New Day escrita por kaaht


Capítulo 2
Capítulo 1 - Descobrindo Sentimentos


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, sei que no inicio a história não parece muito chamativa,afinal, nem todo inicio de uma fic agrada muito gente, mais eu garanto que no decorrer dela chamará a atenção de vocês, isso porque até em mim deu mais gosto de escrever depois de um certo ponto da história!
Quando eu terminei de ler a saga crepusculo, eu descobri o mundo das fics, e me arrisquei nessa onda de Nessie&Jake... Essa fic fez muito sucesso na maior comunidade de fanfics (twligth fanfics), quem conhece a comunidade, lembra da minha fanfic!
Espero que gostem, e uma dica:
Posto mais depressa com Reviews.

xx

(*Obs: Os personagens são da autoria de Stephanie Meyer, mas existirá alguns personagens de minha autoria ao decorrer da história).



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Novo Dia

(New Day)

KARINA TAVARES

Continuação de amanhecer (Stephanie Meyer)

Capítulo 1 - Descobrindo Sentimentos

Forks é uma cidade pequena; população: 3246 informações. Essa pacata cidade nunca foi palco de situações imprecionantes isto é, o que as pessoas pensavam.

A uns aproximadamente 8 anos atrás, Charlie Swan chefe de policia —, recebia uma estadia muito esperada por toda cidade, sua filha Isabella Swan, mais conhecida por Bella.

A garota chega a Forks sem muitas expectativas, afinal, o que nessa pacata cidade seria de tão interessante? Só “caipiras” muitos hospitaleiros, talvez.

O que já era muito impertinente para a garota, já que ela odiava chamar a atenção, mesmo que fosse nas suas mirabolantes ações descuidadas.

Mas ela descobre segredos distantes de serem levados a sério: Ela descobre vampiros vegetarianos e lobisomens dispostos a encarar tais vampiros para proteger sua aldeia.

Quem diria que numa cidade como essa, poderia existir tantos perigos?

Talvez Bella — um íma de problemas, deduzido pela própria — teria ocasionado isso...Talvez pura coincidência...Ou porque não destino?

Seja o que for, ela não se importava por quão sua vida parecia um conto de fadas — ou seria mais próprio dizer pesadelo? — Não, nunca aquilo poderia ser traduzido como pesadelo.

Por tantas coisas ela passou, tantos tentativas inusitadas e planos de matá-la, parecia que cada vez mais o seu cotidiano era de vampiros sádicos na sua cola...Mas uma única solução, a mais eficaz, a mais sã — se é que se pode chamar assim — ...Era que Bella se tornasse uma vampira, assim como seu amado, Edward.

O que atrapalhava esse plano era o próprio, que sempre se esquivava e tentava ao máximo ver melhores opções.

Claro, tudo no final tem de acabar bem...Só que pontas secas se soltaram dessa história.

Jacob Black — o melhor amigo de Bella, o seu segundo amor; de uma certa forma, esnobado; e um lobisomem — acaba tendo a mal esperada, impressão.

Talvez nenhum problema nisso...Claro, se não fosse com a própria filha de Bella, nascida um pouco antes da extinção da humanidade de sua mãe.

Reneesme — nome inspirado na sua querida cabeça-oca mãe René, e a amorosa mãe-adotiva de Edward, Esme —, era uma criança especial, uma meio-vampira, mais que logo se tornaria uma grande e “saudável” vampira recém-nascida.

 Quem diria. Que toda essa grande — e graças a Deus, resumida — história seria parte de meus pais? E claro de mim!

Talvez isso soe irônico, mais vai por mim, não é.

Eu já me perguntei algumas vezes, “Será que se as coisas não fossem assim; Se Carlisle não aceitasse as ordens de seu pai, e não saísse àquela noite com aquelas pessoas atrás do verdadeiro esconderijo dos vampiros com tóxas e rifles as coisas seriam diferentes?”

Bom...Eu tecnicamente não existiria, mais será que isso não seria a melhor solução?

Talvez minha mãe poderia ter tido uma vida “saudável”, com alguns hematomas, mais isso era cotidiano pra ela já que era uma desastrada quando humana;  meu pai morreria em paz; Esme,Rosálie,Emmet, teriam mortes um pouco mais trágicas, mais mesmo assim, de uma certa forma, iriam em paz; Jake não seria um lobo e teria uma vida feliz;  talvez... Só talvez.

Mas quem poderia garantir que a vida dos próprios estaria acabada?

Quem garantia que seus destinos já estivessem cravados em uma pedra, e é assim que tem que ser?

Um mistério — deduzi.

Fazia um tempo que não saia uma brecha de raios de sol em Forks, hoje, porém, a nuvens deram-no uma trégua.

Ainda com esses pensamentos — da história de meus pais, e as perguntas e dúvidas intermináveis —  abri meus olhos, e vi raios penetrar em minha pele, me deixando brilhar.

Parecia que milhares de microscópicos diamantes estavam cravados na minha pele — mesmo que isso nem chegue perto de como os outros da família brilham.

Isso me animou, depressa, corri para o banheiro, penteei meus cabelos, escovei meus dentes, e me coloquei ao closet, onde tinham várias roupas que Tia Alice havia me presenteado.

Ri com as lembranças cruéis de Alice me arrastando para shoppings em Seattle, Port Angeles e outras cidades por perto, com a desculpa de que eu estava precisando de roupas novas.

Claro, isso era uma desculpa construtiva, já que eu mudava de idades constantemente.

Procurei por um vestido amarelo bem claro, com pequenas margaridas enfeitando-lhe inteiro.

Me lembrei dele, porque Alice dizia que realçava meus olhos.

Olhos que, de acordo com Alice, eram perfeitamente idênticos os de Bella quando era humana.

Coloquei uma sandália branca com pequenas tiras retorcidas que cruzavam meu tornozelo.

Dei uma espiada no espelho, eu estava impecável, um pouco com olheiras — muito convencional nos últimos dias, assim como uma sede um pouco incomoda também —, mais nada de estranho, afinal, eu era uma meio-vampira.

Continuei fixada no meu reflexo no espelho, lembrando da história — que meu pai e minha mãe sempre se propunham em falar quando eu estou sem sono — que a pouco eu lembrava antes de abrir meus olhos.

Uma saudade impressionante se cravou no meu peito; saudades de Jacob.

Há dois dias eu não o via, mais me parecia uma eternidade.

Sem dúvidas o nosso ligamento intervém sempre nesse fato.

Uma súbita idéia veio na minha cabeça. “Talvez, porque não?” Eu me perguntei.

Fui ao quarto de meus pais, e abri a porta de supetão, estava com um pouco de pressa.

Nenhum dos dois levaram susto.

Isso é uma tarefa difícil quando seus pais são vampiros.

Disse-lhes bom dia, e eles retribuindo com um enorme abraço e um beijo na bochecha, cada um de um lado.

Pela minha sorte eles estavam felizes — na verdade eles são felizes — então o plano que eu estava em prática daria certo.

É claro que antes mesmo de por em prática meu pai já estava ciente do que eu estava planejando.

— Absolutamente não! — Disse Edward explosivo. Ri com a metáfora.

Minha mãe me olhou confusa.

— Edward? — Ela chamou por meu pai, evitando talvez não jogar seus palpites.

— Nessie quer ir à casa de... Jacob — Meu pai disse o nome de Jake com nojo. Revirei os olhos.

— E qual é o problema? — Perguntei pra ele, fazendo a minha melhor cara de pena.

