A Little Nightmare Of Mine escrita por Nati Galdino


Capítulo 8
Memórias


Notas iniciais do capítulo

Um capítulo cheio de lembranças para vocês. Boa Leitura.



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~ Lembrança ~

Lembro-me dos dias em que tudo era normal. Não havia dor, tristeza, raiva ou nenhum desses sentimentos que fazem uma pessoa infeliz. Lembro ainda de seu sorriso, do cheiro doce que tinha seus cabelos, de como ficava nervoso quando alguma coisa não dava certo, e de como me fazia rir. Ainda posso ouvir sua gargalhada ecoando pela minha mente. O seu toque, ah como eu amava seu toque e o poder que ele tinha sobre meu ser, um simples toque era o suficiente para me arrepiar a pele inteira. Ainda posso sentir suas mãos percorrendo meu corpo, me fazendo carinho, me amando. As nossas noites de amor e outras de puro desejo. Nossas promessas.

~ Fim ~

Olhando para o teto branco e lembrando do que fora tirado de mim, lembrando também do que Kate havia me dito ainda mais cedo. Duas e meia da manhã e eu aqui, deitada numa cama de hospital, sozinha em um quarto escuro e minha mente está a mil por hora. A revelação de Kate fez com que lembranças enterradas ressurgissem. Aquela saudade, aquela dor, tudo, agora se fazia presente.

O que estava acontecendo? O que isso significava? Porque? Porque comigo, e porque agora? Perguntas e mais perguntas, todas sem respostas. É, o destino resolveu brincar comigo.

Uma batida na porta, e sou tirada de meus pensamentos, era o médio. São seis horas da manhã.

“Olá Dona Diana, como vai? Está se sentindo melhor?”

‘Não doutor, estou em um lugar ao qual odeio, quase fui morta, a pessoa a quem tenho um carinho muito grande acabara de dizer que me ama, e com isso, trouxera memórias que deveriam estar enterradas, a tona. Não me venha com essa de “como você está” porque não está nada bem, está tudo uma merda’. Penso ignorando-o por alguns instantes.

“Aah, olá Doutor não tinha o visto ai, estava perdida viajando…”

“Viajando pra onde, posso saber?” Pergunta o médico

“Com todo o respeito, mas isso não é de sua conta.” Digo

“Tudo bem, bem vamos ao que interessa. Hoje você terá alta e poderá finalmente ir para casa.”

“Ótimo, já não aguento ficar nenhum minuto a mais aqui. Foram apenas dois dias, mas parece que foram anos …”

O médico rir, me entrega uns papéis, são formulários. Preencho, entrego a ele e vou embora.

Depois de dois dias deitada em uma cama desconfortante de hospital, decido que irei a pé para casa. Precisava de ar puro, precisava me sentir livre. O dia estava lindo, o céu mais azul do que nunca, um ótimo dia para um passeio no parque, uma caminhada no lago.

Não estava com humor para aproveitar o dia, tinha que buscar respostas para tudo aquilo que estava acontecendo comigo.

Primeiro, Eduardo não me matou, essa tal pessoa a quem ele chama de “chefe” ou “o cara” me quer viva por alguma razão. Tenho que descobrir quem é ele, e o que quer comigo.

Segundo, Kate ... minha mais nova amiga estava apaixonada por mim, pior, ela me ama. Que droga, porque você tinha que se apaixonar por mim Kate. Você destruiu uma linda amizade, ou o projeto dela.

Sento-me no banco da praça que fica em frente ao hospital, pego meu telefone, abro o aplicativo notas e começo a escrever minhas dúvidas.

Porque o ‘chefe’ de Eduardo me quer viva? Qual a relação que tenho com esse homem? De onde ele me conhece? O que eu fiz, ou deixei de fazer pra ele? Será que ele tem algo a ver com o ocorrido do ano passado? Será?

Perguntas, perguntas e muitas perguntas surgem na minha cabeça, temo não poder responde-las.

