Acordei com meu celular vibrando e com o sol que iluminava todo o quarto, nesse momento me dei conta de que estava deitada sobe o peito de Jane, conseguia sentir sua respiração, seu cheiro único e sua mão em minha cintura, qual quer um que visse essa cena pensaria besteira assim como eu. Tirei a mão de Jane de minha cintura cuidadosamente e tentei me levantar sem acordá-la, desci até a cozinha e dei alguns morangos para Bass, eu estava fazendo o café quando ouvi uma voz.

– Bom dia Maura. – Disse Jane esfregando os olhos.

– Bom dia, estou fazendo o café, pode botar a mesa, por favor?

– Claro – Ela respondeu enquanto tentava achar as canecas. – Maura, você mudou as coisas de lugar de novo?

– Não Jane, estão no mesmo lugar de sempre – Falei apontando para o armário ao meu lado, ele ficava acima da bancada, até Jane que era alta tinha que se esticar um pouco para alcançá-lo.

Jane seguiu até o armário ao meu lado, não pude deixar de notar que ela estava apenas usando calcinha e uma blusa e que ia até suas coxas. Ela passou por trás de mim o que fez meu corpo gelar, em um movimento ela se esticou para abrir o armário e vi que sua blusa subiu, assim tive uma visão constrangedoramente boa, sim, eu estava olhando para a bunda da Jane, por mais estranho que isso soe, mas era verdade. E o pior foi que ela reparou.

– Gosta do que vê? – Fala com um tom irônico.

– Sim, digo, você tem glúteos bem definidos, tenho que dizer, são muito bonitos.

– Você está elogiando minha bunda?

– Não, seus glúteos.

– Que formam a bunda.

Dei de ombros. Essa situação não poderia ficar pior, após tomarmos café, fiz minha higiene e fomos juntas para a central. Ao chegar não pude deixar de notar os olhos nos fitando e cochichos sobre alguma coisa que claramente era sobre uma de nós. – Jane? Sobre o que eles estão falando?

– Não faço idéia. Apenas continue andando.

– Jane!... Maura, oi... Vocês vieram juntas? – Disse Korsak ao nos encontrar no corredor.

– Sim, algum problema? – Respondeu Jane com um tom grosseiro.

– Não, mas então... É verdade?

– O que?

– Vocês duas. – Eu e Jane nos olhamos com duvida e depois olhamos para Korsak que percebeu nosso silencio, o que já lhe dava uma resposta. – Que pena, eu jurava que era verdade, vocês até que formam um casal legal.

– O QUE?! – Gritamos juntas fazendo um coro

– Nada não. – Ele percebeu que falou de mais e foi embora. Então esse era o motivo dos olhares e dos cochichos, mas o que deu em todo mundo? De onde tiraram essa idéia? E como assim fazemos um casal bonito? Peguei o elevador com Jane e não falamos nada durante alguns segundos, até que Jane resolveu falar algo.

– O que ele quis dizer com “um casal bonito”?

– Também estava me perguntando isso.

– Nada a ver, somos apenas amigas, está na cara. – Concordei, me despedi de Jane e fui em direção á minha sala, ao entrar eu fiquei em choque, tudo estava revirado, tudo, folhas amassadas e jogadas no chão, muitas de minhas coisas estavam quebradas e eu simplesmente fiquei em choque, chamei por Jane imediatamente e do mesmo jeito ela veio, e assim como eu ela estava boquiaberta.

– O que diabos aconteceu aqui?!

– Não sei, eu cheguei e ele estava assim. – Falei andando pelo escritório, olhei em minha mesa e a única coisa que estava intacta era meu notebook, quando eu o abri, vi que tinha uma mensagem. Meus olhos se encheram de lágrimas ao ver aquilo, Jane se aproximou e leu a mensagem.

“É ISSO QUE ACONTECE QUANDO SE ROUBA A NAMORADA DOS

OUTROS, E SE NÃO ME DEVOLVE-LA VAI TER MUITO MAIS QUE ISSO.”