Talvez eu estivesse me divertindo... Um pouco — confesso.

Minha mãe prendeu o riso, e tentou ao máximo fazer uma expressão de compreensão e calma, o que eu acho que estava sendo muito difícil.


— Nessie, você poderia deixar eu e o seu pai há sós por um momento? — Ela me mandou um sorriso e piscou. Sorri vitoriosa.

— Claro — Corri para perto da porta em instantes, e a fechei logo em seguida.

Eu não seria uma tola em esperar a resposta deles, mesmo sabendo que minha mãe convenceria meu pai de qualquer forma.

“A curiosidade fala mais alto” — Eu disse a mim mesma, para me convencer a ficar.

Encostei meu ouvido na porta de madeira pálida.

Tudo estava para sussurros como de uma pessoa rouca que tenta poupar o resto de sua voz, e eu não tenho dúvidas de que uma humana normal não escutaria nada.

“Você sabe que ela é só uma criança Edward, entenda, ela acha que Jake é o único amigo dela fora da família”

Revirei os olhos, eu não acho, Jake é meu único amigo fora da família.

“Eu sei Bella, mais eu não confio naquele cachorro... – Havia nojo — novamente — ao pronunciar o apelido “amigável” que meu pai e o resto dos meus tios presentearam a Jake.

Fiz uma careta pra porta.

Eu não gostava disso, cachorro não era um apelido muito amigável para alguém tão próximo da família.

“Tenho receio de que ele toque no assunto do... imprinting  — Revirei os olhos, porque tanto medo se eu já sabia de tudo?.

Mas meu pai ainda se sentia frustrado, e sempre fala a última palavra o mais baixo possível — como se eu não ouvisse, ou ele não soubesse que eu estava atrás da porta.

Um silêncio incômodo se passou. Talvez minha mãe estivesse procurando pelas palavras certas.


“Eu...Entendo...Mais ele sabe muito bem que ela é apenas uma criança...”

“Se conforme Edward. Ele não vai fazer nada. E se caso ele tocasse nela, nós saberíamos, e eu seria a primeira a tirar a cabeça dele...Você sabe disso Edward” — As últimas palavras pareciam soar como uma piada, da qual eu nunca entenderia, ou não queria entender.

“Bella eu tento proteger ela, eu sei que Jacob é uma pessoa essencial para Nessie, mas eu...

“Edward, talvez Jake mereça uma chance, seja quão inconveniente pra você for...”

“Não seja tão pessimista. Nada vai acontecer de ruim. Eu confio em Jake, e sei que ele não seria burro o bastante pra cometer esse erro”

“Vamos combinar entre nós dois nesse exato momento, Reneesme irá à casa de Jake só por algumas horas, e depois Jake a traz de volta” — Minha mãe parecia tão confiante.

“Talvez hoje eu tenha um pouco de paz desse silêncio”. Pensei comigo. Por um momento eu me esqueci que meu amoroso pai lia pensamentos.

“Nessie, pare de ser ridícula...Entre logo, por favor — Comandou meu pai, que com certeza achou um absurdo o que havia acabado de escutar.

Virei à maçaneta hesitante, e entrei.

Os dois estavam de pé perto da cama, minha mãe segurando a mão de meu pai muito forte — já que suas mãos estavam tão grudadas que pareciam uma única mão —, e ele, estava fitando o chão.

— Então... — Minha mãe começou, dando um passo em minha direção ainda com as mãos firmes com as de meu pai.

— Irei ligar pra Jake se você pode ficar algumas horas com ele... — Meu pai estremeceu, e murmurou alguma coisa muito baixa, que eu não consegui ouvir dessa vez.

Minha mãe olhou para ele, e fez um sinal com a cabeça o encorajando.

— Mas são só três horas no máximo que você ficará com ele, está bem? Nem um minuto a mais — Ele disse com a voz áspera. 

Eu fiz uma careta, mais deduzi que isso era o bastante.

— Ótimo, Amo vocês dois! — Disse dando um abraço neles.

Ficamos ali por alguns segundos, até que minha mãe resolveu que fossemos até lá em baixo ligar para Jake, enquanto meu pai se arrumava — um pretexto para que ele ficasse um pouco sozinho.

Ligamos para Jake, e é claro que ele concordou... O combinado seria que ele viesse me buscar depois do almoço.

Depois de algumas horas a minha paciência havia ido para o espaço.

A campainha tocou insistentemente. Meu pai bufou, eu ri de alivio.

— Hei Bella — Escutei a voz rouca de Jake vindo da porta.

Um sorriso inesperado se formou no canto dos meus lábios.

— Jake... Tudo bem? — Minha mãe perguntou com a maior camaradagem, o que não me surpreendia afinal Jake e Bella são amigos a “muito” tempo.

Ótimo e você? — Respondeu Jake, fitando a sala, óbvio, ele estava me procurando.

— Ótima Jake, entra ai — Respondeu minha mãe se colocando de lado, pra que ele pudesse passar.

— Hei Jake... Que saudades, você sumiu — Eu disse, antes que ele pudesse dar mais algum passo.

Corri pra ele, dando um abraço apertado — obviamente, eu abracei o joelho de Jake.

Ele respondeu entre meu sorriso favorito que também estava com saudades, mas que só tinha sumido por dois dias.

Pra mim parecia uma eternidade, e eu senti que pra ele também foi, mesmo que ele dissesse o contrário.

— Então vamos? — Perguntou Jake ensolarado.

— Claro — Eu respondi o mais rápido que podia, porque talvez já soubesse o que vinha por ai.

— Antes de ir, preciso ter uma conversa com você — Eu sabia, eu sabia, eu sabia.

Será que você não poderia ser um pouquinho menos dramático pai? — Eu gritava nos meus pensamentos.

— Na verdade Nessie, não. Não se isso for para o seu bem, então terei que ser dramático como você diz — Meu pai respondeu frio.

Jake e minha mãe trocaram um olhar.

Jake parecia tranqüilo, como se aquela cena fosse parte de seu cotidiano — e talvez fosse.

— Ok, vamos então! — Jake olhou para sala, vasculhando um lugar mais sensato para os avisos sem importância de Edward.

Talvez não tão sem importância, mais o bastante para me irritar.

— Vocês não se importam? — Meu pai apontou para a cozinha.

Ok, meu pai estava fazendo isso para me irritar? Eu estava começando a achar que sim!

Ele sabia muito bem que eu só queria um tempo dessa casa, desse silêncio horrível, desse isolamento inacabável, eu já estava começando a achar que ficaria louca.

Sempre que ele vinha dar algum tipo de sermão — pelo fato de que eu não me intusiasmo com nada —, vinha automaticamente uma voz gritante nos meus pensamentos dizendo "liberdade”. 

— Ok — Minha mãe segurou minha mão, me retirando do transe e me guiando para a cozinha.

Eu suspirei.

Será que um dia a minha vida seria considerada normal?

Eu estava começando a achar que nunca poderia passar por essa possibilidade.

Assim que sentamos nas cadeiras acolchoadas, minha mãe sorriu. Parecia que pra ela nada adiantava reclamar, e sim sorrir.


— Não se preocupe, quando você crescer, seu pai vai ser um pouco mais dramático — ela sorriu — o sorriso mais lindo que alguém possa ter visto em toda uma vida.

Parecia que o sorriso de minha mãe iluminava qualquer lugar, assim que ela mostrava seus dentes brilhantes e perfeitamente alinhados.

— Acho que não consigo ver meu pai fazendo uma série de interrogatórios para um suposto namorado — Minha mãe e eu rimos.

