde estava, era obvio que era um hospital, mais como, e porque?


Meu pai não me deixaria ficar aqui, afinal, eu iria cresceria em uma noite, e os médicos perceberiam.

Ela estava virando para mim agora.

Sobressaltou ao me ver, colando a mão no peito.

— O meu Deus, você me deu um susto — Ela disse, e depois sorriu para mim.


— Seus pais estavam preocupados com você, você está bem? — Perguntou.

Eu a olhava com uma expressão de dúvida, me fazendo perguntas como "Quem é essa maluca na minha frente?".

Mais ela estava esperando uma resposta.


— Desculpe, eles estão aqui? — Perguntei, mais logo a interrompi antes dele responder.

— Eu estou ótima, só um pouco dolorida também, aliás, porque estou cheia desses tubos enfiados por toda a parte do meu corpo — Perguntei a ela, dúvidosa se aquilo era mais um sonho.

Um sonho maluco.

Ela não respondeu de imediato, se virou para injetar alguma coisa naqueles tubos de novamente.

— Sim, eles estão. Acabaram de sair para tomar alguma coisa, seus pais nunca saem daqui — Ela disse voltando o olhar para mim, mais ainda continuava injetando aquilo em outro tubo.

— Esses tubos são para transferir esse soro — Ela levantou um pouco à seringa com o tubo que estava injetando.

— Seu organismo esta muito fraco. Você esteve inconsciente por muito tempo.

— Eu vou chamar o Dr. Carlisle agora para vir te examinar — Ela disse ajeitando meu travesseiro.

— Oh, Carlisle? — Tinha receio de falar vovô, talvez àquela mulher não estivesse ciente que eu era sua neta.

— Sim — Ela disse agora indo à direção a porta.

— Não se mecha, e não faça muitos movimentos bruscos.

Então ela abriu a porta ainda me olhando e depois saiu a deixando encostada.

Eu não estava confusa.

E com uma péssima impressão estava maior do que imaginava.

Lembrei das palavras da enfermeira: “Você esteve inconsciente por muito tempo”.


A porta se abriu devagar me tirando do devaneio.

A porta se abriu devagar me tirando do devaneio.

Observei a pequena criaturinha adentrando o quarto, praticamente gritei.

— ALICE — Ela sorriu pra mim, e em milésimos de segundos estava perto da minha cama sorridente.

Minha vontade era de abraçá-la, mais era impossível com tantos canos em mim, e principalmente o meu corpo dolorido.


— Nessie, Nessie, Nessie — Ela agora gritava animadamente, batendo palmas e dando polinhos.

Não me impressionei com aquele alvoroço de Alice, afinal, era Alice, a minha tia baixinha predileta.


— Tia como eu senti sua falta — Disse.


— Nessie, senti tanto sua falta — Ela me abraçou gentilmente.

Uma súbta pergunta veio a minha mente.


— Afinal, eu fiquei desacordada quanto tempo — Eu disse me ajeitando no travesseiro, enquanto Alice me olhava tão.. Feliz, como sempre.

Eu precisava saber, mais temia a resposta.


— 9 meses e 2 semanas — Alice disse com uma súbita tristeza estampada em sua face.

De relance, fiquei boquiaberta.

Tanto tempo?

Será que eu...

Eu não consegui terminar de racionar, o tristeza de Alice tomou conta de meu coração.

Eles estavam todos sofrendo por mim, isso era o que estava em jogo.

O reto das conseqüências eu veria uma outra hora.

— Oh tia, não fiquei assim, agora eu estou de volta — Disse dando um sorriso largo, e pousando minha mão encima da de Alice.  

Alice sorriu.

— Teremos que fazer muitas compras pra você — Ela disse medonhamente animada e com um brilho intenso nos olhos.

Fiz uma careta... Eu odiava compras.


— Tia vamos de vagar ok? — Tentei falar o mais agradável possível para não machucar minha tia.

Ela apenas assentiu com a cabeça, mais o brilho em seus olhos continuava lá.

— Hum...Alice? — Chamei por Alice.

— Sim... — Ela sorriu cintilante.

— Porque estou com a impressão de estar um pouco... Maior — Disse dando uma risada para quebrar a tensão, mais a dor em meus braços era insuportável.

 Gemi baixinho, mais foi o suficiente para Alice perceber que estava muito dolorida para explicações agora.

— Acho melhor você descansar, depois terá esta conversa... — Disse ela.

— Mais eu não estou cansada — Eu disse, afinal, eu passei nove meses e 2 semanas dormindo.

— Eu quero saber de tudo, como estão todos, e o que aconteceu com todos — Disse empolgada.

— Relaxe Nessie, você vai saber de tudo. Mais agora eu preciso ir contar para seus pais que você acordou — Alice me dando um beijo na bochecha.


— A enfermeira me disse que eles foram tomar "café" — Disse fazendo sinal de aspas no ar.


— Sim, só que eles foram caçar Nessie — Alice sussurrou.


— Ok, mais meu pai não consegue me escutar daqui, meus pensamentos — Disse dando um sorriso largo.


— Não Nessie, ultimamente seu pai anda muito desligado, e você está muito longe — Alice se explicou indo em direção a porta.


— Não se preocupe, está tudo bem, e o mais rápido possível seus pais estarão aqui! — Ela pausou, fitando o chão.

— E Jake também, mesmo não podendo vê-lo, posso ter certeza que ele assim que souber vai vim te ver.
Porque Alice disse aquilo?

Eu não tinha perguntado nada dele.

