Parece que foi outro dia mesmo que eu recebia a ligação do meu amigo.

Que riamos juntos.

Que passávamos juntos horas no telefone.

Ou que trocávamos snapchats.

Ele era aquele amigo que sabia de tudo da sua vida, que você não escondia nada.

Ele sempre vinha falar comigo, puxava assunto e conversava por horas.

Sempre me fazendo companhia quando me sentia só.

Ele sempre me fazia sorrir, ou rir das piadas sem graças que ele contava.

Tinha o coração puro, intenções boas, e uma boa vontade pra tudo.

E de repente aquela pessoa alegre, feliz e viva, que você sempre via com um sorriso no rosto, não estava mais desse jeito.

Ele tinha virado um corpo… pálido, sem expressão no rosto, sem seu coração batendo.

Quem nunca sentiu a dor de uma perda, creio que vai achar estranho o que eu estou descrevendo.

Não sabe o que é ligar pra pessoa sabendo que ela nunca mais vai te atender, ou até mandar mensagem sabendo que não vai obter resposta.

Quando você recebe a notícia a dor é instantânea. E tudo que eu pude fazer foi sentar no chão e chorar.

Não sabia o que fazer, se ligava para uma de minhas amigas pedindo pra me confortar ou se pedia pra minha mãe me acalmar…

Mas nada me fazia melhor naquele momento.

E tudo que eu pensei nos dias que procederam esse, foi como a morte é repentina.

De uma hora pra outra, uma pessoa que era tão viva e alegre passou a ser um corpo gelado.

Ela não dá tempo de você dizer adeus, ela apenas vai e faz o que tem que fazer.

Mas me ensinaram que a vida é um círculo e que a morte é necessária pra fechar o círculo.

Uma pessoa que vive para sempre, nunca vai fechar o círculo.

Mas também tem as pessoas que não terminaram os círculos dela.

E por mais que me doa dizer, é a mais pura verdade.

Você não pode trazer uma pessoa de volta…

Não pode falar com ela novamente…

Eu agora dou tanto valor a quem eu amo.

E foi uma lição que eu aprendi da pior maneira, mas foi necessária.

Se você ama alguém, não espere pra amanhã pra valorizar ela.

Porque nunca se sabe o que pode acontecer amanhã…