Isso não me perturbava, afinal, eu nunca poderia ter uma chance com um humano, é contra as regras.

Passaram-se um bom tempo, até que minha mãe levantou-se.

— Oh, já podemos ir, ele já acabou.

Eu nem havia reparado em nada, meus pensamentos estavam todos voltados a lembranças não conhecidas.

Isso era estranho, havia lugares que eu nunca vi, mais que eu me lembrava de detalhes importantes. 

Me levantei talvez com receio do que meu pai possa ter feito com Jake.

— Nessie — Minha mãe segurou meu braço na metade do caminho.

Eu a fitei curiosa, o que seria assim tão importante?

— Por favor... Não de motivos para que seu pai ultrapasse a linha permitida por nós...Você consegue fazer isso? — Minha mãe estava séria.

Mas era óbvio que eu nunca faria uma burrada dessas, me falta coragem pra isso.

— Você não precisava fazer uma pergunta cuja resposta essa cravada na minha testa — Eu disse a minha mãe passando a mais pura sinceridade.

Minha mãe sorriu e continuamos a caminhar.

Passos longos foram se formando até chegar a sala, e eu pensava positivo, torcendo pra que Jake não desistisse de me levar a qualquer lugar que fosse.

Quando chegamos à sala Jake já estava de pé, e meu pai estava vindo em nossa direção.

— Pronto você pode ir agora.

Antes que desse algum estágio louco, e Edward me impedisse de ir a qualquer lugar com Jacob, eu me despedi.

— Até mais pai — Dei um abraço nele e outro em minha mãe.

— Tome cuidado Nessie, tente não esbarrar em nada cortante — Minha mãe estava falando sério.

Eu e Jake fomos em silêncio até o carro. Ele abriu a porta pra mim, e depois deu a volta pra entrar no banco do motorista.

Antes de dar a partida ele me presenteou com um sorriso — o que eu adoro — e ligou o carro.

Na metade do caminho pra La Push foi muito quieto, e aquilo estava me matando.

Eu não tinha saído de casa a toa, eu tinha conquistado meu pai pra fugir um pouco daquele silêncio de matar.

Agora tudo parecia sido em vão.

Suspirei, talvez Jake precisasse de um tempo, talvez esperar pelo amor correspondido de uma criança não seja muito agradável...

Principalmente quando o pai dela é um vampiro ranzinza.

Cada segundo que passava eu ficava louca. E aqui parecia que não mudaria nada, “Não, Nessie, fale algo, vamos lá, você pode fazer isso”, eu me encorajava.

Algo derrepente saiu, sem que eu pudesse raciocinar.

— Aonde vamos? — Como? Eu disse isso? Nessie pelo amor de Deus.


— Bom eu acho que pra minha casa certo? Ou você quer ir pra outro lugar? — Isso não seria uma má idéia.

Talvez um lugar onde a humanos seria legal.

Pra mim conviver por algumas horas com humanos seria o paraíso.

Por um momento minha língua coçou com essa hipótese...

Não, eu não posso fazer isso, meu pai ia me matar, aliás, ia matar Jake.

Eu lembrei das palavras de minha mãe: Por favor... Não de motivos para que seu pai ultrapasse a linha permitida por nós...Você consegue fazer isso?

Talvez a resposta estava se dissipando no ar, junta com a minha sanidade mental.

Por um momento, me arrependi amargamente de ter pensado naquilo.

Eu estava enlouquecendo? Aquilo era insensato e bobo, e ainda poderia custar muito caro.

— É claro, onde eu estava com a cabeça. — Eu rapidamente corrigi meu erro.

Jake riu.

Hum que legal, ele está dando risada da minha cara.

Depois disso eu não tive a maior vontade de falar mais nada, eu não queria que saísse mais palavras sem sentido da minha boca, isso seria ainda mais constrangedor e perigoso.

Já estávamos a pouco da casa de Jake, eu podia sentir o cheiro de terra molhada, as pequeninas casas feitas de madeira, árvores para todos os cantos, fazendo uma parede de borrões verdes.

Logo à frente a tão esperada casa de Jake, não havia mudado quase nada, e eu podia ver o Sr. Black espiando pela janela.

Paramos e Jake desceu, dando a volta para abrir a porta pra mim.

Dei um sorriso em forma de meu agradecimento.

— Então, está com fome? — Ele disse me ajudando a subir os degraus para a varanda de sua casa.


— Não obrigado, eu já almocei — Eu respondi tentando me equilibrar pra não cair de cara no chão quando pisei no último degrau.

Infelizmente herdei o dom de Bella ao ser absolutamente desastrada.


— Oh claro — Jake respondeu rápido e se virou, talvez de propósito para que eu não pudesse ver a sua expressão.

— Então... — Disse, tentando reparar meu erro.

— Vamos dar um passeio na praia? — Bom não tinha nada mais pra que eu pudesse fazer aqui, aliás, eu devia estar tomando o precioso tempo de Jake.

Eu me sentia uma egoísta fazendo isso, deixando-o me ver, mais isso era pior do que eu pensava.

Jake não conseguia ficar muito tempo longe de mim.

E nem eu dele.

Então eu tinha que me consolar com esse fato.

E rezar pra que as coisas não fugissem do controle.

O que talvez fosse o perigo de tudo isso, tudo sair do meu controle, e de Jake.

Suspirei, tentando dissipar tais pensamentos.


— Claro você só me da um minuto pra que eu possa trocar as minhas roupas? — Ele me perguntou abrindo a porta de sua casa, e dando espaço pra que eu pudesse passar.

— Hum, deixe-me pensar — Eu fingi pensar colocando a minha mão no queixo.

— Claro Jake, pode demorar o quanto quiser — Eu disse apontando a minha cabeça para o seu quarto.


— Isso mesmo Jake, vá logo trocar esses trapos, eu fico fazendo companhia pra Nessie — Disse o pai de Jake com sua voz rouca, saindo da cozinha.

Jake acenou com a cabeça e foi andando para seu quarto sem dizer uma palavra.

— Então... — Disse o Sr. Black, vindo em minha direção empurrando sua cadeira velha, com um livro depositado em suas pernas, tentando puxar assunto.

— Como vai você Nessie, há quanto tempo eu não te vejo hein? — Na verdade fazia um mês que eu não visitava a casa dos Black.

Depois de minha visita com Charlie, eu nunca mais vim aqui.

— Eu estou bem e o senhor?... Realmente faz um bom tempo que não te vejo — Eu disse indo dar um abraço meio desajeitado nele, eu tinha medo de machucá-lo.

Mais Bella sempre dizia que eu não tinha que me preocupar com isso.


O Sr. Black retribuiu o meu abraço.

— E sua mãe e seu pai, estão bem? — Ele perguntou formalmente.

Claro que o Sr. Black não gostava muito de meus pais, afinal, eles eram vampiros.

O motivo pelo qual seu filho e outros da aldeia se transformam em lobos.

— Oh, vão muito bem — Disse desviando o olhar para a janela da sala onde tinha uma cortina de renda, com um tom amarelado.

— Que bom — Disse ele vazio.

Eu voltava o meu olhar para Billy, quando Jake já estava lá, sorridente, com sua calça Jeans, uma camisa Hereing vermelha com detalhes brancos e pretos, e um tênis de esportista — o que me fazia pensar que Alice o mataria por estar vestido desse jeito, mais eu não me importava.


Ele se pos em paços largos ao meu lado, colocando sua mão esquerda no meu ombro direito, e disse que já estava na hora da “princesinha” ir se divertir.