Bom... Tecnicamente eu estava pensando nele, queria saber como Jake estava.

Apenas assenti com a cabeça, e Alice se pôs para fora da sala.

Fiquei fitando aquela sala por alguns minutos.

Havia flores, balões em formato de coração e cartões com escritas perfeitas.

Concerteza aquilo tudo eram idéias de Alice.

Sorri, Alice era mesmo previsível.

Uma certeza eu tinha; Minha família nunca perdeu a esperança de me ter de volta.

Uma dúvida veio a minha cabeça...

Como que pude ficar trancafiada naquele sonho?

Eu não podia entender.

Mais talvez Carlisle pudesse.

Dissipei esses pensamentos, afinal, eu teria muito tempo para ter respostas para tais perguntas.

Fitei a porta agora, a enfermeira havia falado que Carlisle iria me ver, mais até agora ele não pareceu.

Fiquei meio apreensiva, mais depois, a porta estava se abrindo, e pude ver Carlisle entrando com um sorriso resplandecido.

— Reneesme, sentimos tanto sua falta — Disse vindo em minha direção.

Sorri, enquanto ele me abraçava cuidadosamente.


— Eu também senti muito a falta de todos — Disse, me separando para olhar a expressão de Carlisle.

Ele estava tão sereno com sempre.


— Vamos fazer alguns exames, está bem? — Ele disse se virando para pegar uma placa que estava do lado da mesa de madeira que ficava a minha esquerda.

— Tudo bem — Eu disse, dando um sorriso largo.

Hoje estava tão feliz, sorria por qualquer coisa.

Não ficaria surpresa se eu sorrisse até com as broncas de meu pai, afinal, eu estava com tantas saudades de tudo, e de todos.


Nós ficamos umas 2hrs aproximadamente fazendo alguns exames.

Carlisle me assegurou que eu estava muito bem.


— Bom... Edward e Bella devem estar a caminho — Disse, enquanto me ajudava a me deitar da cama.

— Oh, fico feliz, estou com tantas saudades de meus pais — Estava com saudades de todos, mais o nome de uma pessoa em particular latejava na minha cabeça.


— Jake está bem? — Perguntei entusiasmada.

Carlisle me olhou, sua expressão estava totalmente preocupada.

Isso me deixou apreensiva.

— Ele está bem — Disse curtamente.

— Agora, por favor, descanse um pouco — Ele disse sereno.

Não queria dormir agora, confesso que estava com receio de que algo acontecesse novamente.


— Ok — Foi tudo que eu disse antes de ver Carlisle saindo rapidamente.

Virei-me de lado, colocando minha mão direita a minha vista.

Sorri ao ver a pulseira de Jake sobre meu pulso, agora esta, estava perfeitamente alinhada ao meu pulso.

 Como eu senti sua falta.

Agora mais do que nunca, preciso me recuperar.

 Quero vê-lo, tocá-lo, beijá-lo.

 Tenho uma necessidade enorme de falar sobre todos meus sentimentos por ele.


Com tais pensamentos, cair no sono.

Agora meus sonhos estavam tão simples, como sempre fora.

Estava dessa vez na praia em La Push.

Tudo estava exatamente igual a como eu vi-la pelo ultima vez.

Olhei a minha volta, e pela minha surpresa vi Jake parado me observando.

Aquele era meu Jake, sua expressão estava tão feliz.

Ele me tirava suspiros daquele jeito.

Jake se aproximou, e me abraçou.

Ela estava me aprassando com tanta intensidade que fiquei chocada a principio.  

— Jake, está tudo bem? — Perguntei preocupada.

— Está... Agora que eu te tenho de volta — Jake disse, separando o abraço, e me dando um beijo na bochecha.

Sim, aquele era meu Jake, não tinha mais dúvidas.

Antes que eu pudesse falar algo, escutei alguém cantarolando para mim.

E quando me deparei, estava naquele quarto claro de novo.

A luz fez com que meus olhos ardessem agora, pois abrira meu olho de uma vez só.

Olhei para o lado, piscando por causa da luz persistente, que persistia em machucar meus olhos.

Deparei-me a beleza da minha mãe.

Ela me olhava com entusiasmo, alegria, amor, saudades, e um pouco de agonia — talvez pelo fato de que ela ainda me encontrara dormindo.


— Mãe — Disse com a voz embargada.

Subi meus braços, que estavam ao lado do meu corpo rígido e gélido, entrelaçando ao redor do pescoço da minha mãe, dando beijos em sua bochecha.

Enquanto ela ria e falava o quanto estava com saudades.

Me separei dela, fitando seu rosto lindo e extremamente pálido.

Ela estava tão linda como sempre.

Estampava em seu rosto um sorriso radiante, de tirar o fôlego de qualquer pessoa.


— Minha filha, que saudades — Disse com uma súbita emoção.

— Eu também, você não faz idéia — Disse sorrindo.

O nome de meu pai veio a minha cabeça.


— Cadê meu pai? — Perguntei, eu precisava ver tanto vê-lo.

— Seu pai está acertando algumas coisas, já te deram alta — Disse sorridente.

— Come? Eu já me recuperei assim tão rápido? — Perguntei chocada.


— Sim, você está extremamente bem — Disse rápida demais, para que eu pudesse ver algo mais em seus olhos, algo que eu temia.

Será mesmo que eu estava mudada, como eu pressentia?

Minha mãe ficou sem expressão por alguns segundos.

Eu a fitei, apreensiva.


— Mãe, está tudo bem mesmo? — Finalmente perguntei.


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