Guardo o telefone no bolso de meu casaco, e resolvo apreciar a paisagem em minha volta. Avisto um casal, talvez de namorados ou são casados, não sei, apenas os observo. Eles estão de braços cruzados sentados no banco, ele segurava um copo, creio que de café, pois o clima estava frio, fazia sol mas o vento que soprava era frio, sua perna esquerda não parava de balançar, aparentando nervosismo ou incomodo com algo. Ela estava ao telefone, talvez conversando com uma amiga. Estou observando, quando do nada o moço se levanta e caminha em direção oposta a dela, ela para de falar ao telefone e corre em sua direção, eles discutem por alguns segundos, ele estava nervoso. Depois de alguns segundos de discussão um longo e demorado beijo e em seguida um abraço fervoroso. As pazes. Ela guarda o telefone e sorrir para ele, e ele corresponde o sorriso e mais um beijo.

Essa cena me trouxe uma linda lembrança.

~ Lembrança ~

“Vai ficar a noite todo grudada na tela desse celular?”

“Calma John, deixa só eu responder a mais esse tweet e já desgrudo daqui”

“Você disse isso a meia hora atrás Diana, já estou perdendo a paciência”

“Calma amor, é rapidinho ...”

Estávamos deitados na cama, John se levanta furioso e sai do quarto, continuo fazendo o que fazia, nem me importei, ele sempre fazia essas cenas. Mas depois de trinta e cinco minutos percebi que o havia aborrecido de verdade. Desço as escadas e vou em direção a varanda, sempre que estava com raiva John ia para lá, ele dizia que um ar fresco é sempre bom para esfriar uma mente esquentada. Ele sempre tem razão.

“Amor? Tudo bem?” pergunto sabendo que a resposta seria não.

“Diana, não é nem a segunda e nem a primeira vez que eu peço para você parar de mexer no celular, poxa ... será que você não entende que quando estamos juntos e a sós, quero que o momento seja só nosso, não quero compartilhar ele com ninguém, nem que seja com a porcaria de um celular.”

“Desculpe, não queria te irritar. Prometo que não vai acontecer de novo.”

“Sabia que você mente muito mal? Hahahhahaa. Não quero que você pare de fazer o que adora, sei que tem amigos com quem gosta de conversar direto, seja por SMS ou pelo twitter. Mas o que eu estou lhe pedindo é que quando estivermos juntos, você se desligue um pouco desse mundo e venha para o nosso mundo. Quando estou com você, eu esqueço que existe outras pessoas no mundo, esqueço de tudo. Porque estar ao seu lado é o que realmente me importa e é onde quero estar sempre, te amando, te dando carinho, te fazendo feliz. Te fazendo minha.”

Uma lágrima secreta rola por minha face.

“Okay John! Eu vou fazer isso. Por nós.”

Sentados no balanço que fica na varanda observamos a noite, ela estava linda naquele dia, o céu estava estrelado, parecia que todas estrelas resolveram sair e nos assistir. O vento que soprava era frio, fazendo minha pele arrepiar.

“Diana?”

“Oi John!”

“Eu amo você, me desculpe por algumas vezes ser esse chato egoísta e bobo. Tudo o que eu quero é te ver feliz. E disso não abro mão.”

“Tudo bem amor, não é preciso se desculpar. Eu amo esse seu jeito bobo e egoísta de ser. Eu também amo você.”

Um beijo.

Subimos para o quarto e nos amamos da forma mais intensa que se pode amar alguém, nossos corpos se tornaram um. E as estrelas que haviam saído para nos assistir, ainda continuam lá.

~ Fim ~

Enxugo uma lágrima que de teimosa rolou pelo meu rosto, essa é uma das lindas lembranças que tenho daquela época, época esta que as palavras dor, tristeza e sofrimento não existiam em meu vocabulário ou dicionário.

Sinto o telefone vibrar no bolso do meu casaco, o pego e vejo que havia chegado uma mensagem, era de Kate.

Olá Diana, estou feliz que já tenha saído do hospital, você deve estar mais aliviada, já não está mais em ‘cativeiro’ Hahaha’. Antes que pergunte, liguei para o hospital para saber como você estava, as enfermeiras me disseram que você já havia saído. Desculpe, por não estar aí, mas achei melhor assim. Despois do que aconteceu, não queria parecer que estava forçando alguma coisa. Bem, se quiser conversar, ou tomar um chá, sabe onde me encontrar.

Beijos K’

Precisava conversar com Kate, já tinha uma resposta, para dar a ela.


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Notas finais do capítulo

Beijo para minhas revisoras.



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