Eu concordei com a cabeça — mesmo odiando essa metáfora que ele usou como “princesinha” — e fui caminhando para a porta, e antes de sair dei um “tchau Billy, até outro dia”, com um aceno de mão.

E me desloquei da pequena casa de Jake.


Nós fomos de carro, mesmo a praia sendo muito perto da reserva.

Quando chegamos eu mal pude respirar direito, respirar agora estava tomando muito tempo.

Antes que Jake pudesse falar algo, desci rápido do carro com um entusiasmo estampado no rosto.

Jake me seguiu, com paços talvez preguiçosos, mais eu não sei direito, porque eu estava tão entretida em sentar-me naquela árvore deitada no meio da praia, que eu não me importei com mais nada.

Me sentei nela delicadamente, batendo fraquinho do meu lado para que ele sentasse também.


Eu fiquei observando por alguns segundos aquela paisagem, o mar bravo, o sol lindo, mais escondido entre nuvens, fazendo com que ele ficasse bem fraco, mais como aquilo me fazia bem, as luzes penetrantes que cercavam minha pele, fazendo com que ela ficasse brilhante como um diamante, porém um diamante sem forças, minha pele não brilhava tanto quanto a de minha família, e era imperceptível para os olhos de um humano.

Podia se ouvir as águas batendo nas rochas, e também podia sentir o calor de Jake do meu lado.

— Você se lembra quando eu te trazia aqui? — Era Jake, me fazendo lembrar de minha suposta “infância”.

Minha infância também me fazia sentir melhor, mesmo que toda a minha infância durasse apenas alguns anos e em pouco tempo não existisse mais.


— Mais é claro, como eu podia esquecer — Eu disse me virando para olhá-lo, e dando um sorriso.

— Eu me lembro de tudo, como se fosse ontem — Jake riu com o “como se fosse ontem”.


— Sabia que eu conheci sua mãe aqui nesta praia? — Ele perguntou, sim já estava na hora das “histórias de Jake”.

Mais hoje eu não vim aqui para isso.

Até porque eu quero que Jake se divirta tanto quanto eu, e falar do passado me incomodava, pela fato de que eu não pude estar nele.


— Minha mãe me contou — Eu disse curtamente.

Jake entendeu que eu não estava a fim de ouvir histórias, então só assentiu com a cabeça e virou o rosto para ver o mar.

O mar estava logo a minha frente, eu estava sentada no lado esquerdo da árvore, de frente para um mar fervoroso.

Jake fitava cada centímetro das ondas, seus olhos estavam perplexos, não tinham expressão, como se ele não estivesse ali.

Eu me virei, para ver o mar. Realmente eu tinha escolhido um bom dia pra vir aqui.


— Acho que eu te devo desculpas — Eu enfatizei a última palavra pra que Jake pudesse entender cada sentimento que me passava, e abaixei minha cabeça, fitando meus pés.

— Pelo o que? — Eu podia notar o tom de surpresa na sua voz.

Eu olhei rapidamente para ele, depois de sua resposta confusa, e o fitei por dez segundos antes de falar.


— Por estragar a vida de todos vocês. Da minha mãe, do meu pai, principalmente a sua — Quando eu disse as palavras, um aperto veio ao meu coração.

Aquilo doía muito mais que uma dor física.

— Como? — Ele disse ainda abobalhado com tudo aquilo.

— Jake, assuma, eu sou uma pedra no sapato de todos — Eu estava segurando para não chorar e mostrar o quanto eu estava invulnerável, aquilo piorava a situação.

— Não seja boba Nessie, você é, e sempre vai ser a melhor coisa que aconteceu na vida de todos, principalmente na minha — Ele disse colocando as duas mãos em meu rosto, obrigando-me a fitá-lo.

Droga! Tinham escapado algumas lágrimas traiçoeiras.


— Mas eu... — Eu tentei dizer, antes que Jake colocasse suas mãos sobre minha boca, impedindo que eu falasse algo, e me abraçou, um abraço quente, forte, aconchegante.

Eu me sentia um bebê nos braços quentes e suaves de sua mãe.

Jake era para mim uma coisa inexplicável, ele sempre me fazia sentir bem.


— Eu te amo — Ele disse baixinho no meu ouvido.
— Eu também gosto de você — Eu disse, atropelando as palavras, eu odeio quando acontece isso, eu choro, e nunca consigo falar nada aconchegante e nem bonito.

Jake merecia palavras muito melhores que essas, mais na minha situação, eu ainda não tinha nada para retribuir aquele amor que ele sentia por mim.

Ele riu, mais depois senti que sua expressão voltou a ficar séria.


— Eu nunca vou te desapontar — Ele disse pra mim, se afastando para encarar os meus olhos.


— Eu sei que não, eu confio em você Jake — Eu disse colocando as minhas mãos sobre seu rosto, demonstrando o quão suas palavras transmitiam confiança, com meu dom.

Jake sorriu.

— Você sempre será umas das pessoas mais importantes pra mim, na verdade, você é a coisa mais importante pra mim incluído na família. Eu nunca pensei ficar um dia sem te ver, e se fico, a tristeza sempre aparece. Pra mim, você é como meu sol particular. Sem você os dias ficam nublados e tristes. Eu te amo Jacob Black, nunca se esqueça disso — Jake ficou com olhos espantados, e pequenas lágrimas rolaram em sua face.

Eu também fiquei surpresa e ao mesmo tempo feliz, até que enfim eu disse uma coisa boa pra Jake.

Mesmo que o significado eu te amo fosse de outra forma.

Observei Jake limpar suas lágrimas, por algum motivo ele parecia diferente.

Isso era estranho, diferente? Como? Ele estava absolutamente igual.

Até que eu senti... A coisa que eu quase nunca sentia, borboletas no meu estomago fazia uma coreografia. Isso era estranho, já que eu não me sentia mal. Eu não entendia o porquê disso. Meu coração começou a bater mais rápido. Pelo amor de Deus, eu não podia estar sentindo isso agora, podia?

Eu logo me afastei de Jake, ele olhou meio desorientado.


— Agora bateu uma fominha — Eu dei o meu melhor riso misturado com choro.

Jake nem havia percebido que tudo saiu forçado, talvez ainda estivesse meio desorientado com o rumo em que à conversa levou, e com as minhas palavras, principalmente o eu te amo, já que essa fora a primeira vez que eu havia dito essas palavras a ele.

Eu só queria sair dali, parar de sentir aquilo.

Não! Isso é impossível, não é?

“Eu não quero isso agora”, Eu falava inutilmente pra mim mesma.

Nada mais adiantava, eu estava... Sentindo algo mais por Jake.

Mais pelo amor de Deus, eu era uma menina de cinco anos, com corpo de nove.

Eu não podia ter nada com Jake ainda, não mesmo, pra que eu pudesse ficar com um corpo aproximadamente com a idade dele, levaria uns nove meses.

“Você consegue agüentar enquanto isso Nessie, você consegue”.

Uma voz repetia pra mim.

Eu tentava ignorá-la, mais era insuportável.

Meu coração palpitava tão forte, que eu temia que Jake já estivesse sentindo isso.

Jake se levantou e estendeu a sua mão para me ajudar a levantar.

Eu segurei sua mão, e me levantei.

Tudo piorou ao toque de sua pele, que me deu arrepios do pé a cabeça.

Ele passou seu braço pelo meu ombro direito, até chegar ao ombro esquerdo.


— Vamos então — Disse Jake com o meu sorriso favorito.

