Saturn escrita por Veridis Quo


Capítulo 1
Prólogo - Entre Vulcanos, Estrelas, Lógica e V'Ger




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Um Vulcano, certamente, não vê o universo com os mesmos olhos de um ser humano. Sua visão sobre este seria racional, onde cada estrela depende de um cálculo contínuo para continuar ali, sendo uma teia de nebulosas e explosões. O universo é frio para um Vulcano, é silencioso, sem atmosfera, sem gravidade, um conjunto de caos organizado e a chave para novos mundos. Que sentido faria um Vulcano parar e olhar as estrelas com a beleza que as mesmas possuem, que sentido faria um Vulcano fitar os anéis de Saturno com toda a sua grandiosidade? O universo é belo, belo como um Deus infinito, cada brilho, cada apagar. Era tão belo ao ponto de tirar o fôlego, e pertencia a eles, aqueles Tripulantes e Cadetes, aqueles Almirantes. Era belo. Somente isto, independente de sua lógica científica ou porquês de existir, independente de seus átomos e poeira, do magnetizar. Independente de tudo, era belo.

“That the universe was made...Just to be seen by my eyes...”

Eram estrelas, magníficas estrelas. Todas alinhadas. Ele queria vê-las, queria senti-las, Spock se sentiu cruel. Cruel por conseguir ver sua beleza e tentar sufocar todas as suas emoções para dentro. Ele só queria aprender, V’Ger apenas queria aprender. E Spock já sabia. V’Ger apenas queria chorar e Spock já chorara. V’Ger apenas queria se arrepiar em uma música e Spock já se arrepiara. V’Ger apenas queria sorrir e Spock já sorrira. V’Ger queria se apaixonar e Spock estava perdidamente apaixonado, retribuído no mesmo instante em que Kirk olhou no fundo dos seus olhos castanhos.

Tentando renegar todas as suas emoções ao Kolinahr quando se viu apaixonado, tentando renegar o que era, não parou para pensar na dádiva. Não, não, V’Ger apenas queria tudo aquilo, estava tentando descobrir como uma máquina as maravilhas das emoções. Spock não era uma máquina.

Quão belos eram os anéis de saturno.

"Entretanto, cerca de 10% dos adultos Vulcanos escolhem sofrer o rigoroso e longo processo de treinamento chamado Kolinahr, que conduz á supressão de todas as emoções e a aceitação da lógica total e----"

A beleza dos anéis de saturno.

Fazia sentido. Belas estrelas, magníficas estrelas, uma lágrima, um sentimento. Era Vulcano. Era humano. Um primitivo e irracional humano. V’Ger queria aquilo.

Juntou sua mente a da máquina. Fora cruel durante toda a sua juventude consigo mesmo e arrependeu-se.

Caso fosse um Vulcano puro, veria V’Ger como um tipo de inteligência inferior e ingênua feita de sonhos infantis.

Mas havia Jim.

E Jim lhe ensinou as maravilhas do universo.

Perdeu seus sentidos, e o espaço não foi mais silencioso. Havia música nas estrelas, como sempre houve, e desta vez não tentou abaixar o volume.

Aumentou.

Quando abriu os olhos, era Jim quem segurava sua mão.

Muito a dizer.

“Este...Simples sentimento..”

E a beleza dos anéis de saturno.

Ashayam.


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