– Casey. – Disse em um tom que quase não dava para ouvir. – Por que?...

– Isso é tudo minha culpa Maura, me desculpe. Eu nunca devia ter falado de você pra ele.

Não consegui falar nada, estava completamente sem palavras, eu não culpo Jane, sim, parte disso foi por ela ter mentido para Casey, mas foi pra ele parar de procurá-la, mas eu não a culpo por isso.

– Maura, eu vou te ajudar a organizar isso, e vou falar para Frost rastreá-lo, vai dar tudo certo.

– Jane, não se culpe...

– Como? Isso tudo foi minha culpa, eu jamais deveria ter mencionado você para Casey.

– Está tudo bem Jane.

*****

Nós fomos arrumando o cômodo enquanto Frost rastreava Casey, eu realmente estava me sentindo mal por Maura, isso tudo foi minha culpa, por mais que ela negue, eu sei que foi minha culpa.

Quando terminamos de organizar as coisas e limpar o cômodo completamente nós nos jogamos no sofá e suspiramos, foi bastante trabalhoso, mas me sinto melhor sabendo que pude ajudar um pouco. Começamos á conversar sobre o caso quando fomos interrompidas pelo meu celular, era Korsak. – Rizzoli (...). Okay (...). Não precisa, ela está comigo, já estamos á caminho.

– Mais um caso?

– Yep, vamos?

Fomos o mais rápido possível e quando chegamos avistei Frost sentado na calçada quase vomitando. Chegamos perto da vitima, ela era muito bonita, morena, olhos verdes, facadas no peito, muito bonita, não é certo fazer piadas com as vitimas, mas meu trabalho é muito tenso e sempre estou fazendo piadas ou comentários sarcásticos. Quando Maura liberou o corpo para exames e eu terminei de falar com o homem que encontrou a vitima, fomos para a central, cada uma seguiu seu caminho, eu fui para minha sala e Maura foi para o necrotério.

Não tínhamos absolutamente nada, até que Maura me chamou dizendo que tinha os resultados do teste de DNA. Desci para o necrotério e me encontrei com Maura.

– Hey, conseguiu um nome?

– Oi, sim, Rachel Galler.

– Vou dar esse nome ao Frost, valeu Maura, você é realmente a melhor – Beijei sua bochecha e fui falar com Frost.

– Achei! Rachel Galler, ela trabalhava no mesmo hospital que a outra vitima Leah. Não tem parentes na cidade e...

– Pera, essa é a Rachel que Matthew estava falando? – Perguntei

– Temo que sim.

– Eu tinha acabado de telefonar pra ela, ela iria ser interrogada hoje à tarde. – Informou Korsak.

Fizemos algumas ligações com as duas vítimas e tudo nos levava ao hospital e todos que trabalhavam lá. Então fizemos o que fizemos, fomos ao hospital e começamos a buscar informações com todos dali.

*****

Eu estava em meu escritório observando como tudo estava organizado, Jane foi uma boa amiga me ajudando a arrumar as coisas aqui, digo, ela É uma boa amiga.

Comecei a revisar alguns exames das duas vítimas para ver se encontrava algo que ás ligasse até que recebi um e-mail, era de Jane, falava para me encontrar com ela em minha casa, não demorei muito para pegar minhas coisas e ir para casa.

Ao chegar estava tudo silencioso, chamei por Angela, mas ele deveria estar trabalhando ainda, chamei por Jane, mas também sem resposta. Subi até meu quarto para ver se ela não estava por lá, mas não a encontrei.

Depois disso eu não lembro mais nada, apenas de que tudo ficou escuro por um momento, acho que tinha desmaiado. Quando comecei a acordar me vi deitada no chão em um quarto escuro, minhas mãos e pernas estavam atadas e minha boca tampada. Ouvi uma voz chamar meu nome e depois uma risada, minha cabeça doía de mais, mas não me impediu de reconhecer aquela voz e logo pensei em um nome.

– Casey...