A única coisa que eu pude falar foi um “ok”.

Então eu não estava ali, naquele momento eu só podia pensar em uma coisa... Como eu poderia  ficar com Jake!

Eu tinha duas opções;

1º — Eu poderia aceitar, e esperar até que eu ficasse com uma aparência mais velha.

2º — Eu não aceitaria isso, e pediria pra que Jake ficasse longe de mim.

É claro que eu não podia escolher a minha 2º opção, eu não agüentaria pedir aquilo, Jake não conseguiria ficar longe de mim, muito menos eu dele.

Eu só podia esperar, e alimentar esse amor cada dia, mais e mais. Só que essa escolha gritava um nome, e eu só temia por ele:Edward.

É claro que ele não levaria numa boa, porém, minha mãe estaria do meu lado, pelo menos eu acho que sim.

Esses últimos nove messes serão longos, e eu terei que tomar todas as precauções pra que meu pai não percebesse esse sentimento por Jake, até que chegue a hora certa, e eu poderei primeiro falar com Jake, e depois com meus pais.

Espero que dê tudo certo, mais até lá, eu terei que tratar Jake como meu irmão, isso não será muito difícil, nem muito fácil, mais eu posso levar.

O caminho pra casa de Jacob foi tudo muito quieto, o que foi bom já que eu pude ficar absorvida em meus próprios pensamentos.

Será que Jake não percebia? Será que ele fingia não perceber?

Eu tentava o máximo possível não olhar pra ele, mais confesso que era uma tarefa difícil já que ele estava grudado na minha mão.

Agora eu orava para que o dia acabasse logo.

Quando chegamos a sua casa, ele me ajudou a descer do carro, e também subir os degraus — céus, como eu podia ser tão desastrada? Eu tropecei no penúltimo degrau, quase que me esborrachando no chão, mais Jake me segurou na hora certa.

É claro que ao seu toque meu coração batia insuportavelmente rápido, o que me deixava ainda mais tensa.

Assim que entrei, percebi que Billy não estava lá, mais não quis perguntar nada, eu estava ocupada tentando não olhar pra Jake até que meu coração acalmasse.

— Acho que já podemos ir, pois já são cinco e cinqüenta e cinco — Jake disse um pouco tristonho.


— Oh, à hora passou muito rápido, não? — Disse, agora olhando para a porta.

— Sim, a hora passou muito rápido — Jake disse se virando para me olhar, e depois olhou para a porta.

Jake rapidamente se levantou.

Me assustei, ele me pegou desprevenida.

Ele se agachou e me soltou um “sobe ai” empolgado.

Eu fiz uma careta, pra que Jake precisava fazer isso?

Eu estava muito bem, e não precisava de nenhum burro de carga.


— Vamos, confia em mim — Ele disse virando sua cabeça para mim e piscou.

Eu não resisti.

Eu então respirando fundo, subi.

Ele se levantou sem nenhuma dificuldade, e foi em direção à porta.

E lá estava eu, em cima de suas costas, envolvendo meus braços pequenos em volta de seu pescoço, por segundos eu não queria mais nada.

Minha vontade era de parar o tempo, e ficar ali por anos, na mesma posição.

Mais Jake fez um movimento para abrir a porta, me desligando dos meus pensamentos.

Ele abriu a porta, e correu pro seu carro.

Jake me ajudou a prender o cinto e fomos de encontro ao lugar indicado por meus pais.

Não demorou muito pra que Jake parasse e pedisse novamente pra que eu subisse na suas costas.

Eu sorria enquanto ele corria.

Depois de alguns minutos, eu podia avistar minha mãe, um pouco a frente de seu mais novo carro, um conversível vermelho, já que ela deu um jeito de vender o outro que meu pai havia lhe dado anos atrás.

Ela sempre mencionava que preferia a sua velha caminhonete.

Quando ela me avistou com Jake, só faltava sair dando pulinhos como Alice faz quando estou prestes a abrir um presente.

Eu sorri para ela, e ela deu um sorriso em resposta, que rasgava seu rosto por sinal.

Realmente, minha mãe era linda.


— Nessie — Disse empolgada se abaixando, e abrindo os braços, enquanto Jake se abaixava para que eu pudesse descer.

Eu me soltei dele sem vontade, mais quando observei aquela cena que minha mãe fazia não me contive, e fui correndo abraçá-la.

Ela me deu um abraço forte e gélido.


— Estava com saudades — Disse se afastando e dando um beijo na minha bochecha.


— Mãe não exagere, eu só estive fora por algumas horas — Disse risonha.

Jake e minha mãe riram.

— Mais pra mim parecia uma eternidade — Disse brincando com meus cabelos.

— Ok mãe, já entendi — Disse, e depois dei um beijo em sua bochecha.


Minha mãe se levantou e segurou minha mão, dando um passo a frente em direção a Jake.

— Obrigado por ter cuidado bem de minha princesinha — Disse minha mãe sorrindo.

Agora eu havia entendido de onde Jake tinha tirado aquela de “princesinha”.

Minha mãe realmente é muito criativa, mais confesso que não esperava isso dela.


— Como eu poderia não cuidar de Nessie? — Ele disse olhando para mim agora.

Eu dei um sorriso enorme para Jake, e ele retribuiu para mim — com meu sorriso favorito.

Por pouco eu não suspirei alto.

Graças a Deus, eu me contive.


— Você realmente está mudada Bella... — Disse Jake zombando de minha mãe.

— Não reconhece mais nem minhas atitudes previsíveis — Minha mãe mostrou a língua para ele.

Eu estava me divertindo com aqueles dois, eles sim tinham uma amizade incrível.


— Não seja bobo Jake — Minha mãe disse fazendo cara de pena agora.

O que não me convenceu, e nem a Jake pelo visto.


— Bom, agora temos que ir filha. Seu pai já deve estar preocupado — Bella disse segurando minha mão forte.


— Ok — Não queria brigar com minha mãe, aliás, eu estava exausta, e uma boa noite de sono me cairia bem.

— Até mais Jake — Disse dando um aceno.


— Até mais Nessie, espero que você me visite mais vezes — Ele disse piscando para mim, e dando um sorriso de suspirar para minha mãe.

Ela assentiu com a cabeça, e depois se virou para abrir a porta do carro para mim.

Eu agradeci com um “muito obrigado mamãe”.

Ela retribuiu com um sorriso largo.

Minha mãe deu um último aceno pra Jake, fazendo o contorno do carro, e abrindo a porta do motorista.

— Aparece lá em casa amanhã — Disse dando mais uma vez um aceno para ele.

— Pode deixar — Ele gritou.


— Ponha o cinto Nessie — Minha mãe me disse apontando os olhos para o meu lado.

— A senhora manda — Ri colocando o cinto, mas tive um pequeno problema na hora de fechar.

Minha mãe foi absolutamente rápida e fechou para mim facilmente.

Jake cada vez ficou mais distante, e depois sumiu com a paisagem.

O caminho para casa foi quieto, mas todo o tempo minha mãe dava uma olhadinha para mim, e eu dava um sorriso em resposta.

Agora eu não via a hora de chegar em casa, pois o cansaço agora estava me matando.


Quando chegamos, meu pai já estava abrindo a porta para mim e me puxou para fora do carro num piscar de olhos, me rodopiando.

— Estava com saudades da minha princesinha — Disse agora dando um beijo em minha bochecha, e depois dando outro em minha mãe.

— Até você pai? — Disse fingindo desespero.

— Até eu o que? — Disse para mim, olhando logo após para minha mãe, e vendo a sua expressão de estar ouvindo algum tipo de piada.

Na verdade era uma piada, eu nunca poderia ser considerada uma princesa.

— Agora todos resolveram me chamar de princesinha — Bufei, eu odiava isso.

— Mais qual o problema? Você é mesmo uma princesa! — Disse dando mais um beijo em minha bochecha.

— Ok, ok. Vocês estão ficando loucos. Mais mesmo assim eu amo vocês — Eu caçoei.

Nós rimos, e fomos em direção a nossa casa.


— Nessie, vá lavar sua mão, eu vou preparar seu jantar — Minha mãe disse indo em direção a cozinha.

— Isso Nessie, você deve estar faminta — Meu pai ainda estava ao meu lado, segurando minha mão, já me guiando para as escadas.

— Na verdade, não estou pai — Disse fazendo cara de pena.

Um barulho irritante saiu de mim, talvez hoje meu estômago não estivesse ao meu favor.


— Seu estômago não pode dizer o mesmo — Disse meu pai, apontando para minha barriga.

Tudo bem, ele venceu.

— Está bem, vou lavar minha mão, e já volto.


Eu subi as escadas sem animo, eu estava "morta" de sono.

Mais eu tinha que comer, não poderia dormir com estômago vazio.

Além de que meus pais não deixariam.

Passando na frente do meu quarto, foi um desesperador.

Por pouco eu não pulava daquele jeito na minha cama, e caia em sonhos profundos.

Mas eu me apressei logo, ignorando a minha cama.


Eu entrei no banheiro, lavei a mãos sem muito entusiasmo, e desci as escadas.


— Está pronta a comida Nessie — Ouvi a voz de minha mãe vindo da cozinha.

Eu passei pelo arco onde levava a cozinha.

O cheiro estava muito bom, mas não era uma surpresa, já que minha mãe cozinhava muito bem.

Quando entrei, me deparei com meu pai com os braços entrelaçados na cintura de minha mãe, a beijando com intensidade, parecia que eles não se importavam com mais nada.

Eu ri.

Como aqueles dois podiam ter um mundinho só deles?

Agora sim eu podia entender o que eles sentiam, mais ou menos.

O problema era que eu não podia ter pensamentos seguros perto de meu pai.

— Cof, cof. — Eles me olharam incrédulos pelo meu atrevimento.

Eu ri da suas expressões.


— Será que os dois poderiam parar com a “agarração”, ou eu vou ter que jantar no meu quarto — Isso me suou bem, eu poderia fazer isso sem problemas.


— Mais é claro que não — Meu pai disse, tirando seus braços em volta da cintura de minha mãe, e pegando meu prato.

Eu mal acreditei, estava absolutamente lotado.

Hoje seria um jantar longo.


— Sente-se ai moçinha — Minha mãe disse, apontando para a cadeira que estava logo a minha frente.


— A senhora que manda — Disse, puxando a cadeira, sentando-me nela sem entusiasmo.

Comi o mais rápido que pude, e meus pais só me observavam quietos.

Minha mãe, com a sua face linda, sorrindo para mim.

Meu pai, bem, meu pai estava, mas quieto do que de costume.

Não havia expressão em seu rosto.

Mais não quis comentar nada, porque talvez ele já percebesse isso, quando eu estava pensando, então ele logo se reconstituiu, e colocou um sorriso torto nos lábios.

Ele me incentivou a dar as últimas mastigadas.

Quando terminei, ele me olhou vitorioso.

Revirei os olhos.


— Bom, eu vou tomar um banho — Disse me levantando.

— Ok minha filha. Você quer que eu leia uma história para você dormir? — Minha mãe disse, virando a cabeça um pouco para o lado, para ver meu entusiasmo.

— Hoje não mãe — Me virei, e continuei — Mais prometo que amanhã a senhora terá que ler mais que o essencial que uma noite para mim, talvez mais que dois contos — Disse sorrindo.

Eu não queria que minha mãe ficasse chateada.

Pude ouvir as risadas de meu pai e minha mãe, um pouco mais distantes agora, já estava subindo as escadas quando me lembrei.

— A pulseira de Jake — Murmurei baixo.

Acho que meus pais ouviram, mas acho que eles estavam ocupados se beijando.


Eu sorri pra mim mesma, tentando lembrar alguma coisa de minha tarde que não faria entregar meus sentimentos de mão beijada para meu pai.

Subi as escadas lentamente observando o lindo lobo que Jake fizera pra mim.

Ele era lindo, até agora não acreditava que Jake poderia fazer uma coisa tão perfeita como essa.

Abri a porta do meu quarto e tirei a pulseira, não queria estragar ela no banho.

Depois fui ao meu guarda-roupa e peguei meu pijama e minha pantufa que tio Emmet me deu.

Me lembrei de como todos riram da minha cara quando desembrulhei meu presente.

Realmente foi engraçado, típico de Emmet.

Peguei minha toalha branca, ela tinha um bordado escrito Reneesme em azul marinho.

Fui para meu banheiro, e liguei o chuveiro no quente, concerteza a água me relaxaria.


Por fim, deu certo, estava muito relaxada, e pronta para dormir.

Deitei da minha cama macia, e apaguei o meu abajur.

A pouco fui relaxando, e quando me deparei estava numa sala escura.

Eu não entendia aquilo, fiquei confusa, porque eu estava ali?

Eu tinha 90% de certeza que estava no sonho, mais me perguntava o porquê de tudo estar escuro.

No que isso ia parar?

Talvez minha mente estivesse ainda construindo um sonho maluco, ou coisa do tipo.

Me esquivei dessas perguntas quando escutei uma voz particular.

Era Jake, a minha frente, com uma camisa pólo branco, uma calça caqui, e um all star.

Meu sorriso favorito estava lá também.

Eu só podia ver seu rosto, porque uma luz refletia sua face, mas eu não sabia de onde vinha a luz, pois estava vidrada em Jake, em sua expressão, seus olhos, seus sorriso... Seu... Cabelo?


Jake não estava com seu cabelo curto como eu costumava ver, agora, ele estava com seus cabelos até pouco depois de seu ombro.

Seus cabelos pareciam ceda, e com a luz refletindo nele, eles brilhavam lindamente.

Jake estava diferente.

Estava menos forte, mais sua expressão estava angelical, Jake parecia um garoto mais novo, talvez 14 ou 15 anos.

Eu não entendia de onde aquele Jake havia saído, mais eu estava feliz em vê-lo em meu sonho.

Cheguei mais perto.


— O que está fazendo aqui? — Perguntei, passando a mão em seu rosto.

Espera, desde quando Jake era quase da minha altura?


— Vim te ver — Disse ele dando um passo em minha direção, ficando mais perto ainda.

— A propósito, você está linda — Ele disse sorridente.

Não entendi do porque desse elogio, mais talvez eu já estivesse a par do que tinha acontecido.

— Jake, e-eu, -e-eeu, e-eu esto-ou... — Não conseguia terminar de falar, não era possível, como minha mente poderia ser tão louca a esse ponto?


— Crescida — Ele sorriu — Uma quase e completamente desenvolvida — Disse passando suas mãos pelo meu rosto.

Eu estava chocada.

— Você está bem? — Ele perguntou próximo ao meu ouvido, podia ver preocupação em sua expressão.

É claro que eu não estava, se isso fosse verdade, eu estaria enfartando a essas horas.


— E-estou sim — Menti, dizendo ainda meio pasma.


— Nessie... — Ele suspirou em meu ouvido.

Ele falando desse jeito estava me deixando um pouco louca.

Eu estava sem reação, meu coração parecia que iria saltar pela boca, e minhas pernas estavam bambas.

— Feche os olhos e se acalme... — Ele pausou, passando sua mão ao redor de minha cabeça.

— Eu vou te levar em um lugar especial — Então rapidamente fechei os olhos.

Jake segurou minha mãe, me puxando para algum lugar, do qual eu não podia ver já que ele havia me pedido para fechar os olhos.

Ele me guiava, mas enquanto caminhávamos quietos, perguntas martelavam na minha cabeça.

Como?E por que tudo aquilo?

Eu só poderia estar sonhando mesmo.

Mas eu pensando naquelas perguntas, me fiz outra pergunta: Porque temer por um sonho tão encantador?

Não havia problemas nisso, acho, era só Jake, só isso, apenas um sonho com Jake.

Decidi não me deixar levar por besteiras.

Iria aproveitar cada minuto desse sonho.

— Chegamos — Jake disse novamente suspirando em meu ouvido.

— Abra seus olhos — Eu rapidamente obedeci, estava curiosa para saber onde estava.

Abri bem devagar meus olhos, temendo por um momento que fosse alguma coisa metódica.

Porém quando eu os abri totalmente, me deparei com a cena mais bonita que eu já vi, aquele lugar era lindo, encantador.


— É lindo Jake — Disse pegando a sua mão.


— Não como você — Disse ele com meu sorriso favorito.

Retribui com um sorriso acanhado.

Aquele lugar era lindo, o sol estava maravilhoso, não tinha nenhuma nuvem no céu, cada raio penetrava em minha pele, fazendo com que eu brilhasse como nunca antes brilhou.

A grama era de um verde penetrante, e muito bem tratada.

Era um tipo de praça, ou algo do gênero, e só eu e Jake estávamos lá.

Na nossa frente havia um banco, ele o apontou, e eu assenti com a cabeça.

Nós sentamos lá por algum momento, Jake brincava com a ponta dos meus cabelos, enquanto eu fitava cada detalhe daquele lugar.


— Gostou? — Perguntou, apontando para toda aquela beleza a minha frente.

— Esse lugar é lindo Jake, não tenho palavras — Disse me virando para olhá-lo nos olhos.

Jake estava absolutamente lindo, agora eu podia ver cada detalhe de seus novos traços.

Por um momento aquele Jake parecia uma lembrança, uma lembrança de um passado distante, um passado que nem eu mesma pude estar.

Suspirei, não entendendo aquela impressão que tinha desse Jake.

Me senti confusa, e pisquei os olhos algumas vezes.

Jake estava um pouco mais jovem, mais mesmo assim lindo.

Ele sorriu pra mim, e eu fiquei ali, o fitando.


— Algum problema? — Perguntou logo quando percebeu o que eu estava fazendo.

— Nenhum — Disse virando para olhar a paisagem.

Aquele lugar estava me encantando.

Por um momento pedi pra nunca mais acordar.

Ficar ali pra sempre com Jake.

Inalei o ar, sentindo cada perfume que aquele lugar tinha.

Era perfeito esse momento.


— Eu queria tentar algo, mais você jura não se zangar? — Jake só poderia estar brincando, eu nunca ficaria brava com ele.

Olhei seu rosto, sua expressão estava ilegível.

— Claro Jake — Disse depositando toda confiança.

Jake chegou mais perto, cada vez mais perto de meu rosto.

Eu só poderia estar brincando comigo mesma, me fazendo isso.

Não bastava Jake estar ali comigo, eu estar desenvolvida?

Isso não era o bastante para minha mente?

Eu havia prometido a mim mesma que aproveitaria cada momento desse sonho.

Mas isso incluiria beijar Jake?

Ele estava quase se aproximando de meus lábios.

Uma boa parte de mim gritava “não, pare”.

Até que me lembrei, Edward, ele deveria a essas horas estar prestes a me matar enquanto dormia.

Me levantei antes que Jake pudesse me beijar.

Ele me olhou, havia surpresa, desespero, angustia, em seu rosto.

Coloquei minha mãe na cabeça, eu não sabia o que fazer.

Queria realmente acordar agora.

Jake se levantou.

— Você não me ama não é? — Disse fazendo cara de poucos amigos.


— Não é isso Jake. Você é só um sonho. E meu pai há essas horas já sabe sobre meu sentimento por você. Eu não quero que as coisas fiquem piores — Eu só podia estar louca, dando explicações para minha própria imaginação.

Mais por incrível que pareça, me fez se sentir melhor.

Eu estava fitando Jake, que estava logo a minha frente sem expressão alguma.

De repente ouvi um estrondo que me fez pular.

Jake parecia que não estava em si. De onde havia vindo esse barulho?

— Nessie, filha, acorde, já está tarde — Eu tentava mais eu não conseguia responder, e nem sair daquele sonho.

Jake estava agora com uma expressão metódica, uma malicia em seu rosto estampada.


— Nessie? Acorde filha — Escutava meu pai, mas não podia responder.


— Se você não me quer, então não terá seus pais — Jake disse finalmente.

Por um momento eu paralisei, digerindo aquelas palavras.

Como assim, não terei meus pais?

Entrei em desespero, aquele não era meu Jake, não era razão que eu vivia.

Aquilo era um monstro.

— O que você fez? — Gritei com todo ar que havia em meus pulmões.

Como aquele sonho poderia de uma hora para outra tornar-se um pesadelo?


— Já disse, você não me quer, pois bem, agora sofra com as conseqüências — Disse ele virando para o nada.


— Nessie, responda, por favor — Era minha mãe, podia sentir o desespero em seu tom de voz.

Eu não agüentava mais, eu queria sair daqui, e agora!

Jake estava partindo.


— Jake, por favor, me deixe ir — Supliquei, correndo em sua direção.

Ele se virou e me fitou por alguns segundos.

Eu sentia nojo é ódio, tudo ao mesmo tempo.

Ele deu um sorriso sínico de vitória.


— Preciso ir — Ele disse dando um passa para trás, mais ainda com os olhos em mim.

— Não, por favor, não vá. Não me deixe aqui, deixe-me voltar — Supliquei novamente.

Eu podia sentir agora lágrimas escorrendo pelo meu rosto.


— Não chore — Disse, chegando mais perto, enxugando minhas lágrimas.


— Como não... — Disse o fitando, mas continuei logo após, para evitar que ele se virasse e fosse embora.

— Você me deixando sozinha, aqui, sendo cruel, Jake esse não é você... O Jake que eu amo não me deixaria aqui sozinha — Disse tentando me acalmar, talvez assim eu pudesse o convencer, e ele me deixaria ir.

— Não... — Disse friamente.

Eu o fitei incrédula.

— Eu preciso ir — Ele se virou.

Entrei novamente em desespero.

Me abaixei e sentei na grama fofa, colocando a cabeça entre minhas pernas, chorando.

Agora eu podia ouvir com clareza meus pais.

— Vá, ligue para Carlisle — Meu pai disse, podia sentir suas mãos sobre mim.

— Pai ? — O chamei atordoada.

— Você esta acordada filha? Continue Nessie, não perca o rumo da minha voz — Meu pai dizia, mais não adiantava, eu só podia falar com ele quando me concentrava muito, mais era em vão.

Se concentrar demais estava requerendo muito esforço.

E naquele momento, eu estava fraca demais.

Abri meus olhos, agora Jake estava perto.

Talvez ele tivesse mudado de idéia.

Mais não, pois agora eu já não podia escutar mais nada de “verdade”.

Só a respiração do monstro a minha frente.

Me levantei, e corri pra ele, a raiva tomou conta de mim.


Eu te odeio — Disse ferozmente.

— O que você fez comigo? — Gritei.

— Você sabe o que tem que fazer, é simples, e você queria isso, tanto quanto eu — Ele disse baixo em meus ouvidos, extremamente calmo.

— Eu não sei do que você está falando — Menti.


— Ok, então eu vou indo — Disse se virando e correndo para um nada.

— Não... Espere!  — Gritei.

Ele parou.

Mais continuou calado.

Era óbvio que estava esperando eu suplicar para ele.


— Me beije — Disse, e pude ouvir a voz de minha mãe agora, ela perguntava se eu estava bem, e porque eu queria um beijo.

Jake se aproximou de mim, fiquei parada, e fechei os meus olhos.

Meus dedos dobraram nos punhos aos lados do meu corpo — enquanto ele segurava o meu rosto entre as mãos — seus lábios encontraram os meus com uma ansiedade que não estava distante da violência.

Eu faria qualquer coisa para sair dali.

Mesmo que fosse beijar um monstro que só existia na minha mente.

Eu não odiava Jake.

Mais, sim, aquela réplica monstruosa que minha mente havia criado.

Eu podia sentir sua raiva enquanto sua boca encontrava minha resistência passiva.

Uma mão se moveu para a minha nuca, agarrando as raízes do meu cabelo com o seu punho.

A outra mão agarrou o meu ombro com força, me balançando, e depois me trazendo pra ele.

Suas mãos continuaram a descer pelo meu braço, encontrando o meu pulso e colocando o meu braço ao redor do pescoço dele.

Eu o deixei lá, minha mão ainda estava curvada no punho, incerta do quão longe eu iria ao meu desespero de sair daquele lugar.

Durante todo esse tempo, os lábios dele, desconcertantemente macios e quentes tentaram forçar uma resposta aos meus.

Assim que ele teve certeza que eu não ia abaixar o braço, ele soltou o meu pulso, as mãos dele indo à direção à minha cintura.

A mão fervente dele encontrou a pele das minhas costas, e ele me puxou pra frente, ajustando o meu corpo contra ao dele.

Os lábios dele desistiram dos meus por um segundo, mas eu sabia que ele ainda não estava nem perto de acabar.

Sua boca seguiu a linha da minha mandíbula, e depois explorou o meu pescoço.

Ele soltou meu cabelo, pegando o meu outro braço pra colocá-lo em cima do seu pescoço assim como o primeiro.

Aí os dois braços dele estavam na minha cintura, e os lábios dele encontraram a minha orelha.

“Você consegue fazer melhor que isso, Reneesme”, sussurrou áspero.

“Você está pensando demais”

Estremeci quando os seus dentes morderam a ponta da minha orelha.

“Isso mesmo”, murmurou.

“Pelo menos uma vez, deixe-se sentir o que você sente”.

Balancei minha cabeça mecanicamente até que uma das suas mãos voltou para o meu cabelo e me parou.

A voz dele se tornou ácida.

“Você tem certeza que não quer rever seus pais? Você quer ficar aqui pra sempre, e nunca mais ver seu precioso Jake”.

A raiva me fez balançar como se fosse um saco de areia depois de um soco forte.

Isso foi demais — ele não estava lutando justo.

Os meus braços já estavam ao redor dele, então eu agarrei uma mão cheia dos cabelos dele — ignorando a dor penetrante na minha mão direita — e lutei de volta, lutando pra levar o meu rosto pra longe do dele.

Eu nunca faria isso à Jake, mais esse monstro estava me provocando.

E aquele monstro entendeu errado.

Ele era forte demais pra reconhecer que as minhas mãos, tentando arrancar seus cabelos das suas raízes, tentavam causá-lo dor.

Ao invés de raiva, ele imaginou paixão.

Ele pensou que eu estivesse correspondendo ele.

Com um movimento selvagem, ele trouxe sua boca de volta para a minha, os dedos dele se agarrando freneticamente à pele da minha cintura.

A onde de raiva desequilibrou o meu autocontrole tenaz; a resposta inesperada, estática dele o subverteu inteiramente.

Se houvesse apenas triunfo, eu teria resistido.

Mas a enorme alegria indefesa dele arrebentou a minha determinação, a incapacitou.

O meu cérebro se desconectou do meu corpo, e eu estava beijando ele de volta.

Contra todas as razões, os meus lábios estavam se movendo nos dele de formas estranhas, confusas, que nunca havia imaginado que um beijo traria tais sensações.

Eu imaginava estar beijando meu Jake, o verdadeiro Jake, e por mais que isso parecesse estranho, aquela imaginação de ser meu Jake estava me ajudando, controlando minha raiva, a transformando em desejo, um desejo ardente por aquela boca, a qual eu nunca havia experimentado.

Eu retribuía com muita intensidade, aquilo me fazia bem, me fazia esquecer por alguns segundos, onde eu estava, e quão perigoso estava sendo aquele beijo e o que poderia ocasionar.

Os meus dedos apertaram os cabelos dele, mas agora eu estava o trazendo mais pra perto.

Ele estava em todo lugar.

A penetrante luz do sol deixou as minhas pálpebras vermelhas, e a cor se ajustava, combinava com o calor.

O calor estava em todo lugar.

Eu não podia ver ou ouvir ou sentir outra coisa que não fosse Jake, o meu Jake.

A pequena parte do meu cérebro que retinha a sanidade gritava perguntas pra mim.

O que você diria para o seu pai após isso? Pior que isso... Porque eu não podia encontrar em mim mesma nem o desejo de querer pará-lo?

As perguntas eram estúpidas, porque eu sabia a resposta: Eu estive sempre mentindo pra mim mesma.

Eu nunca amei Jake de uma forma carinhosa, um amor de amigo, e ser uma “criançanão afetava em nada meu amor por ele. Eu tinha medo de encarar Jake, medo de dizer o que eu realmente sentia por ele. Que ele era mais que só meu amigo. Eu o amava muito mais do que eu deveria, e mesmo assim, não era nem de perto o suficiente de enfrentar a mim mesma. Eu estava apaixonada por ele, mas isso não era o suficiente pra mudar tudo; Por um segundo breve, sem fim, um caminho inteiramente diferente se expandiu atrás das pálpebras dos meus olhos molhados de lágrimas.

Fleches de momentos com Jake foram se passando.

Eu sempre menti pra mim mesma, eu era uma tola, pois tinha medo de encarar a verdade, medo de enfrentar a mim mesma.

Sim, eu era uma tola.

Jake se afastou agora, sua expressão estava serena, agora eu podia ver o meu Jake.

Ele suspirou, e murmurou um “sinto muito” em meus ouvidos.

“Eu te amo” — Sussurrou.

— Feche os olhos — Ordenou antes que eu pudesse falar algo.

Eu os fechei rapidamente, e quando me deparei, não sentia mais a presença de Jake.

Abri meus olhos desesperada, e ele não estava mais lá.

Eu só pude ouvir sussurros que diziam, “Eu voltarei para te buscar, me espere”.

Entrei em desespero, como ele poderia fazer isso?

Como minha mente poderia ter feito aquilo comigo?

Eu não sabia mais o que fazer.

Não havia outra saída, eu não tinha outra alternativa a não ser esperar.

Esperar talvez por algo que nunca viesse, mais que a única solução fosse essa, esperar.


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